Unlike Cinderella... escrita por Lara


Capítulo 38
Capítulo 37 - Betrayal....


Notas iniciais do capítulo

Oiiie minhas doces Cupcakes *0*!!! AEEEEEE, UC RECEBEU MAIS UMA RECOMENDAÇÃO INCRÍVEL ♥!!! ISA SANTOS, MINHA PRINCESINHA, MUITO OBRIGADA!!! CAPÍTULO DEDICADO INTEIRAMENTE A VOCÊ *-*!!! Muito obrigada também minha linda Italianinha (Fran), Mali Anjinha da Titia (Ally Mônica Moon), Sôh Filhinha Linda (Sophia Stephane), Lêh (Letícia Merlo), Lôh meu Raio de Sol (Paloma Coutinho), Tay meu docinho, Jujuh (Juliana Lorena), Vivi Cristina minha princesa, a fofa da NatalhaLynch, Milazinha minha estrela, a ursinha da Pequena Miss, Manu Filhota Gata e Sexy (VacuumCleaner), love liana, Lary Sobrinha ou Filha emprestada kkk' (AllyGata Lynch), Biia Titia Sortuda (ela foi para o show do R5 e eu não ://!), Bea Mana Felina kkk (Reader Secret) e Mamis Confeiteira e Poderosa!!! Ameis os comentários!!! Obrigada meninas ♥!!! Boa Leitura...



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POV Austin

– Me dê apenas um motivo para não puxar esse gatilho, Lawrence Khan, e acabar de vez com a sua vida miserável. – fala o homem, demonstrando toda a sua fúria em seu tom de voz.

A cena em que eu estava presenciando era impressionante. Mesmo com uma arma sendo apontada para sua cabeça, Lawrence não se intimidou e parecia não se importa com as palavras de Prince.

– Abaixe sua arma, Prince. – fala Ally, seriamente, colocando-se ao lado do irmão.

– Eu não vou abaixar minha arma até matar esse desgraçado. – a fúria de Prince só aumentava ainda mais conforme os minutos iam se passando.

– Ora, príncipe, poderia me dizer o motivo de tanta exaltação? – Lawrence exagera no seu sarcasmo.

Prince começa a caminhar na direção de Lawrence, alertando a todos que as coisas poderiam ocasionar em tragédias se continuassem assim. Meus pais iam se manifestar, mas antes que alguém tomasse qualquer atitude, Ally se coloca na frente do irmão e o encara com impaciência.

– Já chega. – o tom frio usado por Ally, faz com que Prince e todos a sua volta se assustem com a garota. – Eu não vou permitir que mate Lawrence ou que comece uma luta hoje. Eu estou cansada de todos os acontecimentos recentes. Agora, abaixe essa arma.

– Saia da minha frente, Allycia. – fala Prince colérico.

– Eu não vou sair até você me entregar sua arma. – Ally não se deixa intimidar pela maneira como o irmão estava.

– Você tem noção do que está fazendo? – pergunta Prince, incredulamente.

– Você está prestes a cometer uma loucura e ainda acha que eu permitirei isso? Lawrence deve ter uma explicação lógica para... – Ally é interrompida por seu irmão.

– Explicação lógica? – grita Prince, alterado, rindo sem humor. – E que explicação ele teria para ter cortado os pescoços de meus cinco agentes de confiança?

– Deveria escolher melhor em quem você confia, Phillip. – diz Lawrence.

Prince tenta partir para cima de Lawrence, mas com Ally em sua frente, seria impossível atacá-lo sem machucar a irmã. Corro, imediatamente, para segurar Prince. Eu jamais permitiria que ele a ferisse. Dez faz o mesmo e Lawrence se coloca em posição de ataque.

– Você enlouqueceu Prince? – pergunto com dificuldade, já que estava sendo difícil segurar Prince. – Você vai machucar a Ally!

– Controle-se Prince. – pede Manu, mas o homem não lhe fava ouvidos. - Você vai acabar fazendo uma besteira.

– Eu vou te matar, seu desgraçado! – Prince se debatia cada vez mais. Ally não saia da sua frente e Dallas, Tyler e meu pai tiveram que nos ajudar a segurar Lawrence e Prince.

