League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King
Notas iniciais do capítulo
Demorei uma semana para escrever esse capítulo. Sim, ficou curto, até demais. Estive ocupado com estudos e outra fanfic em progresso: http://fanfiction.com.br/historia/553035/Ninetales_-_Ascensao/
Esse capítulo será divido em duas partes, para matar a saudade da Ashe, haha.
Capítulo 49:
Ashe Frozenheart – Freljord
Ashe olhou para o horizonte, exausta. Seu corpo quase não aguentou a primeira subida para o monastério, o que diria a descida. O vento frio do inverno soprava sob sua pele branca enquanto ela utilizava suas últimas forças para andar. Braum havia se oferecido para carrega-la, mas ela recusou. Não queria parecer fraca perto de Sejuani, que caminhava ferozmente pela neve.
Depois do incidente com o roubo do pergaminho, os trolls desapareceram numa nevasca negra. Udyr avançou neles, enfurecido, mas atacou a névoa e a atravessou. Mal pôde conter sua fúria, precisou ficar sozinho por alguns minutos para controlar sua fúria animalesca.
Depois disso precisaram descer a montanha para conseguir o pergaminho. O plano era bem simples: seguir os trolls. Era possível ver pegadas profundas na neve, pegadas que iam sumindo com o tempo, mas que eram o suficiente para chegar até o ponto decisivo.
– Isso está ridículo – afirmou Thaynam. – Andamos de Rakelstake até o monastério para perdermos o que queríamos para um bando de trolls malditos.
Thaynam bateu os pés na neve, fazendo um certo barulho. Grunhiu e cerrou os punhos.
– Se não se acalmar, aí, otário, eu mesmo o farei! – Olaf gritou.
– Como pretende fazer isso, viking boçal? – desafiou Thaynam.
– Enfiando meus machados no meu da sua bunda, seu filho da puta!
Ashe se virou para o viking, assustada com tal palavrão. Sejuani e Nunu riram, Thaynam e Olaf se encararam, Braum ficou abismado.
– Não diga coisas feias, Senhor Olaf – fez uma careta. – É muito feio!
– Feio é o que eu vou fazer na cara desse desgraçado! – avanço encima de Thaynam, mas Braum, com uma só mão, impediu a investida do homem.
– Não te largarei até que você peça desculpas!
Olaf se debateu, tentando sair, mas Braum segurou as suas vestes com ainda mais força.
– Peça desculpas logo, Olaf! – gritou Sejuani. – Vamos lá, acabe com essa besteira.
Ashe retirou os olhos da briga, sabendo que seu tio estaria seguro com Braum por perto, e concentrou-se no caminho. Estava amanhecendo, e mesmo no inverno, o sol estava dando as caras. Viu o grande vale de Freljord de lá, todo iluminado com a luz do sol, algo que não via desde que fora para Rakelstake.
Percebeu movimento por perto, na trilha em que caminhavam. Deu alguns passos em direção ao movimento, atolando a bota na neve. Se jogou de bruços no chão, para tentar observar o que era aquele movimento. Viu um ser, não um homem, não um humano... Um troll.
Levantou-se, sacou seu arco, uma flecha, em meio segundo a atirou. O troll urrou de dor e caiu no chão, com sua perna perfurada pela flecha.
Todos se viraram para Ashe.
– Que diabos...? – perguntou Sejuani.
– Acabo de caçar meu primeiro troll – Ashe sorriu.
[...]
O troll era feio por demais. Pele azul, cabelos vermelhos, nariz de batata, dentes afiados, olhos azuis fluorescentes e alguns músculos. Tinha tudo para ser um monstro horripilante, mas pareceu se assustar até mesmo com o yeti, Willump. Chorava litros de dor com a flecha de Ashe, que fazia com que ele sangrasse o sangue azul-ciano dos trolls.
Todos o encaravam enquanto ele, sentado, chorava.
– Thaynam, cuide da ferida de nosso amigo.
Thaynam bufou; odiava ter que dar uma de médico para pessoas comuns, imagine para um troll. Ele quebrou a ponta da flecha e a removeu, o troll gritou, entre lágrimas soluçadas. Depois de removê-la, limpou o sangue com um pedaço de pano e o enrolou na parte machucada.
– Pronto, Ashe. Não me peça mais nada depois disso.
Ashe o olhou com um olhar furioso.
– Nós conversaremos sobre isso mais tarde.
Ouvir isso de sua sobrinha deveria soar muito estranho.
Ashe se ajoelhou ao lado do troll, que parecia um bebezão.
– Olá, como vai?
– Depois que você enfiou uma flecha em minha perna? Muito mal! – poderia estar brigando com ela, mas seu choro deixou a fala com um tom hilário.
Sejuani riu.
– Pensei que os trolls fossem mais másculos.
– Homens não são menos masculinos quando choram, senhorita – disse Braum. – Mamãe sempre me dizia que quem não chora não tem sentimentos.
– Blá, blá, blá – Sejuani ironizou. – Ninguém liga para o que a sua mãe disse.
