Storytails escrita por Alekz Fergues


Capítulo 3
Em Castália


Notas iniciais do capítulo

* A inspiração de Castália, veio do nome de uma náiade (uma ninfa aquática) que foi transformada por Apolo em nascente de água, perto de Delfos (a Fonte de Castália) e na base do Monte Parnaso.

Castália inspirava o gênio poético daqueles que bebessem das suas águas ou ouvissem o movimento das suas águas. A água sagrada também era usada para as limpezas dos templos em Delfos.



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"Lembro dos meus pais ao me dar um presente, naquela caixa colorida, eram dois filhotes, um presente do papai, um cachorrinho, o Puppy, e tinha uma gatinha, presente da minha mãe, dei nome a ela de Melissa, eu vivia pedindo a eles para ter um, foi um dia muito feliz. E eles que me motivaram, para chegar onde estou, todos nós uma bela família, acho que tive muita sorte nesse ponto, mas..."

Beto abre os olhos, o lugar está pouco claro, estava deitado, e sentira que estava numa pilastra de pedra. Um tanto molhado, como sentia desnorteado, nem fazia noção de onde estava realmente. Ao primeiro lance percebera que o lugar lembrava aspectos cavernosos, e era uma caverna... Ele desceu o que parecia ser uma mesa de pedra, tocava nela para saber o que era, e esta tinha muitos desenhos e símbolos pictóricos. Úmido que sentira frio. Ouvia-se um chiado que vinha na direção da luz, e ao lado dele escorria água, que parecia brotar de uma pedra. Era uma mina de água, e ao beber dela sentiu um sabor um levemente doce, lembrando ao de lavanda. Depois de tomar, sentiu uma leve tontura, logo em seguida leveza, parecia estar flutuando, e foi seguindo o caminho da água que sairia de sua nascente. Assim, aumentava o chiado que vinha depois da curvatura dali, se deparou com uma certa claridade, uma possível saída, mas se depara com grandes ninhos abandonados.

Ele estava no topo de um penhasco, olhava para frente e só via um mar verde, eram copas de árvores imensa ao qual se perdia pela imensidão. Ao olhar para baixo, dali de poucos metros eram os topos das árvores que tampavam tudo, não teria noção que altura se encontrara. E pelas laterais se via quedas de águas, mas não se ouvia onde elas terminavam, pois banhavam as árvores que se abarrotavam uma nas outras,  notando melhor deveriam ser imensas as arvores, e tudo isso repensou de como sairia dali. - "Como eu vim parar aqui, será que morri, e me encontro no paraíso! Aqui tem uma visão bela, mas o céu está azul, e com muitas nuvens brancas, para de pensar nisso, oras, eu acho que não, ainda tenho sensações, eu vejo, eu falo, ai, ainda tenho tato, será... Aaaargh vou voltar para ver se não tem outra saída", era angustiante ficar procurando respostas. De nada adiantou, não havia outra saída a não aquela abertura. Como tudo terminava sem saída, voltou e já pensava em se jogar para agarrar os galhos. E, assim ele foi.

— Aaaaaaaaaaaaaah... Ufa! Ah? - Beto começou a cair, e deslizar em mar de folhas e troncos escorregadios. Tentava se segurar, mas não conseguia. Quase não enxergava, com tantas folhagens que invadia sua boca ao gritar, e com muita umidade, só quebrava os pequenos galhos que ali não tinha resistência, e ia catapultando em galho em galho. Arrependido, só que agora o volume de folhas estavam diminuindo, e encontrava resistência com galhos mais graves que ainda escorregavam muito. Até que percebeu ao olhar pra baixo, num lance se segurou antes de perceber uma queda total, deu tempo que agarrasse numa parte de um galho que envergava para baixo, e percebeu a altura que estava suspenso. Seu olhar de perplexidade, olhava escuridão lá pra baixo, ou não havia notado muito bem que água era muito escura, e ainda mais que não estava enxergando direito. Com visão embaçada, sua resistência pedia arrego, da posição que segurava, uma queda seria inevitável. - Foi uma bela vida... - Plec! E se soltou...

A queda foi de uma altura não muito longa, só não percebeu que era um lago de águas escuras. Somente tentava voltar a superfície para respirar, a sensação era o fim de tudo, muita sorte por ainda conseguir se mover, foi com muito esforço emergiu para a superfície.  Nadava, sabia que não teria muita força para ficar por ali,  além disso suspeitava da existência de animais selvagens que seria um grande perigo para ele, nessa altura mal podia mais se aguentar. Até que avistou a margem. Ao sair, percebeu um barulho na água e logo disparou como tiro de canhão, logo atrás dele vinha uma criatura totalmente estranha, que para ele parecia um enorme anfíbio.

Era uma espécie de salamandra gigante que estava cheia de lodo escuro,  devia ter no mínimo uns quatro metros de extensão, se movia atrapalhadamente, mas rápido o suficiente para abocanhar um ser humano que agora fugia. O volume de folhas caídas no chão, de tão cheias, cobriam todas as partes, facilmente passava dos tornozelos. E as árvores com seus troncos enormes, o diâmetro de cada uma era em média de no mínimo umas trinta passadas de corrida. Até agora corria, e logo atrás dele a criatura que o perseguia alegremente para uma nova refeição. Beto estava quase parindo de tanto medo, resmungava que morreu, e estava no inferno.

