O tempo passou com impressionante rapidez.

A rotina de Rick Grimes e Daryl Dixon era resumida em proteger seus amigos.

O grupo estava em estado de calamidade. Com Lori grávida, tudo ficava mais estressante.

Maldita hora pra esperar uma criança. – Pensara Daryl.

Glenn e Maggie estavam em crise no relacionamento.
Todos os dias, o rapaz tentava alegrar sua namorada entristecida.

Hershel se mantinha focado em ajudar na gestação de Lori, sempre otimista em relação a tudo. Com sua barba e seus cabelos brancos já maiores, ele era o anfitrião que contava histórias em qualquer noite, em frente à fogueira, como antigamente Dale fazia há tanto tempo atrás.

E assim como o casal mais jovem do grupo, Rick e Lori enfrentavam apuros em seu casamento. Dificilmente se falavam.
Rick apenas perguntava se tudo estava bem com o bebê, e mais nada. Mal trocavam olhares, pois havia uma grande dúvida que atormentava Rick diariamente:

De quem era este filho?

Como olhar nos olhos da mulher que me traíra, mantendo relações com meu próprio melhor amigo?

E como era de se esperar, a pessoa que mais sofria com a crescente falta de diálogo entre os dois, era Carl. O menino era petulante e respondia aos outros sempre com mal humor.
Beth às vezes tentava puxar conversa com o menino, mas ele sempre dava as costas a qualquer um que tentasse prendê-lo em qualquer assunto por muito tempo. Ele queria apenas a atenção dos pais.

Aparentemente, as únicas pessoas que pareciam imunes ao estresse que os rodeavam, eram Daryl e Carol.

Trocavam olhares durante pequenos intervalos de tempo todo o dia, onde o caçador ruborizava ao olhar provocante da mulher.
Isso o frustrava, pois ele odiava corar na frente de Carol.
Mas mesmo assim, ele nunca deixava de sorrir para ela quando chegavam à sua hora de ficar de vigília em frente à fogueira, conversando durante toda a noite.

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Durante um dia bastante quente e ensolarado, o grupo mais uma vez viajava a procura de uma fortaleza segura.

Rick, Daryl e Glenn na frente, e os demais em seu encalço com os ouvidos e olhos sempre alertas.

Daryl a todo momento olhava para trás, espiando Carol com um sorriso esquisito nos lábios.

Ele sonhara com ela na noite anterior.

Em seus sonhos, ele abandonara todo o medo e insegurança que tinha dentro de si, e a beijara apaixonadamente. Ele podia sentir cada toque, cada sensação de se estar apaixonado, sem nenhuma vergonha. Carol sussurrava em seu ouvido que era bobagem ele tentar esconder tudo aquilo, que no final tudo se resolveria.

Ao acordar, ele foi atingido com a terrível realidade de que nada daquilo fora real, que nada daquilo tinha acontecido.

Porém, uma certeza Daryl tinha: Ele estava amando-a, e precisava aceitar isto.

De onde ele estava, dava para ter uma boa visão de Carol. Seus olhos procuravam desesperadamente os dela a cada dez segundos.

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Ao caminharem por uma pequena campina, chegaram à uma vasta expansão de terreno, duas horas depois.

Os que estavam na dianteira se demoraram para visualizar o que Rick, Daryl e Glenn admiravam, todavia logo avistaram: Um grande presídio, com cercas de proteção bem altas, mas infelizmente, lotada de errantes.

Ainda assim, era a grande chance, a grande oportunidade que todos procuravam para viverem seguros novamente.

— Porra, vocês estão vendo isto? — Daryl diz, hipnotizado, já produzindo um grande plano em sua mente.

— Oh, estamos, com certeza estamos! — Rick diz, dando seu primeiro sorriso em semanas, completamente eufórico.

Ao olhar ao redor, Carol vê que todos estão com uma nova esperança no olhar: a esperança de uma vida nova.

Glenn e Maggie sorriam e se beijavam.

Hershel abraçava Beth, e Carl abraçava uma Lori radiante de felicidade.

Rick e Daryl trocaram sorrisos de força e companheirismo, antes do caipira se juntar à Carol.

— Então... O que você acha? — Ele pergunta timidamente à ela.

— Oh, eu acredito que iremos nos sair bem neste lugar, com certeza. — Carol diz, com um sorriso de tirar o fôlego. — Só precisamos... só precisamos... — Ela logo deixa a frase morrer, sem querer ser desmancha prazeres.

Só precisamos encontrar força e coragem para aniquilar cada errante que ali há. Essa é a parte difícil. Eu sei. — Daryl pensou em resposta.

Eles se sentiam estranhos, vendo os outros, inclusive Rick e Lori — para a surpresa de ambos — se abraçando em comemoração, enquanto que os próprios mantinham certa distância.

Para a surpresa de Daryl, Carol entrelaça suas mãos às dela, apertando-as bem forte, passando para ele a segurança que ela tinha dentro de seu coração.

O caipira olha para o chão, visivelmente nervoso, e engole em seco.

Maldição, mulher. O que diabos você faz comigo?

Por mais que ele alimentasse uma paixão voraz por Carol, Daryl se sentia muito nervoso e incapaz de falar perante ao toque em sua mão.

Felizmente, ele por fim responde ao toque, apertando mais ainda a delicada mão dela, finalmente olhando intensamente em seus olhos.

— Tudo vai ficar bem. — Carol diz, bastante aliviada agora.

— Sim, eu vou cuidar para que fique. — Daryl respondeu, fitando as duas mãos entrelaçadas, gostando do que via.