League of Legends: As Crônicas de Valoran escrita por Christoph King


Capítulo 31
Capítulo 30: Irelia


Notas iniciais do capítulo

Irelia vive uma vida um tanto quanto pacata ao lado do pai e irmão em uma humilde casa perto da floresta de Ionia, ao mesmo tempo que é uma famosa espadachim em Placidium, a capital de Ionia. Quando sua família recebe uma visita da anciã Karma, Irelia e Zelos, seu irmão, recebem duas missões que envolvem outros dois campeões da liga.



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Capítulo 30:

Irelia – Ionia

Irelia cortava os vegetais com uma boa velocidade. Sua faca era boa de cortar, e mesmo que seu pai falasse para ela ir com calma, ela tinha confiança em si mesma. Sabia que não seria qualquer lâmina que iria cortá-la, pois sabendo que tinha o Estilo herdado de seu pai, não tinha medo de facas ou tesouras pontudas.

Os dois estavam sentados à mesa de madeira da casa simples que eles tinham. A casa não era luxuosa, e por mais que eles fossem uma família conhecida, preferiam viver simplesmente. Eles. Irelia, seu pai e irmão.

– Corte mais devagar, minha querida – disse Lito, seu pai.

Ele sorriu e deu uma risada. Ela retribuiu o sorriso; adorava ver seu pai sorrindo, pois desde que fizera cinquenta anos, começou a se sentir cansado, sem disposição, resultado de anos de combate, e de uma terrível doença que tirava toda a sua energia. Alguns diziam que ele fora amaldiçoado por feiticeiros noxianos durante uma viagem ao continente de Valoran. Muita má sorte, dizia um dos Anciões. Mas era verdade. Não era sempre que um ioniano saía do grande país que aquela ilha era.

Ionia era uma ilha que ficava ao nordeste de Valoran, mais perto das cidades-estado de Piltover, Zaun e Noxus. A ilha era dividida em províncias, e haviam templos por todo o lado. Mesmo que os ionianos prezassem pela paz interior, equilíbrio e pela não-guerra, foram eles que criaram os estilos de luta mais sanguinários de toda Runeterra.

Master Lito, pai de Irelia, criou o Estilo Hiten, que consistia na liberdade das lâminas. Lito conseguia utilizar as lâminas livremente por telecinese, fazendo com que elas dançassem ao seu redor, cortando inimigos em diferentes ângulos. Algumas pessoas dizem que as lâminas respiravam ao toque de Lito, e Irelia queria ter tal habilidade. Ela já havia caminhado meio caminho para a dominação total da Arte de seu pai.

Um dia, Master Lito fora um dos espadachins mais habilidosos e promissores de Ionia. Ele era um jovem forte e esbelta, com belos cabelos negros e amado por todos. Muitos tentaram seguir seus passos e aprender a Arte Hiten, mas nenhum conseguiu.

Alguns ousam dizer que somente filhos de Master Lito podem aprender tal técnica, e parece ser verdade, visando que Zelos e Irelia aprenderam a arte de forma fácil, digamos.

– Quando seu irmão volta? – perguntou Lito à filha, enquanto terminava de cortar um pedaço de cenoura com pesar e fraqueza de um velho de setenta anos.

– Zelos foi comprar algo melhor para comer. Também foi se encontrar com a anciã Karma, que voltou do templo de Kinkou essa manhã.

Lito se levantou, cansado e ofegante. Ele deixou a faca em cima da mesa, reuniu todo os vegetais e frutas que andou cortando em uma bacia de madeira, e pôs-se a andar para fora da casa.

Irelia franziu a testa e seguiu o pai.

– Já vai alimentar a raposa?

– S-Sim – ele cambaleou ao descer um degrau muito alto. Ele sempre fazia aquilo, mas nunca aprendia que deveria descer dali com cautela; Irelia o segurou. – Obrigado, filha.

Master Lito encontrara uma raposa ferida há alguns meses. Ele e Irelia cuidaram dela, deram de comer, e deixaram que ela fosse embora, de volta à selva. Mas ela sempre voltava para fazer companhia aos seus salvadores, o que pareceu revigorar o mestre, fazendo com que ele se sentisse mais disposto. Houve tempo que ele quase pensou que a companhia da raposa curaria a sua doença, e parecia fazer sentido, já que ele se sentia melhor na presença dela.

O quintal da casa deles era de terra, com pouca grama. Ao redor havia bastante árvores, floresta e selva, e uma única estrada que levava ao Placidium, a capital de Ionia. Era fácil chegar lá a cavalo ou de carroça.

