Breathless escrita por Ana Gabriela Carvalho


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, o capítulo 5!
Espero que gostem! Nas notas finais eu falo mais!
Boa leitura!



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Meus pensamentos? “Ohmeudeusoqueéisso,voumorrer,queroamamãe”. Até que eu vi Jake vindo até mim. Sorri.

– Estou te vendo – afirmou ele.

– Jura, Jake? – perguntei – Também estou te vendo

– Não, você não entendeu. – explicou o menino – Na praia. Eu disse que te via mais tarde.

– Ah. É. – concordei sem jeito

– Bem, a festa é sua. – disse Jake – Aproveite. Bem vinda de volta.

Jake estava se virando para desaparecer na multidão.

– Jake – chamei indo até ele. O menino se virou. Dei-lhe um beijo. Não um na bochecha, não um no canto da boca. Um de verdade, como o primeiro. – Obrigada.

– Você está dificultando as coisas, sabe? – falou ele – Você me pediu para ir devagar.

– Eu posso ter mudado de ideia – respondi.

Ele me olhou com seus intensos olhos azuis e sorriu do jeito mais apaixonado e carinhoso que eu já havia visto. Nunca me senti tão bem. Ele me beijou novamente e era como se estivéssemos apenas nós naquela sala. Sem ninguém a nossa volta.

Até que nos separaram e me sentaram em uma cadeira, que foi levantada e levada para o jardim da casa. Lá, pude ver uma pista de dança e um palco montados. Era repleto de instrumentos e microfones. Havia um bar e uma pequena piscina.

Avistei Derek em algum lugar com Rose, já dançando.

Oh não. Eles estavam me levando para o palco. Ao me deixarem neste, Connor apareceu e fez um gesto para pararem a música.

– Bem, Kate... – afirmou ele no microfone com um sorriso malicioso – Um passarinho azul... Que nesse caso seria eu mesmo, pois te conheço melhor que ninguém, talvez com a exceção do seu irmão ali – Derek levantou uma garrafa de cerveja, como em um brinde – Enfim, o pássaro me contou que você canta... E compõe. Bem, em primeiro lugar, você vai me agradecer por bolar uma festa genial em meu novo apartamento. Em segundo, você vai fazer um daqueles discursos chatos que você sempre faz sem ninguém te pedir. Em terceiro, você vai cantar uma de suas músicas para nós. Simples.

– Connor eu estou com muita vontade de te dar um tapa pelo segundo e pelo terceiro lugares. – afirmei – Mas obrigada pela festa, eu não esperava. Em segundo lugar; muito obrigada por virem. Eu dei duro no treinamento no verão passado, mas valeu muito a pena. Bem, eu planejo, sim, tentar esse ano. É gratificante ganhar o ouro finalmente, afinal foram anos e mais anos de dedicação e caldos. Então é isso, obrigada.

Comecei a descer as escadas até que Connor foi atrás de mim e pegou meu braço.

– Ah Connor, por favor – implorei – Eu não vou cantar sozinha.

– Eu sei. É por isso que eu peguei seu violão mais cedo – retrucou ele.

– Ha-ha-ha, estou rindo demais, Yoshi – murmurei.

– Jake toca violão, né? – perguntou Connor

– Toca! – gritou Rose do meio da multidão

– Isso não é justo! – reclamei – Eu sou a homenageada da festa e você quer que eu cante, Yoshi!

– Sobe aqui, Elliot – chamou ele

– E eu desço, amei a troca – afirmei enquanto Jake subia com as bochechas rubras. Eu tentei descer as escadas, mas ele me impediu, me fazendo recuar. – Vocês... São... Muito... Chatos.

– Você também, Katherine – falaram os meninos em uníssono.

– Você conhece Bubbly, da Colbie? – perguntou Jake

– Claro, amo a Colbie! – respondi

– Vamos nessa então? – perguntou Jake

– Vamos, né – falei hesitante – Já vi que não vou escapar...

Dito e feito. Jake pegou o violão e começou. Fechei meus olhos. É mais fácil, acho. É como se só existisse você, o microfone e os instrumentos. Nesse caso, Jake e o violão.

“I've been awake for a while now
You've got me feeling like a child now
'Cause everytime I see your bubbly face
I get the tingles in a silly place”

Comecei a cantar. Pronto. Logo após a introdução me soltei. Sim, eu amo cantar. Também toco violão. E piano. O último foi uma exigência de meus pais.

