De Repente Grávida escrita por Dul Mikaelson Morgan


Capítulo 5
Pedido


Notas iniciais do capítulo

oii gente *-* tem alguém aqui? kkk sorry pela demora... e muita emoção nesses jogos do Brasil =]
Ta ai mais um capitulo e amanha respondereis os reviews antigos



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Para dar a si mesma umas férias merecidas, Caroline trocou Londres por Maiorca, onde tinham uma casa de veraneio, e, numa manhã ensolarada, estava tran­quilamente deitada na varanda que dava para o mar quando foi surpreendida pela presença inesperada de Klaus.

— A que devo a honra desta visita? O que o fez desembarcar nesta ilha perdida do Mediterrâneo? — perguntou com ironia.

Klaus ignorou a provocação, porque tinha uma pergunta muito importante a fazer:

— Por quanto tempo você acha que poderia esconder que está esperando um filho meu?

Caroline ajeitou os óculos escuros, num gesto de aparente cal­ma. Aparente, porque seu coração começou a bater na garganta.

Era verdade. Era o filho de Klaus que carregava no ventre, mas o filho não era só dele, como ele parecia dizer era dela também, e conhecendo seu caráter, sabia que ele não iria sim­plesmente deixar as coisas passar em branco. Iria querer as­sumir aquela criança, e então as coisas começariam a complicar.

Quando Klaus soube que Caroline estava grávida, logo com­preendeu que ao deixar Londres e refugiar-se em Maiorca, seu objetivo fora evitar que ele soubesse de sua gravidez.

Caroline, nem que fosse por algumas semanas, queria gozar de uns momentos de paz absoluta, que só trariam benefícios a ela e a seu bebê. Porém, o confronto com Klaus tornara-se inevitável.

Como se metera naquela enrascada?

Tudo começara de maneira muito inocente, com um convite para uma festa...

— Não me diga que o cobiçado Niklaus Mikaelson está sem companhia e lembrou-se de mim para ser estepe... — Caroline brincou, provocando-o. — As suas fãs o abandonaram? Klaus meneou a cabeça, sorrindo.

— Caroline, para dizer a verdade, eu pensava em ir a essa festa sozinho, mas achei que você gostaria de ir. Vai ser divertida.

— Tem certeza de que não vou enfrentar o ódio de jovens artistas ambiciosas, loucas para ser vistas em companhia do famoso Niklaus Mikaelson?

— Não vai, não. Estou-cansado das tolas maquinações des­sas mulheres. Pelo menos eu sei que você não tem a mínima intenção de ser atriz.

— Quer saber de uma coisa, Klaus? Esse não foi o convite mais amável que já recebi.

— Mas você aceita?

Por que não? Caroline pensou. Sua vida social andava meio estagnada e não fazia nada para movimentá-la porque não sen­tia prazer na companhia de nenhum homem que não fosse Niklaus. E se ele a estava convidando, mesmo que por pura conveniência, para acompanhá-lo a uma festa, não diria não.

— Aceito. A que horas você vem me buscar? E o que acha que devo vestir?

— Virei buscá-la às oito horas — ele disse animado, mos­trando o quanto estava contente por ela ter aceitado o convite. E não vou dar palpite quanto ao que deve vestir.

— Não? Então estamos fazendo progressos. Depois não vá me criticar. Você se lembra do vestido vermelho da minha festa de dezoito anos?

Klaus se lembrava. Fora quando a vira como mulher pela primeira vez, uma linda mulher. Erguendo as sobrancelhas, com ar brincalhão, apenas comentou em seu favor:

— Talvez eu esteja mais maduro, Caroline. "A maturidade traz sabedoria", como diz o provérbio chinês.

— Está bem, Klaus, vou me guiar pelo instinto.

No dia seguinte, às oito horas em ponto, a campainha tocou.

Caroline mal podia controlar os batimentos de seu coração ao abrir a porta do apartamento e deparar com Klaus, muito ele­gante, de smoking

Ele, por sua vez, ficou hipnotizado ao vê-la. Estava linda!