– Para, Prince! – grita Ally, fazendo o moreno parar por um momento. – Já chega! Você já está passando dos limites! Controle sua fúria ou será capaz de machucar muito mais pessoas que Lawrence. Agora, me entregue sua arma e vá esfriar sua cabeça.

– Ouça sua irmã, Prince. – aconselha meu pai. – Muitas tragédias aconteceram nesses últimos dias. Não piore ainda mais a situação.

– O melhor a fazer hoje é descansar e recompor as energias. – fala minha mãe.

Prince encara o casal e volta a olha para a irmã. Após alguns segundos encarando a morena, o homem abaixa sua arma e levanta seu olhar, encontrando o sorriso irônico de Lawrence. Prince entrega sua arma a Ally.

Vendo que o mesmo já havia se acalmado, Ally pede para que soltássemos seu irmão e Lawrence, que se controlou assim que viu que a garota não estava mais em perigo.

– Escute bem o que vou te dizer Lawrence. – diz Prince. – Quando essa guerra acabar e se tivermos sobrevivido, eu terei o imenso prazer de esquartejar todos os seus membros e entregar cada parte sua para os cachorros. E você, Allycia, eu espero que esteja ciente do que está fazendo. Você não vai poder protegê-lo para sempre. Se ele aprontar mais alguma, eu juro que acabo com a raça desse infeliz. E nem você, nem ninguém será capaz de me impedir de fazer isso.

Após dizer isso, Prince sai da sala sem olhar para trás. Manu observa o namorado por um tempo e volta a encarar o loiro com os braços cruzados, assim como Tyler.

– Você é um demônio, Lawrence. Espero que não demore a voltar para o lugar de onde saiu. – diz Manu, saindo da sala, sendo acompanhada pelo primo. A garota estava nervosa e, provavelmente, tão alterada quanto o namorado.

– O que está acontecendo aqui, afinal? – pergunto, tentando entender o a situação.

Ally me olha por um tempo e suspira cansada. Sem dizer nada, ela desvia o olhar dos meus olhos e encara Lawrence. O loiro suspira frustrado, parecendo saber o que estava por vir. Diferente de sua reação com Prince, ele parecia nervoso e arrependido sob o olhar da princesa.

– Com exceção de Lawrence, todos devem ir descansar. Amanhã acordaremos mais cedo que o normal para fazer um treino coletivo. – dita Ally.

Dez concorda, balançando a cabeça e começa a caminhar em direção à saída, sendo acompanhado por Dallas, que ainda estava um pouco assustado pelo que havia presenciado.

Meu pai me dá um tapinha de leve no ombro e se retira do lugar junto com minha mãe, que beija minha testa um pouco antes de sair. Ainda que eu soubesse que deveria fazer o mesmo que os outros, eu queria continuar ao lado de Ally.

Durante o decorrer do dia, ela não deixou eu me aproximar dela. Era como se evitasse qualquer contato com as pessoas. Eu odiava vê-la se maltratar por problemas que não eram sua culpa.

– Você também deve ir, Austin. – fala Ally, sem olhar para mim. Ela estava, claramente, evitando olhar para mim.

– Não, eu não vou. – digo com firmeza.

Lawrence me olha surpreso, como se não esperasse uma reação deste tipo de minha parte. Ally suspira cansada, como se não aguentasse mais toda a situação que estava ocorrendo.

– Austin, por favor. Não é o momento de agir como um rebelde. – fala Ally, massageando as têmporas. – Eu preciso resolver alguns assuntos com Lawrence e prefiro que não se envolva demais nisso.

Por mais que eu não quisesse, eu fiquei chateado com as palavras de Ally. Será que ela não conseguia entender que estávamos juntos nessa? Antes de ser seu namorado ou amigo, eu sou seu parceiro para a luta que está por vir.

– Inacreditável. – digo, olhando para ela sem acreditar. – Acha mesmo que pode evitar me envolver? Ally, essa luta também é minha. Minha família foi expulsa do seu reino, injustamente, por Edgar. Gavin já foi como meu irmão mais velho e me traiu na primeira oportunidade que teve. Quando vai entender que eu, assim como você, também tenho inúmeros motivos para está lutando?

– Não quero discutir com você agora, Austin. – fala Ally. – Somente... – ela suspira cansada. – Aproveite o resto da noite para descansar.

