League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King


Capítulo 52
Capítulo 50: Irelia & Shen


Notas iniciais do capítulo

A batalha continua num duelo poderoso entre Zed e Shen.



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Capítulo 50:

Irelia – Festival do Fogo – Piltover

Zelos colocou suas adagas em posição de ataque, esperando a primeira investida de Zed. Irelia percebeu a grande desvantagem em que eles estavam. Dois contra cinco, impossível. Syndra tinha poder para mandar todos os ninjas das sombras para os ares, mas estava muito atordoada para isso.

Foi até o ouvido do irmão, onde sussurrou:

Estamos em desvantagem!

Zelos cerrou os punhos; odiava dilemas. Atacar ou não atacar? Certamente morreria, mas morreria tentando, sem hesitar. Odiava hesitação. Decidiu-se.

– Temos dezesseis lâminas sob nosso controle – disse. – Só perderemos se quisermos.

– Tudo bem – assentiu ela. – Hesitação é morte.

O visor de Zed brilhou num vermelho exuberante, porém, maligno. Ele se movimentou nas sombras, uma investida rápida, mas que Zelos poderia facilmente apará-la. Quando o mestre das sombras desapareceu, houve mistério, ninguém sabia onde ele estava.

Marca Fatal! – três sombras avançaram em direção de Irelia, ela tentou cortá-las com as adagas, mas eram sombras, não podiam ser alvejadas.

Syndra gritou, as adagas das sombras foram em direção de Irelia, quando as sombras se dispersaram num escudo roxo brilhante, que criou uma onda de choque que afastou o verdadeiro Zed, lançando-o ao chão.

Uma figura surgiu de dentro do escudo, um ninja de manto azul, duas katanas nas mãos, máscara também azul. Shen. Ele se colocou em posição de ataque, ao lado dos irmãos Hiten. Guardou uma das katanas e retirou a máscara, balançando seus cabelos negros.

– Essa luta não é justa, Zed! – ele exclamou, quase gritando.

Zed se levantou do chão, os ninjas das sombras ao lado, Syndra só observando, longe de todos.

– Interessante sua nova habilidade, Shen. Andou treinando?

Shen sorriu.

– Não pretendo mais explodir em mil pedaços como da última vez – respondeu. – E nem que ninguém sofra com a sua Marca.

Irelia se virou para ele, confusa.

– Você explodiu em mil pedaços?

– Não importa – retrucou Shen, os olhos afixados em Zed. – Nós três somos o suficiente para tipinhos como os seus, Zed – olhou para os outros ninjas. – E pelo visto, sempre houveram outros como você na Ordem. Haruka, que vergonha.

Haruka sorriu sarcasticamente.

– Luto pelo poder e força, Shen. O equilíbrio jamais me proporcionou maior prazer do que as sombras.

Shen ficou sério.

– Kyrie, sempre um cão de estimação de Zed, até entendo a sua mudança de lado mas, Karina? Dan? Por que?

Karina apontou seu Bo para ele.

– Não preciso explicar nada para você!

– Corra para o seu papai e conte sobre nossa traição – zombou Dan. – Vá, talvez eu aproveite e te corte menos.

Shen ficou de cabeça baixa. Odiava ver velhos amigos se voltando para o lado negro. Queria provar que o equilíbrio era o lado certo, queria muito. Odiaria que Zed estivesse certo o tempo todo. Isso seria algo terrível.

Ergueu a cabeça e fez a posição de combate.

Vamos!

Shen avançou com os irmãos Hiten ao lado. Zed fez o mesmo com os seus.

Shen chutou Zed, atirando-o ao chão. Brandiu suas duas espadas, que foram aparadas pelas garras. O mestre das sombras girou, puxou as katanas com as garras, trazendo o inimigo para perto, chutou sua barriga. Shen gemeu, recuou.

Utilizou toda sua velocidade para atacar e conseguir uma abertura e conseguir feri-lo. Não obteve sucesso. Zed se movimentava na mesma velocidade, aço contra aço, fazendo estalos e soltando faíscas, até. Seus músculos iam com toda a força que tinha, queria mesmo derrota-lo. Aproveitou uma abertura para tentar decapitá-lo, a lâmina passando, indo em direção ao pescoço, mas Zed esquivou-se, aproveitou e fez um corte no rosto de Shen, um imenso corte que começou a sangrar. O corte foi feito na bochecha, logo não atrapalhou em nada.

