Eu permanecia calado, mas os meus pensamentos agora estavam a mil eu pensava na noite que tivemos e nas coisas que ela me disse e que eu a disse.

– Ca... ca... casar?
– Oh! Você não sabia?
– Por algum acaso eu tô com cara de quem sabia?!
– Eu achei que era por isso que você tinha voltado a ser o que era – ele olhou para um amontoado de correspondência e foi mexer nas cartas - Olha aqui o convite – ele me entregou um envelope preto que tinha um laço branco o fechando quando eu desfiz o laço tirei o convite que tinha os nomes Virginia e Patrick nem olhei o resto peguei o convite e joguei no chão e fiquei andando de um lado para o outro e depois de alguns segundos fazendo isso eu sai a passos duros e ele me seguiu - Onde você vai?
– Vou atrás de uma explicação! – eu entrei no carro e saí em disparada cortando os carros e avançando os sinais.

(...)

Depois que eu sai do apertamento dele eu fiquei vagando sem saber muito bem pra onde ir no momento tudo que eu queria era esquecer o emaranhado de lã que a minha vida se tornou, eu não devia ter caído no jogo dele, mas lá no fundo eu o queria eu sempre quis e me entreguei pra ele como eu sempre imaginei eu só não esperava que ele fosse dizer que me amava, quando eu ouvi aquilo todos os meus sentimentos se misturaram e a única coisa que eu queria era que o tempo parasse, mas eu sabia que não ia parar só por que eu queria então depois de acordar ao lado dele e passar um longo tempo o observando dormir eu me levantei e fui embora na esperança de conseguir esquecer de tudo, depois que eu o vi naquela coletiva eu não tive coragem de lhe dizer a verdade então eu fiz o que deveria ter feito que era fugir, fugi dele por uma semana, e isso me deu um tempo para pensar.

– Você não pode cancelar o casamento por causa da sua aventura com seu chefe – Cassie a minha irmã do meio me disse ao me ver no vestido que usaria no meu casamento. Cassie é alta e herdou a cor dos cabelos do meu pai um castanho claro, mas pintou de loiro, ela tem os olhos azuis, seus cabelos eram lisos e caiam em cascatas sobre seus ombros iam até a sua bunda.
– Ele disse que me ama.
– Por Deus, Ginny! Ele deve dizer isso pra todas, eu vou te dizer quem te ama eu, papai, mamãe, Ashley, Ethan e é claro Patrick seu noivo – Ashley minha irmã mais nova apareceu junto com Isabella minha mãe.
– Você ia ficar linda em um vestido de noiva, filha.
– Mamãe, se eu vou casar no civil não tem necessidade de usar vestido de noiva – ela rolou os olhos e se sentou.
– Uma mãe pode sonhar, não pode? Bom, pelo menos eu ainda tenho duas filhas para me dar esse prazer.
– A senhora daria uma ótima atriz de drama – ela riu assim como nós que só nos calamos por que alguém começou a bater desesperadamente na porta.
– Deve ser o irmão de vocês, Ethan, Ginny ainda quer a porta – mamãe foi abrir a porta, e ficamos esperando o seu retorno - Você não pode entrar aqui!
– Deve ser o Patrick– mas de repente Tony está na minha frente me olhando com raiva, minhas irmãs se dividiam em olhar para mim e pra ele minha mãe apareceu logo depois e apesar dela estar falando um monte eu só prestava atenção nele.
– Nos deixem a sós.
– Nem pensar.
– Mãe, Ash e Cas, por favor saiam – mamãe saiu praticamente arrastada, mas nós ficamos a sós.
– Dá pra mim explicar que porra é essa? Como assim você vai casar? O que eu fui pra você a sua despedida de solteira?! Eu falei que te amava, eu fiz amor com você!
– Você falou aquilo no calor do momento e além do mais eu não devo ser a primeira que ouviu isso.
– Claro que é! Eu disse que amava você, porra! E de repente eu fico sabendo que você vai casar.– ele correu as mãos pelos cabelos exasperado e deu um chute no puff.- Eu nunca fiz aquilo com ninguém – ele baixou o tom e eu me aproximei dele, eu toquei em seu rosto e ele fechou os olhos - Você... você... você não pode fazer isso, comigo... com a gente.
– Tony, eu vou desi...
– Não fala isso Virginia – minha mãe entrou na sala como um raio acompanhada pelas minhas irmãs - Esse homem não quer nada com você, ele só está aqui pra brincar com você como fez e faz com tantas outras.
– Não Pep, eu realmente gosto de você – seus olhos brilhavam e ele parecia estar sendo sincero.
– Viu só? Ele gosta e não ama o Patrick sim te ama, ele sim vai te fazer feliz, escute a sua velha mãe. Falta 3 dias para o seu casamento não desista por causa dele.
– 3 dias? Você vai casar em 3 dias? – os olhos dele assumiram o tom de raiva de novo e ele se afastou de mim.
– Eu ia casar assim que você chegasse do Afeganistão, mas ai você foi sequestrado e eu adiei e fui empurrando com a barriga na esperança de que você me notasse e isso pareceu ter acontecido por alguns dias, mas logo depois você voltou a ser o que era e eu percebi que você nunca ia me notar então eu falei com Patrick e remarcamos para a data mais próxima.
– Eu fiz tudo aquilo por que eu tava morrendo... eu queria que você ficasse com raiva de mim para que ao invés de ficar chorando pela minha morte me odiasse, eu... eu...
– Não dê ouvidos a ele Ginny, a mamãe está certa ele só quer fazer graça mais nada.
– Eu já fiz muitas coisas erradas, mas eu nunca iria fazer graça com você. Desista desse casamento e me deixe mostrar que posso te fazer feliz.
– Minha filha você o ama, mas ele nunca vai lhe amar, ele nunca vai ser seu e você sabe disso.
– Quer parar?! A sua mãe tá errada, você é tudo que eu tenho e que me importa.
– Não cai nessa, Ginny.
– Vocês querem parar, não estão vendo que ele tá sendo sincero? – Ashley se pronunciou pela primeira vez desde quando tudo isso começou - Ele a ama.
– Isso, isso, eu estou sendo sincero ela tá certa seja lá quem ela for.
– Cala a boca Ash, todas nós sabemos que você tem essa mania de ver amor em tudo e eu até acho bonito, mas o que você está dizendo não é verdade, ele vai fazer a Ginny desistir do casamento ai depois de algumas semanas vai dispensa-la para ir atrás de outra – eles começaram a discutir e eu estourei.
– Chega!– os quatro olharam pra mim e se calaram - Tony, eu te amo, eu nunca consegui amar alguém como amo você – ele sorriu e se aproximou- Eu tentei amar o Pat e não consegui, mas aprendi a gostar e respeitar ele, não me orgulho de tê-lo traído isso foi errado...
– Mas foi bom.
– Mas a minha mãe tem razão, você nunca vai ser meu – o sorriso dele sumiu ao mesmo tempo que o da minha mãe e Cassie surgiram.
– Então é isso, você vai se casar?– eu assenti e ele fechou os olhos e sem que eu esperasse ele me beijou, ele me apertava me colando contra o seu corpo eu puxava seu cabelo a língua dele invadia minha boca com precisão eu sentia raiva, desejo e urgência no seu beijo, mas do nada ele parou e eu fiquei completamente perdida quando ele me largou - Seja feliz no seu casamento– ele saiu do apartamento batendo a porta com força e eu desabei em lágrimas.

