Unlike Cinderella... escrita por Lara


Capítulo 46
Capítulo 45 - War... - Parte 4


Notas iniciais do capítulo

Oiiiie Cupcakes ♥! Peço desculpas pela demora em postar, mas eu não consegui terminar antes, devido a falta de tempo :/! Enfim, primeiramente, eu quero dedicar o capítulo a minhas aniversariantes do mês (finjam que estamos em Janeiro ainda kkk)! Paloma Coutinho (20/01), Ally Farias (20/01) e Letícia Merlo (22/01) eu quero desejar toda a felicidade do mundo para vocês, minhas princesas *O*! Que essas datas se repitam por muitos e muitos anos e que possam continuar essas garotas fantásticas que são XD!!AAAAAAAAAAA, ACREDITAM QUE CHEGAMOS A 35 RECOMENDAÇÕES? *o* SOCORRO, EU TÔ SURTANDO *O*!!! BIA LYNCH, LIZA LYNCH RATLIFF, ARY LYNCH E MANDY (SUICIDAL) (Ah, acabou a família Lynch recomendando? u.u kkk') MUITO OBRIGADA PELAS PERFEITAS, LINDAS, DIVAS E INCRÍVEIS RECOMENDAÇÕES *O*! EU AS AMEI E SURTEI LENDO CADA UMA DELAS ♥! MUITO OBRIGADA MESMO *o*! CAPÍTULO DEDICADO A TODAS QUE RECOMENDAM, FAVORITAM E COMENTAM NESSA HISTÓRIA *o*!! 74 FAVORITOS (O/ KKK' Um dia eu chego aos 100 :3) E 946 COMENTÁRIOS *O* ♥! EU JÁ DISSE QUE AMO VOCÊS? NÃO? EU AMO VOCÊS DEMAIS ♥! MUITO OBRIGADA ♥! Obrigada Mamis Diva, Poderosa e Heroína (Jade), minha Doce Italianinha (Fran), a Fofa Raura, Amoreco da Pequena Miss, Mana Gata Poderosa (Reader Secret), Lary Netinha Puju (Secret Feelings), Jenny diva Diva da Mamãe (Gatinha MÁ), Sobrinha Pervertida da Lia Jackson Eaton Malfoy Smith, a minha Ursinho de Pelúcia da Vondyrauslly, a Linda da May (Mayara), a minha Curiosa Isa (auslly potter), a Divertida Smile, minha Doce Isa (Dreamy girl), a Princesa da Raura, a minha Flor de Cerejeira da Ally Faria, a Princesa da Ally Rocket, a Fofa da Auslly Raura Forever, a Divertida Little Lynch, minha Diva Bia Lynch, a Fofa da Letícia Merlo, minha Jujuba (Juliana Lorena), a Manu Rainha da Mamãe (VacuumCleaner), a Incrível Milazinha (Dreamer), a Engraçada Vida Brilhante, a Doce Little Secret, a Diva da Ary Lynch, a Diva Purpurinada da Camila ( Uma Direção), Nara Lynch Gatinha da Mamãe e a Linda da Dani Cercelino pelos comentários divos no capítulo passado *o*!! Bom, pessoal, eu não sei se vocês vão gostar do capítulo, mas eu gostei muito de escrevê-lo! Infelizmente, mais uma vez, eu não tive tempo de revisar, por isso, caso achem algum erro, digam, por favor! Boa Leitura...



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POV Austin

A tempestade aumentava a cada instante. Galopávamos a toda velocidade em direção ao meio da floresta. Meu corpo doía e os cortes pareciam piorar a cada instante. O tiro que Elliot havia me dado em meu pé, ardia como nunca e eu agradecia por ter tido o treinamento com Manu e Prince ou jamais teria sobrevivido ao ataque de meu ex amigo.

O caminho era estreito e escuro. A chuva atrapalhava ainda mais o movimento do animal, fazendo com que eu me cochasse com inúmeros galhos de árvores. Eu não estava em condições de lutar. Sabia disso. Meu corpo estava repleto de cortes e ferimentos profundos, além da bala alojada em meu pé direito, atrapalhando-me a me mover. No entanto, eu precisava acabar com Elliot, mesmo que isso me levasse a morte.

Quando chegamos no centro da floresta, Elliot desceu de seu cavalo e apontou sua arma para mim. Rapidamente, pego meu revólver que estava na cintura e direciono para o moreno. Com dificuldade, desço do animal e passo a me aproximar, arrastando a minha perna ferida.

– Quem diria que você seria capaz de sobreviver a tanto, Austin. – comenta Elliot, sorrindo ironicamente. – Pelo visto, você é melhor do que eu imaginava.

– Por que você está fazendo isso? – pergunto, respirando com dificuldade. – Não importa o quanto eu olhe para essa situação, isso não me parece fazer sentido.

