Encontro Casual escrita por Ruki-chan


Capítulo 2
Capítulo II — Final


Notas iniciais do capítulo

E depois de tanto tempo, aqui está a segunda parte! ;D

Boa leitura. (:



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— Está ouvindo?

— O que?

Kuroko assobiou para o nada e logo viu seu bichinho saindo de trás de uma moita.

— Olha só... — Expressou Kagami sorridente. — E não é que ele resolveu aparecer?

Kuroko abaixou e ficou de joelhos na grama. O cão pulou em seu dono e o cumprimentou lambendo sua bochecha.

— Onde você esteve? Me deixou preocupado. — Kuroko acariciava o pequeno husky enquanto este não cansava de agradar o mesmo.

Mas, o inesperado não seria somente o cão aparecer. Mais alguém iria surpreender Kuroko.

— Akashi! — Exclamou Kagami surpreso. Kuroko, que até então estava atento ao cão, desviou o olhar igualmente surpreendido. Akashi arfava com as mãos sobre as pernas, bastante contente com a coincidência.

— Akashi-kun...

— O que você tá fazendo aqui?! — Indagou Kagami exigindo uma resposta rápida.

Akashi, que até o momento parecia feliz, fitou Kagami com desprezo.

— Não te interessa.

— O quê?! Ora, seu maldito...! — Kagami estava pronto para iniciar uma discussão desnecessária com o capitão da Rakuzan, mas Kuroko interviu a tempo.

— Você estava com o número dois?

— Esse cão é seu? — Akashi preferiu não responder ainda.

— Sim. — Respondeu num meio sorriso.

— Quem diria que eu te encontraria assim, tão casualmente, Kuroko. — Devaneou e sorriu para o azulado.

— Pois é... — Disse somente fitando o outro.

Taiga observava os dois sem ter plena certeza do que estava acontecendo ali. Sabia que ambos eram amigos há tempos, mas depois da derrota da Rakuzan, não esperava que Akashi fosse conversar tão amigavelmente com Kuroko daquela maneira.

— E a bola? — Kagami tinha o dom de cortar o clima.

Akashi olhou para o rival e lembrou-se de que tinha deixado o brinquedo do cão embaixo da árvore onde estava. Talvez alguma criança já tivesse pego e levado embora, deduzia ele.

— Droga... Esqueci de pegar. — Dizia o capitão com uma gigante satisfação interna.

— Onde está? — Perguntou Kuroko.

— Deve estar do outro lado do parque, embaixo de um carvalho. Eu estava lendo um livro quando seu cachorro apareceu e...

— Kagami-kun, poderia ir até lá buscar? — Céus, seria possível que Kuroko também lesse mentes? Akashi sorriu para o azulado de modo que somente ele percebesse.

— Você tá louco?! Eu sei lá onde deve estar essa bola! Eu nem sei diferenciar um carvalho de uma outra árvore qualquer! Vou levar horas procurando! E também... Não é mais fácil comprar outra bola?!

— Foi você quem jogou longe. Vá buscar. — Ordenou para Kagami e este se lembrou da burrada feita horas antes.

O número dois latia feliz para Kagami que se afastava passo a passo cada vez que o cão se aproximava mais dele.

— Certo... Mas, escuta aqui Akashi! Nem pense em fazer mal ao Kuroko, ou eu te mato! — Aquele tipo de cuidado com o amigo era realmente desnecessário.

— Fique tranquilo. — Akashi sorria para Kagami, o que com certeza não era algo comum.

— Er, certo. Eu já volto.

— Leve o número dois com você.

— Quêee?! Aí você tá querendo demais! — Gritava inconformado.

— Ele pode farejar a bola, vai ficar mais fácil de encontrar. Mas, cuidado e não o perca de vista. — Kuroko explicava e Kagami não tinha o que fazer se não assentir e levar o cão junto.

Tetsuya o pegou e carregou o bichinho até Kagami. Relutante, o amigo o segurou no colo e iniciou sua busca.

— Você manda mesmo nele, huh?

— Kagami-kun é uma boa pessoa. Mas, está me devendo uma. Foi ele quem fez o número dois se perder.

— Bem que aquele cão me lembrava alguém... — Akashi assimilava o olhar do husky ao de Kuroko. Eram idênticos.

Kuroko riu baixinho.

