Fallin' For You escrita por Priy Taisho


Capítulo 1
Fallin' For You - Capitulo Unico.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeey gente, mais uma one-shot, UHUL *-
A música da one, assim como o titulo é Fallin' For You - Colbie Caillat, porque as músicas dessa mulher são apaixonantes, sinhô!
Espero que vocês gostem.
Boa leitura. ♥



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Noite de quinta feira, estava frio e o barulho da chuva ecoava do lado de fora da cafeteria. A porta foi aberta e o toque do sininho fez com que ele dirigisse o olhar em sua direção.

A garota – de estranhos cabelos róseos – ajeitou a boina cinza e puxou as mangas do moletom vinho até que essas cobrissem suas mãos. Puxou a bolsa do ombro e se dirigiu até a mesa ao lado da janela, fixando seu olhar nas pessoas que passavam apressadas, algumas com guarda-chuvas coloridos, outras sem.

- Parece que alguém ta de tpm... - direcionou seu olhar para o irmão mais velho, que por instantes havia deixado de mexer no celular.
- Itachi. - Mikoto disse seu nome em tom repreendedor, passando por eles com uma bandeja. A mulher possuía as madeixas negras, e os olhos negros expressivos, características típicas da família Uchiha.
A matriarca olhou para os filhos que ainda observavam a moça estranha. Talvez ela estivesse esperando alguém.
-Vai ver está fugindo da chuva. - Sasuke murmurou para si mesmo, enquanto bagunçava os próprios cabelos num gesto nervoso. - Você vai. - avisou o irmão que revirou os olhos.
- Não mesmo! - Itachi protestou. - Você não levanta esse traseiro branco da cadeira há horas - Sabia que estava exagerando, mas que mal havia nisso? - E eu preciso encontrar o...
- Presente perfeito pra sua namorada - Sasuke completou com a voz anasalada. - Fala sério! É só um maldito dia - resmungou se levantando ao ver que Mikoto estava substituindo o sorriso -que era direcionado aos clientes- por uma carranca assustadora.
- Vou te dar um super Bond, maninho - Itachi riu e desviou quando um bloquinho de notas foi jogado em sua direção. - Ouch, bixa mal humorada. - sorriu amarelo ao ver a expressão do outro. - Eu disse: Que vista mais embaçada. - corrigiu o que havia dito e suspirou quando Sasuke começou a ir em direção da mesa da cliente, que nem ao menos fez menção de se virar quando ele se aproximou.
- Boa noite, deseja alguma coisa? - Sasuke falou em tom cordial, franzindo o cenho quando a moça continuou da mesma forma. - Senhorita? - talvez ela fosse surda.
- Um café e um amor, quentes, por favor. - Ela havia se virado, sua voz soara indignada e seus olhos (os mais verdes e brilhantes que ele havia visto) demonstravam frustração.

- Certo – concordou sem prestar muita atenção e deu as costas indo preparar o pedido. – Pera... O que? – parou próximo ao balcão.

- Que foi? – Itachi perguntou curioso ao ver a expressão do irmão. Sasuke estava encarando algo que ele não conseguia ver, um ponto fixo no chão, enquanto murmurava coisas inteligíveis. – Sasuke?

-... Então gerou uma explosão que...

- SASUKE!

Sasuke ergueu o olhar e o encarou confuso. O que diabos Itachi queria?

- Tá delirando? – inclinou-se sobre o balcão fingindo preocupação. – Posso chamar os psiquiatras?

- Você pode ir se ferrar sambando e jogando confete- Sasuke ironizou sacudindo as mãos - Estou pensando em como atender um pedido. – foi para a cozinha e Itachi o seguiu, observando-o preparar um cappuccino e com uma leiteira ia formando desenhos sobre o café com o auxilio de um palito, que no momento, ele não conseguiu identificar. Pegou algumas caldas, chocolate e instantes depois sua mais nova obra-prima estava completa.

- Um coração? – perguntou observando a figura quando o irmão se afastou para buscar alguns brownies. – Precisava de tudo isso? – era algo detalhado, que mesclava suas cores e possuía várias... Carinhas felizes? Ao seu redor. – Aquela garota pediu isso?

- Não. – Sasuke respondeu simplesmente arrumando tudo sobre uma bandeja. – Ela pediu café. – deu ombros e pegou a bandeja, preparando-se para sair quando Itachi parou em sua frente novamente. – Que? – o irmão estava começando a irrita-lo.

