Accepting Love escrita por Natalie


Capítulo 1
Lonely minds.


Notas iniciais do capítulo

"I'm so happy 'cause todayI've found my friendsThey're in my head" - Lithium, Nirvana.



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A invasão de errantes no antigo lar do grupo de Rick Grimes, havia trazido muitas perdas.

O grupo vagava pelas estradas desde quando lhes foi tirada a fazenda que viviam com a família de Hershel.

Parecia que nunca mais nada ficaria bem.

Sempre fugindo, sempre com medo.Tudo era um inferno.

Todos os dias em um lugar diferente, como um bando de nômades desajustados.

De certo modo, Daryl não estava infeliz ou desolado.

Havia ela.

Com seus olhos azuis impressionantes sempre rondando-o e preocupada com ele.

Os dois haviam criado um vínculo muito forte desde o desaparecimento de Sophia. O caçador fizera de tudo para achar aquela garotinha.

Mas a realidade terrível era que Sophia morrera e passara pela transformação macabra de humana para errante. Depois, foi morta por Rick, com um certeiro tiro na cabeça.

Mas a pior parte disso tudo, era que os olhos de Carol, olhos de uma mãe desesperada, presenciaram cada momento.

Daryl sentia a dor que ela sentia.

Sophia era muito importante para ele. Carol é muito importante para ele.

Ele jurou a si mesmo que jamais deixaria algo de ruim acontecer com a mais velha. Sua segurança e bem-estar era tudo o que Daryl prezava.

Carol ainda estava em processo de saber como lidar com as armas.

Ela havia mudado muito desde que seu falecido marido se fora.

Agora era destemida, corajosa e independente. Tratava bem a todos.

Eram estranhas as sensações que Daryl Dixon sentia quando estavam perto um do outro.

Ele mantinha sua máscara rude e rabugenta quase todo o tempo, mas sempre havia uma brecha para Carol.

As melhores noites eram quando o resto do grupo repousava nas barracas, e Daryl e Carol assumiam a vigília, em frente à fogueira.

Os assuntos e brincadeiras fluíam sem nenhuma dificuldade.

— Sabe, eu estou surpresa com a capacidade de Rick lidar com tudo isso. — Diz Carol, em uma das noites mais frias que o grupo testemunhara.

Daryl ponderou sobre, enquanto fitava a fogueira.

Era verdade. Rick sabia o que fazia, tomava as decisões certas, e sabia ser um líder.

— Tem razão. Duvido que Shane nos levaria tão longe. — o homem diz, finalmente.

Carol faz uma careta.

— Sim... — ela hesita antes de continuar. — Você acha que ainda conseguiremos encontrar um lar? Digo, um lar de verdade? — Carol pergunta, olhando seriamente para ele, os olhos suplicantes por uma resposta positiva.

Daryl vira-se para ela, sentindo um desconforto engraçado no estômago.

— Eu tenho certeza, Carol. - Ele diz, sorrindo levemente. — Essa merda de ficar viajando de um lado para outro a cada semana, vai acabar, e teremos novamente um lar.

Carol sorri abertamente, e pega a mão de Daryl, surpreendendo o caçador, e a si mesma.

O encontro das duas mãos tímidas faz nascer um formigamento na pele de ambos, que ruborizam instantaneamente.

Daryl engole em seco, pois não consegue achar nada de inteligente para dizer.

Mas afinal, o que havia de estranho nisso?

Eram só duas mãos entrelaçadas, afinal de contas, não havia motivo algum para desconforto.

Mas para Daryl havia.

Ele não sabia o que exatamente sentia por aquela mulher, mas isso o alfinetava diariamente.

Desde que ele a salvara da perseguição de errantes ainda no dia da queda da fazenda, enquanto ele esperava em sua modo perto de uma das cercas, e Carol aparecera de repente, ofegante, com uma horda de walkers em seu encalço, depois rapidamente subindo na garupa de sua moto, colando seu corpo no dele, Daryl sentia arrepios inexplicáveis a cada toque dela logo após àquela experiência.

O caipira fica nervoso, mas em momento algum recua do toque.

A sensação, por mais confusa que fosse, era revigorante, e fazia bem a ele.

E assim era.