A criatura bem próxima de encostar, parecia babar de fome, e a língua dessa criatura roçava atrás do desesperado que tentava fugir. Ops, uma pisada em falso, as pernas travaram, e num lance fez o Beto cair. Ao se virar, apenas viu uma sombra, e sangue espirrar em seu rosto,  e a criatura desaba com um barulho de um tanque.

De costa para ele projetava uma figura imponente, parecia revestida de um tecido como capa de um alvo branco e com pequenos desenhos vermelhos triangulares nas bordas. Encapuzada tal figura,  se virou de repente, mostrando uma longa arma de metal reluzente que escorria sangue. E apontava na figura indigesta de Beto, com uma máscara branca ornada com traços vermelhos, a figura lembrava uma expressão de charme veneziano. O que poderia ter por debaixo da capa branca, sim, havia um conjunto de roupas escuras.

A estranha figura lentamente relaxava de sua postura heroica, e abaixa o armamento de cor branca, e se ajoelha em genuflexão. Conforme abaixando a posição da cabeça, e ao mesmo tempo que fincou a arma afiada no chão, acontece tal cena gestual, e profere:

— Perdoai-me Senhor, o que queres em nossa companhia? Não recebi nenhuma informação de uma visita por cá em meu posto.

— Éeer, não sei... Onde estou? Ah, desculpa, qual seu nome? - Ele responde meio estupefato, com um sorriso largo, logo que era uma voz feminina, e pede com gestos pra se levantar.

— Meaul Akheloos di Castália Vonfrana,  Senhor! 

— Mel?

— Meaul.

— Tudo bem, meu nome é Alberto Santos de Bagatelle, mas pode me chamar de Beto, prazer.

— Lembra nome de peixe... Espera! - deu pra notar que observava ele, depois balança a cabeça como se precisasse sentir seu cheiro. - Que cheiro estranho, de onde você é?

Assim que Beto ia responder, a outra não parecia entender qual local estava falando, claro para quem se sente perdido qualquer local é desconhecido. Meaul dá uns passos para trás, se posicionando de forma para se resguardar, e indaga como havia chegado até ali. Então Alberto, começou a contar a história em resumo até então aquele momento. Blá blá blá...

— Então, foi aí que você apareceu e me salvou de repente... Pois, eu não sei o que dizer mais, se estou sonhando ou não, será que você poderia me ajudar? - Ele falou estas últimas frases com uma expressão de desamparo de dar pena.

— Espera, você bebeu de qual água suave que tinha blá, blé, bli... É isso?

— Existe isso? - Respondeu ele com a cara de não entender nada.

— Ainda eu não compreendo de onde você veio, mas bem-vindo ao Reino de Castália. - Ela fala retirando sua máscara lentamente. E a expressão de Beto muda de certa dúvida para um grande espanto, se joga para trás:

— O que ser você? - ele se tropeça, caindo ao chão, ao qual apoia as mãos tremendo. 

— Que foi? Parece que nunca viu um félin! Ha ha ha ha ha... É sério?

— Não. Você é uma mutante?

— Que? Miau! Como veio parar aqui em Castália? Por acaso de que raça você é, por que não fica normal?

— Raça? Castália? Por acaso estamos ainda no planeta Terra? Ou estamos dentro de um lugar secreto?

— Hã? Eu que não estou entendo, não me diga que você veio das terras desconhecidas dos Érebos? Que eu saiba só os mais antigos dos Tokimeki que conseguem sua forma, ainda mais de dia, mas nunca vi... - relutava agota em silêncio.

— O que posso dizer é que sempre fui assim desde quando nasci. - Fala levantando-se.

Os dois ficam se olhando, o silêncio parecia tomar conta, a luz parecia estar diminuindo, algumas folhas caíam, ela tinha uma aparência de gato bem próximo de uma face humana. Cor de amêndoas, cheio de penugens bem ralos que confundiam com a mesma cor da pele, mas sua boca e nariz eram até semelhantes de pessoas. Apesar, do destaque do nariz ser mais escuros, parecia estar úmido como é de costume de se ver em gatos. O que mais chamava atenção, e era fácil de notar, eram suas vibrissas, ou seja, bigodes de gatos, aos quais eram da mesma cor, um pouquinho mais escuros. Seus olhos exatos de um gato, inconfundível, eram clarinhos de um pardo ao esverdeado, e sua íris tinha um tom de castanhos-claros. A pupila de formas negras e da mesma forma comum felina.

 Meaul por um momento reage levantando suas orelhas dentro do capuz que revestia, dava para notar seus cabelos que se aproximavam de cor loira, e movimentava suas suas vibrissas, mostrando pressentia algo. Então, ela meio que sussurra:

— Vamos sair daqui, antes que apareça uma trupe de comedores. E me conte mais sobre você...


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Notas finais do capítulo

Acho que não precisou mais me matar né Marlee, doces abraços.... (espero comentários tá)

Em breve, algumas revelações daquele mundo... Até o próximo capítulo.



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