How it ends escrita por Mardybum


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olááá!!
Novo capítulo, espero que vocês gostem!



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Ferdinando tinha um plano: não se separar de Gina em nenhum minuto que estivesse na casa de Pedro Falcão. Mas isso não seria muito fácil de conseguir.

–Fio vamo conversá aqui dentro, enquanto eles vão prá roça, logo nois alcança eles. -Disse Pedro Falcão.

–Não seu Pedro, por que não vamos com eles? Assim nois conversa no caminho. - Ferdinando responde. Não podia permitir a possibilidade de deixar Gina sozinha com o violeiro.

–Ara mai noi num vamo aborrece os dois com conversa de politicage num é?–Disse Pedro, rindo.

–Intão vamo logo Vira. E ocê vai cantá que nem onte.– Disse Gina.

–E ocê vai cantá junto! –Disse Viramundo, indo para a lida e deixando um Ferdinando nervoso para trás.

A conversa com Pedro Falcão estava seguindo, mas Ferdinando não via a hora dela terminar. Pensava no que Viramundo estaria conversando com Gina. "Ara, como assim eles iam cantá junto? Isso num tem cabimento, ele nem bem chega e já vai ficando perto dela assim?". Tudo isso não saia de sua cabeça, quase nem tava ouvindo o que seu Pedro dizia. E principalmente, o que mais o encafifava era a maneira que Gina o tratava. Pelo o que ouviu, ela havia adorado a cantoria que ocorrera na noite passada, "Porque ela trata aquele um com delicadeza e comigo ela só dá patada?", pensava enquanto ouvia uma voz de longe o chamando.

–Ô Ferdinando o que que conteceu co cê, te fiz uma pergunta e ocê parece que ta no mundo da lua.–Ouviu seu Pedro Falcão falar.

–Ah seu Pedro, lhe peço descurpas. É que hoje eu não tô muito bem, tava aqui perdido nos meus pensamentos... - Se desculpou Ferdinando.

–Magine fio, ocê tá percupado ca sua candidatura e co seu pai não faiz mal não. – Responde Pedro, mas não sabia que o motivo real não era esse. Mas logo em seguida disse algo que animou o engenheiro agrônomo. - Ocê pode i lá fora ca Gina e o Vira prá modo de esfriá a cabeça. Eu tenho otras coisa pra faze, acho que os dois tão se virando bem ca roça dispois eu vô co ceis.

–Obrigado seu Pedro - Disse Ferdinando, correndo para achar Gina. Acaba enxergando seus inconfundíveis cabelos ruivos na plantação, ela estava descansando próximo a uma árvore junto com Viramundo, mas a única coisa que deixa Ferdinando aliviado é pensar que em poucos segundos estará junto dela e mandará aquele um embora. Acaba escutando uma conversa enquanto se aproxima:

– Ocê tá capinando bem, Vira!

– Mai ocê já tá cantando mior, Gina.

– Ara, isso é bestera sua!

– Mai eu já tô adorando te ouvi, minha flor!

Ferdinando não podia acreditar no que estava ouvindo. Do que ele havia chamado ela? Minha flor? "Mai que atrevimento!". Tudo bem que ele já havia beijado ela a força e chamado de meu amor, mas só ele podia fazer isso.

– Ara mai do que ocê chamo minha primera dama, seu violeirinho de uma figa!–Ferdinando estava se segurando pra não demonstrar seu ciúmes, mas ouvi-lo a chamar daquela maneira foi a gota d'água.

–De nada não, doutô Ferdinando...– Viramundo ia se explicando - Eu sô elogiei ela, canta muito bem, num vejo mar nenhum, afinar a Gina vem sendo uma frô comigo nesse tempo que ieu to aqui.

–Ara mai continua... seu atrevido, pois fique sabendo que eu vejo mar sim! E ocê Gina, num vai falá nada?

– Dexa de bestage Ferdinando! O Vira tá sendo educado e respeitoso comigo num tem nada de mar no que ele falo, ocê que tá sendo é besta! Ieu num sô sua primera dama coisa nenhuma já te disse isso! - Gina disse.

