Meu Melhor Amigo escrita por Jake J


Capítulo 9
Então, por que você não o faz?


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, com mais um capítulo (cadê as comemorações, chateado kk). Eu acho que demorei, digam que eu não demorei kk Enfim, muita coisa acontecendo (7x1, ne... Desculpa gente, mas o meu time ganhar do Brasil nesse estilo... Foi meio louco de se ver, mas já existem muitas pessoas com raiva de mim nesse momento,não quero que vocês também fiquem kk). Mas está aqui o capítulo, espero que apreciem... k



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Lá estava eu. Na casa de um aparentemente desconhecido e no quarto dele. Acabei de quebrar um milhão de regras que minha mãe me ensinou quando eu era menor. Mas eu precisava descobrir quem Wayne realmente era e, assim, ajudar Eduardo a sair de casa.

Dale estava usando o computador para pegar os arquivos daquele aparelho de informática que eu nunca entenderia. E eu estava sentado na cama dele (mais uma regra quebrada, minha mãe me mataria). Não era como se realmente fosse acontecer alguma coisa, mas a cada segundo que passa eu lembro mais da cara do Eduardo ao me ver com Dale e parece que eu estou traindo-o. Isso é anormal.

Recapitulando. Eu tenho catorze anos. Eu gosto do meu melhor amigo. Fui beijado por um garoto que tinha acabado de conhecer. E agora parece que sou um adulto casado, mas que está na casa de um amigo gostoso pensando seriamente em trair seu marido. Meu Deus, como eu sou maluco.

–Então... –Dale fala e me olha meio frustrado. –Você não ouviu o que eu disse, ouviu?

–Me desculpa. Não. –respondo saindo do meu estado de transe pensativo.

–Eu estava dizendo que pode demorar mais ou menos meia hora para conseguir transferir os arquivos e quero conversar com você sobre... Você sabe. Um beijo não casual que aconteceu hoje.

–Ah. Claro. –respondo. –Por que você me beijou? Eu nem sei de que turma você é ou quantos anos você tem.

–Pra começar, eu tenho dezesseis anos e vou para o terceiro ano. –eu acertei a idade, mas a ideia de que alguém do terceiro ano me beijou parece até loucura. Aposto que algumas garotas da minha sala estariam gritando nesse momento. –Sabe, eu sempre andei com o Lucas e conheci o Eduardo no início desse ano. Eu via você em todas as festas e você parecia tão... Tão perdido. Como se estivesse lá por obrigação. Eu meio que criei um sentimento de proteção por você, como se mesmo não te conhecendo quisesse que você se sentisse bem. Lembra a vez que o Fred queria brigar com você?

–Você não pode ser... -ele me olha com cara de quem está se entregando.

Há uns quatro meses, eu e Eduardo fomos a mais uma festa e Eduardo estava bêbado, é claro. E ele meio que derrubou alguns copos e o dono da casa ficou enfurecido. Eu quis assumir a culpa e quase apanho. Se não fosse por um garoto ter falado com o dono e tudo acabou bem.

–Era eu. Todas as vezes que o Lucas mencionou fazer o ritual da bebida com você, eu consegui impedi-lo. –ele diz e um nó na minha garganta se forma. –Você pode não saber, mas eu sempre estava lá, te protegendo.

–Ok. Isso é demais para mim. –falo me jogando na cama sem me importar que não fosse minha. –Como? Por quê? O que eu tenho de tão especial?

–Eu também não sei. E é isso que quero descobrir. –ele responde, sua voz está meio embargada de dúvidas e frustrações. –Por isso, eu te beijei. Eu precisava saber o que eu estava sentindo por você.

–Mas você não pode sair beijando qualquer um por aí. –digo e ele levanta.

–Sabe qual o problema?-ele pergunta. –Você não é qualquer um.

–Viu?! Não acha que isso soa meio louco? –falo e ele senta novamente e não olha para mim. –Nós nem nos conhecemos e eu não tenho nem certeza de quem eu sou. E ainda tem tudo isso com o Eduardo... É muita coisa para mim. Por favor, pode parar só um minuto?

–Claro. Se for isso que você quer. –ele responde e me sinto aliviado. Olho para o teto e coloco as mãos na minha cabeça, como tudo poderia estar mudando tão de repente?

