New World escrita por Dawn_Love, Stefany01


Capítulo 5
Noivas? Vestidos? Socorro!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito por ambas as escritoras (weeeeeeee), criado por uma... treta kkkkkk
Riam e aproveitem essa delicia o/



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Luna POV

Miko saiu… correndo? Que louca! Não entendi bem, mas tentamos ir atrás dela. Sinto leves mãos me segurando. Tamparam minha boca e me puxaram. Meninos, me notem! Eu to com medo! Estava a ponto de chorar. Durante o dia, sou inútil, afinal, meu poder vem da lua.

Segui sendo sequestrada, somente vendo os meninos se afastarem. Eles me levaram para uma espécie de bar. Havia muitos guardas. Reparei em um que parecia um touro, e o outro, um lobisomem. Mesmo se aqueles dois inúteis me achassem, duvido um pouco que passassem daqui sem chamar atenção de todos…

Me jogaram dentro de um quarto. Brutos!

— SEJAM EDUCADOS PELO MENOS! — gritei irritada. Esses caras são um saco!

— Se vista. Voltaremos para te levar até Tê! — ouvi a voz se afastando. Parecia a de uma criança. Ainda te dou uns petelecos na cara, pivete!

— Se vista. Se vista. — repeti debochando. Eu to vestida, oras!

Olhei ao redor. Havia um lindo vestido branco, cheio de babados e detalhes. Olho minhas vestes. Ok, vou me vestir… Ou melhor, vou me casar ou o que?

Me troquei. Se fosse para casar, fugiria com o vestido e tudo!

Uma espécie de sino toca, abrindo a porta. Um homem de cabelos claros para em frente a minha porta. Ele se curva.

— O que ‘cê quer? — estou irritada já. Ele bufou.

— Bonitinha, mas chata pra caralho. — penso o mesmo sobre você, obrigada. — Vamos, está na hora de escolhermos a nova dama.

— Nova dama? Ta pensando que sou quem?

— Cale a boca e vamos! — irritante…

Acompanhei o jovem, desejando que caísse. Infelizmente isso não aconteceu. Oh, vida cruel.

Ele me guiou até um longo corredor. Lá havia um rapaz tímido, encostado num canto qualquer, lendo. Me afastei do ser ao meu lado e fui conversar com o leitor. Olho pra trás, vendo o idiota de cabelos claros se afastar, abrindo outra porta.

— Olá~ — cantarolei, sendo ignorada. Peguei o livro, tentando chamar sua atenção.

— Uni! Me devolva!

— Uni? — deve ser o nome de alguém, acho. Que nome… estranho! — Me chamo Luna.

Em questão de segundos seu rosto corou. Ele apalpou o bolso da calça, pegando um óculos de lá. Olhando bem, ele era fofo. Cabelos médios, lisos e brancos. A franja longa, caindo sobre o rosto. Sua pele pálida mostrava muito bem sua vergonha, afinal, estava com as bochechas bem coradas. Abaixo do seu olho direito havia uma tatuagem. Infelizmente não consegui entender bem o que era. Ao colocar os óculos, ele se encolheu levemente.

— Uma menina? — não, bobo. Sou homem. — Desculpe! — virou o rosto, corando ainda mais. — Pensei que fosse meu irmão… — mal terminou de falar e fora interrompido.

— OH! COM UMA MENINA? — um alto rapaz chegou, passando a mão por cima do ombro do tomate com quem eu conversava. — Para alguém tímido, escolheu uma bonitinha até.

Sinto meu rosto queimar. Ele me analisava de cima a baixo, descaradamente. Seu cabelo era mais longo que o do amigo, de mesma cor. Seu cabelo repicado era levemente bagunçado, de uma forma sexy. Ele parecia uma criança sapeca, porém fofo.

— Eu tava só lendo. — me olhou, voltando a corar. — E-eu pensei que ela fosse você!

— Entendo… — bufou o sapeca. Espere… essa voz!

— VOCÊ É QUEM ME SEQUESTROU!

