Como Treinar o seu Dragão Interior escrita por Kethy


Capítulo 22
Não direi adeus


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora em postagem, mas acho que não sou a única autora com problemas de criatividade aqui no Nyah. Não tenho certeza se isso que vou postar vai ficar bom, por isso provavelmente deve ficar bem curtinho, mesmo assim aproveitem. Obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/513506/chapter/22

O tempo em que ficamos treinando pareceu passar bem rápido, como se em um minuto eu estivesse medindo o tempo da corrida e no outro acordando com o sol. O que importa agora é que chegou a hora. Eu já tinha acordado nervosa, com vontade de gritar bem alto para ver se eu conseguia ficar calma.

Eu já disse e repito: não tenho a menor dúvida sobre a força de Soluço, porém eu não posso evitar pensar nas piores hipóteses. Todo mundo, minha mãe, meu pai, Olavo e até o Bocão, sempre dizem para eu ter esperanças, só que eu não consigo e, sendo sincera, nem quero. Eu não sou essa rocha que todo mundo ama porque tive tudo entregue na minha mão em uma bandeja de prata. Mas isso não é sobre mim.

O ritual foi feito de novo, o café da amanhã foi um caldo bem reforçado, depois disso os dragões fizeram uma marcha para acompanhar o Soluço e a Jaguadarte até a arena.

Falando naquele diabo, me disseram que ela fazia seus próprios rituais, aqueles que os católicos chamaram de macumba. Ouvi dizer que aquilo dava pesadelos durante uma semana ou mais. Isso me deixou ainda mais nervosa, uma luta limpa e força nem sempre são o bastante diante da magia negra.

“Não chora, sua imbecil, não chora... Dá apoio pra ele.” – É o que eu me mandava fazer quando sentia uma lágrima prestes a cair pensando no que poderia acontecer.

Ninguém estava melhor que eu: os gêmeos pareciam muito arrependidos pelas brincadeiras de mau gosto que faziam com Soluço, Perna-de-Peixe por não ter ficado ao lado dele e Melequento pela briguinha; se toda a vila estivesse lá, eu ficaria horas falando os nomes e os motivos. Mesmo assim, não dissemos nada, seria como se despedir e ter a certeza de que ele vai morrer, e é claro que não queríamos isso.

Os dragões formaram uma roda na arena de luta, Jaguadarte e Soluço estavam nos dois extremos, um olhando para o outro, como se ameaçassem um ao outro. Não demorou muito para a Jaguadarte dar a primeira palavra:

– Boa sorte, Espinha de Peixe Falante! – ela gritou do outro lado e recebeu um sorriso com um olhar irônico do Soluço.

Dai, os dois começaram a contar:

– Um... Dois... Três... Já!

Ambos se transformaram em dragões, mas dessa vez a luta foi em solo porque a Jaguadarte atacou primeiro. Foi tipo uma luta de leões, ursos, touros ou qualquer outro animal bruto, tivemos que sair da frente; rolou mordias, ataques com as caldas e mais violência, não imagina como fiquei vendo Soluço sangrar, mas até que ele lutou bem, machucou bastante a Jaguadarte. Foram só alguns minutos, entretanto para mim pareceram anos de tão horrível.

Uma hora, Jaguadarte voltou à forma humana e gritou:

Uma pausa! – Ela estava ofegante, quase tive pena dela. – Apenas por cinco minutos, você é bem forte.

Soluço também voltou a sua forma humana:

– De acordo.

Os dois foram cuidar das feridas, os dragões que cuidaram da Jaguadarte fizeram isso por medo, Soluço recebeu cuidados feitos com mais boa vontade, mesmo assim nem precisou, parece que dragões se curam mais rápido que os humanos, foi como se eu desviasse o olhar um segundo e ele já estivesse melhor.

– Você luta bem, Soluço. – Elogiei enquanto ajudava-o a limpar um corte em seu braço.

– É mais fácil quando se tem uma razão para vencer. – Ele respondeu sorrindo e olhando ao redor e terminando em mim.

Por algum motivo aquilo me fez ficar nervosa, o tom parecia uma despedida, eu tinha que fazer alguma coisa para me acalmar ou podia fazer alguma besteira; então dei um soco um pouco mais abaixo do ferimento, Soluço deu um gemido de dor e esfregou o local.

– Isso é por me envolver. - O coitado nem acreditou no que eu falei, até que fiquei mais calma e dei um beijo nele. – E isso é por todo o resto. – Voltei a cuidar do machucado, que já estava bem menor, como se nada tivesse acontecido. Soluço se lembrou como era meu jeito de lidar com as coisas e não se incomodou mais a ponto de dar um sorriso. – Só... Promete que vai voltar pra cá inteiro, sim?

Soluço desanimou:

– Não prometo nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Treinar o seu Dragão Interior" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.