Misguided Ghosts-Thalico escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 8
Eu Te Amo


Notas iniciais do capítulo

Gente linda! Eu tô aqui postando hoje para comemorar... Porque AS PROVAS TERMINARAM! FINALMENTE! ALELUIA!
Esse capítulo foi postado como uma comemoração pelo fim das provas... Eu só vou ter aula amanhã e segunda. Aí eu tô de férias! Só não sei com que frequência vou postar... Mas com certeza vou postar!
Como eu estou de bom humor, o capítulo tá bom! (Nos dois sentidos, para quem chorou nos dois anteriores!)
Boa leitura! Nos vemos nas notas finais!



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Thalia's P.O.V

Quando Nico apagou, eu tive um surto. Não apenas um ataque qualquer...

Eu pensei que iria morrer. Juro. Eu tinha certeza de que morreria. Quando ele se foi, minha vida parou de fazer sentido. Eu não fazia a menor ideia do motivo de eu ainda estar viva...

– Nico... acorda! - Solucei. - Você... Você me impediu de ter morrido... Mas por que resolveu me deixar? O que eu fiz para merecer isso?

Com sua falta de reação, bufei e lancei uma pedra em uma árvore... A pedra deixou um buraco profundo na casca da árvore... E era assim que meu coração estava... Nico se foi. Deixando um buraco profundo. Vazio. Frio e solitário...

E eu nem pude dizer o que sentia...

Comecei a chorar novamente... Tudo que aconteceu... Ficamos juntos por tão pouco tempo... Apenas uma semana...

E eu, a estúpida, guardei tudo que sentia para mim mesma... Deixei a droga da responsabilidade vencer...

Nem isso! Minha responsabilidade era estar com ele! A caçada era só uma droga de obstáculo pelo qual eu não queria passar... Preferi ficar ali. Sem fazer nada para sair do meu estado.

Comecei a gritar... Nuvens negras preencheram o céu azul... Apagando o sol...

Soquei uma árvore com tanta força que abri um buraco maior do que o da pedra. Gritei novamente enquanto um trovão rasgava o ar. Solucei alto e gotas pesadas e salgadas de chuva começaram a cair...

Fiquei mais dez minutos nesse estado até que me lembrei das crianças... Nico e eu deveríamos ter levado elas ao acampamento... Ele quis protegê-las a todo custo... E eu não iria fazer com que seus esforços fossem em vão.

– Vamos. - Falei, ainda soluçando. - Para a caverna...

– Mas... Ele vai ficar na chuva? - Perguntou Bia. Ela parecia ter estabelecido uma conexão com Nico... Ele era seu anjo da guarda.

Queria que ele fosse o meu também...

– Não... - Tentei sorrir... O sorriso durou cinco segundos. - Ele vai ficar com a gente... Não deixaria ele aqui por nada.

Bia assentiu e virou para ir para a caverna, mas parou subitamente...

– Não vai ter espaço!

Congelei... As crianças não podiam ficar sem abrigo... Dois soluços altos não puderam ser contidos por mim...

– Eu... - Bia esfregou as têmporas, como se sua cabeça doesse. - Eu acho que tem um abrigo aqui em algum lugar...

Meu sofrimento não passou... Agora, raios cortavam o céu... Alguns atingiam o chão... Eu torcia para que um deles me atingisse, mas sabia que não ia adiantar em nada...

– Onde?

Bia apontou para a pequena caverna.

– Tem um buraco no chão... Vem...

Agora tudo fazia sentido... A afinidade que Bia sentia por dormir no escuro (Ela era a mais distante da fogueira. Nico fazia questão de mandar Kim dormir ali ou ia por conta própria...), o fato de que ela disse para Nico que tinha, no orfanato, "amigos que só ela podia ver". Ela era filha de Hades... Meio-irmã de Nico... O que aposto que teria aumentado ainda mais a conexão entre os dois...

Mas a conexão foi rompida... A pequena corda que unia os dois foi arrebentada cruelmente. Inclusive o fio que me unia à ele... Um pequeno fio de esperança... Ele foi arrebentado facilmente... E eu ainda sofria ali, com o inútil pedacinho que restou.