Eu nunca havia sentindo tanta mágoa e ódio por alguém. Elliot e eu não éramos os melhores amigos, mas nos entendíamos a nossa maneira. Eu havia confiado nele. Até mesmo brigado com Ally para defendê-lo e agora, ele está a minha frente, apontando uma arma na direção da minha cabeça, com um maldito sorriso no rosto e mostrando o verdadeiro canalha que ele sempre foi e eu jamais desconfiei.

Elliot ri de minha pergunta. Eu via uma maldade exacerbada vinda do rapaz e sentia meu corpo gritar em ódio. E mesmo a ponto de me entregar a escuridão que parecia querer tomar conta de mim, eu queria matá-lo e fazê-lo pagar por tudo o que ele fez para prejudicar Ally.

– É tão engraçado ouvir uma pergunta dessa, vinda do filho do homem que matou meu pai. – responde, dando um forte soco em meu estômago. Caio e cuspo sangue, sentindo uma enorme falta de ar. – Você, príncipe Austin, será apenas a primeira etapa da minha vingança. Farei sua família pagar por terem levado a minha família ao fundo do poço.

– Do...que você...está falando? – digo, entre arfadas.

– Quando os reis Mikael e Mirela ainda estavam no poder de Serafine, eles possuíam um grandioso exército. Meu pai era um dos soldados que protegiam a realeza. Durante anos, ele doou-se por completo pelos seus amados líderes, mas nunca recebeu o reconhecimento que merecia. – conta, demonstrando toda a sua amargura. – Até que um dia, o rei precisou ir a uma caçada com o rei de Krósvia e precisava de uma escolta. Meu pai e mais nove soldados ficaram responsáveis pela segurança dos monarcas. Ele não poderia estar mais feliz. E quando chegaram ao local, descobriram que inimigos haviam feito uma armadilha para acabarem com aqueles que possuíam um grandioso poder no comércio europeu. – Elliot ver a minha tentativa de levantar e me dar um forte chute nas costelas. Urro de dor. – Meu pai morreu protegendo seu pai. E sabe o que o grande rei de Serafine fez? Sabe? – grita o moreno, dando mais um chute em mim. – Responde!

– Não. Eu...não sei. – respondo, encolhendo-me de dor. Eu estava fraco demais e receber mais golpes faziam que os cortes sangrassem ainda mais.

– Nada! – grita Elliot, tomado pelo ódio. – Nem mesmo uma homenagem ao homem que deu a vida por ele, seu pai foi capaz de fazer. A única coisa que recebemos de nosso rei foi uma carta, constando que o meu pai havia morrido e junto a essa carta, havia o colar que eu havia feito para ele na escola.

Tento me levantar mais uma vez, mas recebo uma forte coronhada nas costas, fazendo com que eu caísse mais uma vez. Eu estava zonzo. Ao meu redor, uma grande poça de sangue brilhava, mostrando que eu havia perdido mais sangue do que o ideal. Elliot acerta mais uma série de chute em meu corpo, enquanto eu tentava me defender.

Sinto o outro puxar os meus cabelos, fazendo com que eu olhasse em seus olhos. Elliot coloca sua arma em meu pescoço e chuta a minha arma, que estava no chão, para longe. O rapaz aproxima seu rosto do meu e sussurra em meu ouvido.

– Eu vou tirar de Mikael Moon tudo o que é de mais valioso para si, até que não reste mais nada. E eu começarei por você. – diz, apertando o cano da arma ainda mais contra minha cabeça. – E logo depois a sua noivinha. Eu vou matá-la lentamente, enquanto aproveito cada parte daquele corpinho lindo dela.

– Isso...não vai acontecer. – murmuro e jogo minha cabeça para trás, com o máximo de força que eu tinha. A cabeçada acerta o nariz do moreno e o faz se afastar, dando um tiro para o alto.

Afasto-me o mais rápido possível e pego meu revólver. Eu não era tão bom de tiro quanto Ally ou Trish, mas havia aprendido a me virar muito bem com armas.

Elliot passa a me encarar com ódio. Ele se levanta e sorri, perigosamente. Com uma atitude inesperada, o homem joga sua arma para longe e me lança um olhar desafiador. Aperto o revólver com mais força ainda, tentando controlar o meu nervosismo. Manu havia me ensinado que manter a calma era a única forma de se obter a vitória, mas isso parecia ser impossível, naquele momento.

– Você é mesmo uma caixinha de surpresas, Austin. – comenta, enquanto pega sua espada que estava em suas costas, em uma bolsa especial que eu jamais havia visto em minha vida. – Que tal lutarmos da maneira tradicional? Sem armas de fogo, apenas espadas e nossas habilidades.

