Coração de Gelo escrita por Elle Targaryen


Capítulo 5
It's a heartbreak


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas.. mais um cap pra vcs.
Enjoy!!!



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Heartbreak Warfare

Emma andava de um lado para o outro na sala de espera do hospital. Regina estava desacordada tinha mais de meia hora e a loira não conseguia simplesmente ficar parada. Culpava-se. Não entendia direito o motivo, mas culpava-se. A luz azul esbranquiçada que vira brilhar naqueles olhos castanhos, com certeza não era algo normal. Regina havia sido atingida por magia, tinha quase certeza. O problema era pensar em quem faria aquilo, já que, mesmo com a paz “restaurada” entre os moradores da cidade e a prefeita, sabia que tinha muitos que gostariam de ver a cabeça da rainha numa bandeja. Pensava em possíveis causadores, descartava alguns. Tentava pensar da melhor forma possível até já não conseguir compreender o motivo de toda aquela preocupação. Seria a culpa? Sim, só poderia ser isso. Sentia-se culpada demais, o suficiente para agora fazer o que estivesse ao seu alcance para ajudar a morena.

O celular toca tirando a loira de seus pensamentos.

–Emma? Onde você está? – David pergunta do outro lado da linha parecendo preocupado.

–No hospital...

–O que aconteceu com você?

–Comigo nada, foi com... – Hesita para falar o nome da morena como se perguntasse a si mesma o motivo de estar ali. - com Regina.

–Como assim? O que aconteceu?

–Historia comprida demais...

–Ok, você pode vir pra casa agora? É um assunto urgente. Robin e seu pessoal encontraram algo na floresta.

–Hum... – Emma pensa por um segundo. Não deixaria Regina ali sozinha. Ela não tinha mais ninguém. Queria estar lá quando a morena acordasse. – Não pode vir aqui? Ela está sozinha aqui e...

–Ok, chego aí em dois minutos.

Sente um alívio por não ter de explicar muito seus motivos os quais nem ela mesma sabia muito bem, apenas não podia deixar Regina sozinha quando ela acordasse.

Volta para sua tentativa de abrir uma cratera no chão da sala de espera, quando vê o drº Whale saindo do quarto onde está a morena.

Se apressa para correr até o médico:

–Como ela está?! - Pergunta tentando não parecer tão aflita.

–Não conseguimos descobrir a causa. Só podemos esperar que acorde. – Whale fala de maneira calma.

–Como assim esperar ela acordar? E se ela não acordar? Você precisa fazer alguma coisa! – Fala muito irritada quase perdendo a paciência com o médico.

–Sinto muito, Xefire. Mas sou apenas um médico, não entendo nada sobre feitiços ou magias, apenas de ciência. Como médico não consegui encontrar a causa do “congelamento” da prefeita. Sugiro, se está tão preocupada assim com a Rainha Má que destruiu a vida de todos dessa cidade, que procure alguém com magia! – Responde de forma ríspida dando as costas a Xerife e seguindo pelo corredor do hospital tranquilamente.

Emma respira fundo sete vezes. Nunca tinha ido com a cara daquele médico bem antes da maldição ser quebrada, mas se ele poderia ajudar de alguma forma, não seria uma ideia muito boa descarregar toda a raiva e nervoso que sentia naquele momento. Dá as costas e vai direto ao quarto onde Regina estava. Bate na porta devagar e é recebida por uma enfermeira.

Entra de forma silenciosa como se Regina pudesse ouvir seus passos caso fizesse algum movimento brusco. Nunca soubera direito como se aproximar dela e adquirira aquele movimento instantâneo de chegar calmamente, como se quisesse apaziguar um possível desentendimento. Porém, naquele momento, o que a loira tentava apaziguar? A outra não tinha como atacá-la e ainda assim era suave a forma como se movia para perto de sua cama.

–Você poderia... – Pede olhando para a enfermeira que logo compreende a xerife e se retira do quarto.

Aproxima-se ainda mais da cama com a testa franzida num misto de preocupação e nervosismo.

–O que aconteceu com você, Regina? Quem fez isso? – Pergunta em voz alta olhando para a morena que parecia dormir um sono profundo.

Senta-se na poltrona ao lado da cama sem tirar os olhos do rosto da mulher. Queria vê-los abrir a qualquer instante dando a ver suas íris castanhas, estivessem elas com um brilho sarcástico de sempre ou com lágrimas a segurarem-se com todas as forças, como só Regina sabia fazer com seus sentimentos.

