Dolovan Breus escrita por Roma


Capítulo 13
Elsa


Notas iniciais do capítulo

Capítulo um pouco monótono, mas é importante para o desenrolar da estória. Enfim. Aí está!



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ELSA

O edifício parecia muito moderno para o ambiente que o cercava. Tinha cerca de oito andares, e a fachada era de uma espécie de vidro branco. Diante dele havia asfalto, e alguns carros estacionados. Haviam algumas árvores ao lado da entrada principal, e o último andar era uma estufa. Elsa olhou ao redor, comparando o prédio com o chão enlameado, e se perguntou como os carros haviam passado pela lama sem empacar. Deu de ombros, e entrou logo atrás de Sandy e Sal. O saguão principal era esplêndido, o teto sustentado por pilares jônicos, chão de ladrilhos brancos... No balcão principal havia uma garota de pouco mais de dezoito anos, cachos louros presos para trás por uma série de grampos e perfeitamente maquiada. Ela gesticulou para que se aproximassem e se levantou.

– Sal? – a garota ergueu uma sobrancelha. – Depois você me fala. Ele os está esperando no quinto andar, porta 567.

Sal assentiu e o grupo seguiu até um elevador. Subiram em silêncio, Frost mantinha o olhar fixo na parede, com a expressão consternada. Ninguém parecia notar. O elevador parou e eles andaram até a porta específica. Estava aberta. No interior do cômodo havia uma escrivaninha com três cadeiras acolchoadas, uma estante e uma grande janela. Um homem estava voltado para a janela, e virou-se ao ouvi-los entrando. Sorriu.

– É uma honra recebe-los aqui outra vez. – ele pareceu ignorar o fato de que todos pareciam tensos, e de que Sal tinha os olhos inchados. Esfregou as mãos uma na outra e tomou assento, convidando-os a tomar também – embora só houvessem mais duas cadeiras. Noel e Sal se sentaram. – Está um belo dia hoje.

– Vamos direto ao ponto, Lawrence – Noel disse, a voz cansada. Elsa não o conhecia, mas tinha certeza de que não gostava daquele homem. Sal garantira que ele fornecia a maioria das coisas das quais eles precisavam, mas Elsa não via como alguém como ele faria algo útil. A expressão dele se endureceu e ele assentiu, o sorriso amistoso – e falso – desaparecendo.

– Qual é a encomenda dessa vez? – ele perguntou, em tom monótono.

– Planejamos invadir uma base militar em Dubai. Precisamos de armamento nível quatro e de algo que se adapte a cidade, não queremos suspeitas. – Sandy disse por Sal, que parecia não querer falar muita coisa.

– O que fazem da vida? Só me pedem armamento e dizem que vão invadir bases militares. São o quê? Comunistas? Terroristas?

– Só diga de quanto vai precisar – cortou Frost, secamente. Ele suspirou e olhou para o vampiro por cima dos óculos de garrafa. Esfregou as mãos outra vez e puxou uma calculadora para perto de si. Fez algumas contas em silêncio e anotou alguns números em uma folha de papel. Ergueu o olhar.

– Sete mil e noventa e três. – disse, devagar. Paco riu nervosamente.

– Muito boa.

– Não estou brincando. – o homem disse, friamente. – O que estão pedindo é coisa pesada, e já dei muitos descontos por pura generosidade antes. Essa é a quantia. Se não quiserem, não há trato.

– Por favor, Lawrence – a voz de Noel era tensa – Sabe que não conseguimos alcançar esse orçamento.

– Noel. Não estou negociando. Essa é a quantia. – Lawrence disse, bruscamente.

– Qual é. Estamos fazendo isso por um bem maior. Não dá para ajudar? Por favor! – Elsa disse. Lawrence ergueu o olhar.

– Não estava com eles da última vez.

Ela balançou a cabeça negativamente, subitamente considerando falar uma má ideia. Ele sorriu amistosamente – embora ela visse algo pérfido por trás daquele sorriso – e gesticulou para que ela se aproximasse.

Ela balançou a cabeça negativamente.

– Não me venha com “qual é”, sim, senhorita? – o sorriso desapareceu. – E com essa, ficam sete mil e noventa e cinco.

Ela tapou o rosto com a mão e suspirou. Voltou-se para os outros, devagar.

– Posso ficar sozinha com ele? – disse, baixinho. Eles os deixaram, hesitantes. Quando fecharam a porta, ela comprimiu os lábios e sentou-se.

– Olha. A minha irmã corre perigo de vida. Eu preciso desse armamento. Dê um preço mais baixo. Por favor. – ela disse, devagar. Ele esfregou a mão no rosto.

– Por que eu ajudaria? Quer dizer, o que eu tenho a ver com a sua irmã? – ele sorriu cinicamente, e ela rangeu os dentes. Revirou os olhos.

– Eu faço o que quiser.

Ele pensou por um instante.

– O que eu quiser?

Ela hesitou, e assentiu. Ele sorriu.

– Muito bom então.


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Notas finais do capítulo

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