The best you ever had. escrita por niiizu


Capítulo 8
Capítulo 8




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Quando chegaram à caverna, Jake colocou tudo o que carregava no chão da sala de estar de Marceline. Ela organizava tudo com muito cuidado enquanto Bubblegum e Finn passavam um pano para tirar a poeira dos álbuns. Depois Jake os colocava pra tocar em uma vitrola ou em um toca CDs, pra testar se ainda funcionavam. Ele também trouxe vários álbuns para si e selecionou os mais famosos para que Finn também conhecesse a música do pré-guerra.

Finn ficou completamente impressionado com as músicas, pois elas não se pareciam com nada que ele já tivesse escutado. Jake comentou que ouvia certas bandas na sua adolescência (ou na infância de Finn), mas o humano era muito pequeno e não se lembrava. Finn ficou muito orgulhoso de saber que o seu povo fazia músicas incríveis como aquelas. Marceline às vezes lhe explicava as sociedades humanas antigas e ele ficava muito mal humorado ao saber que a sua espécie gostava tanto de matar, roubar e estuprar os seus. Não que fazer isso com outras espécies fosse normal para o aventureiro, mas ele sentia uma vergonha especial pelos seus antepassados.

Marceline queria deixar só alguns álbuns para seu pai, mas Bubblegum a convenceu a chamá-lo até a sua casa e deixá-lo escolher (com várias exceções impostas pela Rainha dos Vampiros). Finn foi correndo até o lado de fora da casa para fazer o ritual da Nightosphere, porque adorava falar aquelas palavras estranhas.

– Rapaz! Quanto tempo! – Hunson apertou a mão de Finn e a de Jake amistosamente assim que saiu da fenda na pedra da caverna, e olhou à sua volta – Sabem que eu posso contar nos dedos as vezes que visitei a casa da Marceline?

Hunson realmente parecia um cara legal quando Marceline não lembrava a sua própria infância. Talvez, Finn pensou, ele tenha mudado um pouco de lá pra cá. Com certeza ainda não gosta de humanos (Finn fez questão de lembrar isso a si mesmo), mas provavelmente não sairia mais por aí sugando as almas dos outros. E não abandonaria Marceline novamente se ela precisasse; ou talvez sim, com aquela desculpa de deixar os filhos se virarem sozinhos... Hunson Abadeer era um cara muito simpático pra ser tão mau, Finn concluiu.

Pai e filha realmente sabiam do gosto um do outro por música. Marceline escondeu os álbuns especiais debaixo do sofá e ainda brigou por vários, trocando versões ao vivo por estúdio, uma banda mais ou menos por outra bem melhor... Bubblegum geralmente apoiava que ela desse logo os discos que Hunson queria, pois sabia do ouro escondido. A princesa estava cansada, pois tiveram de carregar e limpar muitas coisas. O chão da casa estava cheio de pilhas de CDs e alguns LPs. Marceline estava sendo bem egoísta com o pai, mas talvez ela só estivesse tomando partido de Hunson porque queria acabar logo com aquele problema. Talvez, com tantas coisas encontradas, o rei da Nightosphere lhe liberasse das tarefas seguintes.

Quando terminaram de discutir, Bubblegum observou o lado com os discos que Hunson escolheu e sorriu aliviada com a quantidade. Jogou-se no sofá, mas logo se lembrou de que ele não era nem um pouco macio, então gemeu de dor e frustração.

– Cansada, princesa? – riu Hunson. Ela só acenou com a cabeça. – Vamos lá fora. Precisamos conversar.

Já no deck da casa de Marceline, Hunson sentou na beirada e deixou os pés soltos sobre o lago. Bubblegum estranhou a atitude mas o imitou, pois tudo o que queria era descansar. Na verdade ela se deixou deitar sobre o deck, olhando para o teto da caverna.

– Sua dedicação em cumprir as tarefas é admirável, princesa. Obrigado por me ajudar a convencer Marceline sobre os álbuns.

– Foi um prazer, senhor. – ela foi cortês, mas não se importou em levantar o tronco para falar com ele – Os robôs estão trabalhando bem?

– Ah, muito bem. São bem eficientes. Já fiquei horas os mandando fazer coisas estúpidas e eles faziam tudo, achei incrível – riu. Bubblegum havia mandado sete robôs exatamente iguais em aparência para Hunson. – Eles cuidam da casa, do jardim, já até peguei um pra resolver problemas na fila de demônios e ele se saiu perfeitamente bem. Meus parabéns, princesa. Nunca mais ficarei um mês acumulando roupa pra lavar.

Bubblegum sorriu consigo mesma. Ela havia previsto tudo isso e muito mais, e programou os robôs com o máximo de habilidades que conseguiu pensar.

– Fico feliz por esse plano das tarefas ter dado certo, eu jamais mandaria você matar Marceline.

– Desculpe? - Bubblegum levantou os cotovelos e se apoiou neles, assustada. O que Hunson estava implicando?