Todas as noites ambos sentavam-se em frente à fogueira, e se colocavam a conversar.

O clima era leve, a mente de Carol e Daryl relaxava por um breve instante, e todo o caos era esquecido.

Às vezes, Carol flagrava Daryl a encarando com uma intensidade tão forte, que lhe causava arrepios. Mas assim que ela notava, o caçador já havia desviado o olhar para o chão.

Carol estava profundamente apaixonada. Mas tinha medo.

Medo de que tudo aquilo que construíram fosse terrivelmente destruído por conta de seus sentimentos não correspondidos.

Numa noite fria e clara, graças à generosa luz que a lua cheia proporcionava, Daryl se mantinha perdido em pensamentos e mal notou que Carol diminuiu o grande espaço entre os dois corpos, vindo mais para perto dele.

Ela estava com um grosso moletom cor-de-rosa com o capuz sob a cabeça, calças justas de algodão e botas pretas, mas ainda assim seus dentes trincavam de frio.

Daryl permaneceu imóvel.

Parte dele sussurrava constantemente:

Chegue mais para perto, e a conforte. Abrace-a e diga que tudo ficará bem.

Mas a outra, que frequentemente ganhava, era a do orgulho, onde não permitia ao caçador demonstrar qualquer demonstração de carinho.

O homem estava a ponto de agir estupidamente e ir para mais longe, quando as folhas de uma moita logo atrás dele, se agitaram.

Carol e Daryl viraram bruscamente o corpo na direção do som.

Ela se levantou e buscou pela lanterna.

Apontando em direção ao barulho, os dois identificam três errantes caminhando desajeitadamente em direção à barraca em que Lori dormia com Carl e Rick.

Com as mãos, Daryl fez um gesto para que Carol fizesse silêncio, e apontou sua crossbow para a ameaça.

Com facilidade, ele os abateu rapidamente.

O som das flechas atingindo o alvo e os corpos podres caindo ao chão, despertaram Maggie, que dormia bem perto, com Glenn.

Felizmente, mais ninguém do grupo percebeu qualquer coisa.

Maggie, já desperta, auxilia Daryl e Carol a arrastar os corpos dos errantes para longe.

Porém, num momento de desatento de Carol, ela mal percebe que um quarto errante surge dentre às árvores, prestes a atacá-la.

Ela sente as mãos e o familiar hálito podre muito perto de seu pescoço, quando de repente, antes da mordida fatal, o errante cai no chão ao seu lado, com uma fecha atravessada em seu crânio.

Com uma flecha atravessada em seu crânio.

Daryl atirara com muita precisão, salvando Carol mais uma vez.

— Meu Deus! — Maggie se aproxima da outra mulher. — Você está bem, Carol? — A garota diz, bastante aflita.

A mulher desvia seu olhar do cadáver aos seus pés, e conforta Maggie.

— Sim, Maggie, não se preocupe. — Ela sorri para a mais nova. — Vá descansar agora, está bem? — Carol termina, deixando um beijo na testa da morena.

Assim que Maggie volta para perto de Glenn, Carol caminha em direção à Daryl, que limpa suas flechas alheio à aproximação.

— Obrigada por salvar minha vida, Daryl. — Ela diz, colocando a mão em seu ombro.

Imediatamente, o homem se endireita, com as costas eretas.

Tal atitude que deixava claro que o toque da mulher o afetava.

Carol retira as mãos do local, rapidamente.

— Oh, desculpe. — Ela diz, muito baixo, para esconder a rejeição.

— Não há de quê. — O caipira hesita. — Suponho que esteja cansada, pode ir dormir, o sol está raiando, afinal de contas.

— Mas Daryl... — Ela volta a tocá-lo, e ele dessa vez, se esquiva, rejeitando de verdade a aproximação.

Perante isso, Carol, derrotada, lhe vira as costas e caminha em direção a seu saco de dormir.

— Boa noite, mulher. — Daryl diz baixinho, acompanhando-a com o olhar.


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Notas finais do capítulo

Não resisti, e vou em mais uma longa jornada de fanfictions "grandes". Quero inovar um pouco, e postar uma história maior. Espero que gostem. Comentem, comentem e comentem, como se não houvesse amanhã! ♥