Jaspers Diary escrita por Lulu Andrade


Capítulo 8
Propósito


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não é assim tão longo, mas muito explicativo sobre o tempo solitário de Jasper



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 Já havia quinze anos que eu tinha me afastado de Maria. Éramos três nômades rondando pelas cidades, corríamos pelas florestas pela manhã, assim evitávamos ser vistos por humanos e nos alimentávamos pela noite, principalmente dos andarilhos das estradas pouco utilizadas que existiam. Era muito bom viver com Peter e Charlotte, mas sempre me sentia incompleto, havia algo dentro de mim que pedia um propósito. Essa dúvida pairava sobre minha cabeça e parecia que duraria o mesmo que minha vida: uma eternidade. Eu vivia desgosto com os sentimentos de minhas vítimas. Eu olhava para elas e pensava que um dia havia sido humano, que minha família ainda era viva e como eu odiaria se alguém como eu cruzasse o caminho deles. Eu me via numa encruzilhada, eu sabia que era um monstro, mas não tinha como não o ser. O clima de amargura me dominava e tornava inconveniente a minha presença em nosso grupo, pois eu contaminava qualquer felicidade com meu ânimo. Tomei minha decisão.


- Peter, Charlotte, quero que saibam que tomei uma decisão, hoje mesmo irei embora.


- Não me diga que você vai voltar para Maria? – Peter me perguntou.


- Não, mas preciso encontrar o que está faltando dentro de mim e sinto que essa busca eu devo fazer sozinho.


-Não deixarei você ir embora! – Peter disse decido


-Pete, eu sei que ele precisa disso, você precisa deixar o Jazz encontrar o seu próprio destino. –Charlotte acabou por convencê-lo com essas palavras.


Eu fui embora e vaguei sozinho por muito tempo, já nem contava mais, eu era um moribundo, estava alheio ao mundo. Me classificava como um parasita maldito e me alimentava o suficiente para ficar vivo. Triste de quem fosse minha vítima. Eu andava com uma roupa que roubei de uma casa. Uma capa camurça, uma blusa branca de linho, uma calça preta e botas. Eu quis por muitas vezes ser “humano” novamente. A noite eu freqüentava locais públicos, mas não passava mais de trinta minutos, pois o cheiro de sangue me enlouquecia. Era nessas horas que eu corria para a escuridão da floresta e urrava com todas as minhas forças.


Por que eu existia?Para quê?


Este ser sem alma, assassino de homens, mulheres e crianças!!!


Mesmo assim eu não desistia de me aproximar dos humanos, decidi que daria um jeito de ser um. Um dia entrei em um bar e uma garçonete me perguntou o que eu desejava, respondi que queria um copo de café. Ela seguiu para o balcão e de lá eu a vi. O que era ela? Eu admirava aquela moça de traços finos que sorria para mim. Seus olhos emanavam tanto amor, eu me senti COMPLETO!!! Essa princesa foi o bálsamo instantâneo para minhas dores. Ela pulou do banco e veio em minha direção, se eu tivesse um coração pulsante, ele bateria a mil por hora.


- Você me deixou muito tempo esperando


- Me desculpa senhorita – eu respondi tentando agradá-la.


Ela tocou em minha mão e me puxou mais pra perto, eu senti minhas mãos aquecerem, eu nem sabia que alguém assim como eu poderia sentir algo tão humano. Nós nos levantamos e ela me levava para algum lugar, que eu mal sabia aonde era, mas com certeza eu a seguiria por toda a eternidade.


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Notas finais do capítulo

e aí o que acharam???
a qtdade de reviews aumentou, mas galera, vamos comentar, indicar e mandar reviews, nigm vai morrer por causa disso e els me inspiram pra escrever os próximos, então por favor me retornem