As Crônicas dos Anjos: Aurora do Tempo escrita por GS Mange


Capítulo 5
Os Sete Céus


Notas iniciais do capítulo

Foi necessário um lugar onde os anjos pudessem trabalhar, reger e guiar os muitos mundos. Foi assim que construíram os Sete Céus. lugar belíssimo, além da compreensão. lá eles executariam suas funções e entoariam louvores ao Pai



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A criação seguia seu rumo, fazendo seus circuitos, em perfeita harmonia e tranquilidade, mas em alguma dimensão havia correria e trabalho árduo. Os sete céus estavam sendo construídos pelos anjos.

– construam tudo quanto acharem necessário. – permitiu Yahweh – Cidadelas, Fortalezas, Panteões. Organizem-se para que possam ministrar perante todo o universo. Peço-vos, porém, que guardem-me o terceiro céu. Não o toquem, ele não será permitido a nenhum celestial, não será sua porção. Não será necessário trabalho nele. Nele florescerá um jardim e nele me regozijarei. Não será permitida a estada de qualquer um que lhe seja negada a permissão. E em verdade declaro que todo aquele que ousar desobedecer estas palavras que hoje ouvem, e adentrar nesse paraíso, será arruinado. Deixará a existência e retornará a influencia do cosmo, o que é a morte entre os celestes.

Os cinco arcanjos curvaram-se, nenhum deles entendia o porquê de tal regra, contudo aceitaram a ordenança e fizeram cumpri-la.

No primeiro céu, Gabriel e suas legiões de ishins, liderados por Amael, que havia sido nomeado pelo próprio arcanjo, trabalharam na construção da Fortaleza dos Ishins, a Cidadela de Fogo. O primeiro céu era montanhoso e com enormes quedas d’água. Um enorme rio que vinha do mais alto céu contava toda a planície, separava os desfiladeiros e desembocava num enorme mar de água doce. A Cidadela de Fogo fora construída sob um enorme vulcão e pedra escura. Pequenas escadas, vias e rampas feitas de paralelepípedos iam ligando as construções que surgiam na fortaleza. Uma muralha de mais de quinhentos metros separava o mar do restante da cidadela. A enorme cúpula em abóboda do Templo da Harmonia podia ser vista a quilômetros de distancia. Não muito distante dali, no maior penhasco do primeiro céu, fora erguida a Torre dos Raios Pungentes, uma construção em forma de delta, com milhares de portas e janelas, que transpassava as nuvens e que soltava relâmpagos e trovões por todos os lados, era constantemente encoberta pelas Estratus-Nimbus. Túneis e mais túneis apareciam para ligar os níveis superiores e inferiores. Bem mais atrás, no fim do desfiladeiro, enormes torres de pedras acinzentadas foram erguidas, uma após a outra, uma maior que a outra, milhares de escadas e pouquíssimas janelas iam surgindo para ligar uma torre à outra e no centro, uma enorme torre quadrada com pequenas torres no térreo foram sendo edificadas, uma em cada canto.

Onde o rio seguia e convertia-se em mar de água doce, havia uma enorme queda d’água, que caia além dos limites do Primeiro céu, a perder de vista. Diziam os ishins que onde não se pode mais enxergar, aquelas águas tornavam-se num rio misteriosos que passava por milhares de outras dimensões, conhecidas ou não pelos Malakins. O Rio era assim chamado pelos anjos de Styrx. No exato ponto da queda d’água para além do infinito distante, fora edificado a Catedral dos Águas-Que-Correm, uma belíssima construção erguida sob uma represa natural, cuja terra mantinha-se seca e transpassava a queda, inclusive. A construção era de cor marfim e as águas cortavam quase todos os salões e saiam pelas janelas mais altas. Poucos anjos, a não ser os ishins e os próprios arcanjos puderam contemplar a beleza desse lugar, onde a água corria ao contrário, como diziam os ishins.

Infelizmente toda a beleza que havia no primeiro céu não existia no segundo. Lá fora edificada a Fortaleza da Gehenna, lugar de sofrimento se solidão que mais tarde subverteria os injustos que por ventura pudessem existir nas distantes dimensões. Lá nunca fazia sol, nuvens negras no firmamento e neblinas inquietantes do solo seco e de vegetação escassa causavam pavor aos que adentrassem nesta dimensão. Os ventos uivavam e seguiam em todas as direções. As árvores contorciam-se e secavam devido a escassez de nutrientes. As montanhas eram baixas e pontiagudas, muito similares aos dentes dos monstros que outrora os arcanjos batalharam. Do chão, rachaduras emanavam calor na forma de uma luz azul esverdeada que misturava-se a neblina, cobrindo o chão. Lá aprecia ser sempre noite, pois ao invés do sol, uma enorme lua de luz branca iluminava a Gehenna. Em ponto isolados pequenos lagos de água escura e densa se formaram, como os Oasis no deserto. Noutros pontos, erosões mudavam drasticamente a planície, fazendo surgirem planaltos de pedras cobertas por lodo. Numa dessas enormes crateras fora construída a fortaleza dos Hashmalins, guiados por Lúcifer. Uma construção quadrática, cercada por torres em forma de proas de navios, lisas e escorregadias. Um pequeno fio de água caia sobre o planalto, transformando-se numa enorme cascata de água, que caia no abismo, até onde não se podia mais ver. A água que caia na cratera chegava até o primeiro céu.

No terceiro céu, porém, era um lugar muito belo. Ninguém havia tocado no lugar, havia preservado as características naturais da criação. Rios e lagos, desertos e mares, penhascos e florestas, vegetação de todos os tipos. Contudo era uma dimensão sombria, pois não havia sol, nem lua, ou qualquer outro astro celeste capaz de iluminar o lugar. O vento soprava, a água batia, mas nada podia ser contemplado. Nenhum anjo, ou mesmo arcanjo havia entrado no lugar, do contrario estariam desobedecendo as ordens do Pai Celeste.

