O Mundo de Narem escrita por Beatriz Rozeno


Capítulo 1
Narem


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma ótima leitura!!*-*



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Há dois séculos, uma violenta e sangrenta guerra quase dizimou a vida em Narem. Tudo começou com uma breve discussão sobre um território ainda não habitado. As fadas queriam o lugar para que pudessem cuidar de suas crias em paz. Já as sereias, queriam o pedaço de terra para treinar as suas habilidades com a magia. Os duendes se uniram às sereias, que, naquele momento, eram mais fortes e experientes em batalha. Todos os outros seguiram seus exemplos, voltando-se contra as pequenas fadas.

Mesmo sozinhas, as criaturinhas com asas lutaram com todos até o fim. Não adiantou muito, depois de semanas em guerra, elas foram vencidas. No final, conseguiram ganhar aquele pedacinho de Narem, mas da pior maneira possível. Os centauros lançaram no lugar um feitiço protetor, sendo assim, nenhuma fada conseguiria passar o escudo. Ganharam também presas afiadas, e se tornaram carnívoras, atacando qualquer coisa. Algumas até passaram a devorar umas as outras. Algumas delas conseguiram suportar as dificuldades, e passaram a procriar, formando um novo povo que conseguia resistir aos seus instintos. Mas, mesmo assim, elas viveriam ali, presas. Para sempre.

– Vamos Sofia! Já está cansada? Ora, eu pensava que você conseguia ser mais rápida que isso!

– Não seja tolo, Miguel! Eu logo conseguirei te ultrapassar!

Sofia e Miguel, melhores amigos, disputavam uma corrida de bicicleta nos arredores do seu bairro. Na realidade, Sofia não se atrevia a chamar o local de “habitável”. A maior parte era só floresta, sua família se mudara para uma área ambiental. Que absurdo! Pensou ela quando chegaram. Não aceitava o fato de ter de morar naquele lugar, até conhecer Miguel, que logo ganhou a simpatia da garota, tornando-se seu melhor amigo. Já fazia quatro anos desde o dia em que se conheceram, quando ela tinha apenas dez anos, e ele também.

– Eu disse que ganharia – diz Miguel derrapando com sua bicicleta.

– Você teve sorte! Apenas isso – retruca.

– Isso é conversa de perdedor!

– Você vai ver quem é o perdedor seu idiota!

Sofia apanha algumas pedras da estrada mal asfaltada, e atira no colega. Com todas as suas forças.

– Ai, Sofia! Você precisa ser mais feminina de vez em quando!

– Mas eu não quero – gritava ela jogando mais pedras em Miguel.

O garoto monta em sua “bike” e apressa a pedalada. Sofia enche a mão de pedrinhas e coloca em sua cesta. E logo vai atrás dele, jogando ainda mais pedras. Nesse vai e vem, de jogar pedras e segurar o guidão, a menina perde o equilíbrio e acaba caindo no riacho que tem ao lado. Deslizando pelo barranco e depois caindo de cara no lago.

– Sofia!

Miguel larga sua bicicleta e corre atrás dela, que estava sendo levada pelas águas.

– Segura naquele tronco, Sofia!

Mas a correnteza estava forte, e não adiantou de nada segurar o caule solto da árvore. O riacho continuava seguindo, só que para a esquerda, adentrando mais na floresta. Miguel não iria conseguir acompanhá-la.

Sofia continuava sendo levada pelas águas, batendo nas rochas, aqui e acolá. Depois de muitos minutos de angústia, ela consegue segurar-se em algumas raízes e escalar a parede rochosa, voltando sã e salva para o chão da floresta. Estava perdida, não fazia idéia de onde estava.

Começara a anoitecer. Ela estava encharcada, e começava a fazer muito frio. Logo Sofia avista uma pequena caverna, muito minúscula. É o melhor lugar que se tem aqui pra ela ficar agora. Quando está lá dentro, bem encolhida, algo lhe chama a atenção. Uma parede pequena de pedras, e, bem abaixo, uma luz forte que vinha do outro lado. Seria o caminho de volta para a estrada? Ela passa a remover todas as pedras, e as jogando do lado de fora da caverna. A luz estava ficando mais intensa.

Mas não eram as luzes do poste da estrada. Nem perto disso. Sofia se via agora em um lugar muito bonito, mas que chegava a ser estranho. Tudo era exageradamente iluminado. Haviam flores por todos os lugares, pequenas casinhas de um lado, e outras enormes do outro. Bem no meio do local, um grande lago. Espere... ela viu bem? Aquilo era uma... sereia?

– Estou ficando louca – sussurrou.

Um pequeno duende saiu de sua casinha, e avistou a garota. Eles se encararam por alguns poucos segundos. E o pequeno ser soltou um grito agudo:

– Uma humana!

Rapidamente, todo tipo de “coisa” apareceu para ver a cena. De todos os lados, vinham centauros, duendes, e do lago, surgiam rostos que tinham guelras no lugar das orelhas. Aquilo só podia ser um sonho, não poderia estar acontecendo. Quaisquer fossem os pensamentos de Sofia, ela tinha certeza, aquele era o lugar mais lindo que já vira em toda a sua vida.


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Notas finais do capítulo

E então? Ficou bom para um primeiro capítulo? Comentem o que vcs acharam, está bem?Até o próximo!