I'm Aquarius escrita por Tom


Capítulo 14
Um breve momento de calma


Notas iniciais do capítulo

Olha, nem sei o que dizer a vocês. Nos vemos nas notas finais.



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– Maquiavel. Alguém pode me dizer mais sobre ele? – o professor perguntou. Ele afrouxou a gravata que parecia lhe apertar o pescoço. Os alunos, caídos em um silêncio profundo, trocaram olhares receosos. Já haviam conhecido o quanto Daros Brudvig poderia ser mau e, principalmente, insensível. Ninguém quis se pronunciar. – VAMOS! O gato comeu a língua de vocês? – bateu três palmas, como se quisesse alertar uma pessoa que estivesse quase dormindo.

No fundo da sala de aula, e timidamente, um garoto de expressão amedrontada ergueu a mão direita. O professor não disse nada, apenas olhou fixamente nos olhos castanhos do rapaz. Aquele olhar, entretanto, pareceu enxergar até mesmo a alma do garoto. Ele engoliu em seco e apertou com força a sua caneta.

Os fins justificam os meios. – disse em voz baixa. Daros colocou a mão em forma de concha em torno do ouvido esquerdo, sinalizando para o garoto falar mais alto. – Os fins justificam os meios! – e a verdade foi que dessa vez ele quase berrou. Alguns alunos riram, os mais ousados perguntaram se ele “não iria mijar nas calças”. Mas para Daros, entretanto, a reação era outra. Ele parecia ter ganhado na loteria.

– Muito bem, MUITO BEM!, sr. Herveaux. – ele correu os olhos cheios de desdém rapidamente pela turma. – É bom ver que pelo menos um de vocês não é um completo imbecil. – Mr. Brudvig foi até a sua mesa e tomou um longo gole de água antes de voltar sua atenção para os alunos. – E vocês devem saber que esse é um dos meus assuntos favoritos na filosofia.

Enquanto o professor continuava a sua aula, atrás da porta da sala Corinne esperava pacientemente que o sinal batesse. Iria hoje mesmo confrontar Daros Brudvig, porque odiava não saber das coisas, odiava sentir curiosidade. Ela olhou para o visor de seu celular e bufou, revirando os olhos. Parecia que o fim daquela aula demoraria milênios.

Mas ela esperou.

E esperou.

O sinal bateu por fim. Ouviu-se o arrastar de cadeiras, o guardar dos objetos e a porta da sala de aula foi aberta para dar passagem aos alunos. Corinne já ia se embrenhar no meio deles quando uma garota baixinha e que usava aparelho se aproximou dela e puxou-a pelo braço. A morena a olhou completamente estressada e já se preparava para uma má resposta, mas a outra havia sido mais rápida.

– Des-descobrimos o que Meg-g-gan fará. – informou, arfante. Aquilo sim era uma coisa interessante a se saber e valeria até mesmo uma prorrogação do encontro entre o professor e a aluna. Corinne sorriu de forma gentil para a garota, mudando completamente suas feições para algo que chegava perto do “amigável”. Abraçou a menina pelos ombros e começou a andar pelo corredor. – Uma Neon Party, segundo minhas fontes. E não quer demorar a fazer, porque já estão falando dela e do fiasco da festa de boas-vindas.

– Perfeito, Ashley. Não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso. – a morena disse com uma voz calma. Sua mente já fervilhava de ideias que imploravam para serem colocadas em prática. Já estava decidido: o reinado de Megan iria acabar pelas mãos de Corinne. – Avise as outras. Iremos nos reunir o quanto antes para discutir algumas coisas.

As duas se separam com olhares cúmplices. A Squarre, agora focada em seu plano de vingança, foi para a aula de Geografia. Ashley, feliz por ter tido importância pelo menos uma vez na vida, foi em direção ao banheiro. Iria mandar mensagens a todas as outras para que se encontrassem o quanto antes.

Paralelamente, Turner se mantinha focado em analisar aquela situação. Estava saindo da sala de aula quando notou Corinne abraçada com Ashley – coisa bastante estranha de se ver e que ganhou sua atenção. Parou perto do bebedor e abaixou a cabeça, como que para sorver água, mas só queria mesmo era ouvir aquela conversa. Quando as duas se afastaram, ele se endireitou e sorriu satisfeito. Um olhar maníaco afetou sua expressão brevemente, mas logo ele se recompôs.

Seus passos silenciosos o levaram até a sala onde eram feitos os anúncios da Cadela Megan, como ele a gostava de chamar. E aliás, gostava de chamar aquele lugar como Câmara dos Segredos. Fosse infantil, fosse ridículo, o que ele possuía ali poderia destruir qualquer um. Retirou as chaves do bolso e abriu a porta, embrenhando-se naquele espaço repleto de computadores.

Telas exibiam imagens, outras exibiam textos, algumas arquivos criptografados, mas para ele a mais importante era a central, uma que mostrava duas pastas distintas e, em controvérsia, tão intimamente ligadas. De um lado, Corinne. Do outro, Megan.