- Ela só pediu um café? – arqueou as sobrancelhas e cruzou os braços. – Mas que super produção é essa? – deu uma risada sarcástica.

- Cala a boca.

- Que garotinho atrevido. – Itachi reclamou em voz alta colocando as mãos na cintura ao ser deixado sozinho pelo Uchiha mais novo. – Isso é falta de surra com uma colher de pau, com certeza. – resmungou não percebendo a presença de Mikoto. – Se minha mãe tivesse me escutado e dado umas boas chineladas, mas daquelas pra fazer ele ir até o Japão com uma passagem só de ida e...

- Itachi? – Mikoto perguntou como se não estivesse acreditando. –Quer parar de falar sozinho e ir fazer alguma coisa que preste? – estreitou os olhos e ele assentiu engolindo em seco, pegou um pano de prato e começou a secar a pilha de louça – Isso é obrigação do Sasuke! – reclamou para a mãe.

- Tá achando ruim? – Itachi assentiu pensando que aquilo mudaria a opinião da mãe. – Pega um cartaz e protesta. – a mulher começou a rir de forma escandalosa. – Agora seca essa louça. – mandou antes de sair da cozinha.

Por que ele estava levando tudo aquilo?

Era uma pergunta que não saía de seu pensamento a cada passo que dava em direção a mesa. A garota de cabelos róseos – mais visíveis agora, que ela tirara a boina – havia voltado a encarar a janela, apoiando o rosto nas mãos e mais uma vez, não tinha notado sua presença, talvez ela tenha o ignorado de proposito já que ele, pelo menos, conseguia ver seu reflexo através do vidro.

- Senhorita? – chamou estreitando os olhos. – Aqui está seu pedido. – avisou depositando a bandeja cuidadosamente sobre a mesa.

Ela se virou vagamente e encarou o que ele havia trazido confusa. Aquilo definitivamente não era o que ela havia pedido.

- Você se confundiu – os olhos verdes finalmente encararam os seus. – Eu não pedi tudo isso. – acrescentou indignada.

- Tem razão – Sasuke respondeu cruzando os braços – Você pediu algo impossível de ser realizado, então se contente com isso. – deu ombros e a garota entreabriu os lábios surpresa.

Ela o fuzilou com o olhar e ele retribuiu com a mesma intensidade. Nem ao menos se conheciam, por que estavam fazendo isso?

- Você é uma pessoa difícil de lidar, moço. – ela suspirou e pegou um brownie o mordendo em seguida.

- E você me deixou num maldito dilema, moça. – respondeu ele sem se mover. – Como eu conseguiria te trazer um amor? – ironizou e para sua surpresa, ela riu.

- Não conseguiu nem ao menos me trazer um café. – rebateu com um sorriso. – Talvez eu só esteja extremamente frustrada e você me pareceu uma pessoa tão bondosa a primeira vista e pensei que poderia ser minha fada madrinha disfarçada. – brincou e desviou o olhar para o cappuccino.

- Tsc, irritante. – Na verdade, Sasuke nunca fora uma pessoa que se importava com o que dizia... Nem que isso lhe acarretasse um olho roxo.

Já havia se virado para deixa-la sozinha, quando ela o chamou novamente.

- Foi você que fez isso? - apontou para o desenho.

- E se for? – provocou dando um sorriso de canto ao vê-la estreitar os olhos. – É, fui eu que fiz. – respondeu com descaso.

- Isso é uma forma de me cantar? – a rosada deu um sorriso sarcástico, acompanhado de um olhar irônico.

- Quem em sã consciência sairia com uma garota de cabelo rosa? – Ele, sem sombra de dúvidas. – Se não quiser, eu bebo. – debochou inclinando seu corpo para encara-la melhor.

A garota era muito mais bonita do que ele pensara. Os lábios rosados haviam se estreitado e ela o encarou séria, antes de abrir mais um de seus sorrisos – particularmente irritantes em sua opinião – e disse:

- Você é maquiavélico – o falso tom de admiração lhe irritou brevemente.

- E você continua sendo irritante. – Dessa vez, ela não o impediu de se afastar. – Tsc. – sem que percebesse, Sasuke acabou deixando um sorriso sincero escapar.