— Sou. O que tem? — brincou.

— Quero ir pra casa. — cruzei os braços emburrada.

— Não. — disse de modo birrento.

— Mas eu quero!

— Eu sou mais alto, eu que mando. — provocou.

— Eu sou mais velha! — retruquei. Ele parece uma criança mimada!

— Quanto anos?

— Tenho cerca de 2500 anos, e você? — disse vitoriosa.

— Tenho todos. — sorriu sapeca. Idiota!

— Vamos, parem… — pediu o de óculos.

— Ta… — se eu quiser sair daqui, vou ter que entrar no jogo deles.



Conversamos durante um tempo. O de óculos se chamava Duni, irmão mais velho de Uni, que parecia uma criança mimada. Aparentemente, pelo que explicara, eles iam escolher as noivas pois precisavam de descendentes. Logicamente eu não ia ficar ali muito tempo. Hora ou outra aquele super úteis amigos que eu tenho vão me salvar… ou não… Se o Dimitri não aparecer aqui junto com os outros, eu vou me fugir com o vestido de noiva e matar eles!

Novamente o sino toca. Os meninos se foram, me deixando em um corredor lotado de noivas aparentemente felizes.

Fico um tempo olhando para o nada. Essas meninas me irritam. Será que pelo menos UMA conhece o futuro esposo?! O portão à minha frente se abre, dando a vista para um lugar lindo. Era um grande salão que logo se lotou de jovens usando o mesmo vestido branco irritante, porém lindo. Havia um lugar mais alto. Parecia até um filme antigo!

— Sejam muito bem-vindas, lindas moças. — um rapaz saiu de trás das cortinas, lá em cima. — Espero que gostem da festa.

— Hey, idiota. — gritei, encarando-o. — Eu quero sair daqui!

Ele sorriu, saindo. NÃO ME IGNORE! Retiro meu sapato, atirando na cabeça do tal. Infelizmente errei…

Bem, já que não vou sair tão cedo, vou me deliciar. Caminhei pelo salão. As noivas eram extremamente nojentas. Conversando entre si, sem esconder de quem estavam falando mal. Suas risadas e falsos elogios me davam nojo.

Cansada de olhar para todos os lados e não encontrar ninguéminteressante, resolvi me afundar em um canto, irritada pela demora de meus amigos.

Mas, afinal, qual a ideia aqui? O tempo passava parecendo se arrastar, e nada de… QUALQUER COISA acontecer. Eu estava a ponto de morrer de tédio no meu canto quando houve uma certa agitação em uma das portas. Devido à distância, não consegui ver direito, só vi vislumbres rápidos de quatro pessoas, sendo uma delas um cara. Será que ele tem alguma coisa a ver com isso?

Não pude continuar observando, então me recostei à parede, ansiosa por alguma coisa, quando uma das garotas que vi de relance surgiu na minha frente. Ela abriu um sorriso, os lábios parecendo cintilar com alguma maquiagem, assim como o resto do corpo, quando ela fez um cumprimento educado.

— Olá. — murmurou suavemente com a voz baixa, encarando-me de um pouco acima, o que era um milagre, já que a garota mais alta que eu conheço é a Miko, e ela tem a mesma altura que eu… — Finalmente te encontrei. Estava lhe procurando há muito tempo…

… Hein? Isso parece cena de livros de romance. Sabe como é: ele sonha com ela, e a procura por anos, antes de finalmente a achar… Ou eles são amigos de infância, se separam, e ele a procura por uma promessa…

Mas… Eu não conheço essa garota! E, além do mais, é uma garota, poxa!

— Eu te conheço? — arqueei uma sobrancelha, assustada.

— Luna, sou eu! — riu de leve. A analisei com maior atenção… O cabelo branco e vermelho… Os olhos prateados… Uma leve sombra de algo escuro no rosto… Não pode ser! — Sim, sou eu. — aí, num tom que parecia ensaiado, sorriu e completou: — Prazer, eu sou Rika!

Não me aguentei, e tive de rir um pouco.

