Misguided Ghosts-Thalico escrita por Tia Ally Valdez


Capítulo 4
As Caçadoras Estragam um Momento Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Oie! Sei que estou postando com frequência... Mas não sei se vou ter a mesma frequência mais pra frente...
Se notarem algum erro, me avisem!



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Nico's P.O.V

Depois que cuidei de Thalia, ela parecia estar melhor... Mesmo assim, eu fazia questão de ver todos os dias se ela estava bem... Afinal. Não sei se ela morreria afogada ou congelada naquele lago...

Estranhei o fato de que minhas roupas eram grandes para ela... Eu sou maior que Thalia? Nunca parei para pensar nisso...

Eu via a necessidade de protegê-la tanto quanto eu via a necessidade de proteger as três crianças que salvei...

Ainda não havia decidido o que faria com as crianças... Elas pareciam especiais... Disso eu tinha certeza...

Fui retirado de meus pensamentos quando Thalia falou...

– Então... E as crianças?

– Não sei... Eles precisam ficar em um lugar seguro... Um lugar onde não corram perigo...

Parei no meio da frase... Não... Eu não voltaria para lá. Eu não quero voltar!

Será?

– Você sabe o que eu vou sugerir, não sabe? - Ela me olhou.

– Não, Thalia... Não tente me forçar a voltar para .

Ela colocou sua mão sobre a minha e sorriu, afetuosamente.

– Eu não quero te forçar... Eu só quero que você leve as crianças até lá... Elas vão estar seguras...

– Sim! - Me levantei, com raiva e chutei um galho na fogueira. - Mas aí, vão dizer para eu ficar! Você só está conspirando, junto com os outros! Todos vocês querem me prender à um único lugar! Eu fico onde quiser!

Thalia pareceu assustada por um momento, mas logo ficou frustrada e me encarou, com seus olhos de um azul tão elétrico que pensei que um raio estava prestes a sair de lá.

– Nico! Não estou te arrastando a lugar nenhum! Você é que não sabe ouvir até o fim e tira suas próprias conclusões! Mas seria bom se você voltasse.

– EU NÃO QUERO VOLTAR! - Gritei e senti o chão tremer. As sombras ao nosso redor se contorceram. Tudo parecia mirar em nós. Nuvens escuras preencheram o céu... - TODOS VOCÊS TENTAM ME FORÇAR A VOLTAR MAS AQUI VAI UMA COISA QUE VOCÊ VAI QUERER OUVIR: EU. NÃO. VOU. VOLTAR!

– E EU PAREÇO QUERER TE OBRIGAR A VOLTAR?! SÓ QUEREMOS QUE VOCÊ FIQUE CONOSCO EM SEGURANÇA! EU QUERO QUE... que...

– Que?

– Eu quero que você volte... Eu quero... Você por perto... - As últimas palavras foram sussurradas tão baixo que eu quase não as ouvi... Thalia soluçou baixinho. Lágrimas cintilantes como cristal rolavam silenciosamente pelo seu rosto.

– Thalia...

Eu estendi a mão... Ela se afastou, chorando e sentou-se de frente para a fogueira, abraçando os joelhos...

– Nico... - Chamou a voz de Bia. - O que é que tá acontecendo?

Fui até onde ela estava e acariciei seus cabelos...

– Está tudo bem, Bia... Não tem que se preocupar com nada...

– Eu não consigo dormir... Eu quero a minha mãe...

Segurei as lágrimas. E não consegui impedir que o sentimento de culpa invadisse meu corpo...

– Me... Desculpe, Bia... - Eu a abracei e senti que ela chorava... - Sua mãe está em outro lugar agora...

– Eu posso fazer uma oração para ela?

Limpei suas lágrimas com o polegar.

– Claro... - Beijei o topo de sua cabeça e deixei que ela rezasse à Papai do Céu...

Que irônico! Meu papai não é do céu!

Depois que ela terminou, me chamou...

– Eu... Tinha sonhado com você... Sonhado com este lugar... Você disse que me protegeria... Você vai me proteger?

Eu a abracei

– Até o fim da minha vida... O que mais tinha no seu sonho?

– Você era um anjo... Um anjo da guarda... E disse que ficaria comigo... - Ela pareceu pensar. - E também tinha um acampamento...

Gelei... Se Bia sonhou comigo. Com esse lugar e com o Acampamento Meio-Sangue, ela não era uma mortal comum...

Bia era uma semideusa.

Ótimo! Mais um motivo para eu encarar aquela droga de acampamento!

Eu lhe dei um beijo na testa.

– Durma bem, Bia. Eu vou cuidar de você...

– É você?

– Como assim?

– É você o meu anjo da guarda?

Eu ri, com a ironia que parecia me seguir por onde eu fosse... Deixei algumas lágrimas rolarem. Eu vi a total necessidade de proteger Bia. Custe o que custar...

– Eu sou, sim... E eu vou proteger você até o fim... Não importa o que aconteça...

Bia sorriu e adormeceu rapidamente.

Voltei para a fogueira. Thalia estava lá... O rosto molhado por lágrimas, das quais eu nunca saberia o motivo. (N/A: Talvez...)

– Oi... - Me sentei ao seu lado. - Qual você acha que é o método mais rápido de chegar ao acampamento?

Ela me olhou e sorriu.

– Você vai voltar?

– Vou. Vou voltar. - Virei o rosto. - Mas não sei por quanto tempo vou permanecer...