Naquele noite em um momento que ele não estava presente – talvez estivesse no banheiro ou simplesmente atacando alguma coisa na cozinha, (que sua mãe não descobrisse – a Pink , é tinha lhe dado um apelido, havia ido embora e para a sua surpresa, também pagara a conta.

Tudo havia sido cortesia dele!

Mesmo que ele não tivesse informado isso a ninguém...

Ah, era um verdadeiro babaca.

It's always been about me myself and I
I thought relationships were nothing but a waste of time
I never wanted to be anybody's other half

Tudo sempre foi sobre mim, eu e eu mesma
Eu pensava que relacionamentos não eram nada além de um desperdício de tempo
Eu nunca quis ser a outra metade de alguém

- QUALÉ TEME! – fechou a mão em um punho quando Naruto gritou mais uma vez. – Tenho certeza que esse seu mal humor é por falta de sexo. – comentou e se arrependeu em seguida. – CARAMBA! ISSO DÓI SASUKE! – Os olhos azuis começaram a lacrimejar e ele colocou as mãos sobre a cabeça.

- Para de falar merda, imbecil – o Uchiha reclamou controlando-se para não ficar corado. – Não tem tanto tempo assim que eu não fico com ninguém!

Estavam na cafeteria e coincidentemente ambos estavam na mesa que a garota estranha havia se sentado no dia anterior. A maldita tinha até aparecido em seus sonhos, com aquele risinho sarcástico e irritante, continuando a insistir no “amor quente”.

- Eu não posso ir à casa da Hinata sozinho – Naruto protestou cruzando os braços. – E você não vai fazer nada amanhã, que eu sei. – destacou como se fosse uma grande observação.

- Quem disse? – Não iria fazer nada mesmo, mas o Uzumaki, vulgo seu melhor amigo, não precisava saber disso. – Chame o Gaara. – deu ombros e tirou o celular do bolso da jaqueta.

- Você tem o coração frio – Naruto estreitou os olhos. – Não acha mesmo que o amor da sua vida vai aparecer do nada ou que algum ser descente apareça por aquela porta e – parou de ouvir o que Naruto estava dizendo, quando a criatura de cabelos róseos adentrou o ambiente.

- HEY! – praticamente gritou animada quando o viu. – Não esperava te encontrar por aqui esse horário, moço. – se dirigiu até a mesa e se sentou ao lado dele mesmo sem ter sido convidada. – Sou Sakura Haruno, prazer. – sorriu para Naruto e estendeu a mão para o mesmo.

- Naruto Uzumaki – o loiro respondeu animado. – Hey Sasuke, quem é a garota? – perguntou vendo o amigo estreitar os olhos para a garota que havia jogado sua mochila em cima dele.

Então o nome dela era Sakura, certo?

- Se eu tivesse uma arma, você teria virado peneira – o Uchiha falou para a garota que puxou sua bochecha direita. O contato dos dedos frios dela com sua pele, fez com que os pelos de sua nuca se eriçassem.

- Seu amor por mim é tão grande, Sasuke-kun. – Sakura havia dito com ironia. Ela mentiria para si mesma se dissesse que não havia voltado ali para descobrir o nome do emo estranho que tinha lhe feito comer brownies quando tentara começar uma dieta descente. – É tão forte quanto estacas perfurando o meu pulmão. – colocou a mão dramaticamente sobre o peito.

- Sakura-Chan, vai fazer alguma coisa amanhã? – Naruto perguntou. Sasuke chegou a pensar que o amigo poderia explodir a qualquer momento por tanta agitação.

- Sakura-Chan? – pronunciou surpreso. – Já tá nessa intimidade? Acabou de descobrir o nome dela – Como se ele já o soubesse há anos.

- Não é como se você estivesse descobrindo também, não é? – Sakura alfinetou e Naruto começou a rir sendo acompanhado por ela.

- Irritante. – Sasuke resmungou.

- Amigos do Sasuke, são meus amigos também – Naruto deu ombros como se aquilo explicasse tudo.

- Ela não é minha amiga – Sasuke rebateu revirando os olhos. - É só uma...

- Paixonite platônica dele. – Sakura o interrompeu. – Sasuke quer meu corpo nu, mas não quer admitir. – suspirou e o moreno teve vontade de estrangula-la.

- O QUE?

- Para de gritar, seu escandaloso. – a Haruno o repreendeu. – Por que não é educado como o Naruto-kun?

- Por que você não evapora? – Sasuke estreitou os olhos e Sakura o imitou.

