Garota Cafeína escrita por Codinomeju


Capítulo 10
Bilhete.


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, ontem eu não pude postar, ENTÃO, pra recompensar, irei postar dois hoje. Ok? Ok? Me perdoem. Beijos e aproveitem.



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Joguei a bolsa no chão e, mesmo segurando a mão dela, ela ainda continuava de costas para mim.

– O que houve?

– Como assim? - Sofie abaixou a cabeça.

– Você tem estado tão longe de mim. - Enquanto eu falava, ela se virava para mim.

– Tão longe? Eu estudo na mesma escola que você. Tenho te visto todos os dias. Vejo que conversa com a Isa, que faz os deveres olhando pela janela e parece que sempre quer que o tempo passe mais rápido, que os dias passem mais rápido.

– Sim, você esteve tão perto fisicamente, mas...tão distante. Eu também te vejo todos os dias e você tá sempre mudando sabia? Antes do nosso beijo, quando eu te conheci, você tinha os cabelos bonitos e pretos, eles eram ondulados e brilhavam, agora são repletos de tinta roxa e você o cortou, acho que pra parecer mais com os de Clarissa, mas não é isso que eu quero que você faça, você nunca será que nem ela e é isso que eu gosto em você. Quando te conheci você tinha a pele clara, às vezes bronzeado pelas horas que você ficava no sol, mas dois dias depois você voltava ao normal, agora você tem estado branca feito folha. E sabe qual o pior? Que não voltou ao normal. - Minha voz se entristeceu.

– Eu tenho motivos para isso. Aliás, agora me lembrei de uma coisa. - Ela falou como se realmente tivesse se lembrado de algo. Algo que ela nunca esqueceu. - Não nos conhecemos não faz nem 1 mês. Por que fala como se fôssemos amigos de longa data? Ou pior, como se tivéssemos algo? - As palavras dela me surpreenderam. Vi a mãe dela protestava sozinha, dando meia volta e voltando para casa.

Quando ela passou por nós, pude escutar um sussurro para Sofie.

– Vá lá sozinha. Esqueci que hoje tenho dentista. - Foi o que ela disse. Mas...vai aonde?

– Eu tenho que ir. Depois nos falamos. Faz assim: Vamos esquecer nossas brigas e vamos voltar a ser com éramos antes?

– Claro. - Sorri. Ela estava me perguntando aquilo tudo que eu mais queria naquele momento.

No dia seguinte a escola anunciou que seria feito um passeio onde ficaríamos uma semana acampando sobre a responsabilidade da escola. Precisávamos apenas da permissão de nosso pais. Quem quisesse ir teria que, no final da aula, pegar um papel na mesa da diretora. Quando o sinal tocou todos saíram correndo e eu fui atrás. Vi Sofie no meio da multidão. Quando peguei o papel, vi ela saindo da escola e a segurei.

– Posso ir junto com você? - Perguntei, com medo de um não.

– Claro. - Ela sorriu. Começamos a conversar enquanto andávamos.

– Então você vai? - Perguntei pra ela levantando o bilhete.

– Por que não? - Ela virou a bolsa e guardou o bilhete dela. - Vou implorar para minha mãe deixar.

Chegamos na porta da casa dela e nos despedimos, entrei correndo em casa e pedi pra minha mãe assinar.

– Quem disse que eu vou deixar você ir? - Ela me olhou com a expressão séria. - Mentira, é claro que eu deixo, você precisa se divertir um pouco. - Ela riu e bagunçou meus cabelos.

Depois que ela assinou, enfiei o bilhete na mochila e botei no chão do quarto. Quando estava tirando a calça, senti o celular vibrar com uma mensagem. Terminei de tirar a roupa e entrei no chuveiro. A água estava gelada e gostosas. Fiquei um bom tempo no chuveiro, saí e enrolei a toalha na cintura. Chegando no meu quarto vesti a cueca, a bermuda e uma blusa fresca. Me joguei na cama e peguei meu celular, tinha uma mensagem da Sofie. "Minha mãe deixou e a sua?". Respondi que sim e fechei o telefone. Saí de casa e fui direto pro Starbucks. Quando entrei na loja escutei meu nome. Quando me virei, vi no cantinho, com alguns amigo, Clarissa. Me aproximei cumprimentando todos e olhei para Clarissa.

– E aê? Vai no acampamento? - Puxei assunto.

– Eu? - Ela abaixou os óculos para me encarar e depois os levantou de novo. - Claro que não! Você vai?

– Pretendo. - Botei as mãos no bolso, ainda em pé. Clarissa parecia pensar.

– Veio fazer o que aqui? - Finalmente perguntou.

– Bom, aqui é uma cafeteria, sabe? Vende café... - Falei rindo.

– Sim, claro. - Ela revirou os olhos e riu da própria pergunta.

Pedi licença e fui ao caixa pedir dois Frappuccinos Mocha. Botei em uma embalagem e quando ia sair, Clarissa me chamou novamente.

– Vai aonde?

– Sair. - Respondi.

– Tão cedo? - Ela veio até mim.

– Sim, estou com pressa... - Tentei sair logo dali.

– Então nos encontramos no acampamento. - Ela pegou meu Frappuccino e bebeu um pouco.

Fui até a casa de Sofie e bati na porta. Ela atendeu mais animada. Sua pele estava voltando a ficar como antes e seus cabelos estavam brilhosos. Por falar em cabelo, a tinta já desbotava e passou para um roxo claríssimo.

– Oi. - Ela disse animada.

– Oi...sabia que eu vinha? - Desconfiei.

– Não, mas eu ia te chamar pra vir, aluguei uns filmes aqui e to querendo assistir.

– Que bom. Trouxe café. - Falei entrando na casa dela e tirando os sapatos enquanto ela fechava a porta. - Seus pais estão?

– Não, minha mãe foi no dentista de novo e meu pai viajou a negócios, só volta mês que vem. - Ela me puxou até a sala. - Esse Frappuccino é para mim?

– Sim. - Falei e ela pegou. - Não, esse não.

– Por que? - Ela levantou uma das sobrancelhas e colocou o Frappuccino de volta pegando o outro e dando um gole.

– É... quando eu fui comprar o café, encontrei a Clarissa no Starbucks, aí, na saída, ela deu um gole. - Falei nervoso.

Sofie se sentou no sofá e depois bateu nele indicando pra eu sentar. O filme começou e comemos pipoca. Quando saí da casa de Sofie já era tarde.

***

Em frente a diretoria tinha uma enorme fila.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai dar esse passeio hein?