Usava um vestido azul longo que modelava cada curva de seu corpo perfeito, com um generoso decote que chegava a revelar o tom mais claro da pele dos seios. Deixara os cabelos sedosos caírem soltos sobre os ombros, e escolhera um conjunto de brincos e pulseira de pérolas orientais, raras e belas. Com um gesto teatral, Klaus ofereceu-lhe o braço.

— Sua carruagem a espera, princesa.

A carruagem consistia na Ferrari vermelha que comprara em sua última viagem à Itália. Quando Caroline entrou no carro, cujo assento era pouco mais alto que o chão, a abertura lateral do vestido deixou à mostra suas pernas esguias e bem torneadas.

Caroline, imediatamente, fechou a saia para garantir um clima de respeitabilidade enquanto lançava a Klaus um olhar diver­tido de reprovação.

— Klaus — disse —, não posso deixar de pensar que você escolhe esses modelos de carro de propósito.

Klaus franziu as sobrancelhas, com ar inocente.

— Como pode pensar uma coisa dessas, Caroline?! — exclamou, com cara de inocente.

Seguiu para Berkshire, um bairro aristocrático nas cer­canias de Londres, rumo à casa que o diretor cinematográfico, Alaric Saltzman, comprara de um nobre falido nos cassinos de Monte Cario.

Quando chegaram, a festa já estava animada.

Klaus parecia muito à vontade naquele meio sofisticado onde estava habituado a conviver, Caroline, porém, não conhecia nin­guém pessoalmente. Era gente que pertencia ao inundo do ci­nema e da televisão, e embora não se sentisse constrangida diante de tantas celebridades, ficou perdida quando Klaus, logo após chegarem, depois de passar-lhe uma taça borbulhante de champanhe, pediu licença e saiu para o jardim em companhia de Hayley Marshall uma jovem atriz americana lindíssima, que já fotografara três vezes para a capa da revista Vogue.

Caroline não conseguia compreender por que Klaus a convidara para ir à festa, para depois abandoná-la entre estranhos.

— Cinema ou televisão? Atriz ou âncora?

Uma agradável voz masculina desviou sua atenção de Klaus. Virou-se e deparou com Tyler Lockwood, um ator famoso, que pessoalmente era mais bonito que na tela.

— Nem uma coisa nem outra — Caroline respondeu, dando graças a Deus por ter alguém com quem falar. — Trabalho numa revista feminina de moda e atualidades.

Os olhos de Tyler se abriram, mostrando espanto.

— Como uma representante do mais bem conceituado jorna­lismo foi convidada para cobrir esta festa maluca? — perguntou, apontando para os convidados dos quais o champanhe abun­dante liberava as inibições.

Caroline riu diante do comentário.

— Sou editora, não repórter.

— Com essa carinha de criança, você já é uma editora? Tyler era simpático, e Caroline começou a se sentir mais à vontade. Sobretudo porque, naquele momento, Klaus acabara de voltar do jardim, sempre ao lado de Hayley, e todo solícito, estendeu-lhe um prato de salgadinhos.

Que vá para o inferno! Disse para si mesma. Como fui tola ao pensar que Klaus passaria a noite a meu lado! Na verdade, para ele, eu não existo...

Por volta das três horas da madrugada, quando a festa es­tava quase terminando, Klaus irrompeu entre ela e Tyler, chamando-a para que fossem embora, o que realmente a sur­preendeu, porque estava começando a crer que ele esquecerá de que haviam vindo juntos e que, pelo menos por consideração para com sua família, deveria levá-la para casa.

Enquanto seguiam pelas ruas escuras e desertas de Londres, não trocaram uma única palavra. Reinava entre eles um silên­cio carregado, que o evidente mau humor de Klaus agravava.

Finalmente, ele perguntou com rispidez:

— Que tal a festa?

— Ótima. — Caroline respondeu sem hesitação. — Tyler Lockwood foi uma excelente companhia- É tão encantador quanto eu imaginava que fosse. Passei uma noite muito agradável.

— É, notei que você estava se divertindo.

