De Repente Grávida escrita por Dul Mikaelson Morgan
Notas iniciais do capítulo
Mil perdões meus lindos :/ andei super ocupada essa semana :S vou compensar vocês por isso podem apostar =] sem demoras ai o capitulo.
Quando Klaus chegou para jantar, Caroline logo percebeu que ele não estava bem. O sorriso, tão constante ultimamente, havia desaparecido de seus lábios, e um vinco pronunciado marcava o encontro de suas sobrancelhas. Klaus nem tentara lhe dar um beijo de boa-noite e depois de todo o carinho que ele lhe dispensara naquele dia, na joalheria e no restaurante, já começava a sentir falto de seus beijos carinhosos.
Observou-o enquanto comia o camarão ao molho rose que ela preparara como entrada. Klaus comia automaticamente, como se nem soubesse o que estava comendo.
Caroline tirou as taças vazias e perguntou:
— O que você comeu Klaus?
— Bem, camarão e mais alguma coisa — ele respondeu hesitante.
— E mais alguma coisa... — ela repetiu convencida de que Klaus estava a quilômetros dali. — Vou buscar o segundo prato.
— Vamos buscar o segundo prato — Klaus disse, levantando-se da mesa. — Gosto de comer em casa, mas não de vê-la me servindo.
Ele abriu o forno e tirou o assado. Apesar de fazer tanto tempo que conhecia Klaus, Caroline repentinamente se deu conta de que sabia muito pouco sobre sua vida. Por exemplo, não tinha idéia de onde Klaus comia à noite. Em casa? Num restaurante? Claro que ele tinha poder aquisitivo para comer fora todas as noites, mas comida de restaurante, por melhor que fosse não substituía um bom jantarzinho caseiro. Era o que pensava, enquanto servia as costeletas de carneiro com batatas coradas. Para sobremesa, tinha queijos variados e frutas.
— Espero que goste de carneiro — Caroline disse, passando para ele o molho de hortelã que acompanhava o prato.
— Eu gosto de tudo.
— Klaus quer abrir o vinho?
Klaus a deixara profundamente comovida por seu empenho em agradá-la e quis demonstrar seu reconhecimento com um jantar bem gostoso, feito por ela mesma. Porém, desde que chegara tão aéreo, dava a impressão de estar ou desejar estar a léguas dali.
Provavelmente não queria estar com ela. Talvez fosse muito cedo para bombardeá-lo com domesticidade. Também, o que poderia esperar? Até poucos dias atrás, Klaus era um solteiro convicto que, repentinamente, decidira se casar e assumir o filho gerado num momento de loucura. Ela mesma ficara em estado de choque quando percebera que estava grávida coisa que procurara negar a si mesma. Claro que Klaus teria de se acostumar à idéia de ser pai.
— Espero que não se importe de ir para casa logo após o jantar. Foi um dia agitado, cheio de emoções, e estou um pouco cansada — Caroline pediu, admirando o belíssimo anel de noivado brilhando era sua mão direita.
O anel que lhe dera... Um anel que nunca pensara ganhar de Klaus. Um presente com o qual nunca sequer sonhara. Klaus saboreava o vinho em pequenos goles.
— Mas você está bem, não? Acho que hoje exageramos! — Klaus concordou.
— Estou bem. O fato de me cansar com mais facilidade é natural. Damon afirma que muito em breve vou esbanjar saúde e vitalidade. Não vejo a hora que chegue esse dia!
— Vou me sentir melhor depois que falar com Damon na segunda-feira.
— Ele não vai dizer mais do que eu já disse. Eu tinha enjôos horríveis — lembrou, fazendo uma careta —, mas isso praticamente passou. Klaus, gravidez não é doença!
Dizendo isso, estendeu a mão e tocou o braço dele, retirando-a imediatamente, porque o calor que ele emanava provocou-lhe uma corrente elétrica pelo corpo inteiro.
— Está certo — Klaus disse ainda apreensivo —, mas gostaria que Damon confirmasse que você está bem.
— Espero que você não venha a ser um pai super protetor — Caroline falou, olhando para ele com expressão travessa.
Naquele instante, cruzando cuidadosamente os talheres sobre o prato, Klaus encerrou seu jantar.
— Sinto muito, mas acho que ainda não digeri o almoço.
— Eu também — Caroline disse, enquanto virava e revirava o anel no dedo, sinal de que estava nervosa. — Não quer queijo? Gostaria de uma fruta?
— Não, obrigado, Caroline. Estou satisfeito.
No momento em que escolhiam os anéis, durante o almoço, e depois no caminho para casa, Caroline chegou a pensar que poderiam ter um casamento feliz, porém, notando Klaus tão aborrecido, tão distante em seu primeiro jantar a sós, começou a duvidar disso.
Tirou a mesa, com a ajuda dele.