- Porque eu não sou fumaça. – Ele merecia MESMO aquilo? – Para de resmungar, barbie girl. – MERECIA MESMO?

- O que quer? – massageou a ponte do nariz procurando paciência.

- Puxa Teme, não seja tão rude com a Sakura -Chan – Naruto disse em tom reprovador. – Ela é tão...

- Cala a boca. – Sasuke rebateu sem encara-lo. – E então? – olhou para a Haruno que colocou a mão no queixo pensativa.

- Quero café e... O resto você sabe. – Sakura piscou divertida.

- Já disse que aqui você não vai conseguir amor. – o Uchiha revirou os olhos. Realmente precisava de uma cliente tão complicada?

- Tá me cantando de novo? – perguntou ela rindo – Eu quero brownies. – respondeu como se fosse obvio. – Quem iria pedir amor pra você? – Sim, ela sabia que havia feito aquilo, mas irritar Sasuke era tão divertido que não conseguiu resistir.

- Eu mereço. – Sasuke ironizou e se levantou praticamente marchando para atender o pedido da rosada irritante.

I don't know but
I think I may be
Fallin' for you
Dropping so quickly
Maybe I should
Keep this to myself
Waiting 'til I
Know you better

Eu não sei, mas
Eu acho que talvez esteja me
Apaixonando por você
Tão rapidamente
Talvez eu deva
Guardar isso pra mim mesma
Esperar até
Conhecê-lo melhor

Haviam se passado dois meses e a garota de cabelo rosa, vulgo Sakura, continuava a ir todos os dias na cafeteria, sempre no mesmo horário. Sasuke tinha – a força – se acostumado com a presença da garota de aparência tão meiga e de língua tão venenosa, mas apesar de todas as farpas que eram trocadas entre os dois, ele gostava de sua companhia.

Sakura havia se tornado amiga de Mikoto, de Itachi e de todos os seus amigos que costumavam frequentar o café, principalmente de Naruto. Por insistência dela, Sasuke havia começado a conhecer e até mesmo palpitar sobre decisões que a adolescente devia tomar.

Totalmente irritante.

- Não saia com estranhos – disse ele revirando os olhos e Sakura, que estava sentada sobre o balcão bufou irritada. – Quer que eu diga o que?

- “Acho que você deveria conhece-lo melhor, para não se decepcionar como das outras vezes, Sakura-chan” – Sakura engrossou a voz numa tentativa falha de imita-lo. – Você é um péssimo amigo.

- Eu não falo desse jeito – Sasuke fez uma careta e ela riu, sendo acompanhada por ele. – Além do mais, quem falaria isso pra você seria o Naruto ou a minha mãe! – se esquivou de um tapa que ela iria lhe dar no ombro. – Tudo bem, tudo bem – balançou a cabeça negativamente. – Garota do cabelo rosa, conheça-o melhor.

- Você é um chato – Sakura bateu a mão contra o rosto de forma frustrada. – Um cabeça oca, ogro e...

- E você continua em cima do balcão – Sasuke a cutucou fazendo com que ela desse um pulo. - Vai acabar quebrando, hein. – afastou-se alguns passos por precaução.

- Ta insinuando que eu sou gorda? - Sakura o encarou perplexa. - SASUKE! - deu um gritinho quando ele se afastou rindo da reação dela. - Isso é uma coisa indelicada de se dizer pra uma mulher, sabia? - revirou os olhos e ele não lhe respondeu. - E sim, eu vou sair com o Akasuna! - acrescentou determinada.

- Só não me ligue choramingando depois. - Sasuke ficou sério. Não que ele estivesse preocupado com os sentimentos da Haruno, (o que era mentira), mas sim com a dor de ouvido que isso lhe acarretaria depois. - Esse cara não é o certo pra você! - a encarou e por alguns segundos se perdeu na imensidão esmeraldina.

- E quem é o certo pra mim? - Sakura rebateu em um tom baixo. - Eu tenho 17 anos e nunca gostei de ninguém a ponto de ser correspondida! Como vou saber quem é o cara certo sem nunca arriscar? - Queria que ele lhe respondesse, que dissesse que era a pessoa certa, que a faria feliz.

Com certeza era uma retardada por gostar de um cara que segundos atrás havia lhe chamado de gorda e que não fazia a menor questão de sua presença, mas ela só... Gostava. Não tinha certeza se aquilo era amor, ou uma pequena obsessão sua por uma pessoa que não lhe dissesse apenas o que ela gostava de ouvir.