— Verdade? — Caroline perguntou em tom sarcástico. — Como notou, se só tinha olhos para Hayley Marshall?

— Eu... — Niklaus ia começar a resmungar alguma coisa, quan­do Caroline o interrompeu:

— Klaus, você errou o caminho de casa. Quer prestar atenção no que está fazendo?

Os pneus do carro cantaram quando Klaus deu meia-volta, infringindo as regras de trânsito, o que só foi possível por serem quase quatro horas da madrugada de um domingo. Freou rui­dosamente diante do prédio de apartamentos em que Caroline morava. Naquele momento, fixando em Caroline seus olhos verdes, declarou solenemente:

— Eu preferia ter ficado com você a noite toda.

— Verdade, Klaus? Nossa então você deve ser um ator con­sumado, porque realmente não percebi nada! Se não fosse por Tyler Lockwood, eu teria passado a noite toda em companhia de uma taça de champanhe, entre gente desconhecida. Faça-me o favor!

Klaus segurou-a com força pelo braço, para impedir que des­cesse.

— Você vai ver esse sujeito novamente?

— O que você tem com isso? Não é da sua conta — respondeu Caroline livrando-se da mão de Klaus e saindo do carro.

Ao girar a maçaneta da porta do prédio, já tinha Klaus a seu lado.

Entraram juntos no saguão.

Antes de o elevador chegar, Klaus novamente segurou-a pelo braço, forçando-a a encará-lo, e retomou a discussão:

— E da minha conta, sim. Você pretende ver esse sujeito novamente?

Caroline já estava perdendo a paciência.

— Não tenho que lhe dar satisfações, sr. Mikaelson. Tyler a havia convidado para almoçar na semana seguinte, mas não tinha nenhuma intenção de tornar a vê-lo. Preferia que o bom momento que passara em sua companhia ficasse registrado em sua memória e nada mais.

— Agora, com licença, Klaus. O elevador já chegou. Boa noite.

— Nada disso.

Ele entrou atrás dela no elevador. Caroline olhou-o contrariada e, uma vez em seu apartamento, atirou a bolsa e as chaves sobre a mesa da sala decorada com a sóbria elegância que a caracterizava.

Klaus mais uma vez segurou-a pelo braço. A expressão de seu rosto era de fúria controlada.

Caroline, forçada a voltar-se para ele, deixou escapar um sus­piro de enfado, consciente de que estavam muito irritados para continuar a conversar.

— Klaus, é muito tarde. Vá embora.

— Você não se preocupou com a hora quando estava toda encantada com Tyler Lockwood, não é mesmo? — Klaus reba­teu com entonação cortante.

A observação, totalmente descabida, deixou Caroline indignada.

— Ora, faça-me o favor! Tyler me fez companhia a noite toda, ao contrário de você, que foi quem me convidou para ir à festa.

— Não tente pôr a culpa em mim. Quando eu terminei o assunto que tinha a tratar com Hayley, você estava encos­tada num canto escuro com aquele palhaço!

— Que imaginação! — Caroline exclamou furiosa, tentando em vão se livrar de Klaus, que não a soltava. — Incrível, Niklaus, Hayley é bem mais jovem que eu, o que me leva a crer que você não passa de um...

— Um o quê? — Klaus a desafiou, olhando-a bem de perto.

— ...de um papa anjo decadente — disse, terminando o pen­samento, pouco se importando com a reação que ele teria. Na­quele momento, a raiva que sentia era tanta que suplantava qualquer prudência.

Os olhos de Klaus mudaram de cor, passando do verde para o negro.

— Se eu sou um papa anjo decadente, Caroline, você não passa de uma leviana!

Aquela foi à gota d'água.

Defrontaram-se, furiosos, os olhos soltando faíscas, os lábios contraídos, nenhum dos dois dispostos a ceder, até que Klaus com um grito represado e, renunciando à raiva e ao ciúme, deslizou a mão carinhosamente na pele macia das costas des­nudas de Caroline.

— Por que, Caroline? — ele sussurrou, com o rosto bem junto ao dela.