– Como quiser. – afirmo, jogando a arma longe e pegando a minha espada. – Terei o prazer de arrancar sua cabeça com as minhas próprias mãos.

Elliot não respondeu, apenas avançou com agilidade, levando a sua espada de encontro ao meu pescoço. Intercepto com a minha e a forço, fazendo o moreno se afastar e me olhar com arrogância.

Nossas espadas se chocavam com força, mas meu corpo estava fraco e mais lento. Com o resto da energia que eu tinha, eu o empurro e acerto minha espada em sua costela, fazendo um grandioso corte no rapaz.

Eu não sabia dizer quanto tempo aguentaria naquela luta. Enfrentar os inimigos anteriores e continuar a sangrar pelo tiro no pé estava consumindo todas as minhas energias. Eu sentia que poderia desmaiar a qualquer momento.

“– Vamos ganhar essa guerra. – diz Ally, lançando um olhar confiante para mim. Eu via o medo da mulher que eu mais amava na vida brilhar com intensidade. Ela me abraça com força. Correspondo no mesmo instante, tentando aproveitar ao máximo os nossos últimos momentos juntos. – Prometa que vai sobreviver a essa guerra. – pede, com angústia em sua voz.

Afasto-a com delicadeza. Olho em seus olhos e sinto meu coração se apertar. Assim como ela, eu estava incerto sobre o que poderia acontecer e não sabia se sobreviveria ao que estava por vir. No entanto, ver aqueles olhos âmbar que tanto amo, sofrendo de maneira tão desesperada, fizeram meu peito se encher de confiança. Eu precisava sobreviver. Não poderia morrer em meio à guerra. Não agora que eu encontrei o amor. Não no momento em que eu escolhi a mulher a quem amaria pelo resto de minha vida.

Acaricio o seu rosto e a beijo como se aquela fosse a última vez. Eu precisava daquele toque. Seus lábios se encaixavam perfeitamente aos meus e o toque carinhoso e sedutor de Ally em minha nuca, fazia meu corpo se arrepiar. Eu a amava. Não havia dúvidas.

Com a promessa de que eu ainda a tornaria minha, eu me separo. Beijo cada canto de seu rosto e colo as nossas testas. Analiso sua expressão. Os grandes e volumosos cílios destacavam ainda mais os belos olhos. O nariz afilado e a boca macia e carnuda eram o caminho da perdição. Com certeza, Ally era a mulher mais bonita que eu já havia visto em minha vida.

– Ally, eu tenho algo a lhe pedir. – falo suavemente. Ally parecia confusa com a minha fala. Me afasto e me ajoelho a sua frente. Ela me encarava, sem acreditar no que eu estava fazendo. – Eu sei que, no início, a última coisa que nós queríamos era ver a cara do outro. Não que isso fosse surpresa, afinal, estávamos sendo obrigados a nos casar sem nem nos conhecermos. – rio fraco. Eu estava nervoso. Não sabia como fazer o pedido e tê-la me encarando daquela forma fazia com que eu suasse frio. – Eu sei que somos jovens e, daqui algumas horas, estaremos guerreando pela liberdade de seu povo, mas eu preciso ter certeza de que você será minha. – pego em suas mãos e olho para a garota, determinado. – Ally, você quer casar comigo?

De repente, Ally começa a chorar. Sinto um grande alívio ao notar um grandioso e belo sorriso em sua face. Suspiro, disfarçadamente, aliviado por ver que mesmo sendo palavras bobas, haviam sido o bastante para cativá-la.

Ela se joga em meus braços, sorrindo como jamais eu havia visto. Meu coração batia forte e descompassado. A única coisa que eu consegui fazer foi corresponder a ação da garota. Era bom senti-la perto de mim e eu daria o mundo para apenas continuar com ela naquele momento.

– Eu já sou sua. Sempre fui. – sussurra em meu ouvindo. Inesperadamente, ela me puxa para mais um beijo. Eu não sabia o que sentir. Um misto de paixão e carinho se apossavam de mim. Sinto Ally sorri em meio ao beijo e faço a mesma coisa. Quando nos separamos, ela passa a me encarar com diversão. - E onde está o anel?

– Não se preocupe. – digo, com um sorriso divertido, mas ainda a encarando com seriedade. – Quando essa guerra tiver fim, a primeira coisa que vou fazer é comprar o anel de casamento. Eu prometo.

– Obrigada. – diz, voltando a me abraçar.”

As lembranças retornam a minha mente como um raio. Eu havia prometido que voltaria. Ally estava esperando que eu cumprisse com a minha promessa. Eu não posso morrer, era a única coisa que se passava a minha mente.