Lito fez um esforço para deixar a bacia com os legumes e frutas no chão, que eram os favoritos da raposa. Ele se ajoelhou ali perto, e só esperou alguns segundos. Uma figura emergiu do arbusto; uma bela raposa branca, com listras ornamentais negras, com orelhas felpudas e fofas acima da cabeça que se mexiam quando ela ouviu Irelia dar um passo em direção ao pai. Se a raposa pudesse sorrir, ela sorriria. Ela saltitou até o homem, feliz. Algo naquela raposa chamava mais a atenção de Irelia e Lito, algo que ninguém poderia ficar sabendo, pois poderiam tirá-la de sua zona de conforto e coloca-la num pedestal e adorá-la. A raposa tinha nove longas caudas, que se uniam, e de longe pareciam ser uma só. Ela balançava suas longas caudas com o vento enquanto andava em direção ao mestre. Ele sorriu quando o olhar dos dois se encontrou, e ele acariciou seu belo pelo.

A raposa afundou a cara na bacia, devorando as frutas e legumes que tanto gostava.

– Já pensou num nome pra ela? – perguntou Irelia.

Master Lito franziu a testa.

– Sabe que não? Ela me é uma amiga por tanto tempo e eu nunca a nomeei – ele fez uma cara de triste empatia. – Mas ela parece ser tão mais humana que tanta gente. Talvez tenha se auto nomeado, quem sabe. Dar um nome a ela só iria remover seu direito de se auto nomear.

– Mas eu também acho que ela não gosta de ser chamada de raposa o tempo inteiro – a raposa ergueu o focinho da tigela, e pareceu concordar. – É só ir falando uma sequência de nomes, e se ela sorrir após um, é por que ela gostou.

A raposa pareceu fazer que sim com a cabeça.

Lito não parecia muito seguro quanto a isso, mas disse:

– Vamos lá. Gumiho? – a raposa pareceu fazer uma cara feia. – Suicune? – nenhuma reação. – Nove Caudas? Kitsune? – nada.

Lito fez uma breve pausa, e então disse:

Ahri – a raposa sorriu e deu três pulinhos.

Irelia e o pai sorriram, felizes com a aceitação do nome.

– Então ela quer ser chamada de Ahri – disse Irelia. – Ótima escolha.

Lito acariciou o pelo do animal, que parecia gostar.

Um barulho de carruagem pôde ser ouvido. A raposa se virou rapidamente para a estrada, atenta aos sons. Deu um último olhar para Lito, e foi embora, de volta para os arbustos.

Uma bela carruagem com ornamentos orientais azuis vinha em direção a eles. Os homens que controlavam os cavalos usavam armaduras orientais, e os próprios cavalos eram brancos e seus cabelos eram penteados em tranças, também brancas. Eles tinham um estilo diferente dos cavalos de Valoran, pois tinham um traço exuberante e mais ornamentado. A carruagem era bela e devia ser de uma pessoa bem rica e poderosa em Ionia. Quando a carruagem parou à frente de Master Lito e Irelia, a porta se abriu, e Zelos saiu de lá. Ele era um garoto forte e musculoso, de cabelos negros ralos, a cara do pai na adolescência. Usava um saiote vermelho com detalhes amarelos, uma bota vermelha colada às pernas, um colete também vermelho com detalhes amarelos sem mangas, que deixava seus fortes braços a mostra, e ele tinha olhos verdes, assim como a irmã e pai.

– Cheguei mais cedo – ele disse, e deu uma risada.

Depois dele, quem saiu foi a anciã Karma. Ela usava as roupas de sempre: um vestido roxo que deixava uma perna mais a mostra – nessa perna havia um tipo de tatuagem branca, difícil de saber o que era –, braceletes de seda roxa, uma esmeralda em sua testa, pendurada por um cordão que passava pela cabeça e por seu curto cabelo castanho. Ela tinha uma pele morena, mas não era negra. Em suas costas ela tinha um grande ornamento como asas, mas menores, e um tipo de placa de energia verde planava entre essas “asas”.

– Master Lito – ela fez um tipo de reverência.

– Anciã Karma – ele respondeu.

Irelia olhou para Zelos, intrigada. Ele respondeu com um gesto que significava que logo ela entenderia o que estava acontecendo.

Karma se sentou onde Irelia estava sentada quando cortava legumes e frutas para Ahri, a Raposa de Nove Caudas. Seu pai se sentou à frente dela, e ele parecia intrigado com o que ela queria.

– Eu preciso te falar algo sério, Master Lito – ela falou, seriamente.

– Tudo bem – ele se virou para os filhos. – Poderiam nos dar licença...

Karma o interrompeu:

– Não! Deixe que eles fiquem. Eles já são adultos, participam do exército ioniano na capital, e merecem saber o que irei falar, pois precisarei deles, futuramente – todos fizeram um silêncio para ouvir o que a anciã tinha a dizer. Ela começou: – Eu soube que você já foi bastante amigo de Shyon, o atual Chanceler da Ordem de Ninjas de Kinkou.