Sasuke era sincero, engraçado e muito debochado, principalmente quando se tratava dela, mas mesmo assim, era alguém especial.

- E o que tem demais? – o tom de voz de Sasuke aumentou. – Parece que você tá afim de sair por ai com qualquer um, só pra preencher a droga da carência. – bateu a mão contra o balcão no mesmo instante que um cliente entrara no local.

- E o que você quer que eu faça?

- Que comece a enxergar as pessoas ao seu redor – Sasuke falara sem pensar, se arrependendo em seguida. – Fala sério, Sakura, às vezes parece que você é cega! Pra esses caras você é totalmente descartável, é só mais uma que eles vão usar, abusar e jogar fora depois.

- Talvez eu seja mesmo. – Sakura o encarou mais uma vez e desceu do balcão, pegou sua mochila, acenou para Mikoto e saiu sem olhar para trás.

Sasuke ficou em silencio. O que diabos havia feito?

- Vacilou – Itachi apareceu de repente, o assustando. – Acho que a rosada não vai querer nunca mais olhar na sua cara. – colocou a mão no ombro do mais novo.

- Cala a boca. – resmungou enquanto passava a mão pelo rosto. – Quando ela aparecer amanhã eu vou me desculpar. – concluiu satisfeito. Sabia que estava errado, mas de uns tempos pra cá toda vez que ela mencionava que iria sair, ou que sua melhor amiga estava tentando arrumar esqueminhas, ficava possesso.

- E se ela não aparecer? – Itachi arqueou as sobrancelhas quando o Sasuke o encarou. – A garota pode ter ficado de saco cheio de você. – comentou balançando a cabeça negativamente e estalou a língua, não dando conta da carranca que estava se formando no rosto de Sasuke. –Que azar, hein– concluiu pesaroso.

- Itachi? – sorriu e o mais velho retribuiu.

- Sim?

- Vai pro inferno. – e então, de uma forma um tanto dramática, pegou suas coisas e saiu da cafeteria.

Sakura voltaria no dia seguinte, ele tinha certeza.

I've been spending all my time
Just thinking 'bout you
I don't know what to do
I think I'm fallin' for you

Eu venho perdendo tanto tempo
Só pensando em você
Eu não sei o quê fazer
Eu acho que estou me apaixonando por você

E ao contrário do que ele pensara, no dia seguinte, Sakura não voltou. Nem no dia seguinte, nem durante a outra semana, muito menos durante o mês que se passou.

Claro que havia tentado ligar para ela, mas o telefone nem ao menos chamava. Sakura não visualizou suas mensagens no facebook e seu contato do whatsapp simplesmente tinha sumido.

A irritante havia sido abduzida, ou estava puta da vida com ele por tê-la chamado de “descartável”, particularmente preferia acreditar na primeira opção.

Poderia ficar feliz, se não sentisse falta da Haruno. Era uma sensação parecida com o que ele havia sentido quando seu cachorro morreu – tinha apenas dez anos -, um vazio... Diferente de quando sentia fome.

- Teme tá apaixonado! – Naruto concluiu animado, enquanto pausava o jogo. – Sério cara, isso parece o que eu sinto quando estou com a Hinatinha. – assentiu estreitando os olhos.

- Não estou apaixonado – Sasuke discordou jogando uma das almofadas na cara do melhor amigo. – Talvezeusógoste. – acrescentou rápido e baixo.

- Negação é o primeiro passo, Sasuke-kun. - A mulher se sentou ao lado dele, praticamente empurrando Naruto para o chão. Kushina Uzumaki, possuía os cabelos ruivos e os olhos azuis, única semelhança em comum com seu filho. – Se você sente falta é porque gosta e se gosta, você ama de alguma forma.

- E como eu descubro isso? – a tia riu e bagunçou seus cabelos como fazia quando era criança.

- Sasuke-kun – ela fez uma pausa. – Você não precisa se sentir nervoso, ou desastrado perto de alguém que você goste, pode simplesmente se sentir incrivelmente a vontade, se acostumar com a presença, com o uso de palavras que ela faz, de ser você mesmo. – sorriu – Por exemplo, você e eu amamos o Naruto, mas não nos importamos por ele ainda estar jogado no chão fazendo drama. – isso fez com que ele risse. – Porque sabemos, que se ele não se levantar logo, vai tomar umas sapatadas, com muito amor. – no mesmo instante Naruto se levantou e se jogou na poltrona mais próxima.

