A Fórmula do Amor escrita por Gabriel Campos


Capítulo 28
Madalena: uma bela atriz!


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! Mais um capítulo! Talvez os próximos fiquem maiores a medida que eu vá editando e tenha ideia de quantos capítulos mais ou menos faltam pro final. Só sei que são poucos, mas há muito o que acontecer ainda.
Queria dizer ainda que, mesmo que a fic não esteja 100% (na época que eu escrevi essa fic eu não era tão bom escritor - não que eu seja um Carlos Drummond agora), ela está praticamente do mesmo jeito que eu a deixei quando tinha 14/15 anos, mas estou dando uns retoques aqui e ali, para a leitura ficar agradável)
Talvez eu poste mais capítulos ainda nesse fim de semana.



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Diário da Madalena

É. O John ta morto. Não sei o que aconteceu na minha cabeça naquela hora, mas eu tinha pedido pra ele ficar e não subir na moto!

Por que que tem que ser assim? O que vai ser de mim agora que eu não o tenho?

Os policiais foram ver o meu lado da história. Eles acreditavam que eu tinha sido sequestrada pelo John. Decidi ficar quieta e concordar, assim não complicaria mais minha vida. Mas aumentei um pouco a história, confesso.

Se eu sinto falta dele? Claro! Foi a pessoa que me mostrou a vida como ela é. Por mais que ele fosse rude e arrogante com todo mundo, comigo ele era gentil. Era aquilo que eu gostava nele.

Era aquilo que eu sempre precisei na minha vida e nunca tive: atenção. John era atencioso comigo, apesar de tudo. Apesar dos pesares, apesar do final que nós dois tivemos.

💜

Diário do Berg

A notícia da morte do John já estava correndo pelos jornais locais e até do Brasil, pois estavam crucificando o policial pelo erro que cometera. Na boa, esqueceram que ele era traficante, que viciava as pessoas, que as levava para o mau caminho? Além disso, os jornais mostravam Madalena como a menina sequestrada, a Madalena injustiçada, literalmente. Ela estava mentindo e não respeitava nem o cara que mal tinha esfriado no caixão! Alguns jornalistas tentavam manipular as pessoas e fazê-las acreditarem que o John era o santinho e o tal policial era Lúcifer disfarçado de gente. Vontade de mandar esses jornalistas de merda ir tomar naquele lugar!

— Ele estava tentando me viciar, ele me prometeu... — começou a chorar. — Ele prometeu namorar comigo. Mas na verdade ele era um monstro, queria me sequestrar e pedir uma grana boa pra minha família!

Essa foi uma das entrevistas que a Madalena deu à imprensa. Dá pra ver quem é essa garota de verdade. Só eu sabia que ela estava namorando aquele cara desde o fundamental.

Madalena estava merecendo mais uma lição. Não podia vê-la ficar impune.

Tempos depois ela apareceu no colégio, com aquela cara de viúva desculpem-me os termos puta. Usava o uniforme normal do colégio, mas todos os outros adereços que usava eram pretos. Queria dizer que ela estava de luto? Fui tirar satisfações.


—Tá de luto pelo seu próprio “sequestrador”, Madalena?

Ela estava com a cabeça abaixada e foi levantando aos poucos. Caramba, a maquiagem dela era bem pesada, e preta também. Que olhar era aquele, meu?! Fiquei com medo, achei que ela ia me atacar, na boa. Ave Maria ao quadrado!

— Me deixa em paz, Berg.

— Você daria uma ótima atriz. Quase que eu acredito que você estava falando a verdade. Até chorou! Olha Madalena, você é uma tremenda idiota. Eu sei que você estava com o John há tempos. Já deveria ter quase um ano, não?

E ela deu aquele olhar raivoso de novo, seguido de uma chave de braço no meu pescoço. Fiquei sem ar. Enquanto ela segurava meu pescoço por trás e eu tentava me soltar (coisa que eu não conseguiria nem em mil anos), ela disse:

— Se você disser isso pra alguém, se ao menos repetir isso e eu souber, eu te mato!

Assim que ela me soltou, a enfrentei:

— Não duvido nada que você possa matar alguém, sua psicopata!

— Não, é?

Madalena tentou me dar outra chave de pescoço, mas escapei por um triz. Enquanto todos aqueles que estavam sentados nos bancos da quadra do colégio riam, corri até o banheiro e comecei a chorar em silêncio. Chorar de ódio. Eu lavava minha cara na esperança de tirar aquela minha expressão repugnante.

Tempo depois, saí de lá. As pessoas nem disfarçavam, faziam questão de apontar o dedo pra mim e rir.

— Apanhou de mulher!

— Tenha vergonha, cara!

O que eles fariam na minha situação? Eles não eram homens o suficiente para entender o meu lado? Queriam o quê? Que eu batesse nela?

Ainda era hora de intervalo, então corri até minha sala, peguei as minhas coisas e fugi do colégio pulando o muro, perto da Moita (o local onde os namorados se encontravam). Só os alunos sabiam daquele lugar.

