Virgin Suicides escrita por Sachie


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Hai, aqui está mais um capítulo, espero que gostem, Bye-bye!!



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Kasane Teto definitivamente não estava satisfeita com o rumo que as coisas tomaram, a garota resmungara desde que sairá do necrotério, lamentando-se sobre o porquê de ter escolhido tal trabalho. Devia ser algo fácil, devia sim. Kasane Teto nunca entraria para a policia se soubesse que teria de correr atrás de bandidos e pistas, felizmente, graças a um amigo influente, a garota conseguiu um trabalho fácil e nada cansativo, Teto fazia seu trabalho tão bem que cerca de cinco meses após sua entrada na polícia, a garota já havia sido designada ao grupo de elite, o que foi uma felicidade... Até Megurine Luka dar uma ordem como essa.

– Só por curiosidade, Rin, o que você espera encontrar? – Teto indagou emburrada.

– Alguma digital, fios de cabelo... Qualquer coisa que ajude a identificar o cadáver ou o segundo assassino. – Rin respondeu analisando os cantos do lugar com uma lupa. A lupa não era necessária, mas Rin achou que seria divertido prestar uma pequena homenagem ao grande detetive Sherlock Holmes, além do que, ajudaria a descontrair a atmosfera pesada que se alastrava em volta das duas garotas.

A segunda vítima fora encontrada apenas alguns metros de distância da primeira, na parte velha da cidade. O que não foi muita sorte para as duas, pois após a construção da nova cidade, a velha tornou-se um lar para criminosos e mendigos de todos os cantos e o lema do lugar era: “Policiais não são bem vindos”. A cena do crime era um lugar um tanto quanto desagradável, localizado ao redor de um amontoado de prédios inacabados, que agora serviam de esconderijo para as mais perigosas facções. O local era uma espécie de beco com um emaranhado de fios e cartazes presos as paredes, muitas deles interessantíssimos com propagandas chamativas feitas especialmente por mercenários desempregados.

– Essa gente não sabe o que a palavra “discrição” significa. – Rin murmurou analisando os cartazes. – Não se fazem mais criminosos como antigamente.

A loira redirecionou seus olhos azuis para outro lugar, um lugar o qual ela não havia notado antes. Havia um pequeno ralo de esgoto localizado ali, escondido nos confins da decadência, foi então que uma ideia passou pela cabeça da jovem detetive e ela resolveu fazer a segunda coisa de que mais se arrependeria em sua vida.

– Ei Teto! – Ela chamou.

– O que? – A avermelhada indagou livrando-se de um fio que havia se enroscado misteriosamente em sua perna.

– Estava chovendo naquele dia?

– Como é que eu vou saber? Faz mais de dois meses que encontramos o corpo! – A garota fez uma careta ao lembrar-se do estado do cadáver.

– Vou encarar isso como um sim. - Rin sussurrou pondo seu plano em prática. O dia em questão deveria estar chuvoso, deveria ou o plano de Rin nunca iria dar certo, e ela iria arrepender-se amargamente, mais do que se arrependia agora.

A jovem garota rodou uma pequena válvula que havia localizada acima da tampa de ferro do esgoto até que ouvisse um pequeno “clic”, logo após puxou a pesada tampa e soltou um longo suspiro de desânimo.

– Ei Rin, o que vai fazer? – Teto indagou com a esperança de que estivesse errada quanto ao plano de Rin.

– O que você acha? – Rin respondeu com um sorriso torto e logo depois desaparecendo dentro do esgoto.

[...]

Miki confeitava cuidadosamente os pequenos biscoitos que acabará de tirar do forno, a garota estava decidida. Com um livro de culinária em mãos, aquela era a quarta fornada que ela assara aquela tarde, após um tempo Miki começou a pensar que talvez matar pessoas fosse mais fácil do que fazer simples biscoitos sortidos. Então decidiu agir como se estivesse mesmo no trabalho.

A garota apertava o saco de confeitar como se estrangulasse alguém, o que não foi uma boa ideia porque depois de cinco ou seis biscoitos confeitados monstruosamente, o pobre instrumento acabou por explodir deixando Miki coberta de glacê.

– Puxa, não pensei que cozinhar fosse tão difícil. – A garota pensou afastando a franja do rosto. – Será que o Len vai gostar?