– Eu também não quero discutir, mas precisamos resolver de uma vez por todas os nossos problemas, Ally. – digo frustrado.

Lawrence encarava a cena em silêncio. Parecia entender que não deveria se envolver na nossa conversa. Ele me encara por alguns segundos e eu vejo a preocupação estampada em seus olhos.

– Princesa, eu sei que está com raiva de mim, mas eu tive meus motivos para matar aqueles homens. – admite Lawrence, deixando-me confuso. – Nunca foi minha intenção irritar Phillip ou causar problemas para o QG.

Ally me olha por uns segundos e volta seu olhar para Lawrence. Ela respira fundo e caminha na minha direção. O refeitório estava vazio e depois da discussão que ocorreu no lugar, eu duvidava muito que alguém voltaria para o local ainda hoje.

A morena tranca a enorme porta e, ao passar por mim, lança-me um olhar triste. Suspiro frustrado e sento-me em uma das mesas do refeitório. A ação é repetida por Lawrence e Ally. Pelo visto, a conversa seria longa.

– Por que você matou aqueles cinco homens da guarda de Prince? – pergunta Ally, olhando com intensidade para o homem a sua frente.

– Eles estavam planejando matá-la, princesa. – afirma Lawrence.

– Isso é sério? – pergunto surpreso e controlando ao máximo o meu ódio.

– Infelizmente sim. – diz, demonstrando através de seus olhos uma fúria inexplicável.

Ally analisa o homem, por um tempo, com seriedade. Provavelmente, absorvia a informação de Lawrence. Por fim, ela sorri agradecida pelo ato do loiro.

– Obrigada, Lawrence. – diz Ally, sorrindo de maneira sincera. – Mas, não devia ter tomado essa atitude sem me consultar. Sei que prometeu me proteger, mas as coisas andam muito complicadas por aqui. Se tivesse me dito, eu teria tomado providencias a respeito desses homens. Prince e eu não estamos em um período muito bom. Ele não aceita que eu tenha trago você para cá e nossas ideias são muito distintas. A realidade é que somos completos opostos, as nossas personalidades, uma hora ou outra, se chocam.

– Eu sinto muito, princesa Allycia. Sei que posso ter complicado sua relação com seu irmão, mas afirmo que não era a minha intenção. – Lawrence parecia arrependido. Ali, estando apenas nós três, eu entendia o motivo de Ally confiar tanto nesse homem. Ele jamais trairia Ally e faria de tudo para protegê-la.

– Eu sei. – afirma Ally, pegando a mão de Lawrence e a apertando com carinho. – Eu agradeço de verdade por ter me protegido.

– Esse é o meu dever, princesa. – fala Lawrence.

– Tudo bem. – diz Ally, passando a mão pelo próprio pescoço. – Vá descansar. Amanhã eu conversarei com Prince e tentarei convencê-lo do que aconteceu. No entanto, peço que durma em um quarto diferente e tranque sua porta. Não sabemos se existem mais inimigos vivendo disfarçados entre nós e nem se Prince está bem o bastante para controlar sua raiva e não matar você.

– Não se preocupe. – fala Lawrence, rindo. – Eu sei muito bem como lidar com seu irmão.

Antes de sair do refeitório, Lawrence faz uma referência a Ally e bagunçou o meu cabelo. Observo o loiro se retirar do local e volto a encarar minha namorada. Ela estava pensativa e, comparada há alguns meses atrás, Ally parecia ter mudado da água para o vinho.

De uma garota que tinha medo de falar o que pensava, ela se transformou em uma mulher forte o bastante para suportar a pressão de liderar um país e seus aliados contra os inimigos mais fortes que já enfrentaram.

– Deveria ir descansar. – diz Ally, tirando-me de meus pensamentos.

– Não tente me enrolar. – digo, rindo fracamente. – Sei que está tentando fugir de nossa conversa.

– Não quero ter essa conversa. – afirma, olhando para mim com seriedade.

Observo cada detalhe do rosto de minha namorada. Por mais que eu odiasse insistir em um assunto em que ela não queria falar, uma hora ou outra, nós teríamos que ter essa conversa.

– O que aconteceu para Prince ficar tão irritado? Sei que Lawrence matou cinco homens, mas parece que foi muito mais que isso. O que está acontecendo? – pergunto.

