( narrador Peter )

Eu- Mãe ... eu ...

Eu fiquei sem reação e apenas sai correndo em direção ao quintal.

Me escondi a traz de uma arvore , estava muito escuro por ser de noite, acho que ninguém me acharia ali.

Eu não pude conter minhas emoções . Como não ter medo do futuro ?

E se um dia esses jogos voltarem ? E se um dia eu for para essa tal arena ? E se um dia eu perder alguém que eu ame ? E se ...

Fui interrompido com minhas próprias lagrimas, eu chorava alto e soluçava. Ouvi um barulho que parecia ser passos então limpei minha lagrimas e cobri meu rosto com as minha mãos, deixando só uma fresta para enxergar quem estava lá.

Eu- quem ta ai ?

E então vi a imagem destorcida de Ana.

Ela logo percebeu que eu estava chorando e sentou do meu lado.

A- Peter, o que aconteceu ?

Eu não conseguia falar direito devido ao choro.

A- por favor me fala.

Ela me abraçou e começar a passar a mão na minha cabeça.

A- eu não costumo abraçar meninos , muito menos que acabei de conhecer, mas me conta por favor.

Eu chorei menos, e consegui contar para ela.

A- ah Peter!

Ela me abraçou mais forte.

Eu- você ... você ... você ... - eu gaguejava .

A- Se eu tenho medo que eles possam voltar, ou que eu possa ir pra arena?

Eu- Como você sabe?

A- Peter ... Eu tenho a mesma idade que você , e os mesmos pensamentos ... Quando eu soube dessa história eu fugi de casa. Então minha mãe me colocou em um lugar chamado " X- The Capitol " .

Eu- o que é isso ?
A- um lugar em que eu fiquei presa e fui considerada louca. Mas eu tinha medo do meu passado se tornar o meu futuro ...

Ela parou de falar e começou a chorar .

Eu- Ana ?

Ela falou chorando :

A- eu tentava sair de lá , mas não conseguia, era tipo , um cativeiro, mas depois minha mãe voltou lá e me pegou de volta. Então nós se mudamos de distrito a distrito , desde de o 1 até aqui o 12. Sabe ... Para esconder meu medo e não ter que voltar para lá eu aprendi a esconder meu medo. Sempre quando eu tenho algum surto e pego meu caderno e escrevo o que sinto, ou desenho.

Ela chorou muito mais que eu ...

Então eu a abracei , e passei a mão na cabeça dela.

Eu- Ana eu sinto muito. Mas porque sua mãe te largou lá?

A- eu não sei. Eu só tinha medo dos jogos vorazes.

Eu- Você acha que eu também vou para lá?

A- Olha... Na verdade ... A minha mãe foi obrigada a me deixar lá ... Se não ...

Eu- o que ?

A- eles iam a matar . Tem um monte de crianças lá, mas eu não sei porque ... Eu não intendo .

Eu- Nossa ... Ana . Sua mãe pode te largar lá de novo?

A- eu não sei ... Toda noite depois que minha mãe dorme eu sai de casa, eu não sei o porque ... Você não pode contar isso pra ninguém. Sabe quando eu disse que eu tinha que ir embora cedo, era mentira. E sabe a minha mãe que ta aqui morando comigo, ela não a minha mãe de verdade. Ela é uma pessoa que me resgatou do " The X " . Então ela me adotou.

Eu- Ana ... Você ... quer caminhar ?

A- Eu não devia ... Mas ... sim. Tudo menos tentar dormir, eu tenho pesadelos.

Eu- Eu também.

Então nós saimos escondidos pela vizinhança. Fomos parar lá perto do mar, a maré estava bastante alta.

Nós contamos tudo um para outro. Ela sabia tudo sobre mim, e eu sobre ela.

Eu e Ana estávamos sentados na areia, até que a água do mar tocou no meu pé e no de Ana.

Ela tentou desviar da água, como se a água fosse a queimar.

Eu- Está tudo bem?

A- Sim.

Eu- Pode falar a verdade ...

A- Não . Não está tudo bem! Eu tenho medo de água ... Eu não sei nadar.

Respondi rapidamente.

Eu- Eu te ensino.

Ela me olhou parecendo um pouco descontrolada.

A- Olha, Peter, não ...

Eu levantei e a puxei .

Eu- quem sabe nadar afasta esses nossos pesadelos.

A- só porque é você.