Debruça-se para perto de seu corpo. Dela emanava um frio de congelar por dentro que lhe fez arrepiar todos os pelos dos braços mais uma vez. Lembra-se da conversa na prefeitura. Do jogo de gato e rato que recomeçara e quase solta um sorriso ao se recordar que, na verdade, Regina não é tão durona assim; há sentimentos bons por debaixo daquele par de olhos intimidadores os quais nunca lhe intimidaram.

–Senhorita, Swan?! – A enfermeira chama sua atenção tocando em seu ombro. Havia entrado no quarto sem que Emma percebesse de sua presença, tão focada estava em analisar os acontecimentos recentes.

–Sim? – Pergunta meio aérea.

–Estão aguardando a senhorita na recepção, parece importante. Eu fico aqui com ela, ok? – Pede percebendo a preocupação em seu rosto e em sua postura quase debruçada na cama.

Emma compreende a cena e desconcerta-se. Retoma a postura como se tentasse anular a ideia que a enfermeira possivelmente fizera daquela cena.

–Obrigada. – Agradece e sai dando uma ultima olhada na morena.

Na recepção Robin, Hood e David esperavam por Emma.

–Finalmente!! – Fala Killian ao ver a loira se aproximar.

–Como ela está? – Robin se adianta perguntando sobre Regina. – David me falou que algo aconteceu com ela, o que foi?

Emma olha para o homem como se uma enorme interrogação pairasse sobre sua cabeça. O que ele fazia ali? Por que estava tão preocupado assim com Regina? Se realmente se preocupasse com ela que lhe tivesse ido atrás e tirado a morena de casa. Talvez ela não estaria naquela situação se ele simplesmente tivesse se mantido por perto.

Pisca os olhos rapidamente. O que estava mesmo pensando? Sacode a cabeça tentando limpar todos os pensamentos que lhe surgiram em menos de um segundo.

–Não sabemos. Drº Whale não faz ideia. Acha que foi magia. Ela está..., está congelada ou algo assim.

–Congelada como? Quem fez isso? – Pergunta novamente parecendo realmente preocupado. Aquilo irritava Emma. Ele havia deixado Regina ir embora, havia feito uma escolha, certo? Não tinha ido atrás dela durante todo aquele tempo, ou pelo menos pensava que não, então por que aquilo?

–Como disse, não sabemos. – Responde de forma direta.

–Você está bem, Love? – Killian pergunta tocando o braço da loira.

Emma apenas afirma com a cabeça e volta sua atenção para David.

–O que tinha de tão importante para falar?

O homem olha para Robin.

–Estava na floresta com minha família e amigos quando encontramos uma espécie de barreira invisível. Já estivemos lá muitas vezes desde que chegamos na cidade e posso garantir que não estava lá antes. Foi algo recente.

–Isso pode ter alguma ligação com toda essa neve. –David fala enquanto analisa a expressão distante da filha.

–Sim, é possível. Já falaram isso com Gold? Ele está procurando a causa..., na verdade não sei se confio nele. Da última vez que perguntei me pareceu misterioso demais e me veio com uma historia sobre confiança e paciência que..., não vem ao caso agora. – Fala quase deixando-se levar por aquele assunto do coração.

–Emma. – David chama a filha para o canto afastando-os do Robin e Hook. – Está tudo bem? Você me parece meio..., distante.

–Estou..., estou só um pouco preocupada com a Regina..., que dizer..., estou preocupada com tudo isso. Essa coisa que encontraram na floresta e esse desmaio da Regina com certeza estão ligados, preciso descobrir como...

–Hey..., você não está sozinha nessa. Sabes disso, certo? – Pergunta colocando a mão no ombro direito da filha.

–Certo. – Concorda relaxando os ombros. – Onde está Henry? Contou pra ele de Regina? Não quero que ele se preocupe.

–Está com Mary e Ruby. Não se preocupe, não disse nada.

–Ok.

–Então, quando vamos verificar essa coisa na floresta? Pra isso que estamos aqui, certo? – Killian pergunta se aproximando dos dois.

–Vamos agora, acho que podemos ir agora. – Emma responde tentando alinhar os pensamentos, os sentimentos, a postura, tudo que estava de cabeça para baixo naquele momento.

–E Regina? – Robin pergunta também se aproximando.

–Tem uma enfermeira com ela, qualquer coisa serei avisada. – Fala as duas ultimas palavras como uma vitória. Qual fora a luta, não fazia ideia, mas sentia-se estranhamente vitoriosa naquele momento.

Antes mesmo que os quatro pudessem deixar o hospital, a enfermeira aparece informando-lhes que Regina havia acordado. O primeiro impulso de Emma é de ir em direção ao quarto da morena, mas é um impulso interrompido pela rapidez com que Robin toma conta da situação e segue a enfermeira até Regina.

