Terceira Dimensão escrita por Felipe Costa


Capítulo 1
Vistoria Policial




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Dezessete horas. Ou como falamos no Brasil, cinco da tarde. Foi o horário que Josh, Mariah e Alice bateram na porta do meu apartamento.

Planejamento: passar o feriado nós quatro em meu apartamento. Iríamos assistir duas dezenas de filmes que eu tinha comprado e inventaríamos outras coisas para fazer, porque a mente de jovens entra dezesseis e dezoito anos é o lugar perfeito para ter ideias. Além de ficarmos em casa, passaríamos os dois últimos dias num sítio da família de Mariah.

Ao abrir a porta, Mariah e Alice me abraçaram e entraram no apartamento, e tive que abrir a porta mais um pouco para Josh passar com a caixa de cerveja que carregava em seus braços.

Meu lar não era pequeno. Tinha uma sala, uma cozinha, três quartos e um banheiro. Não iríamos ficar apertados. As meninas sentaram-se no sofá em frente à televisão e começaram a assistir um programa sobre as festas que estavam acontecendo em diversos lugares do país, enquanto Josh e eu guardávamos as cervejas no freezer.

– Preparado para o feriado? – perguntei assim que coloquei a última garrafa no freezer.

– Totalmente preparado. – ele falou abrindo sua mochila e mostrando para mim dezenas de preservativos.

Comecei a sorrir.

– Não é possível que um cara de dezoito anos continue virgem no carnaval que ele vai passar agarradinho com a namorada.

E foi sentar-se ao lado de Alice, que passou o braço dele pelos ombros e lhe deu um beijo.

Então, a campainha tocou novamente e a porta revelou os irmãos Felix e Miranda. Apertei a mão do primeiro e dei o selinho na outra, afinal, fazia dois dias que não via minha namorada.

Como os sofás tinham dois e três lugares, alguém iria sentar-se no chão, o que não ocorreu, pois Alice acomodou-se nas pernas de Josh enquanto assistíamos o noticiário. Diziam no jornal que a polícia estava fazendo uma operação para que não houvesse casos de violência nas ruas que tinham movimentações festivas, mas a filmagem mostrou rapidamente uma policial que tinha corte de cabelo masculino puxando um rapaz para fora de uma casa e batendo nele com um cassetete.

Apontei para a tela tentando mostrar a cena, mas somente eu a percebi.

Depois, passou o nome das ruas que iriam receber essa operação policial, e percebi que minha rua estava na lista.

Coloquei um filme para assistirmos e sentei-me no chão, de modo que todos se acomodaram nos sofás. Com meia hora de filme, meu celular tocou.

Saia você e seus amigos desse apartamento agora! Os policiais estão chegando aí e eles irão levá-los para sempre!

Foi o que uma voz masculina me falou pelo telefone.

Nos levar? Pra cadeia? Não havia motivos.

– Quem era? – Miranda perguntou.

– Um louco qualquer. Não se preocupe. – respondi.

Cinco minutos depois, meu celular tocou novamente.

Saiam logo, os policiais já estão na esquina do quarteirão de seu prédio!

E desligou.

Fui até a janela do meu apartamento que dava pra rua e vi os policiais abrindo caminho por entre a multidão que tomava a rua. Então, decidi subir até o sétimo andar, onde Ludi morava. Ele era um amigo que eu conhecia desde que me entendia por gente.

– Onde estão os outros que estavam com você? – Ludi perguntou assim que me viu sozinho na porta de seu lar, como ele chamava.

– Assistindo um filme na minha sala. – falei.

– Traga-os rápido. – ele falou sério e nervoso. – Ou será pior para eles.

Voltei correndo para o terceiro andar onde eu morava, pois o elevador tinha acabado de quebrar.

– Vamos conhecer um amigo. – disse ao chegar a minha sala. – Depois voltamos ao filme.

Por sorte, todos concordaram.

Ao fechar a casa e começar a subir as escadas, ouvi uma voz que estava chegando ao andar que eu morava. “Vamos pegar logo aquele Jackson!”, foi o que a voz falou. Parecia ser a voz de uma mulher, apesar de ser um pouco masculinizada.

Não podia ser. Ela tinha dito meu sobrenome?

Mesmo ouvindo isso, continuamos a subir até o sétimo andar.

– Bem a tempo, Harry! – Ludi me falou assim que entrei em seu apartamento e ele trancou a porta.

– O que está acontecendo? – Mariah perguntou.

– Não é hora de perguntas. – Ludi falou. – Está com a chave, Harry?

Ele estava falando de uma chave que ele mesmo tinha me dado um ano atrás. A partir de então, eu usava aquela chave como um tipo de pingente de cordão por baixo da camisa. Ela tinha um “M” cravado que Ludi nunca me disse o que significava.

– Está na hora de usá-la. – ele continuou.

Guiou-me até seu guarda roupas, que tinha uma porta trancada com um cadeado. Então, eu soube que a chave que eu tinha destrancava o cadeado, pois nele tinha um nome escrito: Markus. Se Ludi tinha a chave e o cadeado que ela destrancava estava com ele, por que ele me deu a chave?

Abri o cadeado e vi que dentro do guarda roupas tinha uma mochila preta.

Alguém bateu na porta de Ludi.

Ele pegou rapidamente a mochila do guarda roupas e colocou nas costas.

– Rápido! Todos para o banheiro! – ele falou nos guiando.

O banheiro dele era relativamente pequeno para comportar sete pessoas, além de ter uma parede coberta com uma cortina de plástico. Parecia que estava em construção. Ludi trancou a porta do banheiro por dentro e depois puxou a cortina de plástico, que revelo uma parede de cimento.

Ouvimos a porta de frente da casa dele sendo arrebentada.

– Passem. – ele falou.

– Tá brincando, não é? – Josh perguntou. – Como é que vamos passar por uma parede de cimento?

– Vamos logo!

– Isso não é real. – Mariah disse. – Vou ficar e voltar pra minha casa.

– Eu também vou embora. – Felix falou.

Instantes depois, ouvimos eles gritarem. Parecia que eles estavam sendo espancados.

Corremos em direção à parede, que não era bem uma parede, e sim um portal. Primeiro eu, depois Miranda, Josh e Alice. Ludi foi o último a passar.

E não estávamos mais no banheiro. Nem parecia que estávamos no Brasil. Estávamos em um grande campo com gramíneas.

– Onde estamos? – Alice perguntou.

– Nas proximidades de Richworld. – Ludi falou.


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Notas finais do capítulo

Podem esperar por mais capítulos, alguns de tirar o fôlego. Mas preciso saber se o primeiro capítulo está bom. Comentem, please!



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