Nada poderia estar melhor na vida do jovem Herveaux naquele dia.

***

O celular de Lisbeth tocou. Enquanto ela saia do banheiro apressada, apenas enrolada na toalha, deixou ficar pelo chão a pasta dental e a escoava de dentes. Estava ansiosa por aquela ligação porque tinha certeza que seria alguma notícia de Benjamin. Queria ver o amigo bem de uma vez, era tudo o que queria.

– Alô? Edward? – perguntou com uma voz agitada. Não ouviu-se resposta, apenas um riso baixo do outro lado da linha. Mas aquele riso, ora, aquele riso quase fez com que a loira tivesse um ataque do coração. Ela soltou um grito esganiçado e apertou com força o celular. – BEN? BENJAMIN, É VOCÊ?

– Calma, calminha Lis. – ele respondeu com sua voz grave. Ainda havia o ar do riso ali. – Sim, sou eu sim. Mas não quero gastar os créditos do bom amigo Edward. Só estou avisando que estou indo para aí daqui a uma semana.

Lisbeth poderia beijar alguém nesse exato momento – mesmo que isso fosse contra seus princípios – de tanta felicidade. Ela começou a fazer uma dancinha estranha e disse que estava feliz por ouvi-lo novamente, e que queria se encontrar com ele o mais rápido possível. Despediram-se e ela simplesmente se deixou cair na cama, olhando o teto completamente tomada pela felicidade.

“Nos vemos daqui há alguns dias, padawan” a frase final ainda rondava a sua cabeça. Como sentia falta de ser chamada daquela forma por ele. Era como um sonho bom que se tornava realidade. E então uma risada alta veio da porta de seu quarto, que estava escancarada.

– Sabe, esse é o melhor filme de comédia que já assisti. – Jimmy conseguiu formar a frase em meio as suas risadas. Lisbeth levantou-se assustada, o rubor lhe colorindo toda a face. Ela andou até a porta e a fechou com tudo na cara do adolescente sentindo-se cada vez mais envergonhada pela cena que ele havia visto e, principalmente, por ela estar apenas com uma toalha lhe tampando o corpo.

Como pude esquecer de trancar essa merda?, pensou amargurada. Ouviu os passos do garoto se distanciarem assim como sua risada e, só depois de não ouvir mais nada do lado de fora, se levantou e voltou para o banheiro – não esquecendo-se de trancar a porta dessa vez, claro. No caminho pegou sua pasta dental e sua escova de dentes que estavam no chão, sacudindo a cabeça em negativa para sua própria burrice e para completa falta de tato de Jimmy.

– Nós só conversamos uma vez e ele acha que pode chegar assim no meu quarto e ir abrindo a porta. Sinceramente. – resmungou consigo mesma enquanto abria a torneira da pia.

***

– Eu não estou gostando nada disso, Matthew. – resmungou uma Megan nua. Ela estava deitada sobre o peito do garoto e sua expressão era de completa frustração. O garoto pareceu compreender sobre o que ela falava e acenou com a cabeça, soltando uma baforada de ar pela boca.

– Pelo o que ouço, ela realmente está se aliando ao resto das perdedoras. Patético. – ele disse. Passou a mão pelos cabelos sedosos da loira, sentindo-a suspirar contra seu tórax. Sorriu.

– Patético, mas extremamente perigoso. E se...

– Shhh, my love. Ela nunca conseguirá tirar você de seu trono. Quem é Corinne Squarre perto de Megan Lohnhoff? – perguntou em voz baixa, massageando agora as costas da jovem. Ela sentiu uma arrepio lhe percorrer todo o corpo e se levantou alguns centímetros para fita-lo. Não precisavam de mais nenhuma palavra. Se beijaram lentamente uma primeira vez e de forma totalmente sensual, mas não resistiram às cerimônias.

Aproveitaram-se da total ausência de roupas. Matthew a possuiu rapidamente e com sofreguidão, Megan gemeu em seu ouvido e lhe arranhou por completo as costas pedindo para que ele fosse cada vez mais rápido.


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Notas finais do capítulo

Cara, é sério, me desculpem. Eu poderia usar a minha total falta de tempo ou minha total falta de inspiração (coisas que realmente me influenciaram) como desculpa, mas devo sinceramente dizer que o maior motivo por eu ter demorado tanto tempo assim para postar um novo capítulo foi a pura e incrível preguiça. ME DESCULPEM, GAFANHOTOS! Eu estava completamente embaralhada em ideias quanto a essa fanfic e simplesmente não sabia o que fazer, mas então hoje eu dei um "basta" (sofrendo forte influência da Mozart, que faltava me dar uns tapas para que eu postasse logo) e ajeitei os detalhes, reorganizei os fatos e trouxe essa capítulo para vocês. Me desculpem, novamente, por essa demora. Claro, se ainda houver alguém que esteja interessado em ler essa história. Enfim, espero que tenham gostado.

Mamãe ama vocês.