Ally suspira cansada e balança a cabeça, concordando. Por alguns minutos, ela parece distante, pensativa, como se não soubesse por onde começar.

– Austin, a briga de Lawrence e Prince ocorre a muito mais tempo do que se imagina. Eu não faço ideia de como ou quando começou, mas sei que o maior desejo de meu irmão é ver Lawrence a sete palmos do chão. Hoje foi só mais uma amostra de que existe a possibilidade dos dois se matarem. – explica Ally, pensativa. – Um pouco antes de você nos ver discutindo, Prince e eu encontramos os cinco homens do grupo dos agentes especiais do meu irmão. Todos estavam com as gargantas cortadas. Prince logo soube que Lawrence havia feito aquilo. Meu irmão enlouqueceu como você viu. Talvez você não entenda isso muito bem, mas existem espadas que são únicas, tanto em seu corte quanto em sua beleza. A espada de Lawrence é especial. Ele roubou do meu pai quando ainda era criança. – ela ri, divertida. – Essa espada havia sido o presente de um Sheikh¹ poderoso e, segundo Lawrence, meu pai ficou muito irado com o que ele havia feito. – Ally para de falar por um tempo e fica séria de novo. – Bem, essa história não importa. A espada que Lawrence roubou do meu pai foi a mesma usada para cortar as cabeças dos homens de Prince.

– Seu irmão vai acreditar quando você contar que os homens deles queriam te matar? – pergunto, mesmo sabendo que isso seria quase impossível.

– Não, obviamente. – responde, colocando a cabeça entre as mãos e depois volta a me olhar. – Quando eu lhe disser o motivo de Lawrence ter matado seus homens, teremos uma discussão bem ruim. Mas, se olharmos bem a situação em que nos encontramos isso não será novidade.

Ally suspira frustrada. Levanto da cadeira e caminho até o seu lado. Obrigo a garota a levantar e a abraço com força, beijando sua testa em seguida. Ela corresponde ao abraço, como se isso fosse a coisa que ela mais precisasse no momento.

– Vai ficar tudo bem. – afirmo.

Seguro seu rosto com as duas mãos, fazendo a mesma olhar para meus olhos. Colo nossas testas e a beijo sem pressa. Eu não queria apressar nada, apenas aproveitar o momento.

Assim que nos separamos, ela volta a me abraçar. Descanso minha cabeça sobre a sua e começo a pensar em tudo o que vem acontecendo ultimamente. Como minha vida pode ter mudado tão rápido?

– O que foi? – pergunta Ally.

– Por que não me conta tudo o que está acontecendo de verdade? Conheço você o suficiente para saber que está escondendo algo de mim. – digo.

Ally se separa de mim rapidamente. Sua expressão, antes suave, demonstrava irritação. Ela não queria falar, isso é fato, mas eu precisava insistir.

– Não começa. – pede, cruzando os braços em sinal de irritação.

– Por que não confia em mim, Ally? – questiono desesperado por respostas.

– Eu confio em você! – grita Ally, assuntando-me. – Por que insiste em dizer o contrário?

– Porque suas ações dizem que você não confia. – respondo alterado. – Caramba, Ally, desde o início esconderam inúmeros fatos de nós. Por que está agindo como eles? Eu estou do seu lado. Não importa a situação, eu não vou sair do seu lado.

– Eu sei disso. Só que existem coisas que eu não posso te envolver. – fala frustrada. – Você precisa me entender, Austin. Eu estou fazendo isso pelo seu bem.

– Ótimo! Mais uma pessoa para dizer o que faz bem ou mal para mim. – digo, rindo com raiva. – Será que, ao menos uma vez na minha vida, alguém poderia me perguntar se isso faz bem ou mal para mim? Por que eu não posso escolher o que eu preciso ou não saber?

– Porque essa escolha não está em suas mãos. – responde Ally, indo para a saída do refeitório.

– Ally! – grito. – Volta aqui. A gente ainda não terminou de conversar.

– Sim! Nós terminamos. – grita de volta, fazendo questão de bater a porta do lugar, com irritação.

[...]

– Que cara é essa, Austin? – pergunta Cassidy assim que me ver.

– Nada. – respondo raivoso.

