Depois de acordar li alguns livros que havia trago, ninguém se importava se era proibido ou não, estávamos em pleno ataque. Após algum tempo, fomos liberadas do abrigo e me dirigi ao meu quarto para guardar minhas coisas. Não vi Frederick hoje, ele provavelmente está se recuperando da luta.

Abri as portas do meu quarto e vi um garotinho escondido em baixo da minha cama, primeiramente levei um susto mas ele pediu para não gritar. Ele tinha em média uns oito anos, um garoto loiro com olhos castanhos, tinha uma pequena tatuagem no pescoço, símbolo dos rebeldes.

– garoto, o que faz aqui?

– eu me perdi. Me desculpe se te assustei, mas eu não quero te machucar, odeio essas guerras.

Ele estava chorando.

–então por que veio?

– pois fui obrigado. Como não posso ter educação, me obrigaram a lutar.

– onde estão seus pais?

– morreram em outro ataque.

Nossa. Essa foi forte. Minha história é triste, mas eu não sou uma oito como ele.

– então... você veio com quem?

– um homem, me achou em um barraco. Mas eu vim mais para conhecer o castelo, eu queria muito morar em um lugar desses!

Ele abriu um sorriso. Era um garoto muito fofinho, dava vontade de apertar!

– você quer dar um passeio pelo castelo?

– está brincando? Eles me matariam!

– como poderiam te matar? Você é apenas uma criança!

– eles não pensam como você. Eles me matariam se tivessem chance, você é uma boa pessoa, os guardas só fazem o que lhes mandam fazer.

Não sabia o que dizer.

– eu acho que seria melhor trocar suas roupas e esconder essa marca sua.

Levei ele até o banheiro para tentar tirar aquilo. Eu sabia que as marcas feitas em crianças saiam facilmente, para esconder a identidade então tentei água e sabão. Saiu facilmente, agora o problema eram as roupas.

– e essas roupas? Você não tem roupas para minha idade não é?

– não, mas é só dar uma costurada aqui... e aqui...

Improvisei uma blusa normal com algumas que eu trouxe. Até que não ficou tão ruim.

– e agora?

– vamos achar um lugar para você ficar.