League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King


Capítulo 50
Capítulo 49: Ashe - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Demorei uma semana para escrever esse capítulo. Sim, ficou curto, até demais. Estive ocupado com estudos e outra fanfic em progresso: http://fanfiction.com.br/historia/553035/Ninetales_-_Ascensao/
Esse capítulo será divido em duas partes, para matar a saudade da Ashe, haha.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514939/chapter/50

Capítulo 49:

Ashe Frozenheart – Freljord

Ashe olhou para o horizonte, exausta. Seu corpo quase não aguentou a primeira subida para o monastério, o que diria a descida. O vento frio do inverno soprava sob sua pele branca enquanto ela utilizava suas últimas forças para andar. Braum havia se oferecido para carrega-la, mas ela recusou. Não queria parecer fraca perto de Sejuani, que caminhava ferozmente pela neve.

Depois do incidente com o roubo do pergaminho, os trolls desapareceram numa nevasca negra. Udyr avançou neles, enfurecido, mas atacou a névoa e a atravessou. Mal pôde conter sua fúria, precisou ficar sozinho por alguns minutos para controlar sua fúria animalesca.

Depois disso precisaram descer a montanha para conseguir o pergaminho. O plano era bem simples: seguir os trolls. Era possível ver pegadas profundas na neve, pegadas que iam sumindo com o tempo, mas que eram o suficiente para chegar até o ponto decisivo.

– Isso está ridículo – afirmou Thaynam. – Andamos de Rakelstake até o monastério para perdermos o que queríamos para um bando de trolls malditos.

Thaynam bateu os pés na neve, fazendo um certo barulho. Grunhiu e cerrou os punhos.

– Se não se acalmar, aí, otário, eu mesmo o farei! – Olaf gritou.

– Como pretende fazer isso, viking boçal? – desafiou Thaynam.

– Enfiando meus machados no meu da sua bunda, seu filho da puta!

Ashe se virou para o viking, assustada com tal palavrão. Sejuani e Nunu riram, Thaynam e Olaf se encararam, Braum ficou abismado.

– Não diga coisas feias, Senhor Olaf – fez uma careta. – É muito feio!

– Feio é o que eu vou fazer na cara desse desgraçado! – avanço encima de Thaynam, mas Braum, com uma só mão, impediu a investida do homem.

– Não te largarei até que você peça desculpas!

Olaf se debateu, tentando sair, mas Braum segurou as suas vestes com ainda mais força.

– Peça desculpas logo, Olaf! – gritou Sejuani. – Vamos lá, acabe com essa besteira.

Ashe retirou os olhos da briga, sabendo que seu tio estaria seguro com Braum por perto, e concentrou-se no caminho. Estava amanhecendo, e mesmo no inverno, o sol estava dando as caras. Viu o grande vale de Freljord de lá, todo iluminado com a luz do sol, algo que não via desde que fora para Rakelstake.

Percebeu movimento por perto, na trilha em que caminhavam. Deu alguns passos em direção ao movimento, atolando a bota na neve. Se jogou de bruços no chão, para tentar observar o que era aquele movimento. Viu um ser, não um homem, não um humano... Um troll.

Levantou-se, sacou seu arco, uma flecha, em meio segundo a atirou. O troll urrou de dor e caiu no chão, com sua perna perfurada pela flecha.

Todos se viraram para Ashe.

– Que diabos...? – perguntou Sejuani.

– Acabo de caçar meu primeiro troll – Ashe sorriu.

[...]

O troll era feio por demais. Pele azul, cabelos vermelhos, nariz de batata, dentes afiados, olhos azuis fluorescentes e alguns músculos. Tinha tudo para ser um monstro horripilante, mas pareceu se assustar até mesmo com o yeti, Willump. Chorava litros de dor com a flecha de Ashe, que fazia com que ele sangrasse o sangue azul-ciano dos trolls.

Todos o encaravam enquanto ele, sentado, chorava.

– Thaynam, cuide da ferida de nosso amigo.

Thaynam bufou; odiava ter que dar uma de médico para pessoas comuns, imagine para um troll. Ele quebrou a ponta da flecha e a removeu, o troll gritou, entre lágrimas soluçadas. Depois de removê-la, limpou o sangue com um pedaço de pano e o enrolou na parte machucada.

– Pronto, Ashe. Não me peça mais nada depois disso.

Ashe o olhou com um olhar furioso.

– Nós conversaremos sobre isso mais tarde.

Ouvir isso de sua sobrinha deveria soar muito estranho.

Ashe se ajoelhou ao lado do troll, que parecia um bebezão.

– Olá, como vai?

– Depois que você enfiou uma flecha em minha perna? Muito mal! – poderia estar brigando com ela, mas seu choro deixou a fala com um tom hilário.

Sejuani riu.

– Pensei que os trolls fossem mais másculos.

– Homens não são menos masculinos quando choram, senhorita – disse Braum. – Mamãe sempre me dizia que quem não chora não tem sentimentos.

– Blá, blá, blá – Sejuani ironizou. – Ninguém liga para o que a sua mãe disse.

