Amortentia escrita por KindestHuntress


Capítulo 1
Potion


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic MMAD, e lá vamos nós :3 Inspiração de última hora, e acredite, soa estranho até para mim. E cá entre nós, isso quer dizer alguma coisa *blushes* Framboesa, minha diwa, obrigada!



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X.x.x.x.x 1 - Potion

De certa forma eu estava feliz naquele dia. Não que os bagunceiros da escola fossem alegrar minha manhã, é claro, mas havia alguma coisa que eu não conseguia identificar que me deixava estranhamente contente. E pior (pior, sim, pois todo o tipo de boato devastador corria quando um professor estava alegre demais ou até... Bem, não vinha ao caso naquela hora), um sorriso discreto, mas perceptível, dançava em meus lábios contra minha vontade.

Era quase a hora do almoço, e minha aula com o quarto ano (Hufflepuff e Slytherin) estava acabando, para o meu bem. Expliquei os últimos conceitos sobre a matéria e finalmente os liberei, arrumando vagarosamente minha pilha de pergaminhos com trabalhos dos alunos. Dei alguns suspiros, sem nem mesmo saber o por quê. Uma brisa suave entrou pela janela aberta e eu fechei os olhos por um momento, sentindo o vento acariciar meu rosto e pescoço na manhã ligeiramente quente.

Quando abri os olhos, surpresa por ter sido chamada a atenção por um pigarro, dei de cara com meu bom amigo Albus. Ele sorria, parecendo até infantil ao olhar para mim alegremente. Devido meu estado de espírito eoutra coisa, meu sorriso se alargou ao ver o dele e levantei, apressada.

Apressada, não. Nervosa, ligeiramente ansiosa até. "Sentimentos" involuntários que sempre vinham quando eu encontrava Albus. Há anos que digo a mim mesma que são por causa do respeito e admiração imensos que sinto por ele. Foi meu professor, e durante esses últimos anos, meu colega de trabalho. Eu poderia dizer algumas outras razões, mas não tenho certeza se... Se seria correto dar nomes a essesmotivos.

- Olá, Minerva. - Cumprimentou-me ele, estendendo a mão para pegar a minha. Mantinha o sorriso e algo estranho nos olhos...

Ansiedade?

- Olá, Albus. - Falei, observando-o depositar um beijo em minha mão direita antes de continuar.

- Creio que estava tendo um bom dia, não?

Arqueei uma sobrancelha, tentando apagar o sorriso de meus lábios (não fui muito efetiva em minha tentativa). Juntei as mãos em frente ao corpo, cruzando os dedos para evitar mostrar o quão nervosa estava. E estava bastante.

- Ah, não exatamente, você sabe. - Fiz um gesto para os pergaminhos - O que lhe faz pensar isso?

Albus balançou a cabeça, sorrindo. Começou a olhar ao redor, como se estivesse fugindo do assunto,fingindoexaminar a decoração. Suspeito, já que a sala nem estava tão diferente quando ele mesmo era professor.

- Então, gostaria de me acompanhar até o Salão Principal? - Convidou sem me olhar, examinando uma de minhas estantes com livros velhos. Tocou alguns exemplares de forma rápida.

E eu, sem responder à pergunta, notei um cheiro estranho na sala. Estranho, não, mas... Inebriante. Atrativo. Procurei a fonte, e não encontrei nada em minha busca imóvel. Lembrei de respondê-lo tardamente.

- O quê? - Perguntei, confusa.

- Me acompanhar, Minerva. Até o Salão Principal. - Repetiu divertido - Tem certeza que seu dia não está sendo ótimo? Pois acredito que está distraída por isso.

Ele riu, pegando minha mão novamente. Eu o encarei, ainda sentindo os maravilhosos aromas. Se misturavam, mas mesmo assim eu conseguia senti-los e identificá-los facilmente, o que era mais estranho ainda.

- Claro que poderia acompanhá-lo, meu caro. - Disse, sorrindo, olhando para seu rosto - Mas, você não está sentindo isso? Esse... Cheiro?

