Quando as estrelas se alinham ( Gay ) escrita por Victor Coelho


Capítulo 7
O primeiro beijo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514863/chapter/7

— Ei, abre a porta — gritou alguém girando a maçaneta.

Me libertei de Jake e apertei o botão da fechadura para que a porta se destrancasse. Esbarrei em quem quer que estivesse querendo entrar no banheiro e saí correndo para o pátio, onde as garotas estavam sentadas uma com as pernas jogadas sobre a outra.

— Está tudo bem, Spencer? — perguntou Lana

— Claro, ótimo — menti

— Onde está Jake?

— Ele está descendo a rampa ali — respondeu Barbara por mim apontando com o queixo em direção a ele.

Droga. O que eu faço? Até que cavar um buraco no chão e enfiar a minha cabeça lá dentro para sempre não era uma má idéia...

— Ei, garotas — acenou Jake

— Meninos, enquanto vocês não estavam eu telefonei para a Mad — falou Barbara — Ela disse que vai jantar com a gente na pizzaria hoje.

— Ela não podia vir para a escola porque estava atolada, mas para ir pra pizzaria ela tem tempo — brincou Jake

— Spencer, eu terminei de ler os seus últimos sonetos. — disse Lana com a mão na frente dos olhos para se proteger do Sol — Gostei bastante de todos, principalmente o "Ciganinha da estrada"

"Ciganinha da estrada" era um soneto que eu tinha feito para a minha antiga professora: Carmen. O primeiro soneto que eu fiz se chamava "Distopia de Odile". Comecei a escrever depois de conhecer um garoto com quem eu queria namorar, mas ele só queria ficar. Enfim, como ele escrevia muitas coisas eu tentei escrever um soneto para impressiona-lo, mas percebi que eu conseguia aliviar muitos sentimentos entre meus versos mal construídos

— O Spencer escreve? — perguntou Jake — Ah, Spence, você vai dedicar alguma coisa para mim.

Forcei uma gargalhada.

— Próxima piada — falei secamente

— Tô falando sério. Você vai escrever uma poesia pra mim.

— Hahahaha, você já me pediu dois desejos...

— Ainda posso fazer mais um — brincou Jake

— Claro que pode

Jake puxou minha mão e começou a brincar com meus dedos.

— Você vai atender os dois pedidos que eu te fiz, não?

Eu lutava fortemente para responder que não, mas Jake era tão bonito...

— S-sim — gaguejei

Ele abriu um sorriso que ia de orelha a orelha.

— Vocês estão bem? — perguntou Lana

— Sempre bem, moça — respondemos juntos e rimos

— Não estão não. Vocês estão mais gays que o normal. As damas menstruaram juntas? — provocou Lana

— Ironia se tornou o idioma pátrio desse grupo? — brinquei

— Aprendi com você, biscate — replicou Lana

— Piranhuda — respondi beliscando-lhe a coxa

Jake apertou a minha mão e me perguntou quando eu iria atender o primeiro pedido dele. Pensei e logo decidi. "Hoje!" respondi olhando para baixo.

O sinal tocou e tivemos que voltar para aula, mas eu não conseguia me concentrar em nem ao menos uma palavra do que os professores diziam. Só voltei a pensar por mim mesmo quando o último sinal tocou e todos os alunos se levantaram de suas carteiras para irem embora.

— Então, nos vemos a noite na Pizza de Ouro.

— Claro — respondeu Barbara e me deu um beijinho no rosto de despedida

— Xau, Spence — disse Lana e me deu outro beijinho

As meninas também deram um beijo na bochecha de Jake e nos deixaram sozinhos na sala.

— Ahn...é! Até hoje a noite — falei e estendi-lhe o braço para dar tchau

— Se você tentar me cumprimentar de novo com a mão eu vou enfiar ela em um lugar que você vai gostar — disse ele e me puxou para um abraço.

Desta vez apertei-o com força, para que meu coração se encontrasse com os batimentos do coração dele. Jake deu pequenos beijos em meu pescoço e foi fazendo uma trilha de beijos que ia subindo para minha bochecha. Quando esses beijos chegaram no canto da minha boca eu dei-lhe um beijinho na testa e saí correndo.