Resistindo a todas as dores e a fraqueza em meu corpo, eu me levanto por completo e observo Elliot vindo em minha direção, pronto para me atacar. A pouca luminosidade da floresta junto com a intensa chuva que caia, fazia com que a minha visão fosse afetada, mas nada me impediria de acabar com o homem a minha frente.

Intercepto sua espada mais uma vez e, novamente, iniciamos um novo combate. Elliot parecia surpreso com a minha mudança, mas logo assume uma postura desafiadora. Ele era rápido e habilidoso, mas, por sorte, eu conseguia acompanhá-lo. Graças a Manu, eu havia aprendido a lutar com pouco desgaste e mais precisão em meus movimentos, demonstrando a Elliot que eu possuía habilidades suficiente para pôr um fim a sua vida.

Acerto-lhe um chute no abdome e dou uma cotovelada em seu rosto. A espada de Elliot cai. Tomado pelo ódio, abandono minha espada e parto para cima do moreno. Meu punho acerta com intensidade o seu nariz. Não demoro a socá-lo mais uma vez.

Eu queria matá-lo com as minhas próprias mãos. Fazê-lo pagar por tudo o que fez a minha família. Eu o faria engolir todas as ameaças feitas a mulher que eu amo. Eu estava possesso e tão focado em meus ataques contra Elliot que não notei quando ele agarrou sua espada novamente.

Por reflexo, afasto-me do rapaz, mas a sua espada ainda acerta o meu ombro. Ignorando a insuportável e dilacerante dor, consigo correr e pegar minha espada, antes que Elliot me acertasse. Uma grandiosa movimentação começa a ser ouvida, no entanto, estávamos mais interessados em nossa luta do que ao que ocorria ao nosso redor.

Os cavalos se agitavam, relinchando com intensidade. Vejo Elliot sorri e não demoro a perceber que eu havia caído em sua armadilha. Paramos com nossas espadas cravadas entre nossos corpos, enquanto éramos cercados por diversos homens, com diferentes tipos de armas em suas mãos.

– Então você precisa de dezenas de soldados para me enfrentar, Elliot? – provoco, sem me deixar intimidar pelo perigo que corria. Dou um sorriso sarcástico e o olho friamente. – Que vergonha. Eu esperava mais de você. – balanço a cabeça, negativamente.

– Não seja tolo. Não é você que eu estou tentando atrair para minha armadilha. – diz, enquanto se afasta de mim. Ele levanta a com a espada e todos os homens que nos cercavam começam a se afastar com seus cavalos.

Passo a encará-los e não consigo evitar o meu transtorno ao notar que as rainhas Victória, Cecília e Penny estavam presas em uma espécie de jaula e pareciam inconscientes. Desespero-me, sem saber se elas estavam vivas.

– Elas...estão...? – eu não conseguia completar a frase. Minha mente estava um caos, sem saber como pensar ou agir.

– Não se preocupe, Austin. – fala Elliot, dando um sorriso maquiavélico. – Elas ainda estão vivas. – suspiro, aliviado. – Mas não por muito tempo.

– Desgraçado! – digo, sentindo meu corpo tremer em puro ódio. – Você não pode fazer isso!

– Eu não posso? – diz o rapaz, gargalhando alto. Ele se vira para o soldado que estava mais próximo de si e com a espada, aponta para mim, sem controlar o riso. – Você ouviu o que ele falou? – Elliot ri com ainda mais intensidade. – Tão ingênuo. – fala, limpando as lágrimas no canto dos olhos.

– O que você pretende fazer? – questiono, revoltado.

– Atraí sua noiva, é claro. – responde, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Quando ela souber que o noivo, a mãe e as melhores amigas estão em minhas mãos, ela virá correndo para salvá-los e é nesse momento...

– É nesse momento em que eu a matarei. – completa Brooke, aparecendo de repente. A morena sorria com maldade. Seus olhos pareciam estar em chamas.

– Brooke... – sussurro, sem acreditar.

– Surpreso, meu amor? – diz a garota, sarcasticamente, enquanto se coloca ao lado de Elliot. Os dois trocam um sorriso cúmplice e voltam a me encarar. – Eu disse que faria você e Ally pagarem por tudo que me fizeram. Você vai ver a sua amada ser morta pelas minhas mãos. – Brooke sorria como uma maníaca. – Como será que você vai reagir?

– Você só pode estar brincando comigo. – digo, sorrindo sarcasticamente, tentando esconder o meu desespero. – Acha mesmo que você é capaz de matar a Ally?

Brooke me lança um olhar repleto de maldade e sorri para Elliot. Ela se vira e volta a montar em seu cavalo. Já em cima do animal, Brooke me encara com convicção e começa a cavalgar em direção a escuridão da floresta.

– Vamos ver se ela será capaz de lutar, vendo todas as pessoas que ela mais ama na vida morrerem bem na sua frente. – diz, enquanto desaparece dentre as árvores.