Um corte de direita, esquiva, de esquerda, esquiva. Lançou uma estocada em Zed, que esquivou, agarrou seu braço e lançou-o longe. Saltou em cima dele com a garra, pronto para perfura-lo. Shen rolou, esquivando-se. Ficaram se encarando, olho no olho, ambos ofegantes e suados – Shen tinha a vantagem de ter uma roupa sem magas, enquanto a de Zed era imensa.

Olhou a batalha dos irmãos Hiten, que lutavam contra os outros, mantendo toda a pressão e conseguindo manter os outros afastados, com suas lâminas flutuantes. Eram, sem dúvidas, guerreiros poderosos. Viu que Dan estava para acertar Irelia com sua Naginata, um ângulo perfeito que nem mesmo as lâminas extras poderiam aparar. Shen sacou uma de suas katanas de modo a lançar, atirou-a como uma lança e acertou Dan na lateral da barriga, fazendo-o cair no chão.

Zed gritou.

– Maldito! – avançou nele.

Agora Shen só tinha uma espada contra duas adagas. Foi nesse momento em que Zed mais utilizou da agressividade, fazendo ataques rápidos, giratórios, mais fortes e mais descuidados, claro. Shen defendeu, defendeu, esquivou, esquivou, enquanto lia os movimentos de Zed.

O segredo, meu filho, dissera Shyon, certa vez, é saber ler seu oponente. Nós, ionianos, acreditamos que uma vitória vem do conhecimento. Por isso não treinamos só os músculos.

Enquanto defendia, percebeu um certo padrão nos ataques do oponente. Direita, esquerda, direita, direita-cima, esquerda vinda de baixo, as duas garras giratórias... Foi quando Zed recomeçou, na mesma sequência. Direita, esquerda, direita, direita-cima, esquerda vinda de baixo, as duas garras giratórias. Durante as garras giratórias, abaixou-se e chutou-o na barriga, fazendo-o cair para trás com força. Zed se distanciou com sua sombra e atirou duas shurikens, uma defendida e outra penetrou no ombro de Shen, fazendo-o gritar. Deixou a espada cair, seu braço doía demais para poder se mexer. Zed sorriu.

– Não é tão forte sem seu braço direito, não é? – e riu. – Esse é o seu fim, maldito.

Avançou em Shen com toda a velocidade, pronto para brandir suas garras. Saltou e estava para cair no inimigo com toda a força e velocidade... A manipulação de adagas com as duas mãos pode salvá-lo em várias ocasiões, Shen, meu filho.

– Sim – respondeu Shen ao vazio.

Sacou a espada com sua mão esquerda e brandiu-a no ar, direcionada em Zed. Não viu o que havia feito, só sentiu sangue pingar em seu rosto. Ouviu Zed cair no chão, gritando de dor, no chão, com o rosto escondido por trás das mãos ensanguentadas. Suas garras estavam “embainhadas”.

Shen se levantou, com a mão esquerda no braço direito. Viu o quanto Zed era patético. Nem mesmo com o poder das sombras poderia derrota-lo, seu ódio no coração fazia com que ele não pensasse duas vezes num ataque. Nem mesmo brandiu as garras, obviamente querendo um bom ângulo para decapitá-lo.

– Agora vejo – disse Shen – o quanto você é patético. Tanto lutou para se tornar melhor, e ainda falha.

Haruka estava no chão enquanto Zelos lutava contra Karina, uma lutadora habilidosa, capaz de, com um simples Bo, conseguir aparar todos os ataques. Havia pego a Naginata de Dan para lutar contra o irmão Hiten mais velho, enquanto Irelia estava no chão, sob os cuidados de Syndra, que de alguma forma parecia curar seus ferimentos.

Haruka viu a derrota do mestre. Não acreditou. Correu até ele.

– Zed! Zed! – chegou até ele, passando a mão em sua cabeça. – Zed, meu querido mestre, o que houve? – virou-se para Shen, a fúria nos olhos. – Maldito seja você!

Zed ergueu a cabeça com dificuldades. Haruka se espantou com seu estado: um corte que passava de uma sobrancelha a um lado da boca, tudo cortado, o rosto ensanguentado.

– Não... – ele disse. – Não...

– O que foi, meu mestre?

Não olhe para mim! – ele gritou.

Shen sentiu pena.

– Vão embora – disse, ainda dolorido. – Vão embora agora e eu não chamo reforços. Foi uma luta injusta, mas nós vencemos. Três contra cinco. Aceite minha piedade, Zed.