- Obrigado, tia. – e então a abraçou e Kushina o retribuiu de forma calorosa. – Mas agora percebendo isso, eu to ferrado. – vendo a confusão nas expressões da ruiva, tratou logo de se explicar. – Ela sumiu faz um mês, porque eu fui um idiota.

Kushina estreitou os olhos e lhe deu um cascudo, deixando por um momento o lado bonzinho.

- Vocês homens são tão babacas! – ralhou balançando a cabeça negativamente. – Uma hora ou outra ela vai aparecer, Sasuke, e quando isso acontecer... SE DESCULPE! – o Uchiha assentiu sentindo medo da aura maligna que ela havia começado a exalar.

- As vezes a senhora consegue ser pior do que a minha mãe. – Sasuke murmurou e Kushina lhe lançou outro sorriso amoroso.

- Não é atoa que somos melhores amigas, querido. – piscou. – Naruto, onde seu pai está?

- Cozinha – o loiro respondeu dando ombros.

- COZINHA? – Kushina se levantou em um pulo. – MINATO UZUMAKI, FIQUE LONGE DESSE BOLO! – gritou correndo atrás do marido.

- Bolo? – os adolescentes se entreolharam surpresos.

- TIO MINATO, LONGE DESSE BOLO!

- DIVIDE PAÇOCA, MAS ESCONDE O BOLO, QUE FEIO! – Naruto gritou revoltado, ambos indo para a cozinha.

I've been waiting all my life

And now I found you

I don't know what to do

I think I'm fallin' for you

I'm fallin' for you

Eu venho esperado por toda a minha vida
E agora eu te encontrei
Eu não sei o que fazer
Eu acho que estou me apaixonando por você
Eu estou me apaixonando por você

Na noite de sábado, após um dia desastroso como o mês inteiro, ela vestiu o moletom cinza e uma calça jeans desbotada com rasgos, juntamente com seu inseparável all star.

Não estava tão frio e pelo menos por agora, a chuva havia dado uma trégua. Sakura rabiscou um bilhete e o colocou na geladeira, para que seus pais o vissem assim que chegassem do jantar que ela tinha se recusado a ir.

Enquanto trancava a porta de casa, sua mente a levou até as lembranças do Uchiha. Jamais tinha prometido a si mesma que nunca iria voltar ao café, sabia que não conseguiria cumprir isso e mesmo assim, tinha ficado todo esse tempo sem pisar os pés lá.

- Sasuke deve estar pensando que eu fiquei com raiva. – murmurou puxando as mangas da blusa. Era uma péssima mania. – Nah, ele deve ter ficado feliz. – imaginou o que ele diria, provavelmente seria um - “O que você está fazendo aqui? Achei que tinha me livrado de você” – e esse pensamento a fez rir, antes de desviar de uma poça d’agua.

No ultimo mês, seu computador havia pifado e perdeu seu celular na mesma semana. Seus pais a levaram, a força, para uma viagem de duas semanas e por causa disso Sakura ficou com duas notas vermelhas, tendo que se matar de tanto estudar para poder recupera-las.

Agora finalmente estava livre.

Sentia falta do moreno, havia começado a gostar dele - talvez o termo melhor fosse “ter ser apaixonado” - , pelas inúmeras vezes em que se pegou pensando no mesmo antes de dormir, em como ele tirar uma com sua cara... Como ela retrucaria e provavelmente tentaria lhe bater.

Era masoquista.

Não tinha mais duvidas.

Deveria comprar uma caneta com tinta fluorescente e escrever isso em sua testa com letras maiúsculas.

Tinha certeza de que ficaria bem visível... No escuro.

O café não ficava longe de sua casa, uns quinze minutos de caminhada talvez, até menos se andasse rápido. Logo, já estava em frente do mesmo. Não, não pensem que Sakura caminhou inconsciente do que estava fazendo, que seus pés a guiaram sozinhos sem nenhum comando direto de seu cérebro, ou que seu coração a guiou para onde havia conhecido o amor platônico. Muito pelo contrário.

Desde o momento em que saiu de casa, tinha essa intenção. Pensava que não encontraria Sasuke, afinal, era noite de sábado, mas realmente estava sentindo falta dos brownies e dos doces que Mikoto fazia e talvez, se ela a visse lá, poderia informar a Sasuke que estava de volta.