Nem percebi que havíamos acabado até que Jake se aproximou de mim.

– Você canta bem – observou ele

– Obrigada – agradeci

Virei-me novamente para a plateia e fiz uma pequena reverência com a cabeça.

Jake depositou o violão em seu suporte, mas eu o impedi.

– Acho que vou tocar uma – falei

Ele me entregou o violão e sussurrou “Boa Sorte”.

Comecei a cantar e tocar uma de minhas próprias composições. Ao acabar, botei o violão no suporte, agradeci às pessoas que estavam vendo e desci do palco. Uma banda tomou o palco e todos começaram a dançar. Eu fui até o bar e avistei Derek.

– Pega uma pra mim? – perguntei

– Você tem 17, Kate – respondeu ele

– E você tem 21 – retruquei

Ele suspirou e se virou para o garçom. Eu o ouvi falar “Uma taça de champanhe”.

– Só por que é sua festa – afirmou ele lhe entregando a taça – E não conte para o papai e para a mamãe.

– Obrigada – falei – Onde está Rose?

– Foi procurar Jake – respondeu ele – Parecia que ele estava querendo um tempo. Ela não quer dar o tempo. Parece que ela é a mais velha dos dois... Eu te dou tempo, não é?

– Não dá não, Derek. – defendi Rose

– É, pensando bem não dou mesmo – refletiu ele sorrindo.

Rose apareceu dois minutos depois com uma expressão desgastada.

– Acho que ele bebeu um pouco – ela disse – Ele não para de dizer que quer ver você, Kate.

– Ah... Bem, eu também quero vê-lo – afirmei.

– Ele está em algum lugar na pista – indicou a irmã

Assenti, bebi o resto do champanhe que havia em minha taça, deixei esta com Derek e fui procurá-lo. Eu achei o menino com uma cara preocupada, me procurando.

Ele me viu primeiro, então veio até mim sem eu vê-lo e pegou minha mão. Eu olhei para ele e vi apenas seu cabelo, ele estava me conduzindo para o gramado.

– Oi – falei meio sem jeito

Ele passou a mão pelo cabelo e se virou para mim. Ele estava usando roupas bem semelhantes às de Connor: bermuda bege, tênis da mesma cor e uma blusa polo azul que ressaltava seus lindos olhos.

– Pare de ser tão assim, Katherine! – exclamou ele em um tom um pouco mais alto e mais agressivo do que o normal – Pare de ser tão boa comigo, tão doce e perfeita!

– Perdão? – perguntei – Você bebeu algo que alguém te deu, Connor?

– Eu não posso me envolver com você, Katherine – explicou ele com o mesmo tom agressivo, botando suas mãos em meu pescoço, acariciando meu rosto com seus polegares

– Então não se envolva – sussurrei com um pouco de medo

– Eu não consigo não me envolver – falou ele em um tom quase normal.

Olhei para ele, realmente assustada. Meu coração estava a mil; não sei se pelo toque de Jake ou por medo. Abri a boca para falar alguma coisa, mas logo a fechei. Os olhos de Jake brilhavam com desejo.

Ele aproximou seu rosto do meu, até que nossas testas se tocaram. Levantei a cabeça um pouco, ao mesmo tempo em que ele abaixou a dele.

Seus lábios colidiram com os meus. Beijamo-nos como se fosse a última vez que fossemos nos beijar. As mãos de Jake desceram por minhas costas, me apoiando. Uma de minhas mãos foi ao encontro do pescoço do menino enquanto a outra acariciava seu cabelo.

Distanciei-me o suficiente para falar e recuperar o fôlego.

– Eu te conheço a menos de um dia... – arfei – Mas sinto como se já te conhecesse...

– Eu te amo, Katherine – sussurrou Jake me beijando novamente.

Alguém limpou a garganta perto de nós, então nos distanciamos novamente, mas mantivemo-nos colados. Olhei para o lado e vi Connor olhando para nós. Senti-me enrubescer. Distanciamos-nos por completo.

– Er... Desculpem-me por interromper, mas tem umas pessoas querendo falar com você, Kate – explicou Connor.

– Ahn, obrigada, Connor – agradeci.

– Elas estão na sala de TV – indicou ele – Acho que elas querem uns autógrafos.

