The Consequences escrita por Karol Eaton


Capítulo 7
Chapter 7


Notas iniciais do capítulo

Hello girls and boys!
Mais um capítulo para vocês s2
Muito obrigado pelo comentário May (do grupo da Seleção) s2
E por favor gente, comentem para mim saber se estou agradando !



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– Heloise, temos que conversar. – pede Aspen pela décima vez – Não adianta você ficar me ignorando. Se você quer sair daqui então temos que resolver as coisas antes, que tal?- sugere.

Acomodo-me na poltrona e dou mais olhada no escritório tentando o ignorar. Depois de Aspen verificar se a doutora Patrine estava bem, como se eu tivesse feito um grande estrago, ele me trouxe para cá para conversamos sobre meu “futuro”,que pelo que eu entendi inclui ele, o que eu realmente não quero.

– Tudo bem. – digo olhando para ele do outro lado da mesa. – Você disse que quer me ajudar,certo? – ele assente com a cabeça – Pois bem meu caro Aspen, me deixe ir embora. Eu tenho uma casa, tenho um trabalho e sei muito bem me virar. Então me mostre à saída e nossos problemas estarão resolvidos. – me levanto e apoio minhas duas mãos na mesa me inclinado para perto dele. – Genial, não é?

– Não. – responde se levantando também. – Não é genial, porque você é uma garota de 16 anos, sim você é forte , mas você só tem 16 anos Heloise e seus pais se foram!E eu sinto muito por você. – lamenta Aspen – Mas eu prometi aos seus pais que não te deixaria sozinha e é o que vou fazer!

– Mas você nem ao menos conheço! – eu grito – Você não me conhece. – repito – E nem conhecia meus pais. – balanço a cabeça segurando as lágrimas. –Você não me deve nada, e mesmo que devesse eu não aceitaria. Obrigado por ter feito... – gesticulo vagamente – por ter cuidado de mim enquanto estive em coma, mas eu já estou bem e agora é a hora de partir.

–Olha, eu os conheci o suficiente para saber que eram honrados e que se estivessem no meu lugar fariam o mesmo! Manteriam a promessa. –diz Aspen convicto – Agora, você pode me ignorar, me tratar mal, querer me afastar de todas as maneiras possíveis. Mas eu não vou deixar você sair desse palácio sozinha Heloise.

– Então é melhor me trancafiar em um quarto. – digo – Porque eu vou sair daqui e sem ninguém! – respondo me jogando na poltrona de novo.

– Adolescentes – murmura aborrecido.

Abro a boca para responder, mas uma batida na porta faz com que eu feche a boca. Mais gente para falar na minha cabeça?

– América. – cumprimenta Aspen.

–Aspen. – cumprimenta de volta uma voz doce.

América? América... é a rainha! Viro-me para trás e a encontro parada na porta com um sorriso incandescente.
Quando disseram para mim e minha família, antes de virmos para cá, que a rainha era linda e ao mesmo tempo simples, realmente não estavam mentindo !
Seu cabelo está em um lindo coque de fios vermelhos dando um contraste elegante com sua pele clara e seu vestido tomara que caia rosa champagne, com o corpete todo decorado em prata como se fosse pequenas estrelas dispersas pelo tecido, e a saia descendo volumosa mesclando tecidos prata e rosa champagne, a sensação de imponência e ao mesmo tempo delicadeza exala da rainha como se fosse seu próprio perfume. Ela realmente deve ser uma ótima rainha, penso, exuberante e doce.

– Heloise. – diz ela caminhando em minha direção com um sorriso – Estou contente que esteja acordada! – e sem cerimônia se agacha na minha frente e segura a minha mão. – Como esta se sentindo? – pergunta delicadamente.

Olho para ela boquiaberta e tento formular algo, mas nada vem! A rainha esta na minha frente agachada segurando a minha mão como se fossemos amigas de infância ou coisa parecida! Isso é muito para processar então eu apenas a encaro e assinto com a cabeça. América me olha atentamente tentado pescar alguma informação.

– Aspen não parece que ela tenha... – começa América olhando para Aspen.

– Ela estava há alguns segundos atrás gritando comigo. Ela não é tão doce assim. – Aspen se encosta na mesa e cruza os braços me lançando um olhar astuto. – Heloise, você sabe quem é a América, não é? – Assinto com a cabeça. – Então, ela também é uma grande amiga minha e veio me ajudar a falar com você... – cerro os olhos e a encaro.