A verdade é que eu nunca me senti tão frustrado como eu estava me sentindo. Ally e eu havíamos brigado na noite anterior e desde então, não consegui encontrá-la. Ninguém queria me dizer onde ela estava e isso só me frustrava ainda mais.

– Para não ter acontecido nada, você está bem irritado. – comenta Trish, sentando-se à mesa junto com Dez, Cassidy e Dallas.

– Será que poderiam fazer o favor de me deixarem em paz? – pergunto ironicamente.

– Cara, eu nunca te vi tão mal humorado como agora. – fala Dez.

– Onde está a Ally? – pergunta Dallas, olhando em volta.

– Isso é algo que eu também gostaria de saber. – digo, batendo meu punho na mesa do refeitório, fazendo um imenso barulho. Todos começam a me encarar, tentando entender o que estava acontecendo. – O que foi? – grito para os curiosos. – Vocês não tem nada melhor para fazer não?

– Que tal parar de escândalos, garoto? – pergunta Lawrence, aproximando-se de nós. – E por que as crianças não estão na sua aula de treinamento? A princesa me contou que hoje seria o dia todo de treino. Partiremos para Boise depois de amanhã bem cedo. – o homem sussurra a última parte.

– Tyler nos deu trinta minutos de descanso. Voltaremos para o treino daqui a pouco. – responde Trish.

– Entendo. – fala, sentando-se a mesa junto conosco. – Você parece mal humorado, garoto.

– Você não é o único que percebeu isso. – digo sem paciência. – Sabe onde Ally está?

Lawrence pega a maçã que estava na bandeja de Dallas, sobre os protestos do garoto, e começa a comer, parecendo ignorar a minha pergunta. No entanto, assim que engole o pedaço de maçã que estava em sua boca, ele sorri.

– Lógico que sei. – responde. – Eu sou a proteção da princesa.

– Onde ela está? – pergunto, sem esconder o meu desespero para encontrar a garota.

– Eu não deveria respondê-lo herdeiro do trono de Serafine. – fala Lawrence. Ele pega o resto da maçã e joga em um lata de lixo, assim que se levanta da mesa. – Eu vi a princesa chorar em tristeza ontem a noite e isso não me agradou nenhum pouco. – continua, lançando um olhar gélido para mim. Engulo em seco e continuo a encarar o homem, tentando não me intimidar com sua clara ameaça de morte pelo olhar. – Mas, prometi que não me envolveria na vida pessoal da princesa Allycia, portanto, darei um voto de confiança a você. Não ouse me desapontar.

– Onde ela está? – volto a repetir.

– Treinando no subterrâneo do QG. Cuidado! Ela está treinando com uma espada bem afiada. Eu, no seu lugar, não a irritaria. – fala Lawrence, rindo.

Saio do refeitório ouvindo os risos de meus amigos. Provavelmente, eles entenderam que eu estava bastante encrencado. Eu nunca tinha visto Ally tão aborrecida e isso me preocupava mais ainda.

Por mais que eu detestasse admitir, eu conheço Ally há pouco tempo. Não sei como reagir nem o que fazer em uma situação como essa e as coisas só pioram ainda mais por estarmos tão próximos de partir para Boise. Não quero ir para guerra sabendo que estamos com o clima tão frágil entre nós.

Ao me aproximar do subterrâneo no qual Lawrence havia dito, ouço a voz de Ally e de mais outra pessoa que eu não consegui reconhecer, no entanto, pude identificar que era um homem.

Os dois pareciam discutir e isso me deixou em alerta. Todos da base sabem quem é Ally e geralmente tendem a nunca levantar a voz a sua futura rainha.

– Belo plano. Tenho que admitir que jamais esperei isso de vocês. – diz Ally.

Escondo-me em um lugar que ainda era possível ver o que ocorria no lugar. Surpreendo-me ao perceber que o homem com quem Ally discutia era Charles². Ally apontava sua espada para o homem, enquanto o mesmo segurava a sua espada apontando a arma para a garota.

– Meu rei deseja ter sua cabeça pendurada no centro do reino, princesa Allycia e eu terei o prazer de realizar o seu desejo. – responde Charles. Ele ri com maldade, mas isso não abala a fortaleza que Ally demonstrava ser.

– Charles, você ainda possui uma chance de desistir da ideia de me matar. – fala Ally com seriedade. – Faça isso e pouparei a sua vida.

