The Consequences escrita por Karol Eaton


Capítulo 6
Chapter 6


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer as meninas que comentaram e me deram força para continuar :3 è muito importante os cometários de vocês!
Também queria pedir desculpa se tiver algum erro de ortografia,meu word ta meio louco!
Enfim, vamos a leitura!



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A primeira coisa que sinto é o cheiro de lavanda que me rodeia, inspiro devagar. Eu devo estar na enfermaria de novo, já que eu me cortei na mesa e vomitei no tal rapaz chamado Julian.
Decido não abrir os olhos e ficar pensando em tudo que houve, as coisas rodeiam tanto na minha cabeça que é difícil eu conseguir por todas as lembranças em ordem, mas pelo menos eu sei em concreto o que houve...meus pais se foram e estou a duas semanas desacordada,quer dizer, estava. Eu acharia melhor continuar desacordada pelo resto da vida, me pouparia sofrimento,mas cá estou eu em uma enfermaria com os braços cheios de curativos.
Eu não faço ideia do que vou fazer quando abrir os olhos, vou pegar minhas coisas e ir embora? Aquele tal de Aspen disse que eu não estaria sozinha, será que ele vai querer que eu fique aqui?
NÃO! Eu não vou ficar aqui!
O que meu pai diria pra mim agora?O que ele faria?
Concerteza ele estaria me dando uma bronca pela minha fraqueza, dizendo que eu ainda tenho uma vida e eu não posso desperdiçá-la -la.
Uma vez eu perguntei ao meu pai o porquê dele tanto trabalhar e ele me disse "Porque meu bem, eu quero te dar um futuro ou pelo menos começar a construi-lo. Nos fazemos sacrifícios por aqueles que amamos,sempre se lembre disso Helo!"

Eu devo um sacrifícios a eles, sacrificar minha dor e continuar a minha vida!
Sim,eu já sei o que fazer!

Depois de todo um debate na minha cabeça decido abrir os olhos e encontro a mesma enfermaria de antes, mas agora com mais pessoas perambulando por ela.
Uma garota com cachos pretos e olhos castanho que vinha trazendo uma caixa nota que eu estou acordada e caminha ate mim com um sorriso doce e meio afetado.

– Vejo que acordou senhorita Heloise! – ela deve ter uns 19 anos e pela roupa é uma enfermeira – Como se sente? – pergunta prestativa.

– Muito bem. – digo.

– Que bom , eu vou chamar a doutora Patrine para dar uma olhada no seu estado. Descanse mais um pouco – e sem esperar minha resposta ela da minha volta e continua a andar.

– Que bom,vou chamar a doutora Patrine para dar uma olhada no seu estado, blá blá blá – imito a voz dela com desgosto.

Meu humor não está bom para pessoas prestativas hoje!

Levanto-me e sento na ponta da cama, argh, continuo com uma camisola branca. Olho na cômoda do lado da minha cama, e quase brilho de alivio, há algumas peças de roupa ali.Caminho até lá e as levanto para ver...é um vestido azul claro comprido com um decote quadrado todo bordado. Do lado aonde se encontrava o vestido há um par de delicadas sapatilhas pretas que combinam com o vestido.
Pego-as e me viro para procurar um lugar para me vestir.

– Aonde a senhorita vai? – uma senhora de jaleco branco que deve beirar seu 40 anos por conta de vários fios brancos, surge do nada no pé da cama quase me matando do coração.

–Acho que para uma mesa cirúrgica depois de sua aparição do nada no pé da minha cama,senhora. – digo com a mão no coração para ilustrar minha fala.

– Vejo que está bem melhor, seu humor já até voltou! – diz com um sorriso. – E, aliás, prazer sou a doutora Patrine. – ela estende a mão, mas eu não faço menção de levantar a minha, então ela recolhe a dela como se nada tivesse acontecido.

–Eu não diria que isso é um humor senhora! Mas sim a falta dele e a presença da ironia. - respondo com um sorriso igual ao dela.

Minha mãe estaria surtando se me visse falar assim com alguém, mas eu não gosto de como essa doutora esta me encarando! Eu tenho a impressão que ela quer me analisar como um animal acuado e ver as minhas reações...

– Humor instável. - murmuro e escreveu na prancheta que esta em sua mão. – Heloise, temos muita coisa para conversa sobre seu estado de saúde físico e principalmente mental...

– Não quero saber. – respondo – Eu estou bem e estou voltando para casa! – aperto o vestido e as sapatilhas nos meus braços e começo a caminhar para o corredor da enfermaria.

– Não, você não esta bem, – diz vindo atrás de mim – e não, você não pode voltar no seu atual estado para casa, sozinha!

A palavra sozinha vem como um balde de água fria em mim, eu paro de andar e me viro para ela que se encontra com os olhos estalados para mim, sim, ela percebeu que passou dos limites.

– Eu sei o que devo fazer ou não doutora Patrine. – digo entre os dentes – Como você disse eu estou sozinha! Faço o que bem entender a partir de agora!