– Eu não vou ficar. – declaro e puxo a minha mão de volta suavemente. – Me desculpem, mas tenho que ir e tocar a minha vida, pelos meus pais...

– Você acabou de sair de um coma, – diz América seria – ficou duas semanas desacordada. Sua saúde está frágil e sua saúde mental também. – oh não, de novo não.

– Olha, eu já sei de tudo isso! – digo me abraçando para não começar a tremer – E foi por isso que eu briguei com a doutora. Eu estou cansada demais, eu perdi meus pais, quase me matei, venho sofrendo há duas semanas inteiras! – falo rápido – Só porque eu estava em coma vocês acham que eu não sofri de certa forma? Eu tive pesadelos, fique variando entre a realidade e a imaginação por conta dos vários remédios e quando acordei não sabia o que tinha acontecido! Sai a esmo pelos corredores, fiquei em pânico, me cortei tentando voltar, alguns guardas me acharam e deixaram escapar “peças” que fizeram eu montar o quebra cabeça que estava em minha cabeça e o resultado foi que eu me lembrei da morte dos meus pais. Então eu apaguei e acordei com uma louca me falando o que devo fazer ou não, me dizendo coisas que já sei! E ainda por cima achando que pode simplesmente me jogar em uma maca e fazer sei lá o que comigo! – as palavras saem tão rápidas pelo nó na minha garganta que chega a doer – Chega disso, por favor... olha quando eu acordei na enfermaria depois do incidente do corredor, eu pensei, o que eu vou fazer da minha vida? Tudo que eu tinha se foi...mas eu me lembrei de meus pais e lembrei que ainda tenho uma vida, eu tenho que fazer algo útil com ela! Meus pais gostariam disso... Então eu reuni o resto... O resto que sobrava de força em mim e...e...e – senti algo escorrer pelos meu braços me tirando do estupor . Olhei para baixo e vi pequenas marcas úmidas pela extensão do vestido. – E tem mais essa – digo limpando as lágrimas com força – eu não consigo nem controlar minha emoções direito. Mas eu tenho que voltar para minha vida, minha rotina. Talvez eu só precise de normalidade – termino.

A Rainha América me encara por um segundo e seus olhos brilham levemente, mas não um brilho de felicidade, mas um brilho de compaixão, tristeza, carinho, fazendo meus olhos arderem mais. Por fim ela se inclina e me abraça com força.

–Não se preocupe. – sussurra em meu ouvido – Você poderá ir embora. – diz acariciando meu cabelo.

– Obrigado. – sussurro de volta.

–Só peço que fique um tempo conosco aqui. – ela se afasta um pouco para me olhar. – Pode ser? – pergunta. – Só até termos certeza que você estará bem sozinha. – a encaro por alguns minutos, ela esta me oferecendo o que eu quero, então porque estou me sentindo um pouco incomodada com isso? Empurro o incomodo para longe, minha cabeça irá explodir se eu tiver que pensar mais.

– Tudo bem. – respondo por fim a abraçando de volta.

América e Aspen acabam embarcando em uma conversa e eu adormeço enrolada na poltrona.
Alguém me carrega para alguma cama porque eu acordo enrolada em vários lençóis sedosos e com uma dor de cabeça insuportável.

– Alguém? – pergunto em um sussurro.

Silencio. Aonde eu vim parar? Oh não, será que toda vez que eu dormi não vou lembrar aonde vim parar?
Levanto-me tonta da cama e cambaleio pelo quarto atrás de algum interruptor e o que eu encontro é meu dedinho na quina de algum movél.

– OH NÃO! – grito dando pulinhos pelo quarto com dor.

A porta se escancara jorrando luz natural clara no quarto e um garoto de cabelos loiros invade meu quarto como se o mundo estivesse caindo e logo o reconheço.

– o que esta acontecendo senhorita?! – diz Parker alarmado olhando pelo quarto.

–OOOH ! – grito assustada levantando as mãos – Olá para você também! – digo fazendo uma careta.

– Eu escutei um grito e...

– Eu bati meu dedinho em alguma quina.. – esclareço levantando meu pé aonde se encontra um dedinho vermelho – E não foi legal...

– Oh sim.. – diz Parker se acalmando e parecendo um pouco constrangido – Me desculpe. – diz fazendo uma pequena reverência – Um bom dia para a senhorita. – e sai do quarto.

– Espere. – grito. Ele para e dá meia volta – Onde estou? – pergunto.