— Nome criativo, esse seu. — comentei entre risinhos. Sacudi a cabeça, tentando parar, mas era meio difícil. Após algum tempo, mais calma, continuei. — O que faz de vestido?

— Bem, tem um aviso bem explícito na porta do local, falando que Apenas mulheres podem entrar… — ele explicou com um revirar de olhos. — E a Miko nos enfiou em um vestido.

— Ah. O Dimitri também? — perguntei esperançosa, já olhando ao redor.

Alguma coisa está errada. Ele olhou para os lados também, mas parecia mais como… Nervoso, o que era um milagre, pois eu nunca havia visto o Riku com algo que não sua confiança habitual. Ouvi seu suspiro, e tive certezade que algo estava errado.

— O Dimitri… Decidiu fazer outra coisa para ajudar. Provavelmente deve chegar mais para o final? — ele ofereceu, com um sorriso que nem a Miko compraria, mesmo que ela compre qualquer coisadele.

Franzi o cenho, e me controlei para não cruzar os braços. Seria melhor não chamar a atenção, e duas noivas aparentemente brigando não seria uma boa forma de nãochamar a atenção.

Porém, antes que eu cedesse, e antes que ele falasse qualquer outra coisa, uma voz ecoou por todo o salão, anunciado desafios.

A noiva mais habilidosa será a escolhida”, dizia. “Primeiro desafio é… Cozinhar. Uma boa noiva deve saber cozinhar bem!”. Comecei bem. Cozinhar NÃO é comigo!

— Bem… Façamos uma aposta. — comentei sorrindo para ele. — Que vença a melhor.

— E por quê? — ele arqueou uma sobrancelha.

— Bem, ou nós vencemos, ou uma dessas mulheres vai se casar com esses… Brutos. Eles me sequestraram, lembra? É melhor evitar deixar qualquer uma delas com eles! — expliquei fazendo um bico, forçando lágrimas. Rapidamente ele passou os polegares por meus olhos, me deixando com uma expressão vitoriosa (interna), e concordou.

As regras foram dadas: temos 30 minutos para preparar um prato saboroso, belo e saudável.

Comecei a trabalhar, só pausando após os 30 minutos terem acabado. Fiquei orgulhosa de minha capacidade culinária, admirando meu prato com um sorriso. Mas… O juiz não parece ter gostado tanto.

— Eu me recusoa comer isso! — ele exclamou encarando meu prato. Fiz um bico pra ele, de braços cruzados. — Afinal, o que É isso?

Ele é idiota?

— Não é óbvio o que é isso? É uma comida supersaudável! Cabeça de rato ao molho, obviamente! — exclamei revirando os olhos. — Nossa, você não tem um pingo sequer de bom gosto!

Ele fez uma careta de nojo.

— 1. Urgh. Não vou comer isso, nem com o salário! — estremeceu e me deu as costas, simples assim.

Grunhi pra não gritar, quando uma “Rika” enfezada surgiu ao meu lado.

— Acredita que o imbecil se recusou a comer da minha comida? — reclamei para ele.

— Da sua também? — ele sorriu um pouco. — O meu juiz chamou minha comida de… Sangrenta. E viva demais. O que ele esperava, afinal? Mato?! — estremeceu, e eu lhe acompanhei, ai! — O que todo mundo precisa é de um bom coração com molho apimentado!

— E cabeça de rato! — acrescentei furiosa.

Ele me encarou com um sorriso de lado, e eu tive de rir.

O próximo desafio foi dado… “Uma boa esposa deve saber costurar”, disseram. Olho para Riku. Seu rosto confiante me animou. Retiraram as mesas com os alimentos e, no lugar, colocaram máquinas com coisas para costura. Havia uma folha e um lápis.

Façam seus desenhos de roupas masculinas e costure-as”, completaram, terminando de ferrar com meu ser. Mas não vou desistir! Ninguém merece casar com alguém que nem conhece!

Preparei um belo desenho. Olhei novamente… Será que vou poder levar pra casa? Esse vestido com babados vai ficar lindo!