Caroline percebeu imediatamente a mudança e, retendo a res­piração que se acelerara e esperando que aquela sensação má­gica de bem-estar físico que de repente surgira entre eles per­durasse, fitou-o bem dentro dos olhos.

— Por quê? — ele sussurrou novamente, antes de sua boca procurar com avidez os lábios de Dulce.

Quando seus lábios se encontraram, toda a cautela, toda a inibição, todo o raciocínio desapareceram ante a onda de paixão que os arrebatou.

Com as bocas coladas, suas roupas foram caindo peça por peça no carpete rosado até se encontrarem nus, um diante do outro, com os corpos perfeitamente encaixados como se fosse um só. Enquanto com um braço Klaus a prendia, com a mão livre percorria-lhe o corpo de alto abaixo, procurando descobrir cada ponto sensível daquela mulher adorada e depois percorrer os mesmos pontos com a boca quente, até Caroline sentir-se der­reter de desejo.

Rolaram pelo carpete, ás pernas entrelaçadas, os ventres co­lados, as bocas. Caroline gemeu quando sentiu a boca de Klaus sugar seus seios. Agarrou-se a ele numa explosão de desejo quan­do a mão dele tocou suas coxas úmidas. Uma primeira onda de prazer a arrebatou, e quando seus corpos se fundiram e ambos chegaram ao mesmo tempo ao auge do prazer, compreendeu o que significava o êxtase. Era uma sensação de eternidade...

Passado o momento de paixão, o relaxamento profundo, Caroline voltou à realidade quando virou o rosto e deparou com Klaus, olhando-a aturdido.

Um tremor, acompanhado de extrema angústia, a percorreu por inteiro, porque se Klaus a olhava daquele jeito, como se não a reconhecesse, então ele imaginara ter feito amor com... Céus!

Caroline afastou-se dele e agarrou o vestido para cobrir a nu­dez, certa de que a sensação de perda daquele instante de união perfeita, deixaria um vazio incurável em sua alma.

E esse fora só o começo.

— Klaus, por favor, vá embora — ordenou em tom gelado.

— Eu...

— Por favor, Klaus, vá embora. — E deu-lhe as costas para que ele não visse seus olhos rasos d'água.

Klaus engoliu em seco, pegou as roupas espalhadas pelo chão e só voltou a falar quando estava vestido:

— Caroline, não sei o que dizer... como aconteceu... — ele mur­murou visivelmente abalado.

— É melhor não dizer nada. Tudo que disser agora será inútil, só servirá para piorar as coisas. Se é que podem ficar piores do que já estão!

Klaus meneou a cabeça.

— Não sei o que aconteceu... — repetiu. — Agora mesmo estávamos brigando como cão e gato e, de repente... Sinto muito, Caroline.

Era provável que sentisse, mas não tanto quanto ela, porque, infelizmente, Caroline compreendia que não passara de uma sim­ples substituta para a mulher que ele amava de verdade, que estava morta e que era sua mãe. Nunca o perdoaria por tê-la usado daquela maneira.

Isso acontecera três meses atrás, e deixara uma marca...

Espreguiçando-se, Caroline abriu os olhos e, do terraço, con­templou a imensidão do oceano azul diante de si. Klaus estava encostado em uma primavera que crescia ao lado do velho poço de pedra.

Olhando diretamente para ele pela primeira vez desde que chegara, constatou que apesar de tudo ainda o amava.

Ela me odeia...

Klaus podia sentir, pelo brilho frio dos olhos azuis de Caroline, através dos óculos escuros, que ela o odiava. Nunca a achara tão linda como naquele momento em que o sol de Maiorca dou­rava sua pele com suavidade e o biquíni mínimo que usava permitia ver a leve protuberância de sua barriguinha.

Algumas mulheres ficavam ainda mais bonitas quando es­tavam grávidas, constatou.

Preciso fazer com que ela volte a me olhar com ternura, como fazia quando éramos amigos...

Naquela noite, Klaus deixou o apartamento de Caroline, não porque ela lhe pedira, mas porque a vira tão chocada que teve a impressão de que ela desejava que o que acontecera nunca tivesse acontecido. A partir daquele momento, teve certeza de que as coisas entre eles nunca mais seriam iguais.

