Acordei com o alarme. Eram sete horas da manhã. Levantei sentindo uma dor nas costas, perto do pescoço, provavelmente dormi de mal jeito.
Fui no banheiro, Tiago já não estava em seu quarto, mas não me preocupei, ele é forte o suficiente para cuidar de si mesmo sozinho.
Senti um cheiro muito bom vindo da cozinha. Panquecas. Não pensei duas vezes antes de ir correndo até la.
–--Bom bia! ---disse minha mãe me olhando por trás do ombro. Ela estava cozinhando panquecas americanas, minhas favoritas. Parecia cansada, com olheiras enormes embaixo dos olhos.
–--Bom dia ---respondi.
–--Dormiu bem? --- perguntou Tiago me abraçando por trás.
–--Sim e você? --- Ele não respondeu, só me deu um beijo suave e fez cafuné em minha cabeça.
–--Ou! Vocês não estão em uma lua de mel! --- disse uma voz vindo da sala.
–--Pai!--- gritou Tiago surpreso--- O que você está fazendo aqui?!
–--Eu vim ver se você estava fazendo seu trabalho! ---respondeu Harry.
–--Como você entrou aqui? ---perguntei me soltando de Tiago. Senti minhas bochechas corarem. Não era para ninguém saber de nosso namoro, alem da minha mãe, é claro, ela foi minha única amiga por muito tempo.
–--Pela lareira! E não adianta esconder, todo da Ordem sabe que vocês estão namorando...
–--Como?!
–--Ops...--- disse minha mãe colocando um prato cheio de panquecas na mesa.
–--Mãe! ---gritei mas para falar a verdade eu não estava brava. Mais cedo ou mais tarde eles iam acabar sabendo.
–--Tabom, chega de papo. Eu vim aqui por outro motivo--- disse Harry colocando um jornal do mundo trouxa na mesa.
–--"Homem com poderes desconhecidos é preso por assassinato de três pessoas"--- li em voz alta --- Que que tem?!
–--Serio Mary? Poderes desconhecidos aqui no mundo trouxa! Ele pode ser o comensal!--- respondeu Tiago animado.
–--Calma, vocês não leram tudo --- disse minha mãe entrando da conversa --- "mesmo depois de ser preso, saiu da prisão misteriosamente".
–--Vocês realmente pensam que é ele?! --- falei.
–--E você não? --- respondeu Harry.
–--Tabom. É melhor investigarmos isso então--- conclui.
Sentamos na mesa e comemos as panquecas. Comi tantas que perdi a conta, tinha sentido falta daquele delicioso gostinho de blueberry e morango misturado com manteiga e mel. Humm!
Depois fui para o meu quarto e no meu computador pesquisei bastante sobre os tais poderes sobrenaturais daquele tal homem. Troquei de roupa, penteei meu cabelo, que curiosamente estava mais roxo, e o prendi em um rabo de cavalo. Fiz minha maquiagem e coloquei meu óculos. Peguei uma mochila e coloquei algumas coisas que achei útil como álcool em gel, um caderno, algumas canetas, etc.
–--Vamos? --- disse para Tiago enquanto abria a porta do quarto.
–--Vamos--- respondeu ele levantando da cama e fechando o livro que estava lendo.
Saímos de casa e fomos até a estação Covent Garden que era perto de minha casa. No caminho Tiago e eu estávamos de mãos dadas e ele estava observando tudo e em seus olhos pude ver que estava impressionado com a cidade. Pegamos o metro e Tiago não parava de fazer perguntas o caminho todo o que me irritava um pouco, mas ele fica tão fofo quando fica curioso que não pude deixar de responder todas as suas perguntas.
Chegamos na estação Baker Street, estação mais próxima da delegacia que prendeu o tal homem com poderes anormais.
–--Bom dia. Com o que posso ajudar? ---perguntou um homem loiro com uma cara séria.
–--Com licença, eu gostaria de saber se é essa a delegacia que prendeu Gregory James --- disse mostrando uma foto do homem com poderes desconhecidos.
–--Sim, é essa delegacia. Por que?
–--Meu nome é Mary Ann e esse é Tiago---disse apontando para Tiago--- somos estudantes de jornalismo e gostaríamos de fazer uma matéria sobre esse caso, você poderia nos dar mais informações?
–--Claro!
O policial nos falou várias coisas que eu considerei inúteis mas Tiago estava anotando tudo. O policial nos mostrou a cela onde Gregory ficou, mostrou o carro que o transportou até a delegacia, mostrou tudo. Eu tirei algumas fotos mas eu já tinha percebido que aquele homem não tinha poderes desconhecidos, ele subornou alguns policiais para soltarem ele!
–--Acho que é só isso que tenho para mostrar para vocês--- afirmou o policial.
–--Muito obrigada.
Saímos da delegacia e a caminho do metro ouvimos gritos. Mas não eram somente gritos, eram gritos conhecidos.
–--Você ouviu isso? ---perguntei.
–--Sim... Parecem gritos da minha mãe!
Trocamos olhares e corremos em direção aos gritos. Entramos em uma rua sem saída e Gina estava lá junto com mais dois caras apontando armas para ela. Tiago começou a correr em sua direção mas eu o parei.
–--O que você está fazendo? ---sussurrei --- Você não pode chegar lá desse jeito, você vai ser morto!!
–--Então o que a gente vai fazer!
–--Você está com a sua varinha ai?
–--Sim, mas eu não posso usa-la fora de Hogwarts!
–--Quem se importa!? Temos que salvar sua mãe!
–--Está bem. Mas o que eu faço?
–--Petrificus Totalus neles! --- falei um pouco animada demais.

E Tiago os petrificou e saiu correndo parraver se sua mãe estava bem.

–--Tiago! ---exclamou Gina --- O que você está fazendo aqui?

–--Eu estou aqui para fezer um trabalho. O que você está fazendo aqui?

–--Eu vim comprar algumas coisas que só tem no mundo bruxo ---resspondeu Gina ---Muito obrigada por ter me salvado.

–--É melhor a gente voltar para casa…---falei.

–--Claro. Ah! Mãe! Essa daqui é a Mary, minha namorada.

–--Prazer em conhece-la ---Falamos em coro.

E fomos para a estação de metro.