Quando as estrelas se alinham ( Gay ) escrita por Victor Coelho


Capítulo 8
Dois desejos, agora falta um...




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Jake e eu nos beijávamos como se fosse a nossa última vez. Dei uma mordidinha no seu beiço para terminar nosso beijo. Eu ainda estava sentado no seu colo quando Jake me perguntou se eu não queria dormir na casa dele.

— Dormir?! — ironizei

— Se você for um garoto bonzinho eu deixo você fazer tudo o que você quiser...

— Ah, Spencer, não se esqueça de usar camisinha — brincou Lana saindo de detrás de uma árvore.

Me desconcertei e tentei me levantar, mas Jake me segurou com força

— Onde estão as outras garotas? — perguntei nervoso

— Madson vai dormir na casa da Barbara, então eu dei um jeitinho delas se apreçarem — respondeu Lana e deu uma piscadinha de parceria para mim

— Lana, não é o que você está pensando — disparei

— Realmente, Lana! Não é o que você está pensando — se entrometeu Jake — O Spencer é mais safado do que você está pensando

Lana riu e eu dei um tapa no peito dele

— Ok, Spencer. Você não estava sentado em cima do pau do Jake e não estava beijando ele que nem um louco durante 5 horas — debochou Lana

Finalmente me levantei.

— Só não conte para as meninas, por favor

— Ah sim, Lana, porque como você pôde ver nós cometemos um crime grave aqui — disse Jake em tom irônico

— Vocês formam um casal tão engraçado — comentou Lana

— Nós não somos um casal — adverti

— Somos só amigos — completou Jake — Mas as vezes ele me come, então tá suave.

Não consegui conter a risada.

— Você está inspirado hoje, anjinho — comentei

— Só estou feliz — respondeu Jake se levantando — Lana, você não tem ideia do quanto eu estou feliz! Você não tem noção do quanto que eu queria fazer isso

— Do jeito que vocês estavam quase transando em cima da grama quase que não deu para notar — brincou Lana

— Vamos embora — falei e sai abrindo caminho para que voltássemos ao caminho da trilha.

Lana deu de ombros e me seguiu. Logo após veio Jake seguindo o caminho de Lana.

— Minha mãe já chegou — falei — Já estou indo. Quer carona, Lana?

— Não, meu pai já está vindo me buscar

— Okay — repliquei, dei um beijinho no rosto de Lana e um selinho em Jake — Vejo vocês amanhã na escola.

Avistei o carro de minha mãe na entrada e sai correndo.

— Se divertiu bastante? — perguntou minha mãe

— Muuuito — respondi

Durante o caminho para casa nós conversamos sobre o trabalho dela e como isso estava deixando-a estressada. Quando chequei em casa tomei um banho, acendi minhas velas, rezei e me deitei para dormir, mas o sono não vinha. Ah, tudo tinha sido tão perfeito essa noite. Provavelmente eu nunca faria o que eu fiz essa noite porque eu não me permitiria por achar errado, mas Jake me fazia tão bem. Embora meu líbido se expandisse além do máximo com Jake, tudo era muito inocente. Eu não conseguia ver aquilo com promiscuidade, mas sim como consequências do amor insaciável que eu tinha por ele

— Ai, Oxum, cuide de meu coração que quem cuida de minha coroa é Iemanjá — falei para a imagem de Oxum que meu altar ostentava.

Droga, eu não conseguia dormir! Parece que no final dessa noite eu realizaria os dois desejos de Jake...

*****************************************************

Eu me atrasei para a escola, mas nem tanto. Consegui chegar a tempo de assistir a segunda aula. Jake, Madson, Barbara e Lana já estavam na sala e haviam guardado um lugar para mim.

— Bom dia amores da minha vida — cantarolei enquanto me sentava ao lado de Jake e atrás de Lana

— Tá muito alegrinho pro meu gosto. Deve ter dado ontem a noite — provocou Madson.

— Quase isso. — brinquei

— Por isso que você se atrasou, né biscate? — Barbara entrou na brincadeira

— Claro, o boy tirou a minha paz — brinquei — Não, mas agora é sério! Eu estava passando um negócio a limpo hoje cedo, por isso me atrasei...

— É o que eu estou pensando? — perguntou Lana sem virar o rosto para mim

— Bem, se por um acaso você for médium ou conseguir ler mentes é capaz que sim — respondi.

— Depois eu quero ler — avisou Lana

— Do que vocês estão falando? — perguntou Barbara

— Nada, querida.

Eu sabia o quanto Barbara odiava quando eu a excluía de algum assunto, mas eu não queria que ninguém soubesse sobre o que estava acontecendo entre Jake e eu.

— Spencer, você não tem nada para me dizer? — perguntou Jake

— Eu escrevi — respondi em tom baixo para que só ele entendesse

Jake sorriu e seus olhos brilharam mais do que o comum

— Eu quero ler — disse Jake transbordando doçura

— Eu escrevi dois. Quando bater o sinal do intervalo espere todo mundo sair para nós ficarmos sozinhos

— Vocês vivem de cochicho agora, hein — se intrometeu Madson.

— Sabe a sua vida?! Então, cuida. — respondi secamente

— Grosso! — Mad rebateu

— Vou te mostrar o grosso já já

Jake ergueu uma das sobrancelhas com malícia

Não demorou muito e o sinal do intervalo soou.

— Meninas, vamos na frente. Quero uma ajuda de maquiagem no banheiro — falou Lana.

Eu já tinha entendido o que Lana estava tentando fazer. Nos nos conhecíamos há mais de cinco anos, então não é a toa que Lana parece ter o poder de ler a minha mente. A sala começou a esvaziar, até que então só restava Jake e eu na sala.