Costuramos. Por que todas as noivas costuraram roupas masculinas? Bem, devo ganhar por criatividade~

O juiz se recusou vestir minhas roupas. Isso é injusto! Levei nota 0 desta vez. Esse juiz é muito exigente! Ele se recusa a provar da minha comida, vestir as minhas roupas…! Olhei para Riku, que virava a cara.

— Ganhou quanto? — perguntei me aproximando.

— 1. De novo! — reclamou encarando a roupa estendida sobre sua mesa. — Ele acusou de ser uma roupa inadequada. Bem, é uma roupa boa o suficiente!

A calça era de… Couro? Parecia fresco. E… Que mancha é essa na blusa?

Comecei a imaginá-lo em uma roupa dessas, mas acho que é melhor manter minha imaginação bem quieta, ou eu posso perder um olho… Ainda bem que a Miko não está com a gente.

Ele me encarou parecendo curioso, e lhe sacudi a cabeça:

— Nada. — sorri levemente, agora imaginando Dimitri nessa roupa. Ai, acho que desmaiaria…

Preparem suas roupas, pois agora dançarão, belas damas.”, interrompeu meus pensamentos.

Seguimos para os quartos onde estávamos antes. Havia agora um armário lotado de vestidos. Peguei o primeiro vestido que vi na minha frente. Era um vestido em camadas. Preto em cima, depois amarelo e, por fim, verde. Tinha só uma alça (do lado direito). Pego o vestido, fui para as joias. A maioria era grande, chamativa. Peguei somente algumas pulseiras douradas. Peguei um sapato preto, lembrando o de uma boneca.

Agora arrumada, parto para de volta ao salão. Fui uma das primeiras a me arrumar. Poucas já estavam lá, e nenhuma parecia ser tão criativa como eu. Acho que essa vou ganhar fácil!

Aos poucos, mais gente foi entrando. Eu ri de uns vestidos longos demais, e outros cheios de mais. Elas estão querendo o que? Ser o bolo do bufê? Ri imaginando alguma noiva usando um bolo como vestido… E não é que uma usou?

Sacudi a cabeça, distraída, quando… Rika reaparece. Igualzinha. Cadê a graça nisso?

— Você não trocou o vestido. — comentei emburrada quando ele parou ao meu lado. — Por que está com esse vestido roxo?

— Porque não tinha vestido de noiva o suficiente para a gente… — explicou com um dar de ombros. — Nem eu, nem a Lian… — lhe interrompi.

— Lian? — perguntei, mas antes que pudesse ter minha resposta, a voz tornou a soar.

Agora, tomem seus parceiros.”

Os juízes logo começaram a se reunir com as “noivas”, e logo eu não pude mais olhar ao redor, pois o meu juiz também me tomou para uma… Valsa? A música que soava era calma, apenas instrumental, e começamos a girar para lá e para cá. Mas… A música era muito parada!

Querendo aumentar o ritmo, pisoteei o pé de meu parceiro diversas vezes, e torci para que isso não descontasse ponto.

Quando a música acabou… Minha nota foi… 2?! Por que 2?!

— 1. O meu juiz tem fixação pelo número 1, não tem? Só pode! — resmungou chegando perto. — Dessa vez, disse que eu não deveria tentar liderar a dança. Ele queria que eu fizesse o que?! Eu não sou uma dama!

Sorri pra ele, tentando me concentrar pra não cair na gargalhada ali mesmo, enquanto lhe lembrava:

— Sim, você é.

Ele fez cara feia, mas aquiesceu em silêncio com a ideia.

— Mas não sei dançar como uma! — ou não tãoem silêncio assim…

O próximo desafio foi anunciado. “Belas noivas devem ser fortes e rápidas para, assim, servir seus gratos maridos”. Hã? Sou escrava de ninguém não!

Fomos guiadas até uma espécie de pista de corrida. “Cuidado com os desafios e pegadinhas. Em seus lugares…”. Todas se posicionaram. “Vão!”. Mal vi quando as noivas saíram em disparada. Como correm com saltos tão altos?!