Não foi diretamente para casa. Estava agitado. Precisava espairecer. Durante algum tempo, perambulou pelas ruas si­lenciosas do centro da cidade. Em seu perambular noturno tentou ver se encontrava uma ma­neira de reconstruir o que existira entre ambos.

A constatação da inutilidade de qualquer esforço que fizesse ficou bem clara quando Caroline devolveu o buquê de rosas ver­melhas que enviara a seu escritório, com um cartão. No cartão dizia o quanto estava sentido com o que havia ocorrido e ela respondera laconicamente, no mesmo cartão: "Não tão sentido quanto eu". Apenas isso.

Depois, Klaus notou que ela, obviamente para não encontrá-lo, deixara de freqüentar a fazenda nos fins de semana.

— Quem lhe falou de minha gravidez? —- Caroline perguntou, trazendo Caroline de volta ao presente.

— Posso assegurar que não foi Bill — Klaus declarou, me­dindo-a de alto a baixo, mal acreditando que no ventre daquele corpo perfeito, que o biquíni verde pouco escondia, formava-se uma criança que ambos geraram numa noite que, para ele, fora inesquecível, mesmo que mesclada de raiva e paixão. — Ele está preocupado com outra coisa nesses últimos tempos.

Caroline concordou, ajeitando os óculos escuros.

— Estas minhas férias em. Maiorca vão terminar no fim do mês. Quero estar em Londres para a cerimônia.

Uma vez na direção certa, graças aos conselhos de Caroline e Klaus, Bill tratara de não perder nem mais um minuto e pedira Niel em casamento.

— Então, quem foi lhe que contou que eu estava esperando bebê? — insistiu Caroline, encarando-o.

— Telefonei para seu escritório... .

— Por quê?

A resposta era simples. Porque não agüentava ficar longe dela. Porque tinha certeza de que ela nunca mais o procuraria. Porque depois daquela noite não tiveram mais oportunidade de conversar.

— Você partiu sem se despedir... — ele disse, lembrando-se de sua decepção quando Niel contara que Caroline estava na Espanha.

Caroline se fez de desentendida.

— Então, eu deveria ter me despedido de você, Klaus? Nunca supus que fosse tão formal!

Respirando fundo para sufocar o desejo de mostrar o quão pouco era formal e agarrá-la ali mesmo, contentou-se em sen­tar-se a seu lado na espreguiçadeira.

Estava exausto. A viagem fora longa e muito cansativa. E a notícia da gravidez de Caroline o deixara abalado. Agora, porém, via tudo claro a sua frente. Tinham que se casar. Por isso viera. Para pedi-la em casamento. O problema era convencê-la. Olhando para Caroline, naquele momento só via uma cara amarrada e uma expressão teimosa. A batalha seria dura, mas ele gostava de lutar. Sempre gostara.

— Sua assistente, quando telefonei, me informou que você tirou uma licença de seis meses, uma licença-maternidade... — explicou, desatando o nó da gravata e jogando longe o paletó.

Para evitar a proximidade de Klaus, que começava a pertur­bá-la, Caroline levantou-se se recostou na amurada que dava para o mar Mediterrâneo.

Klaus tomou um copo de limonada, que estava na mesinha auxiliar ao lado da espreguiçadeira, refletindo que na verdade precisava de algo mais forte, como uma dose de uísque, para lhe incutir a coragem necessária para tocar no assunto que o trouxera a Maiorca, e para o qual desfizera um compromisso em Roma. Roma podia esperar. Seu bebê, não. Este precisava de mãe e pai. De um lar estruturado. De alguma maneira, teria de convencer Caroline a casar-se com ele.

Seguiu para a amurada.

— Esta vista é linda, não? — comentou Caroline.

— Este lugar é lindo — concordou Klaus. — Valeu à pena tomar o avião, fazer baldeação, desembarcar, aguardar a com­plicada liberação da bagagem e, depois do vôo, subir cem de­graus para chegar até aqui, apesar desse sol escaldante.