— Te vejo mais tarde — gritei e depois comecei a rir

***********************************************

Droga! Eu já estava atrasado quando atravessei a entrada da "Pizza de Ouro" para me juntar com Jake e as meninas no quiosque que a pizzaria tinha na beira da represa

— Oi, garotas! Oi, Jake — cumprimentei apressadamente e me sentei na cadeira vazia — Não me atrasei muito, né?

— Não. Entramos faz uns 15 minutos só — respondeu Barbara.

— Você está lindo, Spencer — disse Jake

Eu estava vestindo uma camiseta em tons vermelhos bem vibrantes, um jeans preto, usava um pingente de jaspe castroado em meu pescoço e pulseiras em preto e vermelho.

— Olha, não sei se é uma pomba-gira pelo preto e vermelho ou se é um cigano pelo tanto de pulseira — debochou Madson

— Obrigado, Mad. Ah, adorei essa sua jaqueta de pele de cobra. Oh, espere, é você mesma — retruquei dando um sorrisinho venenoso

— Gente, vocês são muito estranhos... — comentou Jake

— Nada, eles se amam — respondeu Lana

— É, pelo menos fingimos que nos amamos — brinquei.

— Então você não vai ganhar um presentinho — disse Madson tirando um cantil de dentro da sua bolça

— Você sabe que você é minha best, né? — dei uma piscadinha

— Hahahaha, menino interesseiro! — falou Barbara após uma risada em grupo

— Spencer, é Black Label... — disse Lana com uma voz sedutora porque já sabia que esse era meu uísque favorito.

— Ei, campeão — chamei o garçom — Me vê 5 latinhas de energético, 2 porções de batatas fritas e uma pizza vegetariana completa. Esqueci de alguma coisa...? — peguntei à mesa

— Se tiver chiclete na recepção traz o de menta, por favor — pediu Lana

— Só isso — concluiu Barbara para que o garçom fosse embora.

— Nada de alho hoje — disse Lana e me deu uma piscadinha

Nada de alho? Chiclete? Será que ela sabia?

— Lana, posso falar com você só um minutinho?! Em particular — pedi e me levantei da mesa.

— Claro — respondeu ela e se levantou também

Conduzi Lana para o píer que tinha na represa.

— Lana, Jake te falou alguma coisa? — perguntei com a voz alterada pelo medo

— E precisa? Eu sei que vocês estão apaixonados... — respondeu ela como se estivesse falando da previsão do tempo

— Ahn...? Como? Não, nós não estamos.... — parei de falar quando percebi que Lana me lançava aquele olhar irônico tipo "Sério?"

— Spencer, eu estava na sua frente. Óbvio que eu vi o Jake te alisando!

Arregalei os olhos.

— Não, Lana... Me escuta, não é o que você está pensando.

— Spencer, para! — falou Lana mudando o tom de voz — Você não é mais criança! E Jake está deixando tão na cara que é gay... Spencer, você é meu amigo há tanto tempo, por que não me contou antes?

— Antes do que? As coisas estão acontecendo tão rapidamente entre a gente que eu nem sei o que eu estou fazendo!

— Olha, Spencer, todo mundo merece ter a chance de ser feliz ao lado de quem ama, mas, eu não quero que você quebre a cara, Spence! Você sabe que nós te amamos...

— Sei, — segurei as lágrimas — mas é que eu nunca me senti assim antes, Lana!

— Ok, Spence. Nós vamos estar sempre aqui pra te ajudar porque nós somos suas amigas — disse Lana e me deu um abraço — Mas tira essa cara de choro porque hoje eu tô afim de ver um beijo gay — Lana deu uns tapinhas nas minhas costas e começamos a rir.