Tentei correr, mas apareciam coisas no meio da pista a cada passo! Riku estava logo a minha frente, mas foi jogado para fora por uma bola lançada por um dos juízes. Hora da vingança, é? Consegui desviar de algumas bolas que foram jogadas em minha direção, mas caí ao pular sobre uma das bolas. Pelo que entendi após ter minha bela face chocada contra o chão, parece que usaram uma corda para impedir que eu passasse.

Muitas quedas foram causadas nessas malditas pegadinhas. Meu vestido estava sujo, meus joelhos arranhados, estava cansada. E, infelizmente, perdi para o Riku… Mas se o Dimitri estivesse aqui, eu teria ganho!

Voltamos para o salão. O cheiro de suor com perfumes baratos dominava o local. Que horror! Acima disso tudo, algo me chamou a atenção: havia um grande recipiente vazio. Era estranho. De vidro e madeira, com um pequeno corte na parte de cima. Coisa dos humanos? Não sei. Um papel pequeno foi entregue a cada uma de nós.

Escreva seu nome e coloque dentro da urna”, ordenou aquela maldita voz. Então o nome disso é “urna”? Miko ficaria feliz com isso. Ela parece gostar muito de aprender coisas novas!

Obedecemos. O que antes estava vazio, agora estava lotado até a tampa de papéis com nomes. “Agora serão escolhidas as duplas. A primeira noiva que colocou o seu nome na urna, pegue um papel qualquer. Esta será sua parceira para o próximo e último desafio”

Ouço chamarem meu nome. Ufa! Era a Rika, meu par. Ouvi nomes familiares. Miko é um nome mais comum do que eu imaginava… Me pergunto o que ela está fazendo agora. Ela se divertiria aqui, provavelmente. Nem que seja deixando os outros para trás…

Somos guiadas até uma espécie de mesa com um caderno em cima. O meu juiz segue até o meio do salão

O que eles estão aprontando agora? Mal penso sobre isso, a voz torna a soar pela sala.

Uma boa noiva deve ter conhecimento. Nesse teste, avaliaremos se vocês possuem as qualidades necessárias para seus maridos.”

Um teste de conhecimentos?! Ganho fácil~ As regras foram dadas. O juiz vai falar a pergunta e nós temos que escrever as respostas.

— Primeira pergunta! — avisou, pegando um papel. — “Dos seres da Era Humana, por que ainda existem os animais e não os humanos?”. Respondam!

Olhei para meu par, pedindo por resposta. Em vão. Riku me encarava como se fosse minha responsabilidade saber disso… JÁ SEI! É porque os humanos eram feios e malvados! Os animais são fofos, então ninguém fazia mal a eles~

“Porque os animais são fofos, já os humanos não!”, escrevi. Observei o “dama” ao meu lado olhar a resposta e mudar seu olhar para mim, segurando a risada. Bufei. Minha resposta ta certa, ta?!

Apertei o botão no centro da mesa, avisando que havia terminado.

O juiz, que parece ter desenvolvido certo ódio por mim, me encarou irritado e parecendo meio desconfiado, não sei porque! Devolvi o olhar, mas logo outros começaram a avisar que haviam terminado, e ele voltou a falar.

— Segunda pergunta! “Sobre dragões: como eles surgiram, e por que seu sangue é tão especial?”.

Dragões!

Virei esperançosa para Riku, que parecia meio estático ao meu lado. Mesmo lhe encarando, ele não me olhou. Continuou firme, encarando a frente.

— Rika…? — chamei hesitante, e finalmente ele virou a cabeça, de leve. — Você sabe a resposta?

— … Metade dela. — suspirou, franzindo o cenho. — O sangue. Ele… É mágico. De uma maneira cobiçada. Ele possui habilidades de cura, e quem lhe toma fica muito mais forte… Como meu pai.

— E eu sei da onde vem! — sou muito esperta, eu sei. — Eles vêm da barriga da mãe!

