Dear You escrita por CClarice Phantomhive


Capítulo 1
Dear You - First Letter




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"Querido Você,

Eu não me lembro exatamente de onde eu estou. E nem o que eu estou fazendo aqui.

Eu acho que já devia começar essa carta pedindo minhas sinceras desculpas por não me lembrar do seu nome. Eu tentei, eu juro. Mas a insanidade já me dominou o suficiente para que eu me esquecesse de coisas importantes. Mas não fique bravo comigo. Eu me esqueci do meu nome também.

Mas eu me lembro de Você.

Surpreendentemente, me lembro de cada detalhe em Você. Seu cheiro, o jeito como sorri, como fica quando está zangado e aquele biquinho fofo que Você faz. Me lembro muito bem de Você me corrigindo. Inúmeras vezes.

"Um demônio não deveria agir assim." Eu acho que essa é uma frase que eu vou guardar por muito tempo.

Também pretendo guardar esse par de óculos extras. É uma das poucas coisas que você deixou para trás ao partir.

Para onde Você foi?"

Sebastian segurava a carta nas mãos, juntamente com outras que ainda não estavam abertas. Sentiu seus olhos ficarem molhados, mas teria de segurar as lágrimas, já que seu mestre não estava muito longe dele, e também inspecionava o local.

Já faziam aproximadamente 125 anos que Claude estava morto. E provavelmente uns 300 ou 400 anos que aquelas cartas haviam sido escritas.

Sebastian suspirou profundamente. Sentia uma faca perfurando seu peito e o rasgando por inteiro. Queria parar de ler aquelas cartas. Queria jogá-las no fogo e fingir que nunca as tinha lido. Continuar ignorando a dor de Claude como fez no passar de todos esses anos, e continuar fingindo que o de olhos dourados era a besta sem sentimentos que ele tinha matado.

No entanto, não era possível. Não conseguia deixar de ler os sentimentos do outro em cartas endereçadas a um "Você" cujo Claude não se lembrava do nome. Não conseguia ignorar as memórias. E as cartas escritas para ele. Levou novamente a primeira carta para perto de seus olhos e voltou a ler.

"...Acho que já fazem aproximadamente 100 anos que estou aqui. Eu não sei direito. Mas tenho certeza que há cem anos atrás eu estaria quieto, esperando Você vir me salvar dessa insanidade que aos poucos me consome.

No entanto, a única coisa que me resta é escrever essas cartas para Você. Essas cartas que Você nunca vai ler. Até que eu seja completamente dominado pelas trevas.

Aí nada do que eu fizer vai importar mais.

Mas eu peço perdão.

Me perdoe pelo que eu possa fazer quando não lembrar de Você.

Quando as trevas me dominarem o bastante para que eu não tenha mais consciência do que estou fazendo.

Me perdoe.

Afetuosamente,

Eu."


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