– Desculpa senhorita Heloise..eu não. – começa a doutora, mas eu a corto, não quero suas desculpas!

– Não diga nada. Obrigado. – e me viro e volto a procurar um lugar para me vestir. Droga não tem um banheiro por aqui?

– Eu sinto muito pelo o que disse, mas é a realidade! – essa mulher não vai me dar paz mesmo?! – Você não pode sair daqui, e mesmo que eu quisesse te dar alta a rainha América e o senhor Aspen me pediram para mantê-la aqui, por enquanto.

– Maravilha – simplesmente digo, estou tão irritada que nem sei mais o que falar. – Agora todos querem mandar em mim? – pergunto com raiva – Quer saber, aonde tem um banheiro aqui? Preciso tirar essa camisola de hospital ridícula! Ela esta me deixando louca.

A doutora Patrine balança a cabeça cansada de tentar me explicar a situação e aponta para uma porta perto de uma mesa á umas cincas macas da onde estou.

– Obrigada – respondo e ando até o banheiro.

Entro no banheiro e fecho a porta com força. Droga, agora todos acham que podem mandar em mim? Espere-me Aspen, você vai ver o que vou fazer com suas ordens!
Dou uma olhada no banheiro que é bem simples,tem um balcão de mármore branco com uma pia no centro e algumas gavetas em baixo, há um espelho oval pregado em cima da pia e uma argola clara a direita com uma toalha enrolada nela. O vaso sanitário se encontra a alguns passos á esquerda da pia.

Abro a torneira e jogo água no meu rosto até me sentir mais calma,tateio a parede com os dedos ate achar a toalha e seco meu rosto com ela. Quando levanto meu rosto e encaro o espelho eu vejo uma garota de olhos opacos, com um rosto magro, olheiras, lábios rachados e roxos pelas bochechas e testa, sem falar do cabelo que um dia pode ter sido claro mas que agora é só um monte de tufos sem vida desordenados na cabeça.

– O que aconteceu comigo? – sussurro encostando os dedos na minha imagem no espelho.

Abro as gavetas atrás de algo que eu possa usar, e acabo achando um pente de cabelo, um laço,e uma escova e pasta de dentes.Decido primeiro tirar a camisola doentia que eu visto e trocar pelo vestido,quando minha pele reflete no espelho tomo um choque, marcas roxas esverdeadas se espalham pelas minhas costelas,bacia e pernas...a visão me assusta fazendo com que eu puxe o vestido pela minha cabeça depressa. Coloco as sapatilhas e decido pentear o cabelo, o que se torna uma tarefa difícil, são tantos nós que tenho que segurar mecha por mecha para desembaraçar, quando termino pego o laço e faço um rabo de cavalo alto sentindo até um alivio no meu pescoço. Por fim escovo os dentes e bebo um pouco da água da torneira, esse banheiro esta começando a me sufocar!
Encaro-me no espelho e sinto uma pequena alegria, estou um pouco mais parecida com o que eu era antes, mas as marcas de cansaço e tristezas são visíveis a distancias...

Recolho a camisola do chão, guardo os objetos que usei de volta nas gavetas e abro a porta.Quase derrubo a camisola da minha mão com o susto que tomo!

– Eu estou começando a achar que, seriamente, vocês estão querendo me matar do coração! – Na frente da porta do banheiro estão parado 3 guardas carrancudos e a doutora Patrine ao lado.

– A doutora Patrine estava preocupada que algo tivesse acontecido com a senhorita no banheiro, ela queria que nós arrombássemos a porta. – um deles explica. Ele tem cabelos castanhos levemente bagunçados e grandes olhos verdes, seu rosto é bem desenhado, com as maças do rosto acentuadas, e um queixo meio quadrado e pelo caimento de suas roupas e sua altura, ele deve ter um físico exemplar também. Mas o que mais me chama atenção é o leve roxo em seu nariz, e eu logo o reconheço, é o garoto do nariz quebrado!

– Era só bater na porta e me chamar. È isso que as pessoas normais fazem. – digo irritada – E, aliás, você é o garoto do corredor, do nariz quebrado! – ele da um leve sorriso de canto, mas logo fecha a cara de novo.

– Sou o guarda Baker. – se apresenta oficialmente. – E esses são os guardas Parker e Clarck. – diz apontando para o guarda louro e depois para o guarda de cabelos castanhos claros com sardas.

– Eu lembro de vocês também! – digo me aproximando deles. Então todos aqueles garotos do corredor eram guardas! – Oh, como chama aquele em que eu vomitei mesmo? – tento pescar o nome dele em minha memória.

– Julian – o de sardas murmura.

– Sim! Onde esta ele? – pergunto. – Eu acho que devo algumas desculpas a ele. – digo meio envergonhada.

– Não necessita senhorita. – responde o loiro serio. – A senhorita estava passando por um momento difícil... – conclui.

– Muitos ‘ senhoritas’ em uma frase só! – dou um leve sorriso. – Me chamem de Heloise.E obrigado por me ajudarem do corredor. – agradeço – eu devia estar parecendo uma louca. – murmuro revirando os olhos.