– Em um quarto... – diz meio incerto sobre a resposta – No palácio. – complementa.

– Sim, sim. – digo – Eu sei, só estava conferindo. Que horas são? – pergunto.

– Oito e meia, senhorita. – responde olhando no relógio de pulso.

– Certo, e quando eu vim para cá?

– Ontem à noite. – diz - O senhor Aspen a trouxe e disse para que pelo menos um guarda ficasse em sua porta, para qualquer problema eventual que pudesse vir acontecer. – responde profissionalmente.

– Hm, entendo. – falo me sentando na cama. Olho para baixo e reparo que estou usando um pijama de algodão com nuvens composto por uma calça e uma blusa de alça. – Oh meu Deus! – exclamo – Como você não ficou cego ainda? – pergunto irônica – Eu devo estar horrível e com um pijama de nuvens! Não deve ser uma visão agradável... – digo fazendo uma careta. Parker dá um leve riso e eu o acompanho.

– O café da manhã será as nove, senhorita, – me informa – caso queria comer algo...

– Certo! – respondo – Obrigado Parker.

– As disponhas. – diz. Ele se inclina para esquerda e a luzes se acendem, em seguida ele sai puxando a porta junto.

– Obrigado. – murmuro.

Olho em volta e percebo que já estive nesse quarto antes. Sim, quando eu me arrumei para a festa! Levanto-me da cama e dou uma olhada no quarto com calma e percebo que há uma sacada ao lado direito da cama que eu não havia percebido antes. O guarda a roupa, a cama e a penteadeira estão do mesmo jeito que antes a única coisa que foi colocada de nova é uma escrivaninha toda entalhada em desenhos de instrumentos, ando até ela e passo os dedos por cima dos desenhos feitos... tão minuciosos e delicados. Olho em cima e vejo uma bolsa preta e três estojos de instrumentos organizados em cima da escrivaninha, pego o primeiro estojo em formato de violino e o abro. O violino do meu pai!
Passo a mão por suas cordas e depois o abraço suspirando... meu pai gostava tanto desse violino. O guardo de volta antes que as lágrimas queiram dar um ‘oi’, dou uma boa olhada na bolsa e percebo que ali dentro deve estar as coisas dos meus pais.

–Melhor não Heloise. – me advirto.

Depois de tantos altos e baixos, talvez eu só precise de um tempo para conseguir abrir essa bolsa sem me despedaçar em lágrimas, ou pelo menos, não ter outra crise e me jogar da escada.
Uma risada brota dos meus lábios e eu imediatamente ponho a mão na boca! Que isso? Como se fosse legal eu me jogar de novo! Realmente as coisas não estão bem com meu emocional.

Deixo de lado a bolsa e tudo mais e decido tomar um banho. Demora um pouco para mim entender como funciona o chuveiro, eu queria ter experimentado a banheira mas são tantas torneiras que achei melhor não , quando consegui fazer com que água caísse em uma temperatura razoável deixei que ela escorresse por mim, levando toda angustia, tristeza e pesar que havia nas minhas costas...devo ter ficado uns 20 minutos no banho porque quando saio falta menos de 10 minutos para a café da manha.

Corro até o armário e o abro atrás de algo que eu possa usar. Quando portas se abrem quase sou engolida pelas saias de vestidos que saltam para fora, quanto fru fru, penso. Começo olhando os vestidos da direita para a esquerda: muito rosa, flores demais, quanto brilho , muito tecido , como veste isso? , não , esse parece bom, pra que tantos bordados? ... por fim escolho um amarelo de alcinhas que a barra bate em meus joelhos, dou uma olhada nos sapatos que só incluem saltos, ou muito altos ou extremamente altos. Meu Deus o que vou fazer? Reviro os sapatos e acabo achando um coturno marrom bem escondido no fundo do armário.

– Maravilha! – suspiro os calçando e por incrível que parece eles encaixam perfeitamente.

Prendo meu cabelo molhado em um rabo de cavalo e saio do quarto.

– Parker? – chamo saindo do quarto.

Ele se encontra olhando por uma janela ao lado oposta do meu quarto. A luz da manhã reflete em seus fios loiros os deixando quase dourado, seu corpo parece tenso e seu rosto está em uma carranca como se ele tivesse comido algo que não gostasse. Ele percebe que eu estou o encarando e se vira pra mim com seus grandes olhos castanho claro.

– Pronta? – pergunta suavizando a carranca.

