O enigma das bonecas escrita por Sadah
Sonhos tendem a ser agradáveis em momentos como os quais Jennifer passou para tentar criar uma “válvula de escape” para tanto sofrimento e dor, mas para o azar de Jennifer, em seu sonho ela estava sendo torturada pela Rainha. A Rainha dizia:
–“Pobre Vermezinho... Tão pálido quanto a neve, tão seco quanto palito, e tão frágil... vou marcar você para que não se esqueça de onde você veio...”
Dito isso a Rainha fez um “V” entre os seios de Jennifer e disse:
–“Uma vez Verme, sempre Verme” – começou a rir sem parar.
Jennifer acordara.
Para seu espanto lá estava a marca em carne viva que a Rainha deixara no seu sonho. Ela estava deitada no chão no centro do salão real, mas para seu alivio seu dedo estava enfaixado com curativos assim como suas feridas.
– Precisamos de você viva por enquanto – disse a Rainha com seu tom grosseiro.
– Obrigada... – disse Jennifer secamente – Obrigada vossa majestade.
– Não agradeça a mim, mas sim a sua amiga lá atrás.
Jennifer inclinou-se um pouco para ver o que havia atrás da poltrona da Rainha. Para sua surpresa e alegria, lá estava Amelie desenhando com um giz de cera na parede uma bela borboleta simples.
– Amelie! - Lá foi Jennifer chorando para abraçar sua amiga.
Ao abraça-la Amelie apenas falou no ouvido de Jennifer que estava aos choros de alegria.
– Eu a perdoo, tome este giz de cera branco par poder lhe ajudar na sua próxima tarefa Jennifer, posso apenas lhe ajudar enquanto estiver aqui no salão, nada mais posso fazer por você – disse Amelie no ouvido de Jennifer e colocando na mão de Jennifer o giz de cera.
Em seguida ela voltou a ser apenas uma boneca de boina vermelha e voltou para o seu acento entre as outras bonecas. Jennifer guardou o giz no bolço e voltou a se ajoelhar no centro da roda.
– Duquesa da Sala 6! – exclamou a Rainha para Amelie – não se esqueça de sua posição, não é cabível você sujar suas mãos com Vermes, eles não merecem a ajuda de nenhuma de nós. Lembre-se disso, caso o contrário você receberá uma penalidade, entendeste?
– Sim vossa majestade – disse Amelie.
– Pois bem – disse a Rainha virando-se para Jennifer que a olhava assustada – Caro Verme, você mostrou-se digno de mais um enigma ao responder o seu primeiro Enigma. Eis o enigma:
“De dia, é escuro como a noite, mas de noite brilha como o dia. Sobre sua luz a arma que o dia esconde se revela, mas quem brinca demais com a luz acaba cego eis o guerreiro cego.”
Dito o enigma, Jennifer se pôs a pensar.
– Que o Enigma comece! – disse a Rainha apagando as luzes e as acendendo de novo, mas sem as bonecas nos seus lugares.
Jennifer estava sozinha naquela sala outra vez, observava as velas acesas para tentar decifrar o enigma, pegou uma vela e a segurou. Observou a parte da corda que era preta e a outra que era a própria chama da vela, sem nenhum resultado recolocou-a no lugar. Pôs-se a observar a sala em geral, a mesa de jantar enorme, o grande piano velho e dentre outras coisas que iam se aglomerando nos cantos da sala, como: moveis, retratos e desenhos. Ela foi até a janela observar o campo que estava iluminado pela lua, até que ela viu um vagalume na janela tentando ascender a sua luz até conseguir.
– “Vagalumes!” – pensou.
Ela procurou entre o entulho aglomerado nos cantos do salão e encontrou um pote de vidro com uma tampa de plástico. Com muito cuidado conseguiu pegar o vagalume sem danifica-lo.
– “De dia, é escuro como a noite, mas de noite brilha como o dia.”! – falou Jennifer para si mesma - Você me levará até meu destino, não é? – falou Jennifer brincando com o Vaga-lume preso no pote.
Ela o soltou e ele foi voando em direção a porta com a tranca a senha. Jennifer colocou a senha e a porta abriu, o Vaga-Lume começou a voar em disparada pelo corredor, Jennifer pegou uma vela e saiu atrás dele enquanto a porta se fechava atrás dela.
Porém, enquanto Jennifer conseguia sucesso, as forças malignas daquela casa apenas se irritavam cada vez mais com seu êxito.
– Como um Verme pôde descobrir que o Vaga-lume era a chave para decifrar o enigma? – falou uma voz irritada.
– Calma, calma... – disse uma voz tentando amenizar o ódio das outras vozes – esse Verme realmente é esperto, mas veremos sua esperteza quando ele se deparar com a criatura.
– A criatura deve estar ainda vagando por outros corredores, lembrem-se de que este lugar é um labirinto de corredores e escadarias – disse uma voz.
Enquanto isso, Jennifer dobrava em cada corredor e subia cada lance de escadas em que o vagalume passasse. Para ela, ele estava indo em algum lugar alto, talvez para um ninho ou para guia-la simplesmente. Porém, o Vagalume entrara em um quarto, Jennifer olhou o numero do quarto, era o quarto numero 3, logo era o quarto da Princesa da Sala 3.
Jennifer entrou no quarto e fechou a porta para evitar encontrar com aquela criatura de novo. Sua alegria era pouca e diminuíra ainda mais quando viu que o Vagalume desapareceu, ela começou a procura-lo pelo quarto, o quarto tinha uma cama com lençol branco e cheio de rosas costuradas, havia um guarda roupa simples sem ser de mogno, uma mesinha de estudos pequena e outra para maquiagem tinha até um espelho. Jennifer desistira de sua busca, mas sua esperanças voltaram quando um inseto pousou em sua bochecha e saiu voando depois até o teto.
Ela olhou para o teto e pegou sua lupa, a sua antiga junção da lupa com a vela poderia iluminar coisas que ela não via a luz normal. Ao iluminar o teto haviam setas apontadas para um único centro, e era exatamente onde o vagalume estava, ela pegou a cadeira que estava junto à mesinha e a usou para subir e procurar por uma passagem. Sentiu pequenas precipitações formando um quadrado atrás do papel de parede do teto, utilizando suas unhas, ela rasgou o papel de parede e caiu uma corda que estava pendurada na portinha da passagem.
Jennifer desceu da cadeira e agarrou a cordinha, ao puxa-la a portinha cedeu e com ela veio uma escada. Jennifer mal podia acreditar no que via quando subiu as escadas, era um pequeno sótão, mas com o teto totalmente iluminado por vagalumes.
Centenas e centenas de Vagalumes iluminando o sótão, e iluminando também, uma menina que estava sentada no centro do sótão apenas observando os Vagalumes como se fossem estrelas.
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