Miki cutucou preguiçosamente os biscoitos ensopados pela cobertura branca e pastosa.

– Droga, outro fracasso. – Miki suspirou frustrada abrindo a lixeira para livrar-se das iguarias.

– Ora, ora. – Uma voz familiar surgiu por trás da garota. – Essa é realmente uma cena inédita, eu esperava que estivesse coberta de sangue e não glacê.

– O que quer aqui? – A ruiva indagou irritada retirando o avental rosa com o desenho de um urso caolho estampado na parte da frente. – Pensei ter dito a você para nunca mais voltar a este lugar.

– Eu sei, Eu sei. – A pessoa suspeita riu. – Entretanto, eu tenho outro trabalho para você, minha querida Miki.

[...]

– Esse lugar fede! – Kasane Teto disse pela enésima vez enquanto tapava o nariz.

– É claro que fede, é para este lugar que vem todo o lixo da cidade. – Rin disse apoiando-se nas paredes imundas do esgoto subterrâneo para evitar uma possível queda caso pisasse em falso. Em geral, a jovem detetive raramente cometia tal erro, mas depois de ver Teto escorregar tantas vezes e cair de cabeça na água imunda daquele lugar, a loira já estava um pouco insegura.

– Aposto que este lugar abriga todos os parasitas do mundo, devemos estar contraindo todos os tipos de doença só por respirar o ar daqui. – Teto reclamou mais uma vez.

Rin teria repreendido-a por falar tanto, mas a detetive concordava mortalmente com ela, o cheiro que ambas sentiam iria impregna-las por pelo menos um mês, sem falar das diversas micoses que iriam desenvolver por “brincarem” nos esgotos.

As duas caminharam por mais alguns metros, o esgoto que corria embaixo da cidade não era muito grande, de modo que se podia dar a volta completa nele em apenas algumas horas, mas ambas estavam caminhando no meio de dejetos e sujeira, o que fazia o tempo parecer uma eternidade.

– Pronto, está ai o que você procurou, uma grande pilha de nada! – Teto anunciou observando as grades que as impediam de prosseguir. – Fim da linha Rin, acho que é melhor voltarmos.

– Fica quieta. Eu não entraria neste lugar se não tivesse total convicção de que iria encontrar algo. – Rin falou escondendo a frustração.

– O que mais há para procurar? Adiante dessas grades só existe um rio onde o esgoto desemborca. – Teto disse começando a se coçar.

Rin ignorou-a. A detetive aproximou-se das grades e tateou as paredes em busca de algo que ela nem mesmo sabia o que era. Havia tanto lixo naquele lugar que existiam pequenos montinhos de dejetos por todos os cantos e foi em um desses que Rin encontrou algo que não deveria estar ali.

– Acho que encontrei uma coisa. – A garota disse cravando os dedos nos dejetos para puxar o que quer que fosse. – Me ajuda aqui!

– Eu? Por quê? Você parece estar se virando muito bem, eu é que não enfio minha mão nesse lugar!

– Então pelo menos pegue a lanterna. – Rin soltou um longo suspiro entregando o objeto à avermelhada.

Teto posicionou a luz da lanterna de modo que Rin tivesse total visão do que estava prestes a puxar, não levou muito tempo até que a detetive estivesse com uma coisa suja e asquerosa nas mãos.

– Que droga é essa? – Teto indagou apontado para a coisa que Rin observava.

– Eu acho que é... Um pedaço do escalpo. – A garota disse analisando o pedaço de carne com alguns tufos de cabelo presos a este.

– É mesmo? – Teto caçoou quase vomitando. – Por que Megurine Luka não encontrou essa coisa antes?

– Acho que a comandante estava com muitas coisas na cabeça, foi nessa época que IA voltou a atacar. – Rin respondeu guardando a evidência em um saco plástico.

–Ah é, aquela maldita ladra de bancos!

As duas policiais deveriam estar realmente felizes por encontrarem uma pista que as fizessem prosseguir com o caso, elas sabiam que falavam baboseiras apenas para se descontraírem de toda aquela situação, naquele momento, ambas só pensavam em sair dali o mais rápido possível e amaldiçoar Luka Megurine por lhes dar um trabalho tão odioso.


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