Não tive tempo de dizer nada. Elliot logo me atacou, atingindo meu braço, abrindo um grande corte. Sinto uma dor descomunal vinda do meu braço e a fraqueza volta a tomar conta de mim. Respiro fundo e volto a me concentrar na luta. Eu precisava agir ou Ally seria pega na armadilha.

Conforme a luta avançava, mais eu via os soldados se afastarem, junto com a jaula onde se encontravam as rainhas dos três dos principais reinos do Norte da Europa. Eu tentava ao máximo me manter de olho nas mulheres, mas Elliot não me dava brechas para me concentrar em outra coisa que não fosse a nossa luta.

– Concentre-se em mim, Austin. – exige Elliot, enquanto me atacava. Ele possuía um sorriso diabólico estampada em seu rosto.

O som do galope dos cavalos logo se torna presente. O medo passa a me consumir. Elliot, notando a minha falta de atenção, consegue atingir mais um golpe em mim, fazendo com que eu caísse. Olho para o moreno e ele apontava sua espada em minha garganta e parecia estar esperando o momento certo para me atingir.

– Bem na hora. – diz, enquanto observa a movimentação.

– Não... – sussurro, tentando encontrar alguma solução, mas nada vinha a minha mente. A única coisa que eu conseguia pensar era que eu precisava fazer algo.

– Austin! – grita Ally, assim que nos encontra.

Olho para minha noiva, desesperado. Eu queria gritar para que ela fugisse, mas minha garganta estava seca e minha voz havia desaparecido. A quantidade de sangue perdida já estava afetando meu corpo e se continuasse naquele ritmo, eu morreria em alguns instantes pela hemorragia.

No entanto, meu espanto foi ainda maior ao notar o estado de Ally. Seu corpo estava repleto de cortes. Sua garganta apresentava um grande ferimento, além do ombro que sangrava com intensidade. Mas, apesar de tudo, Ally continuava com sua postura firme e com o olhar determinado, como uma verdadeira líder que faria de tudo pelo seu povo.

Ao lado da garota, Manu, Lawrence e Jade estavam em seus cavalos. Eles descem dos animais e retiram suas espadas da cintura. Seus estados não eram melhores do que de Ally, mas pareciam que estavam prontos para lutar contra qualquer um que ameaçasse feri-la.

– Fuja! – grito, reunindo o restante das forças que eu tinha.

– Não espante nossa convidada especial, Austin. – fala Elliot, enquanto pressiona a espada contra minha garganta.

– Solta ele. – fala Ally, com a voz firme. Em seus olhos eu via a fúria da garota e seu tom de voz era afiado como uma lâmina.

– Sinto muito, Princesa Allycia, mas isso não será possível. – dita o moreno. E antes que Elliot enfiasse sua espada em minha garganta, Ally pega seu revólver e atira no ombro do rapaz com precisão.

Com o impacto do tiro, Elliot se afasta e com uma força, que não faço ideia de onde tirei, consigo me levantar e pegar minha espada. Eu ainda estava fraco e tonto, mas eu precisava ajudar Ally e morrer ali não estava nos meus planos.

Elliot cambaleia, mas logo se recupera. Assim como eu estava mancando por causa do ferimento no pé, ele parecia não conseguir controlar o braço como antes.

– Desgraçada. – diz Elliot, enquanto apertava o braço com uma careta de pura dor.

– Concentre-se em mim, Elliot. – digo, atacando-o com a espada.

– Ataquem-na! – grita Elliot, para os soldados que estavam escondidos entre as árvores.

– Ally, fuja! – grito, no momento em que inúmeros soldados inimigos saem de seus esconderijos.

– Austin, tome cuidado! – grita a garota, desesperada. – Ataquem!

De repente, soldados dos reinos de Agriont, Bethord e Kenedias¹ se juntam a luta. Um grande caos é gerado. O espaço era pequeno e era difícil consegui lutar sem ser pisoteado por algum cavalo ou acertado por alguma arma durante a batalha.

Elliot parecia tão atordoado quanto eu. Começamos a nos distanciar do meio da confusão. Vejo, durante a nossa fuga, o pai de Ally, Dez, Trish e Prince resgatando as rainhas da jaula, no entanto, soldados se aproximavam deles, iniciando uma nova luta.

Não tive tempo de continuar a observar o que acontecia a minha volta. Elliot havia se recuperado mais e mesmo com os profundos ferimentos, ele continuava a lutar sem se importar com o que poderia acontecer a nós.

Vendo que tinha minha atenção por completa, Elliot se separou de mim e correu para uma área mais afastada da multidão. Eu sabia que aquilo poderia ser uma armadilha, mas eu estava exausto demais para adiar aquela luta.