–Hey, Love..., é melhor você não se meter nisso. – Fala Killian segurando a loira tranquilamente.

David confirma com a cabeça e diz logo em seguida que precisam unir as pessoas da cidade, pelo menos as mais dispostas a encarar o problema, precisavam de quanta ajuda fosse necessário, pois não tinham ideia do que risco que corriam. Emma apenas confirma as palavras do pai enquanto olha em direção ao corredor.

Regina senta na cama levando uma das mãos ao peito e sem seguida à cabeça. Sentia todo seu corpo como se pisoteado por uma manada de elefantes. Estica a pescoço e inclina as costas para frente respirando o mais fundo que conseguia. Estava completamente confusa. A última lembrança em sua cabeça era a imagem dos olhos de Emma próximos o suficiente para perceber suas pupilas contraídas pelas luzes de seu escritório e um cheiro doce de canela seguido por uma escuridão absoluta.

–Regina? – Robin bate na porta do quarto e entra logo em seguida.

–O que faz aqui?! – Pergunta de forma grosseira.

–Vim conversar com você. – Fala se aproximando e sentando ao lado da morena.

–Não tenho absolutamente nada para conversar com você, senhor Hood. – Continua com seu tom nem um pouco amigável se esforçando para levantar da cama sem sentir-se tonta. Cambaleia por um segundo e é segurada por Hood que a guia de volta à cama.

–Você está gelada! Não está bem, Regina, não pode deixar o hospital.

–Que eu saiba você tem apenas um filho ele se chama Roland não Regina. – Fala sarcástica olhando o homem de forma dura.

–Ok, dada sua personalidade forte sabia que isso não seria fácil.

–Isso o quê? Seu pedido de desculpas por ter corrido para os braços da sua ex-atual-falecida-viva mulher?

–Regina... – Fala tentando se aproximar da morena que o impede dando-lhe a palma da mão como resposta.

–Não quero ouvir suas desculpas, não quero ouvir o que tem a me dizer.

–Você não sabe o que tenho a dizer.

A morena tenta engolir o nó travado em sua garganta como suco ácido. Revira os olhos tentando evitar que fiquem marejados. Aquilo era realmente difícil, difícil demais para ser ignorado.

–Fala. – Pede de forma seca.

–Procurei falar com você todos esses dias. Sua casa estava protegida, não consegui entrar. Não tinha como chegar até você.

Regina sorri com o canto da boca de forma irônica.

–Chegar até mim para quê? Esfregar na minha cara sua felicidade? Não, muito obrigada, não preciso disso.

–Não... Para dizer que..., - Abaixa a cabeça por alguns segundos levantando-a com os olhos direitos nos olhos de Regina. – É a única por quem consegui sentir algo em muitos anos, desde a morte de Marian. Você sabe disso. Você se tornou a minha chance de encontrar novamente o meu final feliz, o pedaço enorme que faltava na minha vida. Eu..., eu me apaixonei por você, Regina, mas..., reencontrar Marian depois de tanto tempo, depois de toda a dor que senti por sua perda não tem uma palavra de um sentimento capaz de traduzir isso.

Regina quebra o contato visual. Sabia exatamente do que ele falava. Já havia experimentado aquele sentimento assim como já havia experimentado a perda de seu grande amor duas vezes.

–Sei que você consegue me entender, Regina. Sei o que sente a mesma coisa em relação a mim, uma segunda chance. – Cala-se esperando uma palavra que não vem e então continua: - Não espero que me perdoe, apenas que não fique com raiva de mim ou de Marian...

–Ótimo, chegamos ao ponto, certo? Está preocupado que eu mate Marian! Fique tranquilo. Se quisesse já teria feito. Não tenho nenhum interesse em destruir sua vida. – Fala de forma rude.

–Não foi isso que quis dizer. Quero ficar em paz, Regina. O que sinto por você não sumiu. Fiquei tão preocupado quando soube que estava aqui, estou preocupado ainda e vou encontrar quem fez isso, vou ajudar, vou...

–Não preciso da sua ajuda! Não quero a sua ajuda! Sei me proteger perfeitamente bem, senhor Hood. – Fala fazendo menção de se levantar, mas é impedida pela mão de Hood segurando a sua.

–Me deixe ao menos tentar proteger você, pelo que ainda sentimos um pelo outro. Não vamos ficar em guerra, Regina. – Fala de forma segura e sincera deixando-a ver a súplica estampada em seus olhos.

“Deus, como é difícil”. Pensa.

Lutava bravamente contra as lágrimas que se formavam enquanto seu coração não parava de pular dentro do peito, bombeando por todo o corpo aquela sensação de estar caindo sem parar, de ter um buraco nos pulmões do tipo que não importa o quanto respire, ele não se fecha.