– Ah, você sabe, aquela história de matar quem mais se ama no mundo. Eu pensei em te mandar fazer isso, mas não poderia mandar você matar Marceline. Até porque isso é praticamente impossível.

– Desculpe senhor, mas eu ainda... – Bubblegum estava ficando bem vermelha.

– Não vem com esse papo pra cima de mim, garota, você sabe muito bem do que eu estou falando. – ele foi ríspido – já falei que não vai conseguir esconder as coisas de mim.

Bubblegum sentou-se e ficou quieta.

– Já aviso que se quiser levar isso pra frente, seja rápida. A ameaça pode estar mais perto do que você imagina, e Marceline sabe disso.

– Sabe do quê? Que eu... Gosto dela? – foi um pouco difícil fazer a frase sair, mas Bonnibel se sentiu um pouco melhor ao fazê-lo. Foi como tirar um peso grande do peito.

– Não, claro que não. Ela sabe que tem alguém novo e interessante por perto, e quer se aproximar. Bom, não exatamente novo, mas...

– Quem? Quem é? – ela segurou no braço do Rei da Nightosphere, mas rapidamente se arrependeu e soltou. Ele olhou triunfante pra ela. Estava na sua mão.

– Não posso te contar, já é um pouco demais, não acha? Já basta ter te falado essas coisas quando você já está me devendo. Eu deveria aumentar o peso das tarefas, isso sim.

– Me desculpe senhor Abadeer, mas se o senhor me mandar fazer coisas muito impossíveis eu não vou conseguir. Posso muito bem mudar de ideia, o senhor sabe. Nem é pra mim que estou fazendo isso.

– Não se preocupe garota, tudo isso é negociável. – sorriu.

~~

– Caramba, há quanto tempo aqueles dois estão conversando? – Marceline olhou no relógio. Ela, Finn e Jake já haviam organizado todos os álbuns dela em prateleiras na sala, por banda e estilo musical. Ela abriu a janelinha da porta dos fundos para ouvir a conversa dos dois. Finn e Jake se espremeram perto dela.

– Por exemplo, agora acho que você poderia me dar liberdade pra vir para Ooo sem ser convidado... Ou convencer Marceline a vir morar comigo na Nightosphere. – disse Hunson.

O QUÊ? – sussurrou Finn indignado.

– Acho que se a Marceline quisesse morar com o senhor ela já teria ido... Não faz sentido me mandar convencê-la se o senhor mesmo não consegue. E sobre deixar o senhor vir pra cá... Acho que eu teria de fazer um conselho com os reinos de Ooo... E provavelmente teria várias restrições.

É isso aí, Bonnie! – sussurrou Marceline.

– Bom, então comece trabalhando nesse conselho, pelo menos. Acredito que nos veremos em breve, princesa. Até logo. – ele abriu a fenda de onde saiu novamente e foi embora, cheio de sacolas. Logo em seguida Marceline abriu a porta.

– E aí Bonnibel? Qual é a próxima tarefa? – Fingiram que não sabiam. A princesa deitou novamente no deck e lamentou.

– Ah droga, só porque eu pensei que ia acabar... Ele quer ter passe livre pra Ooo, sem abrirem a passagem pra ele... Ou você vai morar lá. Eu falei que é impossível e daí ele me mandou trabalhar nesse passe com os outros reinos e... Argh! Nem tive tempo de descansar! Faz dias que eu não entro no laboratório.

– Bom, mas ele não dá prazos... Acho que você podia pensar nisso com mais calma, princesa. – disse Finn, sentando no chão.

Marceline também sentou e colocou a cabeça da princesa no seu colo, mexendo nos cabelos de Bubblegum para tentar acalmá-la. Ela adorava mexer nos cabelos dos outros. A princesa sentia arrepios e se lembrou do que o rei da Nightosphere disse. Ela não fazia ideia de quem fosse seu “oponente”, e ficou preocupada por isso. Ela virou para o lado de Marceline e ficou quieta sentindo o cheiro da vampira por um bom tempo, enquanto os outros também sentavam calados, cada um com os próprios pensamentos.

Finn olhou a cena e não sabia o que pensar, então olhou para outro lado, qualquer um em que Marceline e Bubblegum não estivessem daquele jeito. Ele até imaginava isso vindo da rainha dos vampiros, mas Bubblegum? Era estranho e o deixava inquieto e com vontade de sair dali, mas também não queria deixar as duas sozinhas. Foi Jake quem o salvou, chamando para ir embora. Marceline devolveu a cabeça de Bubblegum ao chão e levantou para se despedir dos garotos, e a princesa só pôde se resignar a levantar também e ir embora.


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Notas finais do capítulo

Um pouco de Bubbline e Finn enciumado :3

Eu estava pensando agora há pouco, e é meio improvável que cds e lps se conservem perfeitamente por mais de mil anos, mesmo sendo plástico e tal. Né? Bom, vamos fingir que isso não é uma possibilidade e seguir com a vida :B Reviews? *---*