(...)

Depois que descobri tudo aquilo eu entrei em uma especie de reclusão, fiquei carregando comigo a esperança de que ela não fosse casar e apesar de ter pedido ao Rhodes e ao Happy para não me dizerem nada sobre ela eu sabia que ela tinha casado, depois de uma semana uma tabeliã apareceu lá em casa com os papéis de transferência da presidência assinados por ela e como eu não tinha outra saída os assinei também voltando ao comando, assim que souberam do meu retorno ao poder as pessoas começar a especular o que tinha levado Pepper a passar a bola pra mim de novo e eu apenas disse que ela havia dito que precisava de férias e eu consegui convencer não só eles como a mim, mas depois de 2 meses eu vi que ela não ia voltar e fui tocando minha vida de fato parei com as farras, mas não fiz voto de castidade e ficava com algumas mulheres até tentei algo sério com uma que parecia valer a pena arriscar, mas depois de algumas semanas de "namoro" eu percebi que ela não batia bem do juízo. Já no lado profissional eu estava bem estava conseguindo conciliar a vida de herói com o de CEO, era entediante na maior parte do tempo, mas agora eu estava envolvido no desenvolvimento da torre Stark que por sinal foi ideia dela e isso tava me tirando do tédio.

– E ai, Tony.
– Fala ai, Rhodes.
– Cadê a Kathy?
– Sei lá daquela doida deve tá em um manicômio.
– Foi tentar substituir a Pepper quase se ferrou.
– Rhodey, não diz o nome dela está bem? Ela deve estar muito feliz ao lado do marido dela e...
– Você está infeliz ao lado das suas armaduras se você não tivesse sido tão cego...
– Quer parar? Você deve ter alguma coisa para fazer na base aérea então vai lá.
– O que um amor não correspondido não faz com um homem, não é mesmo?
– Vai se ferrar! A culpa é da mãe dela aquele... ser maldito! Se ela não estivesse lá eu teria convencido Pepper a cancelar o casamento e a ficar comigo. Agora, da pra ficar calado?
– Depois dessa sua declaração, eu vou até embora repensar a minha vida vai que eu tenho alguém esperando por mim – ele se foi me deixando na minha oficina, depois de planejar a Mark 7 entrei em uma missão e só voltei de manhã e assim que cheguei cai na cama e antes de cair no sono fiquei pensando na única noite que tive com ela.