Peguei o corpo de Nico e a segui para a caverna... Onde Anna e Tobias já esperavam. Anna levava um pequeno coelho branco nos braços... Tobias tremia de frio, mas estavam mais secos do que eu e Bia.

– Ali... - Ela apontou para um tapete de folhas grossas.

Removi o tapete e encontrei um buraco que levava à um corredor. O corredor se estendia até o que parecia ser uma sala... Espaçosa o bastante para todos nós...

O buraco tinha um tamanho seguro para pular sem riscos... Eu fui primeiro. Nem sei como consegui passar com o corpo de Nico sem deixá-lo cair... Acho que eu estava tão desesperada e em um sofrimento tão grande que não o deixei cair...

Kim saltou logo depois. ela chegou ao chão e sentou, esperando as crianças...

Tobias, Anna e Bia desceram juntos. A abertura era espaçosa o suficiente para os três...

Segui na frente pelo corredor. A sala estava vazia, Exceto por uma pequena aranha que eu havia esmagado sob o meu tênis all star de cano longo...

As crianças se aconchegaram juntinhas na sala... Dei comida para eles. Os suprimentos restantes da mochila que Kim pegou...

E eu... Fiz uma coisa muito óbvia.

Voltei a soluçar sobre Nico. Com mais intensidade do que antes... Solucei sem parar por um mísero segundo.

Eu ainda soluçava quando a mensagem de íris surgiu...

Tive um sobressalto quando ouvi a voz familiar de Jason.

– Thalia?

Me sobressaltei e olhei para o arco íris em que tremulava uma mensagem. Nela estavam Jason, Píper, Travis, Connor, Katie, Percy, Annabeth, Leo e Calipso. Todos pareciam ter ido nadar. Estavam encharcados, com a exceção de Percy, que obviamente usou seus poderes para se secar...

– O que houve com vocês? - Comecei. - Parece que foram nadar...

– Uma tempestade... - Falou Leo. A chuva atingiu o acampamento? Eu causei uma tempestade? Ela atravessou as barreiras? Como?– Não está chovendo aí?

– Está... - Falei. - Estou protegida...

Jason assentiu e me olhou. Havia um brilho de esperança em seus olhos...

– Thalia, Nico estava com você, não é?

Ouvir Jason mencionar Nico fez meu desespero voltar com força... Eu gemi e voltei a soluçar... Eles não sabiam o que houve... Eu não tinha tempo para dar explicações...

Saí da frente da mensagem para que Jason e os outros pudessem ver a razão da minha existência ali... Sem vida.

Os outros arquejaram ao mesmo tempo... Eu soluçava...

– Morto? - Perguntou Travis.

Eu solucei mais... Ouvir isso sair da boca de alguém era mais doloroso do que dizer... Ainda soluçando, só tive forças para dizer uma palavra em meio aos meus soluços desesperados.

– Morto.

Os olhares de choque se intensificaram... Annabeth e Percy já haviam começado a chorar... Jason, mais chocado que os outros, sentou-se na cama e afundou o rosto nas mãos... Mas não soluçou...

– Como? - Perguntou Piper com a voz embargada...

Solucei antes de responder.

– Drakon... Eles estavam lutando... Arranhão profundo... Eu... Eu tentei fazer pontos, mas ele estava muito fraco... Morreu em meus braços...

– Thalia... - Pediu Annabeth. - Me deixe ver...

Assenti fracamente e levantei a camiseta de Nico... Tentando ao máximo não admirar a vista do seu corpo escultural... Ao olhar, arquejei, junto com todos os outros quando vimos o arranhão...

Agora estava escuro... Quase preto... Além de sangue, um líquido preto e viscoso saía de lá devagar...

Veneno! Como pude ser tão burra?! Eu tinha ervas na mochila para veneno!

Solucei ao pensar novamente nisso! Eu fui estúpida! A culpa foi minha...

– Veneno! As garras tinham veneno! - Piper parecia chocada.

Eu solucei mais alto e não contive um berro...