– Mas você vai voltar! É isso que importa... - Ela socou de leve meu braço. - Vejo que você é esperto o suficiente para algumas coisas...

– Ei! Como assim algumas coisas? Está dizendo que sou burro?

– Ah! Mais uma coisa que você entendeu! - Ela riu e se levantou.

– Acho bom correr, Grace... - Eu disse com um sorriso. - Porque eu vou pegar você!

Comecei a correr atrás de Thalia. Nós dois ríamos. Parecia que era a primeira vez que eu me sentia extremamente feliz... Eu nunca pensei que fosse rir daquele jeito novamente...

Saltei sobre ela e nós dois caímos no chão coberto de neve e terra. Eu fiquei sobre ela. Segurei seus pulsos acima de sua cabeça e me fixei nos olhos dela... El se fixou nos meus e ficamos em silêncio... Nos encarando que nem dois retardados...

Dois retardados apaixonados!

Bom, pelo menos eu estou... Ah... Se ela soubesse...

Nosso momento estava perfeito... Perfeito até demais...

Ouvi o som de uma flecha sendo disparada... A flecha atingiu em cheio a minha panturrilha...

Gritei. Thalia olhou e assumiu um olhar de pavor. Ela se levantou e olhou em volta...

Outra flecha me atingiu por trás. Bem no ombro direito... Thalia foi em minha direção... Está chovendo flecha ou é impressão minha?

Pensei em desespero nas crianças e corri até lá... Mas alguém me chutou no meio do caminho. Um chute que me acertou na boca. Senti gosto de sangue...

– Parem! - Gritou Thalia.

As donas das flechas saíram de seus esconderijos... As caçadoras nos cercaram.

Retirei a flecha do meu ombro com muito esforço. E mais esforço ainda para tirar a da panturrilha...

Uma das caçadoras se aproximou e retirou o capuz. Tinha olhos de um verde escuro e penetrante. Seus cabelos eram castanho-avermelhado. Ela tinha pele clara... Eu a conhecia... Era Anya. A pior das caçadoras. Odiava qualquer indivíduo do sexo masculino...

Mas não desonrava seu pai, Ares... Acho que ela gostava de ser pronunciada como "A Filha de Ares". Mas eu pronunciava como "A Criatura Mais Desprezível do Universo"...

Anya me jogou no chão e ficou sobre mim. Com um dos joelhos em meu peito e o outro sobre meu braço direito, causando uma dor descomunal no ombro atingido pela flechada... Ela tirou uma de suas facas de caça e pressionou a ponta com força em meu rosto.

– Eu deveria te matar! Você quase quebrou uma das regras mais sagradas de Ártemis!

– Ele não quebrou... - Disse Thalia.

– Mas ia quebrar! E você estava presa! Não havia como se defender!

Me contorci, tentando sair de perto de Anya. Mas ela era muito forte.

Ela socou meu rosto com força. Uma. Duas. Três vezes...

Eu senti que ia apagar. O gosto de sangue se intensificou...

– Anya! - Gritou Thalia. Pude sentir fúria em sua voz. - Pare! Agora!

– Mas ele...

Agora!

Anya bufou e se afastou de mim. Eu ainda sentia gosto de sangue. Acho que meu lábio estava cortado, pois a maioria do sangue vinha de lá...

Thalia caminhou até mim e pegou um pano, que usou para limpar o sangue... Ela fazia tudo com cuidado e delicadeza... Mas eu ainda sentia que ia apagar...

– Nico? Ainda consegue me ouvir? - A voz de Thalia ecoou em meus ouvidos... As dores que eu estava sentindo eram intensas...

Ouvi o barulho de zíperes abrindo-se ao mesmo tempo.

Droga! Eles não têm que ver isso!

Senti gosto de chocolate quente... Thalia pingava néctar em minha boca... Engoli e engasguei. Ela me ajudou a levantar e deixou que eu ficasse tossindo até passar...

– Melhor? - Ela sorriu ao olhar para mim.

– Só não vou conseguir andar...

– Então descanse. Eu vou dispensar as caçadoras...

– Pera aí! - Interrompeu Anya. - Nos dispensar?

– Sim! Eu e Nico estamos em um tipo de missão! Vou passar um tempo no acampamento.

– UM TEMPO?!

– É!!! UM TEMPO!

– QUANTO TEMPO?!

– O TEMPO QUE EU QUISER PASSAR! - Thalia inspirou profundamente e se acalmou. - Phoebe cuidará de tudo até que eu retorne. Ok?

Phoebe assentiu.

– Vão. Já podem ir...

Ouvi as caçadoras se afastarem. Thalia me ajudou a ir até um dos sacos de dormir.

Bia se aproximou e eu senti seu beijo quente na minha bochecha...

– Durma bem, meu Anjo da Guarda...

E com essa última demostração de afeto e um desejo louco de proteger Bia, Tobias, Anna e Thalia mais do que tudo, caí nos braços de Morfeu.


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Notas finais do capítulo

Acho que o tamanho do capítulo foi até considerável... Qualquer erro, me avisem. Estou aberta à críticas e sugestões. O próximo capítulo vai ser um P.O.V da Thalia. Mas depois desse, eu estava pensando em fazer um P.O.V de algum personagem que está no acampamento...
Poderiam sugerir esse personagem? E justificar por que... A melhor justificativa, vai ser usada no capítulo!
Bjuss!