Eu não queria ter que decidir entre Eduardo e Dale. Parecia maluca a ideia de eu ter duas pessoas gostando de mim, sendo que eu nem gostava de ninguém há alguns dias. Eu não queria deixar aquilo se tornar um triângulo amoroso, não, quão estranho isso seria... Por enquanto, os dois ainda não haviam conversado e eu tinha que fazer alguma coisa antes que isso acontecesse.

–Então, você e o Eduardo estão namorando?-ele pergunta e eu levanto a cabeça irritado. –Que foi? Você pediu um minuto. Se quiser mais tempo...

–Não Tudo bem. –falo sentando. –Primeiro, eu não estou namorando ninguém. Mas eu e o Eduardo estávamos quase lá, mesmo com todos esses problemas. E ele é meu melhor amigo e não há ninguém que eu conheça melhor.

–Eu não tenho chance, tenho?-ele pergunta triste.

–Não! Não foi isso que eu quis dizer. Você é legal, engraçado, bonito... –tento dizer, mas parece que fico mais nervoso a cada palavra. –Eu só não me imaginava em um relacionamento há poucos dias e aí o Eduardo aparece com toda a história de gostar de mim e você aparece, sabe Deus de onde, e eu já não sei o que fazer e... Eu não sei.

–Nossa! –ele simplesmente diz.

–Sim. Nossa. –falo e ele volta a se virar para o computador.

–Me desculpa. Eu não queria te pressionar desse jeito. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo com você. –ele responde e parece sorrir, mesmo eu não conseguindo ver. –Então, você me acha bonito?

–Duvido que alguém não ache. –respondo e sorrio também; como ele era idiota. –Eu não queria ter que decidir. Eu tenho certeza que gosto do Eduardo e que posso estar apaixonado por ele, mas o meu medo de entrar em um relacionamento sério sempre me impediu de ficar com ele. Mas já não acho que é esse medo que me segura.

–Então o que é?-ele pergunta sereno. Eu não sei se o que eu ia dizer a seguir ia dar muitas esperanças para ele, mas eu não podia mentir, era o que eu sentia agora.

–Você. –respondo e os segundos que seguem são intermináveis.

Eu sei que posso manter um relacionamento com o Eduardo. Todo o meu medo disso simplesmente sumiu quando eu fui enfrentar o pai dele para tê-lo comigo. Eu sabia que o queria, mas não podia esquecer Dale, não conseguia. Dale estava presente demais na minha cabeça para esquecê-lo e finalmente ficar com Eduardo.

–O que você pretende fazer?-ele pergunta ainda de costas para mim.

–Eu não sei. –digo e já perdi a conta de quantas vezes isso saiu pela minha boca hoje.

–Tudo bem. Você não precisa escolher agora. Por que temos um pai louco para espionar. –ele diz e eu sorrio me aproximando do computador.

–O que você achou?-pergunto.

–Por enquanto, nada demais. Boletos, coisas do trabalho, fotos... –ele fala e vai abrindo os arquivos e fechando-os ao ver que não são do nosso interesse.

–Ali. Lista, um arquivo escrito, pode ser importante. –eu digo e ele abre o arquivo. Uma lista de nomes aparece na tela, alguns deles tachados.

–O que serão esses nomes?-ele pergunta e vai descendo a tela para aparecerem mais nomes. A maioria deles estavam tachados, como se tivessem sido eliminados.

–Eles podem ser amigos que ele já deu o presente de aniversário esse ano. –digo ironicamente e Dale ri. –Ou ele está matando pessoas.

–Você acha mesmo que possa ser isso?-ele pergunta e vejo um nome conhecido que não está tachado.

–Mas por que o nome do Lucas estaria aí?-pergunto sem esperar uma resposta. Se fosse uma lista de inimigos, porque o nome do filho dele estava ali?

–Olha, eu não sei. Mas ele não parece com o tipo de pessoa que nós possamos lidar. Isso é perigoso. –Dale fala.

–E é por isso que eu tenho que descobrir. Eduardo pode estar em perigo. –digo.

–Mas você pode ficar em mais perigo que ele, se for enfrentar o pai assassino dele. Se é que ele é mesmo assassino. Nós não podemos fazer esse tipo de acusação sem provas. –fala Dale. Como se eu já não soubesse. –Eu posso passar a noite procurando por algo e amanhã passo na sua casa para lhe dizer o que descobri. Por que está quase anoitecendo e você pode não querer dormir na casa de um desconhecido.

–Não. Definitivamente não. –respondo sorrindo e levanto para ir embora.

–Até amanhã. –Dale fala de costas para mim.

–Até. –respondo e abro a porta para sair.