Comecei a escrever a resposta, quando tive a atenção roubada por um forte barulho. Me virei, procurando sua origem. Deparei-me com uma cena um tanto… cômica.

Dimitri corria em nossa direção, sendo seguido pelo dragão do Riku voando ao seu lado e dois enormes… guardas? O dragão estava com um livro nas patas, e Dimitri se defendia usando sua magia. Observei o filhote acelerar e soltar o livro nas mãos erguidas de uma das noivas. Ele ta doido!?

Procuro Dimitri, mas o perdi de vista. Os guardas ainda corriam em nossa direção.

— O que está acontecendo aqui? — ouço alguém falar lá de cima. Olho, procurando quem é e vejo uma marca de sapato em seu rosto.

— … EU ACERTEI! — pulei comemorando, recebendo olhares curiosos sobre mim.

— Parece que alguém invadiu o local, Tê. — meu juiz explicou.

— Bem, vamos encerrar isso. As noivas já estão escolhidas.

As luzes se apagaram, e três fachos de luz rodaram a sala, parecendo procurar alguém. Holofotes? Não pude pensar muito, pois logo era eu sendo cegada por um deles. Quando enfim me acostumei, notei que “Rika” também estava iluminado, e mais uma… Aquilo é uma garota? Em um vestido de verão, que mexia nos sapatos. E que estava ao lado de alguém assustadoramente parecida com…

A Miko. E segurava o livro que esteve com o Draco até agora há pouco.

— Por que você não me avisou que a Miko estava aqui?! — exclamei me virando para Riku.

— Eu nunca falei que não estava. Achei que tivesse imaginado que ela não teria nos deixado entrar sozinhos… — respondeu dando de ombros.

— … Idiota…

Comecei a caminhar ao encontro de Miko. Será que ela vai me matar pelo Riku ter sido meu par durante o dia inteiro? Mal consegui pensar direito e já fui interrompida. Senti uma mão me puxar para um abraço, e logo ouvi uma alta voz anunciar algo.

— Esta é a minha noiva! Desastrada, animada e determinada. Isso que me conquistou nela! — olho para cima, tentando ver seu rosto mais de perto. Sua pele tão pálida mostra bem a marca vermelha no meio de seu rosto.

Procurei socorro, olhando ao redor. Algumas noivas seguravam a Miko, enquanto Uni se aproximava de Rika. Ele analisava o corpo de Rika, cada detalhe. Até pegar em sua mão, beijá-la e anunciar sua noiva. Se a Miko conseguir se soltar… Coitado!

Mas, a forma como Riku se inclinou para o Uni me fez pensar que talvez ele nem precise esperar tanto…

Olhei rapidamente para a última noiva, que estava próxima à Miko presa e em frente a um Duni extremamente corado, que parecia olhar para qualquer lugar, menos para sua… “noiva”.

Tê chamou o juiz, cochichando algo em seu ouvido. Ele sai, colocando uma lenta música. Os guardas tiram as noivas do local, tendo que carregar Miko nos ombros (arranhados…). Começamos a dançar. Em nenhum momento, olhei para Tê. Ele me olhava com tanto desejo que me assustava!

Ouço um leve grito de dor, e giro a cabeça para olhar quem o soltara. Um Uni de expressão raivosa e dolorida tinha… Um Riku agarrado nele? Merda! Será que é seguro? Pelo modo que Riku mantinha o queixo daquele idiota que me sequestrou erguido, parece que a refeição tava boa…

Olhei rapidamente para os guardas, que estavam de volta às portas, e um vulto pulou por sobre eles no momento de distração. Uma chita rosnando raivosa lhes pisoteou antes de praticamente trotar em direção ao vampiro e seu novo “noivo”.

— Seu sangue é bem saboroso… — pude ouvir Riku comentar, deixando o falsete de lado, enquanto lambia os lábios.

Tomei um susto ao ver a velocidade em que Miko voltou a ser a humana que nos acompanhava. Meu susto só aumentou ao ver quão rápido ela arremessou o idiota no chão, sorrindo sadicamente enquanto lhe perfurava as bochechas com as unhas.