– E por que eu faria isso? – pergunta Charles, rindo da oferta da morena.

Em alguns segundos, uma batalha se iniciou. O homem partiu para cima da garota, usando toda a sua força para atingi-la, no entanto, Ally consegue ser ágil o bastante para escapar do golpe.

Procuro por minha espada e não a encontro. Analiso o lugar a procura de qualquer coisa que pudesse ajudar Ally, mas vejo que eu estava totalmente desarmado.

A minha vontade era de entrar na luta, mas sabia que se eu aparecesse e tentasse interferir, as consequências poderiam ser fatais para minha namorada.

Procuro por meu celular, talvez, assim, pudesse chamar ajuda. Sem uma arma, eu seria inútil em uma batalha como a deles. No entanto, algo me chama atenção.

Diferente do que era esperado, Ally estava se saindo bem. Surpreendentemente, ela lutava de igual para igual contra um homem que era quase o dobro de seu tamanho e muito mais forte que si.

Charles investe um golpe contra a perna de Ally, mas a garota consegue pular e evitar que a espada a acertasse. Com uma habilidade impressionante, ela atacou sua espada contra o tórax de Charles, causando-lhe um grande corte diagonal.

O homem uivou de dor e surpresa. Possesso pela cólera, Charles corre em direção a Ally e com o punho da espada, acerta o rosto da garota. Ally se desequilibra e cai no chão, deixando sua espada escapar para longe de suas mãos.

– Nada mal para uma princesinha mimada. – ele diz, rindo. Ele pisa na mão da garota, quando ela tenta alcançar sua espada. Ela se encolhe, sentindo dor.

Começo a correr para ajudá-la, mas a mesma me ver e faz sinal para que eu não me envolvesse. Observo a cena de Charles rindo, machucando a mulher que tanto amo.

Por mais que eu visse em seus olhos o pedido para que eu não interferisse, eu não poderia, simplesmente, virar as costas e fingir que nada estava acontecendo.

– Solte-a! – grito, chamando a atenção de Charles.

O homem se vira e, nesse momento, Ally aproveita da distração de Charles e se liberta do mesmo. Ele se surpreende com a agilidade da garota para se libertar.

– Você queria entregar minha cabeça a Edgar? – pergunta Ally, sorrindo de maneira assustadora. – Sinto muito, mas o desejo do seu rei não será realizado.

Rapidamente, Ally pega sua arma e em um golpe só, ela corta a cabeça do homem. A garota observa a cabeça e o corpo do homem sem demonstrar nenhuma emoção.

A frieza com que encarava a cena me abisma de maneira inexplicável. Parecia que essa não era a primeira vez que ela era forçada a fazer isso.

– Ally. – chamo, encarando a garota sem saber o que dizer ou fazer.

Ally solta sua espada e me encara. Pela primeira vez desde o momento em que eu havia chegado ao local, ela se mostra a mesma mulher por quem eu havia me apaixonado. Ela olha para a suas mãos e sorri tristemente, como se não gostasse do que havia feito.

Abro meus braços e não demora muito para que eu sinta seu corpo contra o meu. Acaricio seus cabelos, tentando não me importar com o que havia acontecido há pouco tempo.

– Eu sinto muito. – sussurra, enquanto esmaga seu rosto contra meu peito. – Eu sinto muito, Austin.

– Shiiu... ‘Tá tudo bem. – digo, apertando-a ainda mais contra mim.

– Esse era o lado que eu jamais queria que você visse de mim. – murmura, começando a chorar. Ouvi-la falar daquela forma partia meu coração.

– Você não teve escolha. – digo, tentando consolar a garota.

– Princesa? – fala Lawrence, chegando ao subterrâneo acompanhado de Dez, Trish, Dallas e Cassidy.

– Afastem os garotos, agora! – ordena Ally, separando-se de mim.

– O que aconteceu, Ally? – pergunta Trish.

Devido a posição em que estavam, eles não conseguiam ver o corpo de Charles. Encaro Ally e percebo que ela havia adotado a postura fria novamente.

– Fiquem onde estão! – fala Ally, mais uma vez. Ela se vira para mim e começa a sussurrar. – Precisa impedi-los de ver essa cena.

– Eu...

