O Mundo de Narem escrita por Beatriz Rozeno


Capítulo 2
Lydia, a Rainha de Narem


Notas iniciais do capítulo

Enfim, capítulo novo! Tenham uma ótima leitura *u*



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Sofia mal podia acreditar no que estava vendo. Todos aqueles seres, bem ali, na sua frente, encarando-a como uma estranha. Muitos pareciam sussurrar algo para os outros, mas a tentativa deles faliu. Porque a menina conseguia escutar cada palavra que eles pronunciavam: “É uma humana. O que será que ela quer aqui?”

“Nossa, eu achava que eles eram menos estranhos pessoalmente”.

“Vocês viram o cabelo dela? Parece palha queimada”.

Todos ficaram se encarando por alguns minutos, talvez procurando o que fazer, o que falar. Os centauros fizeram um movimento tanto quanto ameaçador, o que deixou a garota um pouco assustada, mas logo recuaram. O que aqueles seres mais apreciavam, era a paz. Jamais atacariam alguém, até aquele alguém representar uma ameaça para eles.

Um movimento rápido no lago chama a atenção de Sofia. Alguém está surgindo lá de dentro, parece haver um declive na beira do lago e uma pessoa, ou seja lá o que for, está submergindo de lá.

Era uma mulher, tão linda, tão deslumbrante, que paralisou Sofia por alguns segundos. Na realidade, deveria ser uma sereia, que obtinha forma “normal” quando saía das águas. Tinha cabelos longos, que chegavam aos joelhos. Uma roupa justa, bem colada ao corpo, o que a valorizava ainda mais. E ela era absurdamente azul. Seus cabelos, seus olhos, as flores presas atrás das orelhas, que por sinal se transformavam em guelras quando ela retornava à água, sua roupa e seus sapatinhos brilhantes. Menos a sua pele, que era bem branquinha.

Ela vinha se dirigindo à Sofia, de forma bem cautelosa.

– Olá! É gratificante receber você aqui. Há décadas que não recebemos visitas. Meu nome é Lydia. Qual o seu, menina? – disse ela com uma bela voz.

– Sofia, meu nome é Sofia.

– Prazer – disse ela estendendo a mão. – Seja bem-vinda à Narem.

Sofia apertou sua mão, que era macia, mas um pouco gelada.

– Venha comigo, irei te apresentar o nosso lar. Não se acanhe, somos passivos.

Ainda um pouco receosa, Sofia acompanha a bela Lydia. Os outros habitantes do lugar retornam às suas atividades normais, deixando as duas à vontade para explorar o lugar. Primeiramente, a bela sereia levou Sofia até o lago de onde ela havia saído.

– É aqui que nós, sereias, vivemos. Passamos a maior parte do tempo aí dentro, quando não, viemos para cá, ajudar nossos colegas – explicou ela.

Sofia olhou bem para o lugar. Conseguia ver as sereias indo para lá e para cá. Muitas paravam para lhe dar “tchauzinhos” e mandar beijos para ela. Acenando felizes. Sofia nunca viu seres tão magníficos, eram simplesmente perfeitos. Os cabelos eram brilhantes, as caudas eram douradas, os rostos não possuíam um defeito sequer. Aquilo era o paraíso.

– São lindas, não é? – perguntou Lydia.

– São... Totalmente incríveis – respondeu a menina maravilhada.

– Venha, ainda tenho muito que te apresentar.

Lydia levou a garota para o lugar chamado “Vale dos Duendes”. Onde seres muito pequenos e gorduchinhos andavam pra lá e pra cá. Carregando pequenos caixotes, construindo novas casinhas. Eles não eram muito simpatizantes, murmuravam discordâncias quando passavam pela “Humana de palha na cabeça”, de acordo com eles, era com isso que ela parecia. Mas, isso não tirava a “fofura” deles.

Agora, elas estavam na “Vila dos Centauros”. Aqueles que eram meio humanos, meio cavalos. Eram extremamente sérios, mas faziam reverências quando por elas passavam, demonstrando o respeito que tinham por Lydia. Apesar de sua seriedade, não deixavam de ser deslumbrantes.

Sofia estava passando com Lydia por um lugar muito escuro e sombrio, a menina passou a ter medo.

– O que é aqui? – perguntou ela.

– É o vale das fadas. Escute o que estou lhe dizendo: Jamais ultrapasse este lugar. Elas são perigosas, podem parecer fofinhas e alegres de início, mas depois te deixam apenas em ossos. São carnívoras, e odeiam companhia – explicou a sereia.

– Tudo bem. Entendi o recado – disse Sofia, querendo que Lydia a tirasse daquele lugar.

Estavam de volta ao centro de Narem, perto do lago.

– Gostou daqui?

– Claro que sim. É espetacular, nunca poderia imaginar que existissem coisas assim. Que um lugar como Narem estava aqui, bem pertinho de mim.

– Realmente, é um mundo encantador...

– Eu percebi que muitos respeitam você por aqui. Não entendi exatamente.

– Isso é fácil de explicar. Eu sou a Rainha de Narem. Melhor, a segunda rainha, a nossa primeira infelizmente veio a falecer a alguns séculos atrás – disse ela.

– Séculos? Narem existe a tanto tempo assim?

– Claro! Muito mais do que você consegue imaginar...

Sofia admirou-se por alguns segundos, e lembrou-se que tinha de voltar para casa.

– Eu preciso ir. Minha família deve estar preocupada comigo...

– Ah, claro! Tome este mapa! Você poderá retornar para casa, e pode vir aqui quando quiser – disse Lydia.

A sereia entregou-lhe o mapa, que era totalmente branco, mas que ganhou linhas e formas no momento em que Sofia o tocou. Ela via um pequeno pontinho piscando, onde estava escrito ‘casa’.

Ela voltou pelo mesmo lugar por onde entrou. Deu uma última olhada para trás. Todos observavam sua partida. Ela deu um aceno para eles, que retribuíram o gesto. Até mesmo os mais chatinhos, os duendes, admitiam que era bom receber uma visita de vez em quando.

Ao sair da caverna, percebeu que o lugar se fechara, sozinho. Retornou a atenção para o mapa, e seguiu todas as instruções que ele lhe dera. O mapa era um pouco confuso, possuía muita linhas, multicoloridas, mas logo a garota conseguiu seguir sua linha de raciocínio. Cerca de uns 20 minutos depois, ela estava na estrada, e seguiu correndo para casa, que era logo no final da rua. A alegria era imensa, estava feliz por ter conseguido chegar são e salva. Mas, não sabia como iria reagir quando chegasse em casa, como iria explicar aos seus pais o modo como conseguiu voltar? Será que seus pais iriam dar-lhe uma bronca, ou ficar satisfeitos em vê-la? Não havia mais tempo para perguntas em sua mente, já estava abrindo a porta e preparando-se para encarar sua família.


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Notas finais do capítulo

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Até o próximo!