Quando estávamos longe o suficiente para não ouvirmos a confusão que ocorria na floresta, ele parou. Nos encaramos por um tempo, analisando-nos, como se tentássemos descobrir quem se renderia primeiro.

A escuridão que se fazia, deixava o cenário parecido com o de um filme de terror. Apesar de ainda ser cedo, o céu estava extremamente nublado e as árvores de grandiosos comprimentos dificultavam a entrada de luz, deixando o local escuro e sombrio. A chuva havia diminuído um pouco, mas a área estava encharcada e lisa.

– Esse...esse tempo todo você mentiu para mim? – questiono, tentando recuperar o fôlego. Meu pé estava inchado e a bota fazia o mesmo doer ainda mais. Os cortes ardiam e eu tinha certeza que só iriam piorar.

– A respeito de que? – pergunta, sorrindo ironicamente. – Sobre a nossa linda amizade? Que no fundo, toda aquela briga e ódio era apenas para esconder uma forte amizade?

Continuo a encará-lo com seriedade. Por mais que eu o odiasse, conhecia Elliot desde criança. Havíamos sido criados juntos desde éramos bebês. Eu não conseguia acreditar que aquele garoto energético e perfeccionista que tentava ao máximo ser meu amigo, estava agora na minha frente, tentando me matar. E o pior de tudo é que eu não conseguia ver nenhum sinal de hesitação.

– Não. Não foi tudo mentira. – disse, seriamente, após ver que eu não estava brincando quando eu o questionei. – Eu descobri a verdadeira causa da morte do meu pai quando tinha dez anos. Minha mãe tentou esconder o máximo possível a verdade, mas no fim, foi inevitável. Eu passei a observar sua família e percebi que seus pais não tinham remorso por ter destruído a vida de inúmeras famílias.

– Os soldados de meu pai se ofereceram para protegê-lo, não importando o que acontecesse. Não o culpe por algo que foram as próprias pessoas que escolheram. – repreendo, irritando-me por sua falta de lógica.

– Você não entende. – diz, friamente. – Todos eles se dedicaram a sua família, mas nenhum teve reconhecimento. A maior parte dos soldados de seu pai foram enterrados como indigentes, porque nem mesmo a consideração de ir atrás daqueles que deram suas vidas para defendê-los e enterrá-los como heróis a monarquia não teve.

Observo a fúria contida em cada palavra cuspida por Elliot. A mágoa em si era evidente e, o pior de tudo, é que eu não conseguia não me sentir culpado pela tragédia que envolveu todas essas famílias. Tento voltar a me concentrar no que ocorria.

– Nada disso justifica você se juntar aos nossos inimigos e sair matando inúmeros inocentes. – afirmo, olhando duramente para Elliot.

– Meu pai e todos aqueles que estavam naquela batalha também eram inocentes. – fala, olhando furiosamente para mim. – Olho por olho. Dente por dente.

– Você não...

– Calado! – grita Elliot, voltando a me atacar.

Cambaleio um pouco, mas consigo deter seu ataque. Elliot parecia estar fora de si. Era como se eu estivesse lidando com uma fera enraivecida. Sua força aumentava a cada instante, começando a me fazer duvidar se conseguiria detê-lo.

Ignoro minhas incertezas. Eu precisava vencê-lo, mesmo que isso significasse minha morte. Elliot de eu logo reiniciamos as trocas de golpes e ataques. Nossos movimentos estavam mais lentos, no entanto, estávamos mais determinados do que nunca.

“– Não precisa ter medo, Ally. Eu nunca vi uma pessoa tão incrível como você. Bondosa, gentil e justa. Se existe alguém que saberá governar Krósvia como ninguém, esse alguém é você. – digo sincero, sorrindo. – Além disso, como seu futuro marido, eu sempre estarei ao seu lado. Não importa o que aconteça, eu sempre estarei com você para te apoiar e te dar forças.

– Você ouviu o que disse? – pergunta, sorrindo, parecendo não acreditar no que eu estava dizendo.

– O que? – pergunto, confuso, enquanto acaricio seu rosto.

– Meu futuro marido? Quer mesmo se casar comigo? – questiona. Seu rosto estava vermelho e ela evitava olhar em meus olhos.

– Eu já cansei de fingir que sou indiferente a você, Ally. – confesso, sorrindo feito um bobo. – Eu não sei o que acontece comigo quando estou perto de você. Eu tenho ciúmes de qualquer babaca que chega perto de você. Tenho medo de te perder ou não ser capaz de protegê-la e você se machucar por isso. Meu coração bate descontrolado quando estou com você e, muitas vezes, tenho que me controlar muito para não beijá-la. Enfim, eu sou louco por você e se para ficar ao seu lado eu preciso me casar com 18 anos, então farei isso com todo prazer do mundo. Então, Ally, a resposta é sim. Eu quero me casar com você.

