O Mundo de Narem escrita por Beatriz Rozeno


Capítulo 9
Pendurando os sapatos da Guerra


Notas iniciais do capítulo

Olá Nareanos!! (Posso chamá-los assim?)
Enfim, capítulo entregue no sábado, como foi prometido. Acredito que irei antecipar a postagem do próximo, pois as minhas provas irão começar e eu preciso estudar :) Na segunda-feira, provavelmente irei postar, está bem??
Tenham uma ótima leitura *-*



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Naomi e suas outras companheiras esmurravam cheias de ódio a parede do campo de força. A raiva estampada em seus rostos malignos. Miguel havia chegado a tempo de salvar a vida da Rainha de Narem. Precisavam voltar logo ao lago, precisavam saber de tudo o que havia acontecido.

– Miguel!

Sofia gritou em meio à multidão de criaturas mágicas, correu em direção ao amigo e o abraçou fortemente.

– Você é maluco, sabia?

– É, eu sei! – respondeu sorrindo.

Olhando ao redor, percebia-se o estrago causado. Muitas casinhas destruídas, muitos outros seres feridos. Felizmente, nenhum deles morreu. Á eles, parecia que Naomi queria primeiro torturá-los com maldições, para depois matá-los de vez. A sorte deles foi que Naomi não teve tempo para realizar tal feito.

Lydia jogou-se na pedra mais próxima, lamentando-se das dores que sentia. Estava abatida de uma forma que Sofia jamais imaginou presenciar. As marcas dos dedos de Naomi ainda estavam em seu pescoço, provavelmente uma maldição de queimadura feita enquanto ela a enforcava com as próprias mãos.

– Como conseguiram pegar o dente-de-leão? – enfim perguntou Lydia.

Sofia explicou rapidamente sobre como havia avistado, antes de tudo, o dente-de-leão nas mãos da pequenina fada que mais parecia triste do que animada.

– Fomos atrás dela. Foi o Sammy que a deixou assustada, ele empunhou a espada, dizendo que a mataria e ela simplesmente nos jogou o dente-de-leão. Corremos para onde estava o Sol de Narem, e o colocamos lá. E tudo voltou ao normal... – explicou Sofia.

– Nós estamos muito gratos por vocês três. Se você, Sofia, não tivesse visto o dente-de-leão, se Sammy não tivesse o tirado das mãos da fada, e se Miguel não tivesse me salvado, provavelmente estaríamos todos mortos ou escravos de Naomi agora. Muito obrigada! – disse Lydia, com os olhos marejados.

Saudações aos três vieram de todos os cantos de Narem. A menina “palha” e o menino “graveto” eram ovacionados, juntamente com o sábio duende Sammy.

– Podemos ajudá-los a arrumar tudo. Estamos dispostos a isso – disse Miguel.

– Eu agradeço. Mas vocês já fizeram muito por nós hoje... Vão para casa, descansem. Voltem amanhã se quiserem, mas não se preocupem em ajudar. Pode demorar um pouco, mas vamos conseguir nos reerguer – insistiu Lydia.

– Está bem. Nós já vamos – disse Sofia. – Vamos Sammy, suba aqui.

O duende diminuiu rapidamente e foi colocado no bolso da garota. Seguiram de volta para casa, o céu estava extremamente escuro, já devia ser muito tarde. Suas famílias deveriam estar preocupadas.

– Eles vão nos matar – choramingou Miguel.

– Vamos dizer que nos perdemos...

– Pode até ser. Mas como vamos explicar como paramos no meio da floresta?

– Não sei. A gente diz que um bicho qualquer nos atacou na estrada e corremos pra floresta pra fugir dele, e acabamos nos perdendo. Resolvido – disse ela.

– Você sabe mentir melhor do que eu.

– Eu faço tudo melhor que você – respondeu sorrindo.

Ao chegarem perto da estrada, viram luzes vermelhas e azuis piscando em todas as direções. Sim, eles fizeram. Chamaram a polícia da cidade para procurar pelos dois amigos.

Quando saíram do meio das árvores, foi um alvoroço só. Os pais de Sofia e Miguel correram para abraçá-los. Estavam chorando, provavelmente por horas, pelo estado de seus olhos. Já eram quase meia-noite, haviam ficado muito tempo em Narem. A polícia e as famílias acreditaram na história do animal que encontraram na estrada. A história deles foi reforçada pelo machucado de Miguel, que todos acreditaram que tinha sido causado pelo tal animal raivoso.

A polícia foi embora, os vizinhos que estava acalentando os pais dos amigos, também se foram. Sofia encontrou um pouquinho de tempo para conversar com o amigo, sem que ninguém os ouvisse.

– Que loucura, não é? – perguntou ela.

– É sim... Uma verdadeira loucura! Quem diria não é? Nós dois, enfrentando fadinhas carnívoras e sedentas! Acho que eu nunca vou esquecer o dia de hoje!

Sofia riu um pouco. Estava impressionada com a animação de Miguel.

– Poderíamos ter morrido! Vocês sabe disso?

– Sei. Mas, vamos combinar, é sempre bom derrotar umas fadas carnívoras de vez em quando – respondeu baixinho.

– É... Acho que você tem certa razão!

Os dois riram juntos. E tiveram que ir embora, cada um para a sua casa. A aventura do dia havia acabado.

– Sua idiota! – gritou. – Como você deixou que pegassem a porcaria do dente-de-leão das suas mãos? Como? Se você não fosse a única maneira de voltarmos e destruirmos esse mundinho e a ridícula da minha irmã, eu juro que te matava!

Naomi, a rainha das fadas, brigava com a pequena fadinha. Aquela que havia deixado o dente-de-leão nas mãos das pessoas erradas, pelo menos para Naomi, era isso que ela tinha feito.

– Levem-na para a minha sala. Eu não posso matá-la, mas acredito que um pouco de tortura a fará lembrar de que lado está.

Aos berros, a criaturinha foi levada para o tal lugar. Que aparentava ser mais sombrio do que o próprio Vale das Fadas.

– Aqueles imbecis... Pensam que nos venceram! Não, não vai ser tão simples assim para eles. Dessa vez, quem gritou pela glória foi eles. Mas, na próxima, seremos nós! Nós gritaremos por nossa vitória. Vamos ter Narem em nossas mãos, e depois, eu vou matar a minha irmã. Já vou avisando, não toquem nela, aquela lá é minha! – lembrou Naomi. – E na próxima, nada de dente-de-leão! Uma baboseira só! Vamos recuperar nossos poderes sozinhas, vamos voltar lá e surpreendê-los! A tranqüilidade em que eles vivem... Isso vai acabar! Para sempre...


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Notas finais do capítulo

Não deixem de me dizer o que acharam. Elogios e críticas (sugestivas) serão aceitos!
Nos vemos no próximo! Até!