Ferdinando não entendia como ela podia não ficar brava com o que Viramundo disse. Será que só ele naquela casa percebia que se uma coisa que o violeiro não estava sendo era respeitoso?

–I ocê ainda defende! Acho que vô embora, já vi que to atrapalhando aqui, num quero segurá vela!– Disse Ferdinando, saindo e lembrando que a ruiva tinha dito a mesma coisa quando Juliana a convidou para ir as Antas com os dois. Precisou sair para não perder a cabeça e fazer alguma besteira. Encontrou Dona Tê na saída da casa.

–Dotô Nando, já tá indo? Num qué armoçá com nois hoje?– Disse.

–Muito obrigado dona Tê, mas hoje não posso, tenho uns assuntos para tratá com meu pai. Mas mesmo assim, agradeço seu convite.– Disse, sendo carinhoso como sempre era com a mãe de Gina. Mas acabou mentindo o verdadeiro motivo de não querer ficar: Não suportava mais ver a cara daquele violeiro.

Saiu da casa dos Falcão, mas não tinha idéia de onde ir. Passou em frente da venda do seu Giácomo e se lembrou de que Viramundo tinha Milita, então não podia estar interessado por sua primeira dama. O que tinha acontecido com ele? Quando viu alguém se aproximar de Gina ficou enlouquecido, sentiu como se uma parte dele estivesse sendo roubada. Pensava em algumas vezes que via seu amigo Renato se aproximar da Professora Juliana, quando achava que gostava dela, mas o que sentia não era absolutamente nada comparado ao que sentiu hoje. O que estava passando pela cabeça dele era dez, não, mil vezes pior. Era uma coisa que o fazia perder a cabeça. Agora entendia o sentimento que Zelão sentia por Juliana, era uma coisa que doía. Agora tinha certeza de que estava apaixonado.

–Olá meu amigo, o que faz aqui? Não está se sentindo bem? - Havia seguido para o posto de saúde de Renato.

–Ara Renato, a dor que estou sentindo nem ocê i nem o melhor medico desse mundo pode curá.

– Não estou te entendendo... - Comenta, confuso o médico, que nunca se apaixonou de verdade por nenhuma moça, nem mesmo pela professora, a qual namora.

– Passei agora na casa do compadre Pedro Falcão mas encontrei aquele violero...aquele tar de Viramundo, agora ele tá morando lá com eles, vê se pode uma coisa dessas! Nem fiquei pra armoça foi por causa disso.

–Mas o que tem de mal nisso, meu amigo? Você também ficou abrigado lá por uns tempos.

–Mai ele agora tá todo amiguinho de todo mundo, até chamo a Gina de flor e ela ainda gosto! Agora tá todo mundo caindo de amores por ele... - Responde Ferdinando.

–Mas eu não acredito que você está com ciúmes daquela uma Ferdinando - Disse o médico, achando graça. - E não me diga agora que está apaixonado por aquela maluca. -Continua, ainda rindo.

–Ara não chame ela assim! - Responde Ferdinando, nervoso.

–Eu não posso acreditar nisso, você está mesmo apaixonado por ela.

–Pior que to mermo, eu confesso. Aquela uma me fai senti o que eu nunca senti por ninguém. No começo era só desafio, eu tava brincando com fogo. Mas agora... - Dizia, suspirando– Eu acabei me queimando e não consigo sai dessa foguera...E num to suportando, agora to morrendo de ciúmes daquele um.

–Hahaha! Ainda não posso acreditar, você Ferdinando, que estudou na capital, já conheceu tanta gente nessa vida, gente estudada, se apaixonou por uma roceira. -Disse Renato, desdenhando Gina.

–Pois fique ocê sabendo, meu caro, qui a Gina vale muito mais que quarque pessoa letrada que já conheci, até mais que ocê, que pode tê estudado mas num sabe valoriza uma pessoa como a Gina. E que num entende porque nunca se apaixono de verdade por ninguém! Passar bem. - Responde Ferdinando, que resolve voltar para sua casa, desejando que esse dia acabasse logo e que nunca tivesse existido.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam e continuem acompanhando, beijooooooos!!



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