— Bem, se o Riku gostou do seu sangue, eu vou deixá-lo aproveitar… — falou bem alto, alcançando até o lugar onde eu ainda estava presa com o Tê. — Posso espalhá-lo por todo o corpo, Riku?

Observei a Miko rasgar do alto das bochechas até a base do pescoço de Uni, e fiquei feliz em saber que, pelo menos, ela não atacaria o Duni. Só o Uni quem realmente me irritou até agora…

— Bem, — respondeu Riku, e fiquei boquiaberta ao vê-lo simplesmente rasgaro vestido. Ah, uma pena, está de cueca. Achei que estivesse de calcinha — acho que dá pra aproveitar.

— VOCÊ É UM HOMEM! — ecoou a voz, embargada em dor, de Uni. — Você… ME ENGANOU! Guardas! Ataquem ele!

Ei, eu fiz isso primeiro! Um salto voou na cara de Uni, ainda no chão, e logo em seguida foi outro. Miko desviou de ambos bem habilmente, me pergunto se eles treinaram isso antes. A mira dele é melhor que a minha.

Um grunhido seguido por um rugido percorreu a sala, e Miko chegou a levantar do Uni ao ouvi-lo. Em seguida, assisti curiosa enquanto ela rugia de volta, e rosnava parecendo mais calma do que antes.

Claro que só fui entender o porquê quando a “garota” dos sapatos pulou nos guardas, em uma paródia da chegada triunfal de nossa “gatinha arisca”.

— Bem melhor. Sem nenhum empecilho, agora. — comentou Miko sorridente, andando em círculos ao redor de Uni, que se levantava. — Se quiser sobreviver, acho bom começar a fazer valer a pena.

— Miko! Cadê o Dimi? Ele apareceu mais cedo, e depois sumiu. — senti Tê me abraçar. Eu me sinto uma nanica perto dele!

— Ciúmes? — Duni se aproximou da gente. Ciúmes? De quem?

— Ela é minha… — me apertava ainda mais. Observei a divertida cena da noiva desconhecida brincando com os guardas.

— Procure por aí! — gritou Miko de volta, as orelhas sacudindo no alto de sua cabeça. — O cheiro dele está por toda a parte!

Obedeci, me soltando de Tê com uma mordida. Às vezes é bom andar com… selvagens.

Corri, sendo seguida por Tê. Me escondi em um quarto, no corredor. Era o quarto que eu tava antes!

— Luna? — ouvi uma voz chamar. Me virei…

— DIMITRI! — pulei sobre ele, quase derrubando ambos. — Por que demorou tanto?!

— Estava pesquisando, oras!

— Não suma mais…

O silêncio reinou, mas logo foi tomado por gritos me chamando.

— Quem é ele? — Dimitri me olhava curioso. Vou brincar um pouco…

— Meu noivo. Já faz um tempo, mas agora ele me reencontrou… — disse chorosa, esperando sua reação.

Ele se levantou, saindo do quarto. Sorri vitoriosa. Mas… Será que ele está mesmo com ciúmes? Ou só chateado? Espero que seja o primei… O que eu to pensando? Dios! Balancei a cabeça, tentando retornar meus pensamentos normais. Segui Dimitri, que seguia para o salão principal.

— CASAMENTO? QUE CASAMENTO? ELES SÃO INCCUBUS! — gritava Dimitri, aparentemente fora de si. — Ela ‘tá em PERIGO!

— Ninguém vai casar… — Riku avisou, sentado num canto da sala, vendo Miko amarrar Uni. Dimitri se virou pra mim, com um olhar nervoso. Mordi a língua, fazendo uma cara brincalhona.

— Idiota! — ele abaixou a cabeça. Own…

— Querida! — meus pelos se arrepiaram. Tê, some! — Por que fugiu?

— Tê… — sorri forçada, olhando para o jovem que corria em minha direção. Virei para Miko. — Por que o Uni ta amarrado?