– A culpa foi minha! Eu tinha cura para veneno e não pensei nisso! Eu fui estúpida! - Solucei sem parar enquanto as palavras voavam sem permissão para fora da minha boca.

– Thalia... - Disse Jason. - Não... Não foi culpa sua...

– Me deixem sozinha... - Pedi. - Por favor...

Agitei a mão sobre a mensagem e a desfiz...

Sozinha nada! Ainda tem as crianças! Tenho que levá-las em segurança...

Olhei novamente para Nico e solucei ao lembrar que a maior parte da culpa disso tudo era minha... Uma ideia se iluminou em minha mente. Tentei empurrá-la, achando que seria impossível. Mas algo sussurrava em minha cabeça. A minha própria voz. A voz do meu coração...

Pare, sua idiota! Você o ama! Tem que funcionar!

Peguei minha mochila e a virei de ponta cabeça... Revirei os itens no chão e encontrei um frasco com algumas ervas... Eu o peguei e disparei para onde Nico estava...

Fiz corretamente o processo de por a planta na boca, mastigar três vezes, retirar e aplicar sobre o ferimento.

Me sobressaltei ao ouvir um gemido bem baixinho, vindo de Nico...

Ainda há esperança! Ele está por um fio! Não vai aguentar por muito tempo!

Repeti o processo até que os arranhões em seu peito e seu braço estivessem cobertos com a fina camada de ervas para veneno. Peguei a gaze com ignorância e o enfaixei...

– Nico... Nico! Vai lá... Volta... Aguenta. Não pode desistir...

Solucei alto quando não obtive nenhuma reação... Olhei para o rosto de Nico... Seus olhos nunca mais se abririam para me fitar...

Não quero mais ser caçadora! Vou sofrer para o resto da vida! Eu entrei porque sofria por Luke... Não sinto mais o mesmo! Continuar na caçada é continuar fugindo do sentimento por Luke... Eu não o amo mais... Eu amo Nico... E quero sofrer o resto de meus dias sem ele como uma simples semideusa... Não como uma caçadora.

Tive meu segundo sobressalto quando uma voz respondeu em minha mente... Me fazendo olhar para todos os lados...

Minha tenente... Você tem certeza?

Ártemis?

Sim... Você não respondeu à minha pergunta...

Eu... Eu só não quero viver para sempre...

Você pode encontrar o conforto... É só esperar uns dias... Por favor, me dê uma chance...

Pensei sozinha por um momento... Por fim, suspirei...

Eu... Vou dar uma chance... Vou ser meio-caçadora, se é que isso existe... Não serei por completo, pois não quero totalmente voltar à caçada...

Ótimo... Mas saiba que se você quebrar qualquer regra, será expulsa da caçada... Não poderá mais voltar!

Sim, minha senhora...

Ártemis saiu de minha mente e eu voltei a soluçar sobre Nico... Olhei mais uma vez seu rosto.

Não sei porque... Mas meu coração pareceu ter falado mais alto...

Aproximei meu rosto do de Nico e sussurrei.

– Aceite isso como um presente de despedida...

Eu apenas rocei meus lábios nos dele... Querendo lhe dar um selinho demorado. Fiz o máximo para demonstrar todos os meus sentimentos naquele beijinho sem vida e sem graça... Sem sucesso. Aquilo não chegava nem ao começo do que eu sentia por ele...

Tive uma espécie de sobressalto quando senti Nico retribuir o beijo. Devagar, tornando-o calmo e sincero... Ele me abraçou e puxou para mais perto, querendo aprofundar, mas eu me desvencilhei dele e o olhei...

– Vivo... Você está vivo...

Nico parecia confuso... Até eu ficaria confusa se ele me beijasse enquanto eu estivesse apagada e, quando eu quisesse retribuir e aprofundar, ele se desvencilhasse de mim...

– Não entendi... - Sussurrou... Por um momento ficou desanimado, mas um sorriso iluminou seu rosto quando Bia se lançou sobre ele, dando-lhe um abraço apertado...

– Você voltou! - Ela riu.

– Claro! Que é que vai cuidar de vocês quatro senão eu?