— Caroline, vamos conversar um pouco — Klaus disse, encaminhando-se para a sala. — Sei que está cansada, mas são apenas oito e quinze. Quero conversar com você.
— Sobre o quê?
— Sobre onde vamos morar, por exemplo.
Caroline estranhou. Onde iriam morar? Em Londres, naturalmente. Ela trabalhava em Londres. Klaus, embora viajasse muito para produzir seus filmes, tinha seu quartel-general em Londres. Além do mais, era notório que Klaus não apreciava viver no campo e nunca fizera segredo disso. Não atinava com o que ele queria dizer.
— É... É melhor irmos para a sala.
— Eu vou fazer um café para nós. Você pode tomar café?
— Posso — Caroline respondeu curiosa sobre o que ele iria dizer, e seguiu-o até a cozinha. — Você não sabe onde estão as coisas. Olhe, aqui está o pó, a cafeteira...
— Deixe comigo. — E, segurando-a pelo ombro, empurrou-a gentilmente para fora da cozinha. — Você já fez muito por hoje. Era verdade. O dia tinha sido exaustivo para Caroline, mas no momento em que Klaus, logo depois, entrou com o cafezinho, fumegante e cheiroso, seu cansaço desapareceu. Tudo que queria era ficar ao lado dele, desfrutando um momento de doce convívio.
— Que café gostoso! — Caroline falou ao tomar o primeiro gole. E brincou com. ele: — Já pode casar!
— Não fique tão espantada — Klaus retrucou, sentando-se ao lado dela no sofá. — Um homem que viveu sozinho por tanto tempo deve pelo menos saber fazer café.
Caroline estranhou aquelas palavras. E as mulheres que sempre pensara terem existido em sua vida? Não serviam nem para fazer um café?
— Klaus...
— Não faça nenhum comentário, Caroline, sobretudo porque sabemos muito bem que não é bom viver assim.
Claro que ela sabia que aquele não era o melhor modo de viver. Sabia por que, quando não estava trabalhando, sentia o peso da solidão no silêncio de seu apartamento, e nessas horas a dominava uma vontade imperiosa de correr para a fazenda, onde teria companhia. Compreendia Klaus.
— Mas...
— Nada de, mas, Caroline. Vivi por minha conta minha vida inteira. Estou certo de que você achará que tenho maus hábitos, como deixar o banheiro em desordem, apertar o tubo de pasta pela metade...
— Eu sempre começo a apertar o tubo de pasta por baixo.
— Está vendo?
— Bem, isso não é nada diante do que teremos pela frente. Vamos ter que nos adaptar... Então, você já está pensando onde vamos morar?
— Em uma casa, claro. Quero que nossos filhos tenham espaço para brincar e ar puro para respirar. Vamos procurar uma casa com jardim e árvores, num bairro afastado, pouco movimentado, onde mais tarde eles possam andar de bicicleta sem perigo de ser atropelados. Ah, e vamos comprar um cachorro!
Caroline ficou espantada. Como um homem que detestava o campo podia mudar assim?
— Quero que meus filhos tenham tudo que eu não tive — disse Klaus.
Quanta coisa ela teria que descobrir a respeito daquele homem! Nunca soubera nada de sua vida. Quem foram seus pais, se tinha irmãos, como transcorrera sua infância. Sua mãe sempre lhe dizia que não fizesse perguntas. Se Klaus quisesse contar alguma coisa, contaria o que nunca acontecera. Agora, como sua futura esposa, poderia perguntar tudo que quisesse?
Milhões de dúvidas atormentavam sua mente e, na verdade tudo que queria, o que mais queria, ia ser feliz e fazer feliz aquele homem que amara toda sua vida.
Klaus percebeu que Caroline o estava olhando como se nunca o tivesse visto. E não a culpava por isso. Ela havia aceitado seu pedido de casamento, e, apesar de não amá-lo, estava, obviamente, conformada com o fato de que eles em breve seriam marido e mulher, embora não fosse o que planejara para si. Das três irmãs, só Caroline colocara a carreira em primeiro lugar. Fora a criancinha que geraram que colocara sua vida num compasso de espera. Caroline precisara de tempo para se acostumar com a gravidez e, portanto precisava de tempo para se acostumar com a idéia de ser sua esposa. Se dependesse dele, ela não trabalharia mais. Cuidaria dela e do bebê. Mas não queria interferir. A decisão caberia a ela.
— Pense onde gostaria de morar — Klaus encorajou-a. — Podemos procurar um condomínio fechado, com piscina, quadra de tênis, cavalos, perto de Londres, com todas as comodidades para que você não tenha que ir à cidade fazer pequenas compras.
Caroline não respondeu. Estava tão emocionada que nem conseguia falar.
— Caroline! Esqueci-me de dizer que tenho que fazer uma rápida viagem à Alemanha, mas voltarei em tempo de irmos ao médico. Estão tendo problemas com a filmagem. Devo ficar fora no máximo quatro dias.
