Muitos achavam que Dean não possuía fé. A verdade é que a vida o fez acreditar que não havia ninguém a olhar por ele; se quisesse viver, a única coisa que tinha que fazer era carregar sua arma e atirar.

Foi assim que cresceu; vendo o pior lado do mundo e lutando contra ele. O negócio da família.

E quando foi para o Inferno, enquanto suplicava por ajuda, em sua mente ressoava que tudo se resumia aquilo. Não havia Céu. Não havia um Deus e nada do que os crédulos gostariam que existisse.

Ao voltar à vida, pensou logo que era obra de um demônio e quis matar o maldito. Porque era assim que as coisas funcionavam para ele, sempre existiria um ser das trevas agindo nos bastidores.

Contudo, o responsável não era um demônio, era um anjo.

Um anjo que não só provou que havia sim quem olhasse por ele, como também ganhou sua confiança. Sua fé.

Pois Dean Winchester era um crédulo e acreditava em Castiel, porque ele não mentia e sabia disso só de olhar em seus olhos.

Eram azuis. Límpidos, sinceros e serenos.

Sempre que os via, Dean sentia, ou melhor, queria ser uma pessoa melhor. Inspiravam-lhe confiança e lhe davam fé de que as coisas poderiam terminar bem.

Amava os olhos dele.

Por isso vê-los tão triste lhe agoniavam. Era como um oceano de medos e aflições; um infinito desespero.

E quando perguntou para onde ele queria ir, Dean só pensava em como faria para afastar todos os pensamentos ruins da mente dele.

O levaria para ver o mar; as estrelas. Faria chover em Marte e lhe daria uma criação de abelhas se isso fosse garantir que Castiel não sentisse mais tristeza.

Pois, para ele, a maior alegria era ver seu anjo feliz.