Congelei e fiz uma conta básica de matemática... Ele disse quatro! Mas só há três crianças! A quarta só pode ser...

Eu...

Meu coração começou a bater mais velozmente. Ele gritava por Nico... Mas algo na minha mente avisava:

Seu pai não aprovaria, Thalia... Ele odeia Nico! Poderia até mesmo matá-lo se quisesse! Enquanto você estiver alimentando esse sentimento de paixão, ele corre perigo!

Em desespero, saí da caverna, correndo... Eu segurei minhas lágrimas até chegar em uma parte do bosque, onde sentei e encostei a cabeça em um pinheiro com os ramos cobertos de neve...

Ouvi Nico se aproximar... Me levantei e lhe dei as costas... Segurei as lágrimas com toda a força que pude ter...

– Você não vai falar nada? - Perguntou.

–Não posso...

– Olhe para mim...

– Não posso olhar para você...

– Por que não?

– Porque vou ter certeza absoluta...

– Certeza de que?

– De que... Você corre perigo...

– Por que eu estaria correndo perigo?

– Porque eu estou fazendo uma grande besteira... Vou colocar sua vida em risco...

– Por quê? Será que você não pode ser mais específica?

– EU AMO VOCÊ! - Gritei... As lágrimas escorriam livremente... Sem parar... Meu coração estava correndo uma maratona. E em velocidade máxima... - SERÁ QUE EU FUI ESPECÍFICA AGORA?! EU ME APAIXONEI POR VOCÊ!

– E que culpa eu tenho?!

– Você... Você...

– Eu correspondo, Thalia...

– Não, Nico... Não faz isso...

– Thalia, eu amo você... Eu te amo com todas as minhas forças... Eu só me mantenho vivo porque penso em você todos os dias...

– Nico... Para...

– Não. - Ele se aproximou e me virou de frente para ele... - Não vou parar... Você é que tem que parar de negar o desejo mais desesperado da sua alma... Porque a minha está desesperada, Thalia... Ela grita seu nome... Ela chama por você... Ela te quer com todas as forças...

– Nico... Para... - Ele estava aproximando seu rosto do meu...

– Pare de negar... Por favor...

– Nico, eu fiz um juramento...

– Quebre... - Seus lábios estavam a milímetros dos meus... Como é que se respira mesmo?– Afinal, não há nenhum juramento que nunca foi quebrado...

Bem a tempo... Empurrei Nico. Pude voltar a respirar...

– Já chega. - Virei as costas, mas Nico me segurou...

– Eu não terminei...

Ele me beijou. E o mundo à minha volta parou de rodar... Era um beijo ardente. Desesperado, como se ele estivesse esperando séculos por isso...

Quer saber? Dane-se a caçada! Ou meia caçada, que seja!

Retribui o beijo com o mesmo desespero... A chuva começou a cair... Ainda estávamos lá. Juntos. Como sempre deveria ser... As gotas de chuva misturavam-se com as nossas lágrimas e tornava nosso beijo molhado...

Só paramos por causa do maldito ar, que nos faltou...

Estávamos abraçados... A única frase que consegui pronunciar em meio aos soluços foi:

– Eu te amo, Nico di Ângelo...

Ele riu em meio às suas próprias lágrimas.

– Eu te amo, Thalia Grace.

O ar começou a se alterar... Ficou pesado. As chuvas eram gotas furiosas que nos castigavam sem hesitar... Alguém não gostou da vista...

Um raio cortou o ar. E caiu ao nosso lado... Quase caí na fenda que se abriu sob os nossos pés, mas Nico me abraçou fortemente, me impedindo de cair...

Eu olhei para ele... Não sabia como, mas nós pensamos e falamos ao mesmo tempo... E eu nem sabia se era à mesma pessoa que estávamos nos referindo...

Ele sabe...


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Vão soltar fogos de artifício para comemorar? Eu já estou!
Eu até queria enrolar mais um pouco... Mas como estava de bom humor, fiz isso... Gostaram? Comentem! Digam se encontrarem algum erro!
Bjuss, seus divos!