–Você tem que ir, cara -fala Isaac, que está sentado ao meu lado no sofá.

Estamos assistindo a um filme de guerra, quer dizer, eu estou. É apenas isso que eu faço nas últimas semanas, aliás. Minha mãe sempre diz: "Augustus, não acha que está passando tempo demais em casa?". Na verdade eu entrei mesmo foi em uma depressão de pois que a Hazel mo... ah deixa pra lá. Só sei que prefiro ficar em casa a sair na rua e passar por um interrogatório, de novo.

–Não -respondo, um pouco grosso.

–Vai ser divertido, e eu preciso de alguém junto comigo se não quiser derrubar todas as cadeiras com a minha bengala de novo. -ele diz, soltando uma pequena risada. ele tenta me animar a cada dia, mas a cada dia parece mais impossível realizar tal feito.

–Não! Você também não ia querer sair de casa se a sua namorada estivesse morta!

–Pelo menos você tinha uma namorada que não abandonaria você se estivesse prestes a ficar cego. -ele responde, com a voz falhando, como se estivesse a beira do choro.

Sinto bile subir pela minha garganta e engulo em seco. Nunca deveria ter dito aquilo. Nunca deveria ser rabugento e insensível com ele.

–Desculpe, cara -falo meio tonto pela situação. -Acho que se eu for só hoje não vou morrer, certo?

–Certo -diz ele com um pequeno sorriso.

–Nunca pensei que estaria no coração de Jesus de novo -sussurro para Isaac, que está sentado em uma cadeira do meu lado, que esboça um sorriso ao ouvir o comentário.

Estamos no grupo de apoio, ouvindo mais uma vez a triste história do câncer de Patrick. Quando chega a hora das apresentações, levanto e falo: "Oi, eu sou Augustus e estou aqui só para acompanhar meu amigo, Isaac.".

Observo as algumas pessoas conhecidas levantarem e dizerem seus nomes e suas histórias. Mas uma menina, nova por sinal, me chama atenção.

–Olá, meu nome é Jessie Velark, tenho 16 -seus cabelos castanhos claros estão presos em um coque bagunçado no topo da cabeça. Seus olhos azuis buscam as pessoas no grupo, seu sorriso é de espalhar alegria aonde ela for. -Fui diagnosticada com Leucemia aos 13 anos de idade, desde então cada dia é uma batalha. Estou bem, acho. -então ela volta a sentar.

Quando volto para casa, desso correndo as escadas e vou para o meu quarto, corro para minha cama, cansado demais para fazer qualquer outra coisa.Mas não consigo dormir.

Uma palavra, não, um nome ressoa em minha cabeça.

"Jessie".

Acho que vou ao grupo de apoio de novo amanhã.