***

A noite não podia estar mais fria. As estrelas pareciam ter aparecido mais e a lua era cheia. Ando vagarosamente até a minha casa e, como se trata de mim e sempre estou pensando em algo, não consigo tirar a ideia de que Wayne poderia ser alguém mau e que tinha que matar o próprio filho. Mas eu não tinha ideia do que fazer, sem provas eu não podia chamar a polícia, espero que Dale consiga algo.

–Oi. –fala alguém na minha frente e levanto a cabeça. Os olhos verdes dele pareciam brilhar na noite.

–Oi. –respondo para Eduardo.

–O que você estava fazendo na casa do Dale?-ele pergunta e agora sei que nunca mais conto algo para Lilly.

–Eu tinha que falar com ele sobre algo que aconteceu. –respondo, não posso falar que estava investigando a vida do pai dele, não parecia certo. –Mas como você conseguiu sair de casa?

–Meu pai teve que sair e a minha mãe deixou. –ele responde e parece sério. Como se estivesse com raiva. –Obrigado por ter ido à minha casa mais cedo. Foi muito idiota da sua parte.

–De nada. Mas queria ter certeza que você estava bem. Eu não ia aguentar ficar em casa sem saber disso. –falo e ele parece meio desconfortável.

–Você e o Dale estão... –ele tenta, mas isso me deixou indignado.

–O quê? Claro que não! Eu o conheci hoje, por coincidência. –digo e dessa vez sou eu que estou com raiva.

–Que bom. –ele fala e o silêncio nunca foi tão agonizante.

–Então, acho que tenho que ir para casa. –falo finalmente e ele parece chateado.

–Claro. Eu vou na direção oposta, então...Tchau. –ele fala e eu queria abraçá-lo, mas não o faço.

–Tchau. –digo e ele demora um pouco para sair do lugar, como se ainda estivesse lembrando o que tinha que fazer. Ele chega mais perto de mim e fala bem próximo ao meu rosto.

–Eu não quero mais me segurar. –ele diz simplesmente.

–Segurar para quê?-pergunto e a minha respiração se torna mais forte e irregular com ele tão perto.

–Me segurar para não te beijar toda vez que estou perto de você. –ele fala e meu coração acelera bastante.

–Então, por que você não o faz?-pergunto e um segundo depois percebo o quão doida aquela pergunta fora.

–Porque eu quero que seja você que o faça. –ele responde e vai embora.

A ideia de correr atrás dele se vai, quando já se passaram minutos e eu ainda estou parado no mesmo lugar. Eu decido voltar para casa. Mesmo sendo perto, não sei quanto tempo se passa até eu chegar, pareceram horas.

–Boa noite. –fala minha mãe quando entro em casa. –Posso saber quem é seu novo amigo de quem Lilly falou?

–O nome dele é Dale e ele é irmão da Celeste, amiga da Lilly. –respondo e sento na escada para tirar o tênis.

–Ele é um bom garoto. A mãe dele fala muito dele. –minha mãe fala e é estranho falar de Dale para ela, parece que eu estou apresentando-o.

–Não. Não é isso. –falo.

–O quê?

–Nada. –digo imediatamente. –Vou me trocar e daqui a pouco eu desço.

–Claro.

Meu quarto nunca pareceu tão confortável para mim. Deito na cama e ouço alguém bater na porta.

–Quem é?-pergunto.

–Lilly.

–Eu prometo que falo tudo depois, mas agora não. –digo. Ela parece entender e não fala mais nada.

Agora, o retrospecto do dia. Conheço alguém muito legal. Vou com ele investigar um homem muito estranho e acabo descobrindo que posso sentir algo por ele. Encontro Eduardo e temos um momento inicial nada agradável, mas depois ele me fala que toda vez que me vê ele quer me beijar. Porém ele quer que seja eu quem beije. Ótimo dia, só mais um dia para ser lembrado, naquela loucura que agora era a minha vida.

E a pior coisa, toda a loucura é boa. Porque eu tinha duas pessoas gostando de mim e achava os dois incríveis. Não sei se conseguia escolher, não parecia certo escolher. Logo eu, a pessoa mais indecisa que existe. Mas não tomaria nenhuma decisão precipitada, não era como se os dois fossem brigar por mim, pelo menos eu espero que não.


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Notas finais do capítulo

Olha, eu de novo k Opiniões? Críticas? Preciso. k Senti falta de algumas pessoas no capítulo passado, mas não posso parar, só avisando k Espero comentários e até o próximo.