Albus me encarou parecendo por um segundo preocupado, mas no instante seguinte me olhou por cima dos óculos meia-lua. Deu batidinhas em minha mão antes de passar seu braço sobre o meu, mantendo-me ao seu lado como normalmente fazíamos, e responder, fazendo uma de suas brincadeiras:

- Juro que não fui eu, professora. Nem ao menos almocei!

Rimos e começamos a caminhar calmamente, comentando o dia bonito e fresco que fazia, seguindo para o Salão Principal.

X.x.x

Mesmo com meus protestos e meus argumentos de que ele não devia se dar ao trabalho, Albus me acompanhou novamente até minha sala, contando pela quarta vez sobre o ocorrido de quando um garçom distraído derrubou Firewhisky em suas roupas em sua última visita ao Caldeirão Furado. Ria bastante e eu, ainda desconfiada ao continuar sentindo a essência misteriosa (e fantástica, apesar de minhas crescentes suspeitas), ria junto com ele toda vez que tornava a contar mesma história de maneiras diferentes.

- Hm, Professor Dumbledore? - Chamou um aluno quando passou por nós. Albus levantou um pouco a cabeça, incentivando o jovem a continuar - Suas vestes estão molhadas. Ali.

Ele apontou uma marca consideravelmente grande na região do peito de Albus, bem escondida debaixo da barba longa, que, nas vestes azuladas de meu amigo, adquiriu uma coloração roxa. Me inclinei um pouco na direção dele e senti uma concentração maior dos aromas que me atormentavam os sentidos. Todos.

- Albus! - Exclamei, surpresa. Ele se afastou de mim, agradecendo o aluno que o tinha avisado, parecendo ainda mais nervoso - O que está fazendo com essa poção no bolso?!

Eu também me afastei, apoiando-me na parede para não perder o equilíbrio. Agora que era óbvio, poderia ser mais perigoso para mim. Controlar certos impulsos estava um pouquinho difícil naquele momento, principalmente a vontande insana e terrivelmente tentadora de abraçá-lo e... Por Merlin, Minerva! Não conclua o pensamento!

- Minerva, tente ficar calma... - Albus respirou profundamente e eu ofeguei. Levantou as mãos em sinal de rendição e retomou o discurso - Não há nada demais. Eu estava agindo como entregador e...

Franzi o cenho, um pouco ofendida. Por que raios eu iria querer Amortentia?! Eu o interrompi, retomando a postura, pronta para me trancar na sala.

- Não precisa, Albus. Eu não quero uma poção do amor, e mesmo se algum dia isso me passasse pela cabeça, eu mesma a faria. Agora, se me der licença... - Fiz menção de entrar na sala, mas Albus agarrou meu braço, estranhamente constrangido.

- Perdoe-me, Minerva... Suponho que Horace tenha achado bom presentear a professora de transfigurações com um frasco de Amortentia. Eu não quis ofendê-la, por isso mesmo nem havia lhe entregado este frasco. Creio que tenha rachado quando tropecei esta manhã em meu escritório, que coisa...

Albus fez uma careta ao tirar o frasco rachado do bolso dentro da túnica. Horace e suas ideias. O que eu faria com um vidro de Amortentia?!

- Pois diga a Horace que... - O diretor pigarreou, advertindo-me contra meu tom exaltado. Amenizei a expressão irritada - Diga que agradeço, e que ele não precisa mais se importar em preparar poções desnecessárias para mim. Me dê isso aqui.

Tomei o frasco com líquido rosa das mãos de Albus e notei a pequena rachadura no fundo. Reparei-a com o feitiço simples e a guardei no bolso. Albus me encarou surpreso, com a varinha na mão.

- Darei um fim nisso, não se preocupe. - Dei uma batidinha leve em meu bolso, olhando para Albus - À propósito, obrigada por ter me acompanhado até aqui. Tenha uma boa tarde.

Entrei em minha sala e tranquei a porta, vendo por último um Albus Dumbledore completamente confuso.


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