Breathless escrita por Ana Gabriela Carvalho


Capítulo 6
Capítulo 6 - Meu segundo verão com Jake


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :)
Bem, peço desculpas por não ter atualizado durante tanto tempo, mas eu tive um pequeno bloqueio e desanimei com a história. Já tenho outra ideia para outra fic, mas ainda não quero entrar em detalhes. Quero acabar com essa primeiro, acho que vou até o vigésimo capítulo ou menos; depende do público, nesse caso vocês.
Por favor, me digam o que estão achando nos comentários, recomendações, mensagens privadas, whatever, mas me digam! Continuo? O que vocês acham que deveria acontecer/melhorar? Tenho os planos finais, mas ainda não consegui desenvolver o meio... É isso, boa leitura!



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Bem, um ano se passou depois de meu pequeno caso com Jake... Prometemos que nos veríamos no verão seguinte. Namoro à distância? Não, não. Nós não nos falamos durante o ano inteiro. Acho que isso foi culpa minha. Eu não atendi nenhuma ligação de Jake, não respondi a nenhum e-mail. Nem mesmo as cartas que ele mandou como última tentativa. Eu simplesmente ainda estava insegura. Bem, fazia muito tempo desde Trevor mas... Eu tinha medo que tudo se repetisse.

Ganhei o campeonato de fim de verão de novo. Me formei no colégio. Decidi fazer psicologia. Minha mãe reprovou minha escolha. Não mudei de opinião. Derek transferiu a faculdade para a Austrália apenas para ficar com Rosalie. Ele está morando na casa da praia. Meus pais continuavam os mesmos. Eu não falei mais do que o necessário o ano inteiro; nada mais do que “Bom dia” ou “Obrigada”. Meu segredo continuava protegido e bem guardado.

E agora, cá estou: em casa. Eu quero dizer, na Austrália de novo. Trouxe todas as minhas coisas para cá, para casa. Abri meu guarda-roupa e peguei qualquer coisa, acho que um short e uma blusa que tinha os dizeres “cale a boca, estou pensando”. Minha mãe reprovaria, com certeza. Quem ligava, eu não era mais pequena. Peguei minha câmera fotográfica nova (Derek havia me dado de aniversário após eu dizer que “foto é legal” em uma discussão entre ele e meus pais no dia de Ação de Graças) e desci as escadas.

– Estou saindo – gritei para que meus pais ouvissem.

Abri a porta e atravessei a sacada. Fui até a areia e sentei. Tirei meus óculos escuros e bati algumas fotos. Botei os óculos de novo. O ano inteiro havia sido assim: no modo devagar. Eu tentava bloquear meus pensamentos. “Agora vou tirar fotos. Agora, pegue o lápis. Estique o braço.”. Não conseguiria continuar assim por muito tempo. A Austrália me trazia um turbilhão de lembranças com Jake, em um verão que parecia distante e perfeito demais para ser verdadeiro. O que eu faria? Chegaria no Surf & Swim e simplesmente diria “Oi”? O que eu diria para um Jake que foi ignorado por mim o ano inteiro? O que eu diria a meu irmão, que ficou preocupado comigo o ano inteiro após me ver no dia de ação de graças? Bem, eu não sabia. Me levantei com a câmera no pescoço e dei um passo em direção à casa. Parei e me virei para a outra direção. Comecei a caminhar em direção ao Surf & Swim.

Depois de um tempo de caminhada, avistei o pequeno quiosque. Todos me olhavam com sorrisos conforme eu subia as escadas e me encaminhava para uma mesa vazia. Eu retribuía com sorrisos fracos, afinal eles não fizeram nada para mim. Fiquei olhando para o mar e escutando as gaivotas. Eu estava sem vontade alguma de surfar. Não queria fazer nada além de nada. Um corpo tampou minha visão. Olhei para cima e vi meu adorável irmão, Derek.

– Oi – cumprimentei com a voz fraca.

– Oi – disse ele – quer dar uma volta?

Me levantei e o acompanhei pela praia. Andávamos em silêncio, até que ele resolveu interromper a quietude.

– Você está bem, Katherine?

– Aham – murmurei com uma voz estranha que me entregou.

Ele deu um sorriso fraco.

– As coisas mudaram bastante por aqui, sabe? – expôs – Eu e Rosalie estamos bem. O Surf & Swim está o mesmo, acho. Jake... Jake parou de surfar. Ele está meio estranho. Kate, você precisa falar com ele. Ele quase não sai de casa.

Engoli em seco, suspirei e continuei a andar.

– Kate, não me ignore – pediu Derek – Travis. É Travis de novo?

Parei de andar abruptamente.

– Kate, o que aconteceu com Travis não foi sua culpa, você sabe. – Derek tentou me tranquilizar

– Então me diga o que sabe sobre aquela noite. Você sabe apenas o básico do básico, Derek. Não tente fingir que sabe de tudo, porque você não sabe. – retruquei

– Eu sei... Eu sei que vocês iam se encontrar no armazém à noite. Vocês iam esquiar de noite. Eu sei que você amava o garoto, eu sei que ele te ensinou a esquiar. – começou Derek

Meu sangue gelou.