Ela sorri encantada e me beija. Eu amava estar perto dela. Cada toque seu parecia ser o suficiente para me levar a loucura. Eu queria estar sempre perto de Ally e duvidava muito que me arrependeria de passar os restos de minha vida ao seu lado.

– Austin... – sussurra, com os olhos semicerrados, assim que nos separamos.

– Oi, Ally... – digo em tom baixo, dominado por aquela força invisível, mas ainda assim, muito forte, que nos atraia de maneira inexplicável.

– Eu acho que também te amo. – murmura. Estávamos incrivelmente próximos e, ao ouvir aquelas palavras meu coração solavancou.

– O que? – digo, sorrindo, surpreso. – Você disse que acha que também me ama?

– Não. – fala, com um brilho diferente em seus olhos. – Eu não acho. Eu tenho certeza que te amo.

– Eu também te amo, Ally.”

A promessa de um futuro melhor estava implícita em nossas palavras. Agora, lutando com o resto de minhas energias contra um de meus melhores amigos, vejo que mais do que nunca, que eu ainda não posso morrer.

Sem esperar por mais nada, afasto-me de Elliot o suficiente para ser capaz de acertar sua mão que segurava a espada. Por impulso, o moreno solta a arma e leva a outra mão ao ferimento. Não dou chances ao rapaz de dizer uma palavra sequer. Puxo-o pelo ombro e enfio minha espada em seu abdome.

Os olhos de Elliot se arregalam, enquanto sua boca se abre. Eu continuava a segurar minha espada e seu corpo, encarando seus olhos e a sensação de alívio se apossou de mim.

Retiro minha espada de dentro do outro e vejo seu corpo cair. Elliot continuava vivo e respirava com dificuldade. Ele pressionava o ferimento da espada e encarava o céu nublado, vendo os intensos pingos de chuva cair sobre si.

– Acabou, Elliot. – digo, enfiando minha espada no chão e apoiando-me sobre ela.

– Esse...esse é o fim. – sussurra, com melancolia.

Eu estava fraco e prestes a me entregar ao inconsciente quando vejo um cavalo se aproximar. O animal possuía uma proteção com o símbolo de Krósvia, surpreendendo-me um pouco. De alguma forma, consigo me apoiar sobre ele. Com dificuldade e muita dor, subo no cavalo e passo a encarar Elliot de cima. Seus olhos estavam focados em mim e ele possuía um sorriso irônico moldando seus lábios.

– Quem...diria que...o filho...do homem que...foi culpado da morte...do meu pai...me mataria... – diz, entre sopros. Elliot continuava a lutar para permanecer vivo.

– Descanse em paz, Elliot. – digo, com sinceridade.

Ele sorri, achando graça de minhas palavras. Ele volta a encarar o céu e balança a cabeça negativamente, enquanto tentava gargalhar. Quando seus olhos voltam a me encarar, ele lança um olhar venenoso e diabólico.

– Nos...encontraremos no...inferno muito...em breve...Austin. – diz Elliot, com um tom desafiador. - Talvez...vocês ganhem essa...guerra, mas...não se...enganem...Taynara possui...muito mais...cartas na manga...do que vocês...imaginam.

– Mande lembranças ao demônio por mim. – digo, começando a dar as costas para Elliot, ouvindo a risada maquiavélica do rapaz.

No entanto, surpreendo-me ao notar a alcateia de lobos que estava próxima de Elliot. Meu cavalo passa a ficar agitado, chamando a atenção de Elliot. Ele para de ri e força um pouco a cabeça para olhar na direção onde eu encarava com surpresa.

E antes que eu pudesse evitar o ataque dos animais, meu cavalo relincha assustado e corre para longe da alcateia e a última visão que eu tenho é dos dentes dos lobos arrancando os membros de Elliot, enquanto ele gritava por ajuda. Os sons de seus gritos não duram muito tempo e logo tenho certeza que aquele havia sido o fim daquele que um dia eu chamei de amigo.

Eu estava fraco demais para guiar o cavalo, por isso, deixei que ele me levasse para longe das feras daquela floresta. E enquanto ele cavalgava, noto que estávamos próximos do local onde Elliot e eu havíamos lutado a pouco tempo.

Havia muito sangue e corpos espalhados pela área. A jaula onde vi as rainhas pela última vez, estava virada e repleta de sangue, tendo alguns homens da tropa inimiga dentro dela. Procuro sinal de algum conhecido que estivesse naquele lugar, mas por sorte, nenhum rosto que se encontrava ali era familiar para mim.

Tentando não ser controlado pela dor do tiro e dos cortes de espada, incentivo o cavalo a galopar o mais rápido possível. Eu precisava encontrar Ally. A imagem dela toda machucada comandando os soldados krosvianos ainda estava em minha mente. O medo de perdê-la durante uma batalha passa a me assombrar.