Zed o olhou nos olhos, chorando por cima de todo aquele rosto ensanguentado. Por trás daquele choro havia ódio, um ódio profundo que só terminaria com a morte de um dos dois.

– Um dia eu... um dia... um dia eu irei matá-lo – Zed gaguejou.

– Não fale – preocupou-se Haruka. – Permaneça quieto e eu resolvo isso – virou-se para Shen. – Você venceu. Humilhou meu mestre e agora nos dá piedade. Você deveria ter vergonha!

– Vergonha de...?

Ela não soube responder.

– Você pagará! – ela disse. – Karina! A luta acabou.

Zelos prevaleceu sobre a garota, agora no chão, com partes do corpo ensanguentadas. O Hiten guardou as lâminas no oblívio, novamente. Recuou, foi até a irmã, ainda no chão, caída.

Haruka ajudou o mestre a andar até um ponto. Juntou os corpos cansados de Kyrie, Zed, Karina e Dan numa pilha, como se estivessem realmente mortos. Ela era a única que poderia salvá-los, a única. Olhou Shen com desdém, que retribuiu com um olhar sem emoção alguma.

Syndra ficou dividida entre ir até seu amor, ou ficar com seus reais amigos. Viu o estado deplorável de Zed e quis ajudar. Não pode. Preferiu ficar com Irelia, aquela que havia lhe dado o melhor dia de todos e, agora, por sua causa, estava ferida.

Haruka preparou para fazer um Jutsu das sombras, um de teleporte. Fez um gesto, outro, outro, vários gestos e quantos mais ela fazia, mais símbolos se formavam ao redor de todos os ninjas das sombras, um buraco escuro começou a se formar no centro dos símbolos. Foi quando eles desapareceram nas sombras, sem deixar qualquer rastro.

– Obrigado por ficar – Irelia disse.

Syndra sorriu.

– Sei que se eu fosse você teria se dado muito mal.

[...]

Irelia havia terminado de cobrir Syndra em seu quarto, à noite. Já deveria ter passado da meia-noite, disso tinha certeza. Estava cansada. Aquele fora um dia totalmente exaustivo, sem qualquer chance de descanso até o momento.

Saiu do quarto dela, fechando a porta de correr com cuidado para não fazer barulho.

Vestia um quimono roxo, descalça dentro do templo oriental onde ela morava. Andou pelo corredor escuro do templo, indo direto para a sala onde Zelos a esperava. Abriu a porta e o encontrou ajoelhado, rezando em frente a uma imagem, uma divindade ioniana que se baseava num dragão de vento.

Não o chamou. Foi em sua direção e ajoelhou-se ao seu lado. Ele também vestia um quimono, um azul. Ficaram ali por nem um minuto e ele interrompeu a reza.

– Sabe que odeio fazer isso, não sabe?

Ela riu, ainda de olhos fechados.

– Sim – abriu os olhos e sorriu para os irmãos. – Fico feliz que você está aqui, comigo.

Ele deu um sorriso fraco à irmã.

– Faz tempo que não rezamos juntos – com pesar, continuou. – Desde que papai adoeceu, nós separamos muito. Quando fui golpeado por aquela “coisa” de Zed, parei para pensar que não sou nada nesse mundo. Pensei em você, no papai, em meus aliados e em minha noiva... Pensei até mesmo na raposa do papai.

Irelia riu.

– Ahri.

– O que?

– Nós a nomeamos enquanto você estava fora. O nome dela é Ahri.

Ele fez uma careta.

– Não sei se gostei. Mas se vocês dois escolheram... Pode crer que eu gostei.

Sorriram um para o outro.

Fizeram silêncio por um tempo, até que Zelos cortou-o.

– Admito que você deu seu sangue para cuidar do papai nesses últimos anos – disse. – Eu gostaria de poder retribuir.

– Fico feliz por isso.

– Fique. Irei para casa amanhã, terminar de cuidar de meus ferimentos e cuidar, também, do papai para você – ela abriu um grande sorriso. – Sei que está gostando de seu trabalho como babá de Syndra, então vou ajudar-lhe um pouco.

– Obrigada! – ela abraçou o irmão com força, feliz pela sua decisão. Ele havia falhado na missão de eliminar Zed, mas enquanto tudo ficasse bem, eles poderiam se acomodar.

Irelia só não sabia que esse acomodamento levaria cinco anos. Cinco anos nos quais Syndra começaria a criar uma personalidade diferente do que sempre foi.


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Notas finais do capítulo

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