— Cem degraus, Klaus! Você tem cada uma! Não estamos mais na Idade Média, sabia, quando você ou subia os cem de­graus ou circundava a montanha no lombo de um jumento. Por que não tomou um táxi? — Caroline perguntou rindo. — Você estaria mais apto a sentir a paz deste lugar.

Paz? Klaus pensou, cruzando os braços, recostado à amura­da. A paz que Caroline sentia, entre as primaveras naquela ilha dourada, terminara com sua chegada, porque, enquanto ela não dissesse sim, não teria um minuto de paz!

— Sinto muito... — Klaus começou.

As feições de Caroline, embora suavizadas pela maternidade, tornaram-se duras. Pensando que ele se referia a sua gravidez, Caroline o interrompeu, sem a menor cerimônia:

— No princípio, eu também senti muito — admitiu —, mas agora estou bem e amo meu bebê — disse, acariciando a barriga que estava começando a aparecer.

— Quando disse que sentia muito, Caroline, eu me referia ao fato de ter, com a minha presença, perturbado sua paz.

Caroline olhou para ele, franzindo a testa e esboçando um sor­riso levemente irônico.

— Que tola! Pensei que você se referisse a meu estado. Klaus ficou muito sério, as mãos agarradas fortemente à amurada.

— Você... Caroline, não é muito cedo para uma licença-maternidade? Está tudo bem com você? Com sua gravidez?

Caroline respondeu sem pestanejar:

— Tudo bem. Eu tive um pequeno problema no primeiro mês, mas agora está tudo bem. A criança está se desenvolvendo normalmente. Foi Damon que me aconselhou a parar de traba­lhar até o bebê nascer.

— Ah, então foi assim que Elena o conheceu? Elena não perdeu tempo.

Caroline riu.

— Quando entrei no consultório com Elena, Damon não tinha idéia de que estava conhecendo sua futura esposa.

— E quanto a nós, o que vamos fazer Caroline?

Certa de que ele estava se referindo ao que iam fazer a res­peito de sua gravidez, achou melhor fazer-se de desentendida e, embora se sentisse tensa, respondeu sem a menor hesitação:

— O que você vai fazer Klaus, não sei. Eu vou ficar por aqui, curtindo o sol ainda por umas semanas, e só voltar a Londres para o casamento de Niel e papai. Depois vou para a fazenda até o momento de dar à luz.

— Seu filho, não. Nosso filho! — ele corrigiu mais áspero do que pretendia.

Mas era difícil controlar-se. A idéia de que naquela noite, naquela única noite, Caroline concebera um filho, com um sentimento de posse. Desejava, ardentemente, pegar Caroline e o bebê nos braços, amá-los e protegê-los pelo resto de suas vidas.

— Caroline... — Segurando-a pelos ombros, obrigou-a a voltar-se e encará-lo, contendo o impulso de arrancar-lhe do rosto os óculos escuros.

— Pare Klaus. O que você quer? O que veio fazer aqui?

O que ele queria? Se dissesse, ela sairia correndo e não pa­raria mais... O melhor era manter a calma para não atemorizá-la com a intensidade de seus sentimentos, o que poderia até prejudicar o bebe que estava esperando.

— Não é uma questão do que eu quero — Klaus res­pondeu categórico, retomando o fio da conversa. — E uma ques­tão do que precisa ser feito.

— E o que é? — Caroline perguntou, finalmente tirando os óculos.

— Casamento! — Klaus afirmou, enfrentando aquele par de olhos azuis que tanto amava. — Nós temos que casar — disse, seriamente.

Caroline retesou-se por inteiro. Era como se ele a tivesse agre­dido fisicamente com aquela proposta.


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Notas finais do capítulo

Então e isso... continue me mandando as suas opiniões hein meus amores.

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Próximo Capitulo...

— Então, para que veio? — ela perguntou, desafiando-o. Klaus suspirou fundo.
— Já lhe disse. Vim para pedir, para implorar, se necessário, que considere meu pedido de casamento. Filho é coisa séria.
...
— Já considerei, Klaus, e...