– Acho que sim... – digo insegura remexendo na barra do meu vestido.

– Vou leva-la para o salão. – informa e começa a andar para direita. – E alias, belos coturnos.

Dou um leve sorriso e começo o acompanhar pelo labirinto de corredores, eu não faço ideia da onde estou, mas Parker anda eficiente pelos corredores, descemos uma escada e logo percebo que estamos perto do salão aonde houve a festa mais invés de seguimos até lá paramos perto de outro salão, com a porta entre aberta vejo uma longa mesa retangular repleta de bandejas, janelas grandes com cortinas de um tom pastel alinhadas nos cantos, e penso ver um pedaço de uma calda de piano mas a porta bloqueia minha visão, mas o que mais me assusta no salão é a quantidade de pessoas, meu estômago chega a se retorcer de nervoso. Há pelo menos umas quinze pessoas sentadas na mesa, conversando, rindo, tudo tão natural. Sinto-me uma intrusa!
Parker percebe minha hesitação em entrar e se inclina na minha direção.

– A senhorita está se sentindo bem? – pergunta me avaliando – Você parece ao ponto de desmaiar. – me informa.

Fecho as mãos e sinto o quanto elas estão suadas, respira, fecho os olhos e tento me acalmar.

– Vamos embora Parker. – digo puxando seu braço enquanto começo a andar de costas para corredor – Há muitas pessoas lá, eu..eu... – gaguejo – Não consigo. Vamos. – ele me encara ainda relutante em vim.

– Mas... – ele começa.

– Não! – dou um puxão nele e de repente ele muda sua postura, mas eu não me importo. – Vamos. – choramingo em pânico e dou um passo para trás e sinto algo se chocar contra minhas costas.

– Opa. – alguém diz atrás de mim. Viro-me nervosa e dou de cara com o Príncipe a poucos centímetros do meu rosto.

–Al-Alteza. – embolo as palavras.

– Matthew – cumprimenta Parker naturalmente atrás de mim.

– E aí Parker. – diz de volta. – Olá pequena Heloise. – diz dando um passo para trás me dando espaço para me mover.

Dou uma olhada nele e percebo que ele acabou de levantar. Seus olhos verdes estão levemente vermelhos ainda e rosto claro mostra leves vincos de travesseiro pelas bochechas e seus cabelos castanho avermelhado se direcionam para todos os lados, tirando o fato que parece que ele levantou com a roupa que estava dormindo já que ele usa uma blusa branca amassada e uma calça de moletom simples.

– Ainda bem que eu cheguei antes de você entrar. – diz para mim – Minha mãe fez com que me acordassem cedo hoje. E hoje é sábado meu dia de folga! – ele esfrega as costas da mão nos olhos de um jeito desajeitado. Eu não digo nada e então ele repara que algo esta errado. – Oh não! – ele exclama – Você já tomou café da manhã com todos? Minha vai me matar pelo atraso. – ele bufa.

– Ela acabou de chegar. – diz Parker cruzando os braços. – E não quer entrar. – e inclina a cabeça para lado fazendo uma careta.

– Eu prefiro comer no quarto. – digo baixinho – Posso?

– Não me fizeram acordar cedo para tomarmos café da manhã todos juntos para você querer ir tomar café no quarto! - diz exasperado – Vamos pequena, vamos tomar café da manhã. – e sem esperar resposta ele segura no meu pulso e começa a me puxar.

– Não! – puxo meu braço de volta o soltando. – Vou voltar para o quarto, por favor, me leve de volta Parker. – digo me virando para o Parker. Ele me olha meio indeciso entre me levar ou não, e isso me irrita!

– Tsc,Tsc. – soa Matthew – Está dispensado Parker, pode voltar ao trabalho. – Parker me lança um olhar de desculpas e dá as costas para mim.

– Não! – protesto.

– Sim! – protesta de volta o Príncipe. – Sério, vamos entrar. Eu não acordei cedo para nada! – resmunga.

Bato o pé no chão e viro de costas para o Príncipe e começo a andar para qualquer direção. Sinto um braço rodear minha cintura e me levantar do chão. Olho para baixo e vejo o braço do príncipe tencionado na minha cintura me levantando como se eu fosse uma pluma.

– Ei! – esperneio – Me ponha no chão – digo nervosa.

– Espere só um momento, que eu até te ponho sentada em uma cadeira. – diz rente a minha nuca deixando meu corpo tenso.


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