Em pouco tempo, chego ao fim da floresta e passo a observar a imagem do Castelo Cristal que se impunha, de maneira onipotente, a sua grandiosidade. E a medida que me afastava da floresta, mais visível se tornava uma construção alta e de arquitetura sombria.

Não demorei a notar que aquela torre, de dimensões extensas, era, na verdade, obra de Edgar. A bandeira representativa de seu país estava exposta no topo para quem quisesse ver, como se jogasse na cara dos krosviano o seu poder sobre o país.

Conforme eu me aproximava da torre, mais o som das batalhas se tornavam audíveis. Espadas se chocavam, cavalos relinchavam amedrontados, soldados gritavam, tiros eram trocados e a destruição era evidente de qualquer ponto daquele reino.

Assusto-me ao ouvir gritos femininos vindo da floresta. Sem pensar duas vezes, cavalgo rapidamente na direção de onde a luta parecia estar acontecendo. A cada segundo que se passava, mais eu me preocupava. De alguma forma, aquele cenário me lembrava do dia em que Kira morreu e isso me assustava.

Surpreendo-me ao ver a mãe de Ally, ao longe, sendo socorrida por Trish, enquanto Ally lutava furiosamente contra Brooke. Penny não parecia estar ferida, mas era visível a sua fraqueza. Ela olhava para filha, pela primeira vez desde que a vi, com preocupação. A latina que estava ao seu lado parecia desolada e logo imaginei o pior.

Olho em volto e percebo lugar estava completamente destruído e os corpos jogados não melhoravam em nada a paisagem. Havia marcas de luta para todos os lados. Até mesmo algumas árvores estavam prestes a desabar, demonstrando que as batalhas ocorridas naquele lugar foram mais violentas do que eu esperava.

Tento me aproximar, mas sou surpreendido por Gavin que se coloca a minha frente com o seu cavalo e a espada em mãos. Encaramo-nos com ódio e eu não tinha dúvidas de que meu olhar piorou ainda mais ao ver o sorriso irônico no rosto do rapaz.

– Gavin. – digo, descendo de meu cavalo.

Eu ainda estava muito ferido. Meu pé estava incrivelmente inchado e o meu sapato parecia apertar mais a cada instante. Meus braços e pernas estavam repletos de hematomas e cortes. Eu havia perdido muito sangue e estava fraco e cansado. Iniciar uma nova luta, naquele momento, era suicídio.

Gavin pareceu notar a minha dificuldade em permanecer em pé e passou a gargalhar, como se tivesse a certeza de que não precisaria de muito esforço para me matar. Eu não poderia discutir, afinal, as minhas chances eram mínimas.

Olho para Ally e vejo a garota se esforçando além de seu limite. Ela estava pálida e era visível o seu cansaço. Brooke parecia tirar proveito disso, mas ainda demonstrava a sua insatisfação de não conseguir eliminar a rainha. Volto a encarar Gavin, assim que o mesmo para de ri.

– Seja bem-vindo a nossa festa, Austin. Eu estava esperando por você. – fala Gavin, com uma falsa cortesia. Ele desce de seu cavalo e me olha em desafio, carregando consigo um sorriso cínico. De repente, ele se coloca em posição de ataque, como na esgrima e balança a cabeça, convidando-me a lutar. – Que tal um duelo em nome dos velhos tempos?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Agriont, Bethord e Kenedias¹: Reinos aliados a Krósvia. Foram citados no capítulo 42.

***
E então? O que acharam? Críticas, elogios, erros ortográficos? Oi Cupcakes *0*!! Eu sei. Capítulo estranho kkk! Enfim, hoje eu vou falar sobre o trailer que estou divulgando da segunda temporada de UC. Deadly Hunt tem previsão para ser lançado em Julho desse ano, mas não tenho ideia de qual será a data exata. Eu vou deixar o link aqui e eu gostaria muito que vocês dissessem o que acharam e suas expectativas para essa nova fase. De qualquer forma, quero agradecer aos favoritos que ando recebendo e aos lindos comentários e recomendações que me ajudam demais a ter inspiração! Beijocas ♥

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Fi88Whb8mrE&feature=youtu.be

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PS.1: Quem quiser participar do grupo no face: www.facebook.com/groups/677328449023646/ >o< !!
PS.2: Criamos um grupo no WhatsApp, então podem participar também, basta apenas me enviarem uma MP com o DDD de vocês e o número do celular que eu adiciono *-* !!
OB: http://fanfiction.com.br/historia/539877/Obsession/
PC: http://fanfiction.com.br/historia/554366/Parachute/
FS (Fic Prielle): http://fanfiction.com.br/historia/578178/Fire_Scars/