Antes que eu terminasse de falar, sou interrompido por um grito assustado por parte de Cassidy. Todos já haviam chegado ao local e visualizaram a cabeça e o corpo de Charles. A surpresa estampada em suas faces só assustava ainda mais a morena ao meu lado.

– O que aconteceu aqui, princesa? – pergunta Lawrence preocupado. – Vocês dois. – fala o homem apontando para Dez e Dallas. – Tirem as namoradas de vocês daqui e chamem Phillip, Emanuelle, Tyler e Nina imediatamente. Evitem fazer confusão e não deixem que os outros agentes descubram que Charles está morto.

Os rapazes não demoram a obedecer aos comandos de Lawrence. Olho para Ally e ela estava pensativa e preocupada. Lawrence volta o seu olhar para a garota e espera por uma resposta por parte dela.

– Charles tentou me matar. Estamos cercados por espiões. Edgar e Gavin estão muito mais infiltrados entre os agentes do SOSK do que eu imaginava. – explica a garota.

– A culpa foi minha. – murmura Lawrence. – Eu não deveria tê-la deixado sozinha.

– Não. – fala Ally com firmeza. – Eu ordenei que me deixasse sozinha. Você não teve culpa de nada.

Alguns minutos se passam em completo silêncio. Não havia o que ser dito. No entanto, o silêncio logo é quebrado com a chegada de Prince, Manu, Tyler e Nina.

– Charles. – sussurra Nina, surpresa por ver o amigo daquela forma.

– O que aconteceu aqui? – pergunta Prince. Ele olha para Lawrence e seu olhar logo se torna furioso. – Foi você, não é...

– Não. – fala Ally, interrompendo o irmão. – Eu matei Charles.

– O que você tinha na cabeça para matar Charles? – pergunta Prince, furioso.

– Bem, era ele ou eu. Decida você, Prince. Eu deveria deixar um de seus homens me matar? – fala Ally, com ironia, surpreendendo a todos.

– Você machucou sua mão e seu rosto está todo machucado. – comenta Manu, aproximando-se da garota.

Observo a mão de Ally e vejo que a mesma estava roxa. Quando Manu toca no machucado, a garota se encolhe, sentindo dor no local. O olho direito de Ally estava começando a inchar e a ficar roxo.

– Charles era o traidor? – sussurra Tyler, sem acreditar.

– Ele não era o único. – digo, sentindo mais raiva a cada segundo que pensava no assunto.

– O que está querendo dizer com isso, Austin? – pergunta Prince.

– Os homens que Lawrence matou eram espiões de Edgar. – explica Ally.

– Não pode ser. – fala Manu, sem acreditar.

– Nina e Tyler, preparem nossa tropa de confiança, imediatamente. – ordena Ally.

– O que você está planejando? – pergunta Prince.

– Lawrence, prepare seu navio, em três horas partiremos rumo ao reino de Boise. – avisa Ally. – A nossa guerra ocorrerá mais cedo do que imaginávamos.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Sheikh¹: Líder ou chefe de "tribos" da Ásia Ocidental. São homens poderosos dos países como Arábia Saudita e outros.
Charles²: Personagem que apareceu no capítulo 29. Amigo de Tyler e Prince, votou contra Ally assumir a liderança da missão.

***

E então? O que acharam? Críticas, elogios, erros ortográficos? Oi Cupcakes *0*!! Como vocês podem ver, o próximo capítulo será o início da aventura que eles irão enfrentar rumo a Krósvia. Eu estou bem ansiosa por isso e estou aberta a sugestões! O que desejam ver durante a viagem? O que acham de um ponto de vista de um dos nossos vilões? Que tal um ponto de vista de Edgar ou Gavin? Eu realmente venho pensando muito sobre isso e queria saber o que pensam sobre o assunto!! Deixem a opinião de vocês, ok? Espero que tenham gostado do capítulo!!! Beijocas Cupcakes ♥

***

PS.1: Quem quiser participar do grupo no face: www.facebook.com/groups/677328449023646/ >o< !!
PS.2: Criamos um grupo no WhatsApp, então podem participar também, basta apenas me enviarem uma MP com o DDD de vocês e o número do celular que eu adiciono *-* !!
P.S.3: Eu estou com uma nova fic. Quem quiser conferir meu mais novo trabalho, fiquem a vontade: http://fanfiction.com.br/historia/539877/Obsession/