— Não me deixaram matá-lo. — resmungou emburrada.

Puxa mais assunto! Quero fugir do Tê… Ah…

— QUEM É ELA?! — levantei a mão animada, descendo na direção da noiva de Duni. Era a louca que atacou a Miko?

— Ah. Ela. Ela nos atacou antes, lembra? Após correr atrás dela, descobri que posso entendê-la. — deu de ombros. — Eu acabei fazendo uma promessa com ela, ou, pelo menos, ela acha isso, e ela veio com a gente, então. O nome dela é Lian.

Me aproximei, tentando imitar o som de um gato. Pelo riso de Miko, não deu muito certo. Desisti de miar e passei a mão sobre a cabeça de Lian. Se a Miko entende ela, então ela é uma gata!

— Ai! — reclamei, sentindo a mão arder. — Ela me mordeu!

Miko rosnou algo, e Lian recuou com uma expressão cautelosa.

— Você por acaso leu o que Draco mandou? — Dimitri, sério, interrompeu a brincadeira.

Todos os noivos — menos o Riku, afinal, ele conta como noivo ou noiva? — ficaram alertas, pelo que reparei. Acho que não gostaram do Dimi…

— Você gritou que eles são inccubus, pra que ler? — Riku parece sentir prazer em provocar o Dimi… — Mas sim, Miko leu.

— Tive de parar de bater nesse… Coisa para ler isso. — bufou Miko, dando uma cotovelada em Riku. — E eu sei falar por mim mesma.

— E então…? — Perguntei curiosa. Tê voltou a me abraçar. Vou parar de evitar, afinal, ele GRUDA! — Eu to curiosa, poxa!

— Estou com preguiça. Já que aparentemente eu não falo sozinha, um desses dois aí lhe explica. — e, sem mais nem menos, Miko se deixou cair no chão, se transformando em animal antes de se acomodar ao lado de Uni.

Não gosto dele, mas tenho dó. Mais uma lição de vida que vou ensinar para Sapph: nunca provoque um… gato gigante!

— Ah… Ela realmente cismou com esse garoto. — deu de ombros. — Bem. O livro contava algumas informações sobre os três ai. Tê, o mais velho, encobre tudo o que os irmãos fazem, mesmo não causando problemas a ninguém. — olho para o moço que me abraçava no momento. Estava sorrindo vitorioso. Fofo, eu acho… — Duni, o irmão do meio, faz todas as vontades do menor. Esperto, é quem cria os planos e qualquer coisa que precise usar a mente. Só tem um problema: é tímido, apesar de ser um inccubus. — isso até eu reparei! — E, por fim, Uni. Alimento de Mikos e o mais jovem. — Miko grunhiu para isso. — É o que mais causa problemas, principalmente por sua personalidade rebelde. Do tipo “ta, e daí?”.

— E qual o problema, Riku? — eles só são meio… doidos.

— São ladrões E te sequestraram. Serve?

Miko bocejou com a boca perigosamente próxima ao corpo de Uni, e depois grunhiu encarando Riku.

— É, e provocaram a Miko. — completou.

— Certo. Sabemos tudo sobre eles… E agora… O que fazemos com isso? — perguntei ainda sem entender.

— Bem, sabendo disso tudo, o que você acha que deveríamos fazer? — perguntou Riku sorrindo de canto. — A Miko queria matar o Uni. Mas falou que poderíamos fazer o que quiséssemos com os outros dois.

— Qualquer coisa? — perguntei pensativa. — E que tal… Informação? Nos dê informações úteis, e lhes liberaremos. — propus sorrindo.

Pelo grunhido, parece que Miko gostou da condição. Algo explode lá fora. Nós todos nos assustamos — mesmo assim, corremos para ver, parcialmente assustados e parcialmente ansiosos.

Mas… O que é isso?


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Notas finais do capítulo

Espero mesmo que gostem e que deem tantas risadas quanto eu dei escrevendo!
Não esqueçam de comentar pois é isso que nos motiva