— O nome dele por um acaso é Tetsuya dois? — Kuroko confirmou meneando a cabeça positivamente. — É, faz sentido. — Concluiu bagunçando o cabelo. — Acho que foi por isso que gostei dele...

O rosto de Kuroko enrubesceu.

Ambos se olharam por um tempo. Akashi tentava se conter, mas a vontade que tinha de revelar logo os seus sentimentos a Kuroko não o permitiam estabelecer um diálogo normal com o amigo.

— Melhor irmos. — Sugeriu Kuroko de repente.

— Mas, e o seu cão? — Akashi aparentemente já havia se esquecido que Kagami também estava na busca pelo brinquedo.

— Não quer que Kagami-kun nos encontre e atrapalhe nossa conversa, não é? Temos muito o que falar. — Agora era a vez de Akashi ficar sem reação. Seu rosto estava quente e provavelmente da mesma cor de seu cabelo. Ele tinha certeza de que Kuroko planejava esclarecer tudo, assim como ele.

(...)

Ambos caminhavam lentamente lado a lado rumo a saída mais próxima. Não dirigiam a palavra um a outro já fazia um bom tempo, somente andavam. Logicamente fora Kuroko que havia provocado aquela situação, mas ele mesmo não tinha coragem para começar um discurso. Parecia que todo seu estoque de ousadia havia se esgotado em seu último encontro com o capitão da Rakuzan.

Já impaciente, Akashi resolveu se pronunciar.

— Tetsuya, eu estive pensando... — Respirou fundo. — Não parei de pensar naquilo. — Akashi parou Kuroko o encarando frente a frente.

— Você diz... — Tentou continuar, mas uma gota de chuva caiu entre eles e o interrompeu. Kuroko levantou o rosto rapidamente para o céu e constatou que aquela não seria a única.

— Melhor procurarmos um abrigo. — Finalizou Akashi.

Os amigos correram, mas ainda assim, a chuva os pegou pelo caminho. O tempo havia mudado muito rápido, estavam surpresos.

— Um quiosque! — Apontou Akashi já correndo em direção a pequena instalação de madeira, que já era o suficiente para os dois esperarem até que a chuva passasse.

Com os corpos úmidos, ambos se sentaram em um dos bancos ainda secos do local. Akashi bagunçou ainda mais seus fios vermelhos expulsando a água que jazia neles. Kuroko apenas observava o gesto do outro encantado como um simples ato daqueles poderia o deixar tão desconcertado.

— O que foi? — Perguntou Akashi notando os olhos azuis sobre si.

— Nada. — Desviou o olhar para baixo.

— Onde estávamos? — Kuroko se surpreendeu. Ele realmente queria relembrar daquele dia... Mas, o que ele quer dizer? O que ele quer saber? Indagava-se mentalmente.

Akashi concluiu que tudo deveria ser feito depressa. Tinha que falar! Já tinha certeza de seus sentimentos, estava tudo claro para ele. Nunca teve tanta certeza, sabia que devia dizer, mas não sabia como.

O ruivo fitou o azulado e segurou seus ombros, mas sua voz falhou e não conseguiu proferir uma palavra sequer.

Kuroko esperava aflito e não sabia ao certo o que fazer. Ele esperava... Estava ansioso demais.

— Droga! — Bradou inconformado encarando o chão.

— Akashi-kun... — Chamá-lo foi o suficiente para Seijuro desviar o olhar para cima e diretamente para ele. Kuroko tocou seu rosto levemente. A mão fria em contato com a pele quente da face do capitão o arrepiou.

— Tetsuya... Eu... Pensei tanto em você desde o fim do campeonato. — Essa era a hora, Kuroko transmitiu a segurança que lhe faltava para dizer o que estava preso em sua garganta. — Eu...

— Te amo. — Completou Kuroko que, impetuosamente, encostou os lábios nos do ruivo.

Akashi se surpreendeu mais uma vez...

Mais uma vez a atitude havia partido dele, daquele maldito fantasma...

O ruivo permaneceu estático e de olhos abertos até finalmente acreditar no que estava acontecendo. Sentiu seu coração bater ainda mais forte. Era como um sonho, um sonho realizado. Tanto para Kuroko quanto para ele. O sentimento era recíproco, afinal.