– Eu sei que tinha ladrões no armazém naquele dia. – continuou meu irmão

– Pare – pedi

– Eu sei que ele chegou mais cedo do que você – afirmou ele.

– Pare, Derek – pedi, já sentindo as lágrimas em meus olhos.

– Eu sei que ao chegar, você entrou em choque quando viu os ladrões assassinando seu namorado a sangue frio – Derek elevou a voz.

Comecei a chorar. Agachei na areia, sem conseguir acreditar que meu próprio irmão havia falado o que falou. Ninguém havia narrado a noite para mim ainda. Nem eu havia contado nada aos policiais. Cobri meus ouvidos com minhas mãos e gritei.

– PARE, DEREK! IDIOTA, BABACA, ESTÚPIDO, SEM NOÇÃO.

Levantei e comecei a bater nele. Eu era fraca se comparamos minha força com a dele. Ele segurou meus pulsos.

– Eu sei, Kate – disse ele em um tom baixo – E eu te amo. É por isso que eu falo. Só pondo para fora que a ferida vai cicatrizar.

Desvencilhei-me das mãos dele e comecei a correr.

Minha vista estava embaçada e eu corria para longe. Corria como se eu pudesse fugir de tudo. Nem teria notado que tinha um homem por onde eu ia, até que nos batemos e eu caí.

– Perdão – murmurei, sentada na areia, com a cabeça apoiada nos joelhos, ainda chorando.

O homem continuava em pé. O impacto não provocou nada nele, apenas em mim.

– Se for pra te ver todos os dias, pode bater em mim quantas vezes quiser – afirmou ele.

Levantei minha cabeça aos poucos e olhei para o homem. Ele me encarava com seus intensos olhos azul-esverdeados.

– É bom te ver, Kate – expôs Jake sentando ao meu lado – A melhor parte é que eu tenho bastante tempo para conversar. Por que você não começa explicando o porquê de você estar chorando?

Chorei ainda mais alto. Eu não falei com Jake o ano inteiro, ele sabe que eu o ignorei. E ainda assim ele está mais preocupado comigo do que com seus próprios sentimentos.

Hesitante, ele me abraçou de lado com apenas um braço. Encostei minha cabeça em seu ombro enquanto chorava.

Ficamos olhando o pôr do sol enquanto eu chorava.

+++

– Me desculpe – sussurrei com a voz embargada depois de um tempo.

Jake beijou o topo de minha cabeça.

– Está tudo bem, Kate – sussurrou ele de volta – Tudo vai ficar bem.

Relaxei contra seu peito. Concentrei-me em sua respiração. Eu sentia tanta falta de Jake... Mas ainda assim... Eu tinha medo que tudo se repetisse. O que Derek sabia era completamente diferente da verdade sobre o que aconteceu com Travis. O que todos sabiam era totalmente diferente da verdade sobre o que aconteceu com Travis.

– Sei que o momento é inoportuno, mas... Por que não me respondeu? Por que não atendeu o celular? – perguntou o menino de olhos um tanto triste

– Não sei – sussurrei, mentindo.

– Eu sei que se sente insegura. – afirmou ele – Mas e agora? O que vai fazer?

– Estou me mudando – respondi

– Perdão? – disse Jake

– Tenho 18 – respondi novamente – Estou me mudando. Vou morar na casa da praia. Vou fazer faculdade aqui. Vou morar com Derek.

– Eu quis dizer... – começou Jake – Eu quis dizer: em relação a nós.

Fiquei sem palavras.

– Kate, só quero que saiba que eu ainda te amo, mas você não pode ficar entrando e saindo da minha vida toda hora, quando bem entender. Eu não sou um boneco, sei o que quero, estou fazendo administração e... – Jake falou rapidamente – e... e...

– E... – falei olhando para ele

Jake e eu ficamos nos olhando, nos encarando... Que saudade daqueles olhos, daquelas covinhas... Daquela boca. Umedeci meus lábios.

Subitamente, percebi que os lábios de Jake estavam a milímetros dos meus. Resolvi acabar logo com esses milímetros. Jake envolveu minha nuca com uma das mãos e me puxou mais para perto antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Quando seus lábios tocaram os meus, foi como se a gravidade não existisse mais. Me pareceu que o mundo havia parado por nós. A eletricidade parecia condensada entre nós. Jake desceu suas mãos para minhas costas, eu botei uma de minhas mãos em seu pescoço e a outra em seu peito. O tempo estava em câmera lenta. Quando o beijo começou a se intensificar, senti algo em minha barriga me machucando. Não, mente poluída que está lendo as cartas; era a minha câmera. Jake interrompeu o beijo, tirou a câmera de meu pescoço, botou-a na areia e retomou o beijo. De volta à eletricidade.


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Notas finais do capítulo

Leiam as notas iniciais, por favor! É muito importante!
Espero que estejam gostando...
Tenho uma nova beta, ainda não sei se posso falar o nome dela, mas se ela deixar e tals eu ponho nas notas do próximo capítulo!

XOXO



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