Quando voltamos ao quiosque a pizza já estava nos nossos pratos junto com as batatas fritas, e o energético já estava no nosso copo — o que indicava que Madson já havia batizado nossa bebida

— Voltamos — disse Lana enquanto se sentava no seu lugar

— Estou morrendo de fome — falei enquanto me sentava

Nós enrolamos cerca de 2 horas para comer e beber tudo que estava na mesa, mas isso se deu ao fato de que a cada 3 garfadas nós parávamos para discutir um assunto novo. Eu desabafei sobre minhas preocupações com o vestibular, Madson contou dos preparativos para sua festa de 15 anos, Barbara nos contou da medalha de ouro que havia ganho no campeonato de cheerleader, Jake nos contou da viagem que tinha feito para Miami e Lana comentava sobre tudo.

— Toma! Um pra cada um — disse Lana jogando os chicletes sobre a mesa

Todos nós pegamos um chiclete. Meu coração estava batendo tão rapidamente que parecia que logo ele criaria asas e voar.

— Spencer, por que você não mostra a trilha que tem antes do píer para o Jake? — sugeriu Lana

— Não! Já está tarde, lá deve estar cheio de bichos e sem dúvidas está muito escuro...

— Vamos, Spence! — pediu Jake — Estou curioso!

Claro que eu sabia o que realmente ia acontecer naquela trilha, e não é que eu não estava querendo beija-lo, mas eu estava inseguro.

— O-okay — gaguejei e me levantei da mesa

— Nos também vamos — disse Madson tomando impulso para se levantar da cadeira

— Não! Deixa, Mad! — Lana falou secamente

— Oou...Ah, tá bom — concordou Madson

— Tem alguma coisa que eu não estou sabendo? — perguntou Barbara

Dei de ombros e puxei Jake para o caminho da trilha. A lua cheia prateava as flores e as árvores, lembrando aquelas cenas românticas de filmes sobre ciganos. Notei que Jake havia jogado o seu chiclete na grama, então resolvi fazer o mesmo. Entramos na trilha e fomos rodeados por árvores altas

— Vem — falei e agarrei sua mão para que entrássemos em meio as árvores.

Quando já estávamos bem escondidos entre árvores e a pálida luz do luar era a única que conseguia nos ver Jake me pegou pela cintura e me prensou contra uma árvore bem grande.

— Spencer, eu...estou apaixonado por você — sussurrou Jake olhando firme nos meus olhos.

Puxei Jake para mais perto de mim para sentir seu corpo pesando sobre o meu. Jake tombou a cabeça e foi aproximando do meu rosto. Ah, meu Deus, eu me esqueci como se respira! Jake sabia o quanto eu ficava excitado quando ele me pegava pela cintura, por isso ele investia tanto em se encaixar em frente suas mãos.

— Jake, eu estou meio duro — finalmente falei

— É, literalmente — brincou Jake

— Desculpa...

Jake aproximou seu rosto mais ainda, então dei-lhe um selinho, e outro, e outro. Após o terceiro selinho Jake me agarrou com força, abriu sua boca e deslisou a língua para fora. Eu sempre beijei fazendo movimentos rápidos com a língua, mas Jake me beijava lentamente, saboreava do encontro de nossas línguas como se eu fosse único e que deveria ser apreciado em cada milímetro de minha boca de forma intensa e demorada. Dei passagem a minha fraqueza e abri meu coração. O calor entre minhas pernas compensava o frio em minha alma, e minha mente tão atordoada e apaixonada naquele momento encontrou calma. Senti o volume grosso que crescia entre as pernas de Jake e comecei a escorregar minha mão pelas costas musculosas dele. Após alguns segundos que pareciam ter durado a eternidade mais prazerosa do mundo Jake me soltou e se afastou de mim

— O que você está fazendo? — perguntei

— Respirando ué — respondeu Jake ajeitando seu "cinto"

— Eu quero mais — falei e empurrei-o na grama com força.

Me sentei em cima do volume grande e rígido e puxei Jake para beija-lo novamente. Jake retribuiu o meu beijo e me dava leves encochadas. Eu nunca faria isso com ninguém, mas eu estava tão apaixonado por Jake que era impossível conter meus desejos com ele. Nós nos beijávamos devagar, mas um segurava o outro com muita força. Parecia que nossos corpos iam se juntar e virar um só. O local era frio por ser na beira da represa, mas Jake me deixava tão excitado que eu pensava que meu Jeans rasgaria a qualquer momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando as estrelas se alinham ( Gay )" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.