Akashi dominou a situação e aprofundou o beijo em meio a um forte abraço. Kuroko entregou-se nos braços do ruivo e esqueceu-se do tempo, das diferenças, de tudo. O que realmente importava era a presença de Akashi ali, na sua frente retribuindo o amor que sentia e que fora despertado há muitos anos quando ainda eram estudantes do ensino fundamental.

Tudo parecia perfeito...

Até o celular de Akashi tocar...

— Não vai atender? — Perguntou Kuroko ofegante afastando-se do ruivo.

— Alô. — Amaldiçoou seu motorista mentalmente pois tinha certeza de que era ele do outro lado da linha. — Certo. Já vou. Não! Espere que eu vou até aí. — Ele certamente não queria dar motivo para o motorista, e também segurança, falar alguma coisa se o visse com Kuroko.

— O que houve?

— Meu motorista. Havia mandado ele me buscar... — Justificava-se enquanto se levantava. — Droga! E eu só o chamei por causa do cachorro.

— Hein?

— Eu tenho que ir. — Kuroko já esperava que ele fosse embora, mas não tão rápido.

— Ei! Mas...

— Fique tranquilo, — Forçou um sorriso. — Nós ainda não acabamos. — Akashi puxou o azulado para si e o beijou ternamente. Finalmente ele havia tomado a iniciativa. — Vamos nos encontrar de novo. E logo...

— Espero que sim. — Sorriu para o ruivo e este assentiu de volta.

Akashi se afastou sem deixar de fitar os olhos azuis e hipnotizantes de Kuroko. Somente quando estava com seu corpo inteiro exposto a chuva que se virou e correu em direção a saída. Kuroko observou até Akashi sumir no horizonte que lhe era permitido ver. Pouco tempo depois ele avistou outro vulto conhecido. Kagami correndo e Tetsuya dois logo atrás. Ele carregava a bola nas mãos e o cão parecia nitidamente querer alcançá-lo por conta disso.

Kuroko riu da cena e acenou para que Taiga visse onde estava. Antes do amigo chegar no quiosque, levantou a mão para os próprios lábios e custava a acreditar que aquele que amava nutria os mesmos sentimentos que ele.

Estava muito feliz. Muito feliz.

Entretanto, tinha pleno conhecimento do que estaria por vir caso ambos decidissem seguir em frente com aquela relação. Nada estava decidido ainda. Tudo fora muito repentino e aquela história estava longe de acabar. Ele tinha absoluta certeza disso.

(...)

Akashi entrou no veículo onde o motorista esperava. Ainda ofegante tirou a camisa molhada e vestiu-se com uma jaqueta que o mesmo homem havia trazido de sua casa.

— O senhor demorou muito. Eu poderia saber o porquê?

— Dirija.

— O senhor é quem manda. — O motorista ligou o carro, engatou a marcha e saiu.

Akashi apoiou a mão em seu queixo e observou a chuva lá fora. Era necessário colocar um fim em tudo aquilo. Ele sabia o que queria, e agora, lutaria com tudo e todos para conquistar seu objetivo.

Kuroko Tetsuya era seu objetivo, e não mediria esforços para tê-lo para si e somente si. Ansiava pela presença dele, pois sabia que agora não conseguiria mais ficar longe dele por muito tempo. Aquele beijo só serviu para aumentar ainda mais o desejo de estarem próximos um do outro.

O ar quente expelido com força por sua boca formou uma mancha no vidro. Akashi fitou a marca e em seguida cerrou os olhos levemente prometendo mentalmente:

‘Isso ainda não acabou, Tetsuya. ’


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Notas finais do capítulo

E acabou! 90% dos leitores devem estar querendo me matar expressando algo do tipo: SÓ ISSO DONA AUTORA? A verdade é que eu tive algumas dificuldades para escrever essa segunda parte [mas confesso que a parte do beijo eu amei e estava prevista desde o início] e revisar e tals, e também tem a minha outra fic [Dinner] pra escrever... Enfim. Agradeço a paciência e a boa vontade de todos em perder seu precioso tempo para ler. Caso a fic seja bem recebida por todos como “O prêmio da derrota”, quem sabe eu volte com a terceira (e provável) última parte desse arco? Hahaha, só depende de vocês. ;D

Desculpem os erros de português, caso tenham passado desapercebidos, e por favor: Comentem! Julguem, favoritem, elogiem... Façam o que quiserem, só não deixem de comentar! (:

Beijos. =o.~