Braum fez uma cara que mais parecia uma junção de raiva com chateação e tristeza.
– Qual o seu nome? – Ashe perguntou ao troll.
Ele limpou uma lágrima e gaguejou.
– Trent, senhora. Me chamo Trent.
Ashe sorriu.
– Que ótimo nome, Trent. Eu gostaria muito de te fazer uma pergunta.
– Pergunte o que quiser, minha vida já não mais importa depois que fui abandonado aos Poros.
Ashe franziu a testa.
– Como assim?
– Vim com a horda de trolls de meu primo, Trundle, para cá, buscar algo valioso, mas ele me enganou de forma que eu acabei ficando para trás.
Sejuani gargalhou.
– Você foi “trolado”!
Trent chorou alto, de forma cômica.
– O-Odeio esses malditos trocadilhos!
– Pode ir se acostumando com eles – Sejuani disse. – Pois a coisa valiosa era nossa, e a queremos de volta.
Ele parou de chorar e fez uma cara animada.
– Então, vocês estão atrás daqueles que me deixaram para trás? – fez um sorriso sádico que assustou até mesmo Ashe. Ele se levantou como se nunca tivesse levado uma flechada na perna, seus olhos brilharam num tom sombrio e ele transpareceu uma confiança que ela só havia visto no próprio rei dos trolls. – Vamos, eu lhes mostro aonde eles se escondem.
[...]
Caminharam por muitos outros quilômetros. Ashe aproveitou a deixa para subir às costas de Braum; estava exausta. Sejuani parecia cansada, também, mas Bristle fora ferido pelos trolls malditos e estava, agora, sob os cuidados de Udyr e dos monges restantes. Todos caminhavam rapidamente, estavam na pista certa.
Trent era mais alto do que parecia, sendo um pouco maior que Braum. Ele estava sem arma, mas caminhava com a mão direita erguida, como o primo, Trundle, que sempre tinha sua maça, Boneshiver, em mãos.
– Aonde, exatamente, estamos indo? – Ashe perguntou.
– À ponte Howling Abyss – ele respondeu. – É lá que estamos nos escondendo.
Thaynam olhou para Nunu, como se os dois dividissem um segredo. Lembrou-se de quando foi até a ponte para tentar descobrir quem era a garota decapitada, e até o momento lá estava cheio de cientistas de Piltover.
– O que houve com todos os cientistas, escavadores e arqueólogos que trabalhavam lá? – perguntou ao troll.
– Eles foram brutalmente assassinados.
Thaynam arregalou os olhos.
– Todos?
– Acho que sim.
Thaynam tremeu na base, assustado com tal brutalidade.
Trent começou a rir.
– Brincadeirinha. Foram todos aprisionados.
Thaynam fez uma cara irritada para o troll.
– Trolado! – Nunu riu.
Ashe sorriu.
– Mais um motivo para derrotarmos todos esses trolls. Precisamos salvar esses homens!
– Não pense que será tão fácil.
– Como assim?
– Trundle é um troll, mas não um idiota. Ele tem uma defesa de vários trolls na linha de frente, na porta do castelo.
– Trundle tem um castelo?! – Volibear perguntou de forma agressiva, irritado, assustando Nunu que havia se esquecido que ele também estava ali. – Aquele maldito!
– O conhece? – perguntou Sejuani.
Trent fez uma cara feia para Volibear.
– Trolls não se dão bem com Ursines, isso desde a Batalha das Três Irmãs.
– Disso eu sei – admitiu Sejuani. – Estou me referindo a você, Voli, conhecer Trundle.
Volibear cruzou os grandes braços.
– Já tive um desentendimento com ele uma vez, numa batalha. Ele arrancou parte de meu pescoço com uma mordida e eu fiz um estrago em seu estômago.
– É digno seu, grande urso – Olaf riu. – Eu também já me desentendi com o rei troll. Ele é muito idiota. Um verdadeiro filho da...
– Não diga! – Braum o censurou.
Estavam andando por uma trilha de neve fazia horas, o sol já estava sumindo, e ainda era meio-dia. Quanto mais se aproximavam da ponte lendária de Howling Abyss, mais nuvens escuras se uniam ao céu. A luz solar já havia abandonado fazia tempo, mas a conversa fluiu tão bem que mal perceberam.
Trent olhou para as nuvens negras.
– Também devo lembra-los que, ultimamente, Trundle se uniu à uma força mais poderosa – disse.
– Que força seria essa? – Sejuani perguntou, ainda observando as nuvens negras.
– Ele se uniu à Bruxa Gélida.
Ashe teve maior certeza sobre aquilo quando, ao dar alguns para frente, quase na ponte Howling Abyss, uma cena a chocou por completo. Viu quatro dos bárbaros novatos de seu marido, Tryndamere, mortos ao chão. A pior parte era a posição em que eles estavam e o do jeito que estavam: olhos arrancados, partes do corpo congelados e deitados nos pontos cardeais.
– O ritual da visão – murmurou Sejuani.
Ashe tremeu, cerrando os punhos. Onde estaria Tryndamere?
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