Engole mais uma vez tentando fazer o nó apertado de sua garganta descer, sem sucesso.

Abaixa a cabeça olhando para a mão de Robin em cima da sua. Foram tantas as reviravoltas para terminar assim? Tantos os encontros, desencontros e perdas na sua vida para que chegasse aquilo? Qual seria, verdadeiramente, o sentido de tudo o que causara? Maldição, ódio, vingança agora eram palavras sem sentido. Passara tanto tempo vestindo a máscara da rainha má e esquecera como era ser apenas Regina.

–Eu..., eu só queria... – As lágrima começam a cair a impedindo de terminar a frase.

–Ser feliz..., eu sei. – Fala levantando o queixo da morena enquanto ela tentava de forma inútil esconder os olhos.

Estava vulnerável demais.

Passara dias precisando daquilo, um abraço, um conforto; algo que ajudasse a colar um coração partido. Era orgulhosa demais para pedir, mas naquele momento se permitiu cair em seus braços deixando as lágrimas molharem o casaco do homem que cheira a floresta.

Do lado de fora do quarto, pelo vidro, com a desculpa em apressar Robin para que ele dissesse a localização da barreira invisível, Emma olhava a cena sem entender absolutamente nada do que se passava ali entre os dois abraçados e, muito menos, dentro de seu próprio coração.

–Com licença. Desculpa atrapalhar, mas..., temos de encontrar os outros e decidir o que faremos. – Emma fala entrando no quarto tentando não olhar diretamente os dois.

Regina rapidamente sai dos braços de Robin.

–O que aconteceu? – Regina pergunta recompondo o rosto molhado.

–Encontramos uma barreira na floresta e precisamos investigar. Pensamos que talvez tenha algo a ver com toda essa neve e agora com seu estado frio.

Emma faz uma expressão de impaciência ao ouvir Robin repetindo o que ela dissera a pouco. Cruza os braços no peito, olha para as próprias botas e então decide falar:

–Bem, espero você ou vocês lá fora. – Dá as costas e segue em passos pesados pelo corredor.

O ponto de encontro escolhido fora o Granny’s.

Todos se aqueciam ali dentro quando Emma aparece na porta seguida de David, Killian, Robin e Regina. Marian corre preocupada ao encontro do marido. Aquela situação toda, o perigo que corriam a amedrontava. Tinha medo de perdê-lo mais uma vez, tinha medo de perder-se dele e de Roland e, principalmente, tinha medo de Regina.

–O que ela está fazendo aqui?! – Pergunta raivosa.

–Marian..., já conversamos sobre isso. Regina não é mais...

–Ela ia me matar, Robin, Ela me matou!

–Vejo você bem viva na minha frente, querida! – Regina fala sarcástica continuando seu caminho até uma cadeira no fundo da lanchonete.

–Não graças a você, graças a Emma!

Ao ouvir isso, Regina revira os olhos e olha para a xerife que, ao invés de expressar algo no rosto, apenas a olha de volta friamente. A morena não compreende aquilo, mas também não se importa muito. Era ótimo que Emma não quisesse se aproximar dela, era ótimo que ninguém quisesse se aproximar.

Senta na última mesa da lanchonete num suspiro de cansaço.

Robin move-se em sua direção e é impedido por Marian.

–Robin..., como você pode... – A mulher para a pergunta. – Espera..., vocês..., você não me disse que..., não...! – Fala assustada enquanto Regina apenas olhava para ela e respirava fundo tentando manter a paciência.

–Por mim já foi suficiente. – A morena levanta-se impaciente querendo ir embora, mas é impedida por Emma.

–Espera. É importante. Precisamos entender o que é aquilo na floresta.

–Não vou ficar aqui para isso! – Fala apontando para Marian que discutia com Robin enquanto apontava para Regina. - Muito obrigada por me proporcionar esse show!

–Espera! – Segura a morena mais uma vez. – Por favor. – Pede e Regina aceita contrariada voltando a sentar-se.

–Então... – Emma começa a falar mais alto para todos ali presentes. – Precisamos conversar sobre algo importante aqui, seria muito interessante se todos se focassem nisso. Marian, Robin, por favor..., não é hora nem local, precisamos nos unir agora contra algo que ainda não sabemos o que é!

Nesse momento o sino da porta soa e Gold entra devagar alternando a batida de seus passos com os de sua bengala no chão de madeira.

–Sabemos, xerife. Só não estamos preparados para o que está por vir.


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Notas finais do capítulo

Então? Como foi? Comentem!



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