Se passou 3 anos desde que ela se foi e nunca mais tive notícias dela, Happy assim como Rhodes sempre tentavam falar nela e eu logo os cortava, mas de nada adiantava pois apesar de não querer eu sempre pensava nela e me sentia um idiota pois sabia que onde quer que ela estivesse não estaria pensando em mim. Os projetos para a torre Stark já estavam finalizados a construção em Nova Iorque já estava quase terminada e como eu queria expandir essa ideia resolvi que faria uma em Washington, Seattle e Chicago dei uma passada nas duas cidades deixando Chicago por último por que além da burocracia que eu teria que discutir com a prefeitura eu estava procurando também um bom lugar para contruí-lá.

– Chicago está quente.
– Estão dizendo que essa é temperatura mais alta desde 95.
– E eu aqui enfiado nesses ternos – ele parou o carro perto do restaurante onde ia acontecer o meu almoço de negócios e abriu a porta para que eu e Bambi minha nova assistente descêssemos, entramos no restaurante e logo se puseram de pé o prefeito e mais dois homens.
– Sr. Stark, esses são John Lock meu assistente e Matthew Potts um... conselheiro – eu fiquei confuso pelo sobrenome, mas tratei de dispersar aqueles pensamentos.
– Sr. Prefeito, essa é minha assistente Bambi Taylor e eu tô sem conselheiro, mas eu posso chamar meu motorista caso precise – ele forçou um sorriso e nos mostrou nossos lugares, conversamos por um longo tempo Bambi fazia suas anotações, mas ao contrário de Pepper se mantinha calada o tempo todo o Sr. Potts parecia entender mais sobre o assunto que o prefeito e eu cheguei a conclusão de que ele não era o conselheiro e sim o inteligente.
– Bom, já que temos quase tudo acertado por que não falamos sobre onde instalar a torre? Qual o melhor lugar, Sr. Stark?
– O centro da cidade. Em Nova Iorque por exemplo eu tenho uma localizada no coração de Manhanttan, então creio que deveríamos fazer o mesmo por aqui.
– Ele tem razão, Dave. E eu tenho o lugar perfeito para isso.
– E onde seria, Sr. Potts?
– Bom, eu me interesso por energia limpa e por mais que eu esteja aqui só para dar pitacos acho interessante fornecer um dos meus prédios, tenho um que está prestes a sem implodido e ele está localizado exatamente onde o senhor deseja no coração de Chicago.
– E o que o senhor quer em troca?
– Nada, apenas lhe venderei o imóvel e dai o senhor toca seu projeto. Sr. Stark, sei que por trás disso deve ter algo maior e mesmo que não tenha talvez as outras empresas repensem o modo de tratar o mundo e procure soluções alternativas, tenho netos e o que eu puder fazer para mudar o mundo para eles, eu farei – terminamos a discussão sobre a compra e transferência e encerramos aquela reunião.
– Sr. Stark, de que horas partiremos?
– Iremos amanhã pela manhã, Bambi. Happy nos levará para o hotel.
– Ah, não eu vou ficar na casa de alguns parentes, então até amanhã, senhor.
– Até amanhã – entrei no carro e Happy nos conduziu para longe.
– Chefe, vou ter que ir pelo litoral pois houve um acidente...
– Vai pelo caminho mais rápido, o que eu mais quero agora é me livrar desse terno – ele assentiu e depois de um breve engarrafamento ele conseguiu seguir pelo litoral do Lago Michigan nós estávamos passando perto do Lincoln Park quando ele deu uma freada brusca - Hogan!
– Pepper.
– Sério, agora?
– Não Tony, é a Pepper ali – ao apontar para seu lado esquerdo eu praticamente me joguei pro lado da janela e vi Pepper linda como sempre usava óculos escuros e tinha seus cabelos amarrado em um rabo de cavalo, vestia uma camiseta regata, e um short jeans surrado, eu estava tentado a descer e ir falar com ela, mas um homem surgiu empurrando um carrinho de bebê.
– É, ela montou uma família com o marido vamos embora daqui, Hogan.
– Aquele dali não é o marido dela é o Ethan o irmão dela.
– Quem? Quer saber não me interessa para esse carro em qualquer lugar e vai lá.
– O que? Mas...
– Vai!– ele estacionou o carro e desceu ao atravessar a rua e parar Pepper ela começou a rodar como se estivesse procurando alguém Happy lhe falou alguma coisa e sorriu de repente eles começaram a caminhar e saíram do meu campo de visão e eu fiquei sem notícias por um bom tempo - E ai?
– Ela tá bem mora aqui em Chicago com os pais, não casou – eu quase saltei do carro para ir atrás dela - Mas ela é mãe de um casal de gêmeos– eu me encostei no banco de novo e desanimei - Eles são muito bonitos tem os olhos azuis iguais aos dela, Dominic tem os cabelos pretos e a Alice os cabelos mais claros, mas os dois tem uma risada de canto que é... Não pode ser! Tony, Tony, Tony!
– O que?! Eu tô bem aqui.
– As crianças, eles tem 2 anos e um mês, dois talvez.
– E o que eu tenho a... não, não, não, você tá insinuando que...
– Você é o pai, foi por isso que ela ficou nervosa te procurando e quando eu disse que estava aqui visitando alguém ela ficou mais tranquila.
– Eu sou pai? – eu me perguntei me olhando no espelho retrovisor que estava refletindo todo o meu pânico.