– Não se preocupe senhorita Heloise. – responde Baker. – Já tivemos que lidar com coisas piores do que moças desorientadas. – responde sério, mas vejo o humor em seus olhos.

– Pelo jeito, sua hostilidade é um caso isolado. – constata a doutora, que até então estava em seu canto. – Só comigo. – declara com um certo pingo de raiva.

– Não entendo– faço de desentendida e me viro para porta de saída.

– Chega! – ela diz e me puxa pelo braço para uma das macas. – Eu nunca fui tão desrespeitada assim! – diz nervosa me colocando sentada na maca.

– Me solte! – eu grito e dou um puxão no meu braço fazendo com que ela perca o equilíbrio.

Pulo no chão e puxo meu braço de volta com força, soltando-o de vez. Vou pra cima dela juntando em seus ombros e socando a na parede.

– Não. Toque.Em.Mim.! – falo em um assobio raivoso. – Toque em mim de novo e eu quebro a sua mão! – digo olhando nos fundos dos olhos da doutora que parece em pânico.

Sinto um par de mãos me puxando pelos braços com rigidez e certa força, mas sem apertar meu braço demais.

– Se acalme senhorita. – diz pra mim Parker.

Vejo Baker correr para ajudar a doutora Patrine que me encara abismada. Pensou que eu fosse uma garotinha indefesa? Errou feio,querida!

– Acho melhor chamar o Aspen aqui. – sugere Parker ainda me segurando.

– Eu vou. – diz Clarck correndo apressado pela enfermaria.

– Cuide da doutora. – diz Parker eficiente para Baker. – Eu cuido da Heloise. – ele começa a me puxar para o fundo da enfermaria e por fim me põem sentada em uma maca.

– Pronto! – diz ríspido.

Encaro-o e sinto meus olhos se encherem de lágrimas, que merda é essa? Lágrimas? Meu corpo só pode estar de brincadeira!

– Não,não.. – diz assustado pela minha reação. – Não chore! – pede sem saber o que fazer. – Me perdoe.

– Cale a boca! – digo irritada enrugando as lágrimas com força. – Não era pra essas lágrimas estarem aqui! – Parker abre a boca, mas por fim a fecha.

Olho para trás e vejo onde se encontra a doutora e Baker, agora rodeados de pessoas aterrorizadas pelo que houve. Idiotas,penso, eu só empurrei ela na parede. Suspiro e me inclino para frente apoiando meus cotovelos na coxa.

– Tudo bem? – testa Parker sentando em uma cadeira a minha frente.

– Sim. – respondo – Isso me relaxou.

– Ameaçar a doutora, ou empurra-la na parede ou chorar? – pergunta tentando fazer um humor.

– As duas primeiras alternativas. – respondo revirando os olhos. – Ela já estava me tirando do sério, falando toda hora na minha cabeça, achando que pode me analisar! – jogo meus braços pra cima. – Eu não sou um objeto de pesquisa, eu não preciso dela me lembrando de que sofri uma perda e tenho problemas.Eu já sei de tudo isso. – balanço a cabeça deprimida.

– Ela é meio louca mesmo. – diz me reconfortando – Aqui há duas médicas Patrine e Sarah, digamos que a denominamos, medica má e medica boa. – eu dou risada e ele continua a falar. – Mas olha, Patrine é meio mandona, mas é uma das melhores médicas da região, ela só quer cuidar de você...

– Só que eu já disse. Não quero!

– Ela é mandona, lembra? – diz dando de ombros – Ela não vai desistir.

– Só lamento por ela – respondo entediada.

O silencio cai sobre nós, e os únicos sons que escuto são os murmúrios das outras pessoas envolta de Patrine.Irritantes.

– Parker? – chamo.

– O que? – pergunta.

– Eu quero sair daqui, por favor. – peço.

– Eu não posso...

– Pode ser o corredor. – digo – Só vamos sair daqui.

Ele me encara e se levanta. Eu pulo da cama e sigo ele pela enfermaria. Passamos por Patrine que esta sentada em uma cadeira com um copo de água na mão, ela me vê andando de encontro a ela e começa a tremer, passo por ela e murmuro:

– Buh. – fazendo ela se espremer mais na cadeira.

Parker balança a cabeça e me empurra para frente até sairmos.

– Você – diz apontando para mim – provoca as pessoas.

Faço uma careta para ele e me sento no chão do corredor encostando a cabeça nos joelhos...bem melhor sem aqueles murmúrios irritantes, eu sei que não devia ter ameaçado a doutora mas minhas emoções estão em uma corda bamba, seja rude comigo e toda minha raiva vem a tona ou seja um pouco rígido e lágrimas vão aparecer.
Claro, que a doutora tem razão sobre mim,eu estou destruída mentalmente, minhas memórias estão embaralhadas, emoções confusas, as coisas realmente estão difíceis pra mim. Mas parece que ninguém entende que eu quero só minha casa,o aconchego, o silencio e a paz do meu lar...só quero estar só! Sem pessoas me dizendo o que devo ou não fazer...


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