O que não esperava, é que as luzes estivessem acesas e que as cadeiras estivessem sobre as mesas, muito menos que teria uma plaquinha dizendo que o local estava fechado. Isso não era mais surpreendente e sim, encontrar Sasuke com uma vassoura dando uma geral no local.

Poderia sim, ficar apenas o observando e ir embora, mas não teria graça então arriscou a sorte e tentou abrir a porta.

- HEY CARA! – bateu na porta e correu para a janela, acenando para Sasuke que havia se assustado. – Quer uma mãozinha ai? – sorriu e ele continuou parado. – HEY SASUKE! Se começar a chover eu vou arrombar a porta! – fez uma careta ao sentir uma brisa fria.

“Como se isso fosse possível” – pensara ele revirando os olhos. Ao ver Sakura ali, seu coração havia se acelerado por um instante e teve a vontade de ir correndo abrir a porta, para abraça-la e dizer que tinha sentido sua falta.

- Achei que tinha me livrado de você – resmungou e ela o abraçou, abraço esse que foi retribuído prontamente. – O que é isso?

- Um abraço? – Sakura ironizou sem solta-lo. – Também senti sua falta.

- Hn. – Sakura não fez menção de se afastar e ele muito menos. – Senti a sua também. – admitiu e a garota o soltou surpresa.

- Pode repetir? – Sasuke estreitou os olhos. – Qual é, isso aqui é quase um de volta pra minha terra. – justificou dando ombros.

- Você continua irritante. – resmungou ele se afastando. – E dramática também.

- Faz parte do meu charme. – respondeu ela divertida, fechando a porta novamente. – Senti falta disso.

- E você já disse duas vezes – Sasuke não pode deixar de rir da careta que a Haruno fez. – Olha, sobre aquele dia... – comentou pegando a vassoura novamente. – Eu quero me desculpar. – se virou e viu Sakura trocar a careta por uma expressão séria. – Não queria ter te ofendido, eu só...

- Acha que eu fiquei com raiva? – perguntou balançando a cabeça negativamente. – Se fosse o caso, eu teria te dado um soco na cara, não saído de forma dramática. – ergueu o polegar. – Ra eu fiquei com raiva, nos primeiros dez minutos. – admitiu entediada. – Mas passou, porque você estava certo. – admitiu sem encara-lo.

- Pode repetir?

- Cala a boca. – retrucou e ambos riram.

- Por que não veio nesses últimos dias? – Sasuke perguntou num tom de voz ameno. Se Sakura não estava com raiva, por que tinha desaparecido?

- É melhor eu te explicar enquanto limpamos. – Sakura deu um risinho sem graça.

Sasuke ouviu tudo atento, claro, que durante algumas vezes soltava alguns comentários irônicos pela falta de sorte de Sakura, se não o fizesse não seria ele.

- Não acha que tem sabão demais ai? – a Haruno perguntou tirando os sapatos, juntamente com as meias e os colocando em um canto. – Definitivamente tem muito sabão ai, Sasuke. – repreendeu ao vê-lo dar de ombros sem se importar.

- Eu sei o que estou fazendo. – despejou a água no chão. – Tá vendo – se gabou e em seguida teve que se segurar em uma das mesas para não cair. – Pega esse rodo pra mim.

- EU AVISEI! – Sakura apontou para ele. – E o que você ta fazendo aqui sozinho?

- Itachi saiu, e meus pais foram comemorar o aniversário de casamento, só voltam na terça. – fez uma careta. – E eu não tinha nada pra fazer mesmo...

- Você não tem vida social – concluiu ela se apoiando no rodo para não cair. – Ou é maníaco por limpeza. – os pés começaram a perder o controle e ela se segurou em Sasuke.

- É melhor você ficar quietinha e me deixar terminar sozinho – falou a encarando e ela retribuiu sem dizer nada. – O que você tá fazendo? – perguntou quando Sakura segurou em suas mãos e começou a puxa-lo para longe da mesa.

- Não seja chato, Sasuke – resmungou. – Podemos patinar – ao tentar faze-lo, escorregou, porém não chegou a cair. – Sasu... – antes de completar a Haruno caiu sentada e ao constatar que estava tudo bem, soltou mais uma de suas gargalhadas escandalosas.