Aquele intervalo de quatro dias lhe faria bem. Precisava desse tempo para pensar, não em seu casamento, pois Caroline era tudo que queria na vida, mas em como se livrar definitivamente da pessoa indesejável que o surpreendera pela manhã. Se ela desconfiasse de que ia se casar seria o fim.
Cerrou os dentes com raiva e seus olhos verdes escureceram. Isso sempre acontecia quando estava profundamente contrariado.
Aquela mulher horrível, que ele queria esquecer que era sua mãe, era responsável por todo seu passado infeliz, e não toleraria que viesse interferir em seu presente. Considerava aquela inesperada aparição um verdadeiro azar. E que azar! Aquela sombra negra que pairava sobre sua vida costumava sumir por muito tempo e ele chegava a crer que não a veria nunca mais, depois, um belo dia ressurgia, sempre pedindo dinheiro, dinheiro, e o duro passado, que tanto queria esquecer, voltava à tona.
Pelo fato de, nas brumas de sua memória, perdurar uma longínqua lembrança de que há amara um dia, sempre satisfazia seus pedidos.
— Vou estar de volta antes de segunda-feira. Não se preocupe Caroline.
Caroline engoliu em seco.
— Claro, eu compreendo que você tenha que ir. É seu trabalho. — Ela sorriu.
Klaus, antes da despedida, teve vontade de colocá-la no colo, de acariciá-la como se acariciava uma criança e de contar-lhe tudo, tudo que durante anos guardara no recôndito de sua alma. Mas não podia. Ainda não. A única pessoa que soubera de Esther e de tudo que acontecera em sua vida fora Elizabeth, em quem sempre confiara cegamente. Sabia que Elizabeth jamais tocaria no assunto e que guardaria seu segredo cuidadosamente. Até o fim. Como realmente o fizera.
Passou o braço por cima dos ombros de Caroline, remoendo as múltiplas emoções que o acometeram desde a visita daquela manhã. Uma parte de si rejubilava-se ante a idéia de que se aproximava o dia de seu casamento, enquanto outra parte aterrorizava-se ante a perspectiva de esse casamento não se realizar.
— Klaus, estou muito cansada — Caroline disse. — Além do mais, tenho certeza de que você ainda tem coisas de última hora para sua viagem à Alemanha.
Klaus percebeu naquele momento uma grande frieza no olhar de Caroline. Na verdade, ela se perguntava se aquela viagem a negócios a Alemanha não seria um pretexto. Incrível como estava enciumada!
— O que você vai fazer enquanto eu estiver fora? — ele perguntou extremamente carinhoso, mas pelo olhar com que ela o brindou, compreendeu que a pergunta era, no mínimo, inadequada.
— Acredito que sempre me arranjei muito bem, antes de você chegar me atropelando em Maiorca — ela respondeu com ironia. — Vou continuar assim, pelo menos até você voltar da Alemanha. Respondi sua pergunta?
— Não quis me intrometer, Caroline, só estava querendo... Afastar a frieza do seu olhar.
Caroline levantou-se e, pegando-o delicadamente pelo braço, disse:
— Tudo bem, Klaus eu compreendo. Vamos precisar de tempo para nos adaptar a esta nova situação.
As linhas do rosto de Klaus se suavizaram. Caroline, com seu jeitinho de falar, de fazer as coisas, lembrava muito Elizabeth, e como ele gostaria que ela estivesse ali, ao lado deles. Contando com o apoio dela, seria muito mais fácil revelar tudo a Caroline.
Mas não. Esse era um risco que ele não queria correr. Pelo menos, enquanto não estivessem casados.
Klaus levantou-se para sair.
— Eu telefono para você da Alemanha — prometeu, encaminhando-se para a porta.
— Verdade? — Caroline perguntou com ar de dúvida.
— A mais pura verdade — Klaus retrucou. — Preciso saber se minha noiva está bem.
— Sua noiva grávida de três meses.
O comentário de Caroline implicava na idéia de que só por esse fato ele telefonaria, para certificar-se de que tudo estava bem com o bebê.
Klaus queria que Caroline se convencesse que era ela, sua saúde e bem-estar que o preocupavam. Ela estando bem, o bebê também estaria.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenham gostado e desvendado o segredo kkk inté o próximo bjs
—________
Próximo Capitulo
— Bem, tudo entrará nos eixos assim que Klaus voltar — disse Caroline. — Eu sinto muito a falta dele.
Era verdade. Klaus se tornara parte importante de sua vida, e essas dúvidas cresciam quando não o tinha a seu lado para dissipá-las.
Caroline pegou a bolsa e despediu-se.
— Adeus, Meredith. Obrigada pelo chá e pelo seu carinho. Klaus ficou de me telefonar esta noite e quero estar em casa.
— São só cinco horas — comentou Meredith. — Que pressa é essa? Fique mais um pouco.