Assenti e comecei a atravessar a multidão em direção à entrada para a sala de estar. Cheguei na sala e procurei pela sala de TV. A casa era linda. Os pais de Connor eram ricos, mas eram muito ausentes, mais até do que os meus, então bancavam tudo para o filho.

Ao chegar na sala indicada, meus ouvidos foram preenchidos por aplausos e assobios. Sorri verdadeiramente e cumprimentei a todos. Todos queriam a mesma coisa. Uma foto e um autógrafo... Eu sinceramente ainda não havia entendido o porquê disso tudo. Eu apenas havia ganhado um campeonato regional... Até que eu vi Jake novamente, encostado em uma parede, com uma folha grossa e de boa qualidade e uma caneta grossa em suas mãos. Havia um menino com uma câmera ao seu lado. O menino estava tirando todas as fotos da festa, inclusive as com as pessoas da sala. Jake sorriu e eu me aproximei sorrindo.

– A quem eu dedico? – perguntei

– Talvez... A mim? – respondeu ele

Peguei o papel e a caneta e escrevi: “Algum dia você ganha de mim... De: Kate Ashwood... Para: Meu Jake”. Batemos uma foto, a última foto da sala. Devolvi o papel e a caneta para ele. Ele se inclinou e sussurrou em meu ouvido:

– Você quer mesmo ficar aqui nessa festa?

– Tem alguma coisa melhor em mente? – perguntei

– Várias – respondeu Jake – mas apenas uma se destaca.

– Posso saber qual? – retruquei

– Eu pego o meu carro... – sussurrou ele novamente – E nós vamos andar na praia... Vamos no Surf & Swim, é noite de Happy Hour... Mas é segredo. Ou vão seguir a gente. Topa?

Assenti. Ele pegou minha mão e me conduziu para fora da casa. Entramos no conversível preto e ele acelerou até minha casa. Descemos do carro, retiramos nossos sapatos e deixamos eles na sacada de minha casa. Fomos até a beira d’água, caminhando por lá. Houve muitos beijos quentes e cheios de paixão... As vozes reapareceram, me xingando e me prevenindo, mas eu as ignorei a noite inteira. Nada iria estragar aqueles momentos...

Fomos até o Surf & Swim e dançamos na areia em frente ao bar... Nenhum de nós havia trazido dinheiro, então ficamos por lá mesmo. Molhamos-nos com a água do mar, dançamos na beira d’água, dançamos e dançamos... Beijamos-nos, beijamos e beijamos...

Até que o sol começou a nascer. Sentamo-nos na areia, minha cabeça apoiada em seu peito... Vimos no sol nascer e voltamos para minha casa.

Ao chegarmos perto da casa, Jake me pegou no colo como um bebê. Ele subiu as escadas e me pôs de pé ao lado da porta. Ele me segurou junto à parede e me beijou uma última vez.

– Te vejo mais tarde, Kate... – sussurrou ele – Talvez eu ganhe de você hoje...

Sorri enquanto ele se distanciou e pegou seus sapatos. Jake desceu as escadas e subiu a colina de areia que levava à rua. Peguei meus sapatos e entrei na casa. Eu e Connor havíamos deixado a porta aberta. Eu estava completamente nas nuvens...

Subi as escadas da casa em silêncio e fui para meu quarto. Sentei no parapeito da janela e fiquei olhando para o mar, para o sol e pensando em como era bom amar novamente.


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Notas finais do capítulo

Então, gente...
Eu escrevi esse capítulo escutando: A) Bubbly, claro; B) O novo CD do Ed Sheeran, X.
Caso vocês queiram escutar, vou deixar os links aqui; eu gosto de escutar enquanto escrevo pois influencia nos sentimentos que o autor passa... E talvez, o leitor quando escute ligue os sentimentos ao texto... É por isso que eu deixo os links, né...
Sim, nesse quesito eu me pareço com Katherine... Eu faço aulas de canto, violão e piano, mas meus pais nunca me obrigaram a fazer nada :D
Espero que estejam gostando da fic; comentem, recomendem, me mandem MP's, acompanhem, critiquem... Qualquer coisa é interessante ou boa para mim!
Bubbly - Colbie Caillat: https://www.youtube.com/watch?v=AWGqoCNbsvM
X - Ed Sheeran: https://www.youtube.com/watch?v=ig-1fNEvamM
O look da Kate caso vocês não tenham visto nas notas do capítulo anterior: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=126728069&.locale=pt-br
Espero que continuem acompanhando!
XOXO



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