- Eu avisei – Mesmo tentando dar uma bronca na garota, Sasuke não deixou de rir da mesma forma que ela. – SAKURA! – gritou quando ela, em vez de aceitar a mão estendida como um gesto de ajuda, o puxou fazendo que ele caísse.

- Ops – a rosada abriu um sorriso amarelo e se levantou. – Calma ae, Sasuke – se segurou numa das mesas ao ver o sorriso de canto do moreno. – Não sorria desse jeito, você é perigoso!

- Você não viu nada ainda – Sasuke aproximou-se cauteloso e a encurralou contra a mesa. – Sakura? – murmurou e notou o quão próximo estava.

- S-Sim?

- A minha intenção inicial, era jogar aquele balde de água em você – admitiu e ela enrugou o nariz fingindo um calafrio em seguida. – Mas eu quero te perguntar uma coisa, posso?

- Pode. – Sakura sentia seu coração palpitar, as pernas tremiam. Por que Sasuke estava tão perto?

- Por que continuou vindo aqui depois de tanto tempo? – colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha inconsciente desse gesto. – O que sente por mim? – Os olhos verdes se desviaram dos ônix por alguns instantes e quando voltaram a se encarar, ele não soube dizer o que se passava em sua mente.

- Eu gosto de você – Sakura respondeu sinceramente. Queria bater sua cabeça na parede mais próxima, mas não poderia mentir. – No começo foi por diversão, achei que poderia ter encontrado um amigo, uma pessoa diferente de todas as outras que eu conheci. Quando eu pisava os pés aqui, com você, o Itachi, a tia Mikoto e até mesmo o Naruto, eu me senti livre para ser o que eu sou. Sasuke, eu nunca precisei me portar como as minhas amigas perto de você, não precisei fingir e muito menos medir minhas palavras, porque você nunca se afastou – fez uma pausa e esperou que ele dissesse alguma coisa – Embora tenha questionado minha presença muitas vezes, nunca pediu que eu fosse embora e por isso, eu acabei percebendo que estava começando a sentir algo por você, mas como eu gostaria de alguém que me odiava?

- Sabe que não te odeio. – Sasuke discordou.

- Então eu comecei a procurar por encontros, pessoas que pudessem ocupar a minha mente. – Sakura suspirou. – Não deu muito certo e olha só, foi justo você que me disse para abrir os olhos. – acrescentou conformada. – Foi chocante e...

- Eu amo você. – Sasuke a interrompeu. – Não me pergunte o porque, nem como, você é irritante, me derrubou na água por pura sacanagem. Mas eu gosto de você mesmo assim, não tenho pra onde fugir. – revirou os olhos, ignorando a expressão surpresa dela. – Você tem o cabelo cor de rosa, qual é! – sorriu e ela retribuiu, mesmo não acreditando no que tinha ouvido.

- Sasuke... – ele a beijou. Havia ansiado tanto pelo momento em que seus lábios se encontrariam, em que sentiria seu corpo junto do seu. Suas mãos acariciavam a cintura de Sakura e uma das dela, acariciavam seu rosto.

Foi algo singelo, carinhoso... Delicado.

- Vamos terminar de limpar isso aqui. – Sakura sorriu contra os lábios dele. – E depois eu te trago um café, com brownies, como naquele dia. – lhe deu um selinho e sorriu divertido.

- O amor você já me trouxe. – ela falou ceticamente. – E ele é quente, Sasuke-kun. – acrescentou de forma infantil. – Eu posso senti-lo aqui. – colocou a mão em seu peito. – E aqui também. – fez o mesmo gesto, só que no peito de Sasuke.

- Eu sou bom no que faço. – Gabou-se Sasuke e Sakura lhe deu um peteleco. – Que?

- Convencido também. – Sakura balançou a cabeça negativamente e cruzou os braços. – Precisa de um chá de humildade.

- E você continua irritante. – Sasuke sorriu e ela arqueou as sobrancelhas. – Muito irritante.

- Essa é a forma mais comum de dizer que me ama, não é? – ironizou a rosada enquanto ele a enlaçava pela cintura mais firmemente.

- Não. – Sasuke discordou aproximando seus lábios dos dela novamente. – É a minha forma de dizer que você é irritante. – a beijou novamente, antes que Sakura começasse a protestar.

Ela definitivamente era irritante.

Mas era sua, somente sua irritante.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Criticas?
Obrigada por lerem e até uma próxima!