Braum fez uma cara que mais parecia uma junção de raiva com chateação e tristeza.

– Qual o seu nome? – Ashe perguntou ao troll.

Ele limpou uma lágrima e gaguejou.

– Trent, senhora. Me chamo Trent.

Ashe sorriu.

– Que ótimo nome, Trent. Eu gostaria muito de te fazer uma pergunta.

– Pergunte o que quiser, minha vida já não mais importa depois que fui abandonado aos Poros.

Ashe franziu a testa.

– Como assim?

– Vim com a horda de trolls de meu primo, Trundle, para cá, buscar algo valioso, mas ele me enganou de forma que eu acabei ficando para trás.

Sejuani gargalhou.

– Você foi “trolado”!

Trent chorou alto, de forma cômica.

– O-Odeio esses malditos trocadilhos!

– Pode ir se acostumando com eles – Sejuani disse. – Pois a coisa valiosa era nossa, e a queremos de volta.

Ele parou de chorar e fez uma cara animada.

– Então, vocês estão atrás daqueles que me deixaram para trás? – fez um sorriso sádico que assustou até mesmo Ashe. Ele se levantou como se nunca tivesse levado uma flechada na perna, seus olhos brilharam num tom sombrio e ele transpareceu uma confiança que ela só havia visto no próprio rei dos trolls. – Vamos, eu lhes mostro aonde eles se escondem.

[...]

Caminharam por muitos outros quilômetros. Ashe aproveitou a deixa para subir às costas de Braum; estava exausta. Sejuani parecia cansada, também, mas Bristle fora ferido pelos trolls malditos e estava, agora, sob os cuidados de Udyr e dos monges restantes. Todos caminhavam rapidamente, estavam na pista certa.

Trent era mais alto do que parecia, sendo um pouco maior que Braum. Ele estava sem arma, mas caminhava com a mão direita erguida, como o primo, Trundle, que sempre tinha sua maça, Boneshiver, em mãos.

– Aonde, exatamente, estamos indo? – Ashe perguntou.

– À ponte Howling Abyss – ele respondeu. – É lá que estamos nos escondendo.

Thaynam olhou para Nunu, como se os dois dividissem um segredo. Lembrou-se de quando foi até a ponte para tentar descobrir quem era a garota decapitada, e até o momento lá estava cheio de cientistas de Piltover.

– O que houve com todos os cientistas, escavadores e arqueólogos que trabalhavam lá? – perguntou ao troll.

– Eles foram brutalmente assassinados.

Thaynam arregalou os olhos.

Todos?

– Acho que sim.

Thaynam tremeu na base, assustado com tal brutalidade.

Trent começou a rir.

– Brincadeirinha. Foram todos aprisionados.

Thaynam fez uma cara irritada para o troll.

– Trolado! – Nunu riu.

Ashe sorriu.

– Mais um motivo para derrotarmos todos esses trolls. Precisamos salvar esses homens!

– Não pense que será tão fácil.

– Como assim?

– Trundle é um troll, mas não um idiota. Ele tem uma defesa de vários trolls na linha de frente, na porta do castelo.

– Trundle tem um castelo?! – Volibear perguntou de forma agressiva, irritado, assustando Nunu que havia se esquecido que ele também estava ali. – Aquele maldito!

– O conhece? – perguntou Sejuani.

Trent fez uma cara feia para Volibear.

– Trolls não se dão bem com Ursines, isso desde a Batalha das Três Irmãs.

– Disso eu sei – admitiu Sejuani. – Estou me referindo a você, Voli, conhecer Trundle.

Volibear cruzou os grandes braços.

– Já tive um desentendimento com ele uma vez, numa batalha. Ele arrancou parte de meu pescoço com uma mordida e eu fiz um estrago em seu estômago.

– É digno seu, grande urso – Olaf riu. – Eu também já me desentendi com o rei troll. Ele é muito idiota. Um verdadeiro filho da...

– Não diga! – Braum o censurou.

Estavam andando por uma trilha de neve fazia horas, o sol já estava sumindo, e ainda era meio-dia. Quanto mais se aproximavam da ponte lendária de Howling Abyss, mais nuvens escuras se uniam ao céu. A luz solar já havia abandonado fazia tempo, mas a conversa fluiu tão bem que mal perceberam.

Trent olhou para as nuvens negras.

– Também devo lembra-los que, ultimamente, Trundle se uniu à uma força mais poderosa – disse.

– Que força seria essa? – Sejuani perguntou, ainda observando as nuvens negras.

– Ele se uniu à Bruxa Gélida.

Ashe teve maior certeza sobre aquilo quando, ao dar alguns para frente, quase na ponte Howling Abyss, uma cena a chocou por completo. Viu quatro dos bárbaros novatos de seu marido, Tryndamere, mortos ao chão. A pior parte era a posição em que eles estavam e o do jeito que estavam: olhos arrancados, partes do corpo congelados e deitados nos pontos cardeais.

– O ritual da visão – murmurou Sejuani.

Ashe tremeu, cerrando os punhos. Onde estaria Tryndamere?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "League of Legends: As Crônicas de Valoran" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.