💜

Pensei: “Será muito ligar pra Valentina e falar o que tá acontecendo?”. Nem esperei a segunda vez. Liguei pra clínica, pedi pra falar com ela, e surpreendentemente ela atendeu.

— Va... Valentina?

— Eu soube do que aconteceu, Berg. – disse ela do outro lado da linha. Não havia um pingo de emoção na sua voz. Ela soava firme e fria.

— Por que você tentou se matar, Berg? Cara, você é muito burro!

— Tá falando desse jeito comigo por quê? Você... está com outra pessoa? – fiquei esperando que ela negasse.

— Não. E mesmo que fosse não te interessa. A gente não tá junto. Passar bem.

— Valentina, Valentina. Me escuta!

Desligou.

No dia seguinte voltei à escola com a esperança de que as pessoas já tivessem esquecido. Que nada.

Meus novos amigos me perguntaram o que aconteceu. Juliana ficou indignada com a história.

— Espera Juliana, o que você vai fazer?

— Me aguarda Berg. Os dias de marrenta dessa nerd estão no fim.

Ela se levantou do banco da quadra, puxou suas calças pra cima e foi até a Madalena, que conversava com uma garota da sala dela.

— Por que você não vem bater em mim, sua covarde? — disse Juliana.

— Hã?

— Não ouviu direito não?

— Ah, tá tomando as dores do Berg? Ele foi chorar pra você sua gorda?

— GORDA? VOCÊ ME CHAMOU DE GORDA? VEM CÁ SUA RAPARIGA!

Juliana encheu suas mãos com os cabelos da Madalena, que gritava para que ela os soltasse.

— Me solta, tá me machucando!

— É só o começo Madalena prostituta!

— Eu te processo! Ai!!! – mais um puxão de cabelo.

— PROCESSA QUE EU QUERO VER!

A galera foi ao delírio! Todo mundo gritava: “Briga, briga, briga!” , enquanto algumas pessoas de bom caráter tentavam separar. Eu tentaria separar se a Juliana tivesse apanhando, mas deixei rolar. Até esqueci por alguns momentos daquela maldita ligação que eu fiz pra Valentina.

— Não foge não. Tem mais. — dessa vez Juliana deu um soco no rosto da Madalena que doeu até em mim. Foi uma pancada seca.

— O que é que tá acontecendo aqui?! — Tinha que ser a maldita diretora pra acabar a festa! —Hein, meninas? Digam. —Dona Astrogilda (ou Gilda, como gostava de ser chamada) sempre autoritária.

Apesar de boa de briga e corajosa, Juliana morria de medo da diretora. Aliás só ela não, todo mundo. Mas eu não podia deixar minha amiga pagar por aquilo tudo sozinha, afinal, ela me defendera.

— Não tá vendo, sua velha? Uma briga!- Afrontei, desacatando a autoridade mor daquele colégio.

— Que é que deu em você menino? Vambora, os três pra diretoria. Agora!

Madalena teve dificuldade de se levantar. Quando o fez, cuspiu no chão. Era um de seus dentes. Eu sabia que a porrada tinha sido intensa!

— Tudo bem, dona ASTROGILDA. Assim eu tomo um cafezinho com a tia da merenda. —Eu parecia corajoso, mas estava quase me mijando de medo. Juliana olhava pra mim com aquela cara de “o que é que você tá fazendo?” mas já era tarde.

— Astrogilda não. Gilda! E moleque você tá desafiador demais pro meu gosto. Vamos logo os três. Já!

Na secretaria era um de frente para o outro. Eu estava extasiado de medo, e só conseguia rir sem parar. Madalena chorava “o dente derramado” e Juliana estava de cara emburrada.

— Meu dente! Nããããaão!!! —Madalena só dizia isso enquanto chorava.

— Já chamei os pais dos três. Brigas no colégio? Onde vocês estão? Em um ringue? —perguntou Astrogilda. —E você menino? Tomou água de chocalho? Para de rir.

— Hahahaha... ai, dona Astrogilda. Cadê o café, hein?

— É Gilda! E não tem café nenhum. Vamos, digam o porquê de estarem brigando.

— O Berg mandou essa... a Juliana me bater! —Madalena mentiu!

— É mentira! — interrompeu Juliana.

— Calem-se. Deixem a aluna falar.

Foi papo, ladainha e conversa pra mais de duas aulas, quase chegando na terceira e última aula, nossos pais chegaram. Entramos pela tarde em uma conversa séria. Resultado: Madalena e seu fingimento mais uma vez venceram. Os meus pais e os da Juliana tiveram que pagar um implante dentário pra vadia e eu em casa paguei caro. Putz, o final de semana todo sem sair! Era um ultimato! Só porque o Eri e o Jackson me convidaram pra uma balada no sábado?

— Mas pai, eu já tenho quase 17 anos!

— Então aja como um rapaz de 17 anos.

Maldita Astrogilda, maldita Madalena, maldita … Maldita Valentina. Maldita vida!

Ah, mas eu ia. Ah, mas eu ia sim pra tal festa nem que me amarrassem


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