O quarto céu era uma enorme chapada. A bacia que se formara era cortada por um rio sinuoso e estreito, que descia até o terceiro céu como um filete de água, que passava pelo meio do Castelo de Luz que era erguido pelos celestiais sob uma enorme montanha. A fortaleza de pedra polida era branca acinzentada. Ruas e vielas apareciam cortando a cidade de fora a fora, templos, salões, jardins de mármore, torres e janelas surgiam aos montes. A montanha que era irregular dividia a cidade ao meio e túneis eram construídos para ligar a parte norte e a parte sul. Lá Uziel trabalhava junto aos querubins e edificava a sua fortaleza celeste. Enormes paredões eram erguidos para conter as estruturas. A uma larga muralha circular de mais que trezentos metros separava a cidadela de qualquer outra coisa que pudesse estar do lado de fora. O rio descia pelo meio da montanha, percebia-se que ele descia do quinto céu.

Mais acima, no quinto céu, era erguido o Palácio Celestial, sem dúvidas a mais bela construção angélica. Edificado sobre um monte à beira mar, de doces e cristalinas águas, a fortaleza dos arcanjos mais parecia uma bela cidade, com jardins suspensos, muros enormes e adornados de pedras preciosas, torres e escadarias, mil quartos, campos, templos, salões, e lá no topo havia a maior construção do palácio, o Panteão, onde os arcanjos se sentavam em seus tronos de luz e poder, os cinco como iguais. Cada trono ornado como suas armaduras, um mais magnífico que o outro. Lá eles recebiam os outros anjos, faziam reuniões públicas. Arvores e gramas verdejantes tomavam não somente o palácio, mas também toda a montanha. Em todos os cantos da cidade corriam um rio que desaguava no mar e em um momento da superfície ele descia diretamente do sexto céu. Do alto da montanha mais alta, sobressaltando as nuvens, havia oito pilastras de outro e mármore branco que formava uma estrutura parecida com um coreto e sua cúpula mostrava toa a extensão do universo. Lá havia cinco tronos, um para cada arcanjo, e entre os tronos um lago sobrenatural, de água e sobre o vidro, com uma névoa branca e esvoaçante, mostrava todos os cantos do éden, e seus planos: espiritual, astral e etéreo. Era complexo de ser compreender, de modo que apenas os arcanjos podiam interpretar, nem mesmo os Malakins conseguiam entender de fato tudo quanto viam. Lá eram tomadas as decisões, pelos arcanjos, e as reuniões mais importantes do universo. O lugar era tão sagrado, que penas anjos convidados pelos próprios arcanjos podiam adentrar até mesmo os príncipes e generais das castas não podiam entrar sem o consentimento dos arcanjos.

E lá, no sexto céu, havia uma maravilhosa cidade forjada no centro do encontro entre milhares de montanhas verdejantes e coberta por neve nas extremidades mais altas. A cidade era sustentada por enormes pilares entre as cachoeiras, que estavam em toda parte. Cúpulas em abóbodas de cores azuis e verdes e paredes marrons e vermelhas, com gravuras, símbolos e desenhos místicos, pontes, dutos, jardins, bibliotecas e torres. Lá os Serafins, Malakins, Elohins e Ofanins trabalhavam sem parar, havia relógios solares em todas as partes, mais havia um em especial, a Roda do Tempo, que ficava no seio da cidade, representando os mistérios divinos. De lá podia-se ver que as águas que caiam vinham diretamente do sétimo céu.

O ultimo dos céus é um lugar de extrema luz e firmamento sempre azul. Não se podia enxergar o chão, apenas uma enorme montanha, tão alta que transpassavam as nuvens. Ao invés de haver neve na ponta, o que se via era uma construção branca erguida por pilares cilíndricos e lisos. Era chamado pelos arcanjos de Tsafon, o Monte da Congregação. No templo, o Santuário do Alvorecer de apenas um enorme salão, onde luz emanava por todos os lados. Não havia paredes, apenas as pilastras. No fim do salão havia um trono de tamanho descomunal, feito de luz, cores e raios poderosos. E vinte e quatro outros tronos menores ao redor foram posto, formando um semicírculo. O chão era liso e de mármore claro. Via-se mais do que seu próprio reflexo, via-se sua forma de luz, ou trevas, que é a verdade nos corações.

As eras iam passando e passando e os Sete Céus seguiam em sua construção. Os anjos com seu poder e inteligência adquiriam estima e influencia. Yahweh estava ocupado com a criação, mas na morada do celeste os anjos observavam a criação. Gabriel e seus ishins faziam maravilhas com seus poderes. Rafael que era amante do conhecimento também exercitava seus poderes elementais junto ao seu irmão mais velho, vez ou outra. Mas na maioria das vezes estava a ensinar os Malakins os mistérios do cosmo ou ensinando a qualquer que fosse a entoar louvores a Yahweh. De suas vestes brancas e túnicas de cores emanavam música. Sua fala era tranquila e suave aos ouvidos. Uziel, sempre em eterno treinamento com seus querubins fomentava disciplina e honra entre os seus. Lúcifer, o mais belo, era seguido por legiões por onde andara. Eternamente bajulados por todos, fazia crescer a grandeza de si mesmo em seu coração. De sua boca, saiam as mais belas oratórias, mas persuasivas até do que a dos serafins. E Miguel estava sempre a observar tudo e todos, garantindo que nada saísse de seus domínios. Porém, ele não podia presumir o que aconteceria em breve. Algo que mudaria não somente os Sete Céus, mas também o resto do multiverso, para sempre.


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