— Bem, um eu escrevi tentando te descrever e o outro eu fiz pra você me entender melhor.

— Quero te entender primeiro. Vamos combinar que não é fácil — brincou Jake. Então entreguei-lhe o primeiro papelzinho.

SÓ UM CORAÇÃO QUEBRADO

Ele só conheceu o cara errado e ganhou um coração quebrado

Atiçado pelo movimento, sem pensar no que pode ser errado
Controla seus infernos, mas não o estrépito de seus demônios
Arquiteta o trajeto do hermético,se perde em devaneios errôneos
Aparenta apatia e falta de todo sentimento, puro incompreendimento

Se encarrega com tudo não por prazer, mas por medo de se conhecer
Toma a frente não pela falta de pudor, mas por não encontrar o amor
Parece ser forte e inatingível, mas esconde as marcas de seus pecados
Com todos os seus sonhos destruídos e pelo mundo arrancados
Nada mais lhe resta que não seja a velha casca ainda atilada,
Ou que ainda seja a pouca luz de uma alma tão maltratada

Essa é uma longa história do quão infesto um coração pode ser
Ou quem sabe de como de repente um pequeno amor vem a florescer

Ele passava de braços em braços sem pertencer a nenhum
Até que chegou a vez de um que não seria apenas mais um
Este tal que era por fora o que o outro ainda era por dentro

O resto da história você há de imaginar: os opostos se atraem?
Te digo que a princípio eles se repelem, de raro não se aborrecem
Mas nada acontece por apenas um acaso, as estrelas se alinham
As almas se encontram desse jeito indescritível e na maioria tangível

O percurso da história não sera estilizado em pétalas de rosas
Mas também não se encontrará em desmembradas prosas
Ah, ele tem só um coração partido em alguns milhões
Mas do que ele vale se mesmo assim não conceber emoções

Não caia mais em perdições mascaradas de um leve gozo
Querido, você não quer se apaixonar de novo?

Tem certeza que foi você quem fez? — perguntou Jake

— Idiota — respondi brincando.

— É sério! Eu não consigo te ver assim! Você se mostra tão seguro, tão confiante.

— As vezes as aparências enganam... — falei

— Spence, você sabe que eu te amo de verdade, né?

— Hahahaha, ama? Espera só até você ler o outro poema — respondi e entreguei-lhe outro papelzinho

— Olha, Spencer, acho bom que tenha alguma coisa muito fofa escrito aqui — falou Jake agitando o papel que eu havia lhe entregado

— Relaxa, eu tenho seguro de vida — brinquei — Eu usei algumas referências à "Dom Casmurro" porque acho que faz parte da nossa história

Jake tombou a cabeça e começou a ler

LUCKY ONES ♥

Em toda sua face e corpo és angelical, com exceção de teu sorriso
Aquele sorriso que o Diabo lhe deu, que induz qualquer um à perdição
O sorriso que borra as linhas entre a labareda do desejo e a inocência

O mais inspirado dos poetas não conseguiria descreve-lo em poesia
Mas profana seria minha audácia em descreve-lo em prosa.
És formoso, sublime e de feição delicada como um bela rosa
De dentro de sí exala o mistério extasiador e estimulador

Me conduz aquela manhã de fevereiro que te conheci em esplendor
Comecei já te odiando porque eu sabia que era na verdade amor
Seu jeito doce e com ares de bondade estremeceram meu coração
Minha vontade era contar-lhe a verdade, mas não permiti a paixão

Não lhe conto agora os segredos de meu oblíquo olhar
Seus olhares são à todos que de aparência agradar
Nossas almas são opostas, de impossível exito em uma relação
Não o quebre em pedacinhos, você roubou meu coração

Sem pensar caminho procurando o amor: o suicídio mascarado
Esqueça o pecado, esqueça o certo e o errado, seja só meu namorado

Você não gostou, né? perguntei

Quando Jake levantou o rosto percebi que ele estava chorando.

Puta merda, tá tão ruim assim?! —perguntei a ele

Jake me puxou pela nuca e me deu um beijo ali mesmo, dentro da sala. Dessa vez eu que o segurei pela cintura. O doce de nosso beijo fazia contraste com as lágrimas salgadas que escorriam em seu rosto. Jake se afastou de mim afobado.

— Promete que nunca vai me largar? — pediu Jake

Ahn? Como eu poderia prometer algo para sempre? Eu o conhecia a tão pouco tempo, e, e nem sei se nós iriamos continuar assim por um bom tempo ou se era só mais um amor adolescente que logo acaba

— Promete! — insistiu Jake ainda chorando.

— Posso te prometer que eu estou apaixonado por você, isso serve?

— Não! Me promete que mesmo se um dia você não me amar mais você não vai me abandonar. Promete?

Comecei a enxugar as lágrimas que escorriam do rosto de Jake e ele segurou o meu pulso com força.

— Spencer, eu nunca me apaixonei! Por mais que eu tentasse, ninguém nunca me fez sentir o que só você sabe fazer comigo.

— Prometo.

Mesmo sob pressão aquela promessa não foi feita por medo ou pela minha angústia em ver meu principezinho chorando, mas sim por amor.

— Vocês não podem ficar aqui — avisou a professora Carmen, que estava à porta.

— Nós já estamos saindo — respondeu Jake e enxugou o rosto

Jake e eu estávamos saindo, mas a professora me interrompeu

— Spencer, eu preciso falar com você. — ela falou em tom sério — A sós — disse ela olhando para Jake.


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Notas finais do capítulo

Gente, por favor, me ajudem! Eu não sei se sigo a versão original e termino lá pro capítulo 12 ou 15, ou se eu faço uma fic mais comprida. Respostas nos comentários ou inbox



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