– Sim, nós éramos bons amigos em épocas passadas, mas nos distanciamos há alguns anos.

– Então. Você conhece a profecia do garoto que iria trazer a ruína à Kinkou, não?

Ele fez que sim com a cabeça.

– Um jovem garoto, dominado pelas artes das sombras, iria levar a Ordem à ruína. Eu ouvia bastante quando era jovem, e participava do conselho de Placidium.

– Então, Lito. Nesses dias, encontramos um garoto órfão, chamado Zed no esconderijo da caixa das sombras. Até hoje não sei por que Shyon guardava aquilo por tanto tempo, mas acabou que o garoto achou, e usou das técnicas proibidas das sombras para vencer o filho de Shyon, Shen, num torneio onde eu estive.

Master Lito franziu a testa.

– Interessante. E aposto que Shyon o baniu, certo?

– Claro – Karma sorriu –, nós não podemos derramar sangue em solo sagrado com o conceito de assassinato, não mesmo. Por isso eu vim aqui.

Lito franziu a testa novamente, só que mais confuso.

– Como assim?

– Aquele garoto é uma ameaça para todos nós, e sei que se ele for o da profecia, ele trará a ruína à Kinkou. Logo, eu gostaria de pedir um favor a você, mas como está tão debilitado, gostaria que Zelos fizesse isso por mim. Já conversei com ele na carruagem, e gostaria que você o permitisse a ir numa missão de busca e apreensão do garoto Zed – sua face ficou um pouco sombria. – Eu quero que seu filho mate o garoto Zed.

Irelia pareceu assustada.

– M-Matar? Mas nós não matamos por qualquer coisa, anciã.

– Isso não é qualquer coisa, minha querida Irelia. É salvação. Precisamos matar esse garoto caso queiramos ter um futuro brilhante.

– Então é isso? Eliminar todos aqueles que podem fazer algo de ruim?

Zelos repreendeu a irmã:

– Irelia, não discuta com uma anciã. Ela sabe o que faz, e eu terei prazer em executar o garoto. Usarei de minha Arte Hiten para abatê-lo sem trazer-lhe muito sofrimento.

Irelia ainda não concordava muito com isso. Talvez por que não conhecia o poder devastador das técnicas proibidas, que somente Karma vira, durante aquele torneio.

– Eu te entendo, querida – disse a anciã à garota. – Eu também não queria chegar a isso. Mas é necessário. Se você soubesse o que aquele garoto é capaz de fazer... Só lhe peço isso, Master Lito.

O Master parecia pensativo.

– Não sei, anciã. Shyon está de acordo com essa ação?

Ela fez que sim.

– Antes que eu fosse embora, ele me pediu que fizesse isso. Mas eu já tinha tal plano em mente.

Ele suspirou.

– Tudo bem, minha querida. Permito que Zelos vá em uma missão de busca e extermínio do garoto. Se é para manter o Equilíbrio... então eu permito.

Karma sorriu, um pouco hesitante.

– Eu só tenho mais um pedido... para a sua filha.

Irelia franziu a testa e cruzou os braços.

– Para mim?

– Sim, minha cara. Eu gostaria de te levar a um templo, para conhecer uma garota poderosa, mas solitária. Ela tem somente um mestre, um tutor, que a ajuda a controlar seus poderes. Antes de ir para lá, ela tinha um poder que devastava tudo ao seu redor. Ao que parecia, o seu poder crescia a cada dia, e pareciam que brotavam de outra dimensão. Seus poderes foram controlados, embora ela parece precisar de uma amiga, de um exemplo feminino.

Irelia sorriu. Gostava de seu um bom exemplo, e agora poderia ser amiga de uma garota solitária. Isso sim não tinha preço.

– Isso é incrível, anciã – ela disse.

– Tem mais – disse Karma. – Talvez você possa tentar ensinar o Estilo Hiten à ela, pois ela tem poderes telecinéticos.

Irelia sorriu mais fortemente.

– Então eu terei uma aprendiz?

– Na verdade... pode até ser – a anciã respondeu. – Ela já tem um mestre, mas uma mestra nunca é demais.

Irelia estava animada, e Zelos também. Parecia animado demais com uma missão de busca e execução, e isso era estranho.

– Então... quando começo?

– Hoje mesmo, querida.

– E o nome da garota?

– Syndra.


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Notas finais do capítulo

Zelos recebe a missão de buscar e executar Zed, enquanto Irelia recebe a missão de tentar treinar Syndra no Estilo Hiten. Ambos os dois irmãos terão sucesso em suas missões? Acha que sim? Acha que não? Comente.



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