A Procura do Desconhecido escrita por Sofia Forbes


Capítulo 37
Decepções e Supresas


Notas iniciais do capítulo

Antes que comece a pedir desculpas, gostaria de agradecer a Nina Black por ter me dado inspiração para escrever novamente, e a minha playlist de músicas que tem feito parte da minha vida na hora de escrever muitos dos meus capítulos, principalmente esse.
Sei muito bem que faz muito tempo que não posto, mas espero que me entendam quando digo que estou atolada de lição, provas e trabalhos. Mesmo assim espero que meus bloqueios sumam e que eu consiga postar mais.
Esse capitulo é sobre um casal, que na minha opinião, estava sumido, mas que eu tenho muitas ideias para eles e que vão aparecer mais vezes. E o comecinho é sobre aquele nosso casal, no qual eu deixei um leve suspense no capitulo anterior.
Beijinhos e vejo vocês lá embaixo.



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(Versão Marie)

Max estava me beijando.

Bom, teria sido esse tipo de beijo, mas seus lábios tocavam minha bochecha direita.

Foi nesse curto espaço de tempo que começamos a ouvir a gritaria do lado de fora.

As pessoas pararam de dançar, e os seguranças correram para ver o que estava acontecendo.

– Ei! O que está havendo? – Perguntei para Edward que estava passando de mãos dadas com uma garota.

– Parece que tem alguém tentando entrar a todo custo. – Ele respondeu com o cenho franzido.

Aquilo não parecia bom. Poderia ser um ladrão, um assassino, um fugitivo da policia querendo fazer reféns, ou pior, poderia ser...

– MARIE! – Alguém gritou meu nome, e percebi que o chamado vinha de alguém da rua.

– É isso mesmo? Marie? – Max perguntou preocupado ao meu lado.

Não sabia quem poderia ser, mas alguma coisa me disse para correr até lá.

Quando o chamado se repetiu, dessa vez com mais força, minhas pernas me levaram até o hall de entrada. Algumas pessoas atrás de mim tentaram me impedir, mas mesmo assim consegui correr até lá.

– Por favor, não faça isso... Só precisamos encontrar uma pessoa que está lá dentro! – Outra voz disse, e dessa vez me pareceu mais familiar.

Dei a volta da pequena parede que nos separava e dei de cara com Henry, tentando ser contido por seguranças e Chris tentando ajuda-lo, mas sem sucesso.

– Marie... – Henry soltou como um suspiro.

– O que fazem aqui? – Perguntei espantada.

– Você os conhece senhorita? – Um dos seguranças perguntou.

– Conheço, e, por favor, poderiam soltá-los? Tenho certeza que não faram mal algum.

Com o meu pedido, o segurança assentiu e todos eles se afastaram, soltando Henry.

Enquanto caminhava até eles, senti uma mão me contendo pelo ombro. Assustada, olhei para trás e vi Max com uma expressão de alerta, como se Henry e Chris pudesse me ferir a qualquer momento.

– Está tudo bem. – Disse me desvencilhando de sua mão.

– O que fazem aqui? – Perguntei quando cheguei até eles.

Senti uma sombra atrás de mim. Max estava me acompanhando.

– Eu precisava te ver... Depois de tudo aquilo, eu precisava vim aqui te ver. – Henry respondeu como se estivesse sentindo uma dor terrível. Uma dor que ele não sabia como cuidar.

– Me desculpe pelo transtorno. Eu disse a Henry que não tinha como entrar na festa, mas ele insistiu em vir mesmo assim. – Chris completou enquanto se lamentava.

Balancei a cabeça indicando que Chris não tinha que pedir desculpa, em seguida falei tentando encarar Henry:

– Já que está aqui, poderia me dizer o quer.

Henry se recompôs, ajeitou a blusa amassada e passou as mãos nos cabelos emaranhados.

– Pode ser a sós, por favor? – Ele perguntou enquanto olhava de Chris para Max.

– Não acho que seja uma boa ideia. – Dessa vez quem disse foi Max. Ele parecia alarmado. Andou até mim e parou do meu lado com a mão no meu ombro.

– E eu não acho que seja uma boa ideia você se intrometer nesse assunto – Henrique se irritou – Afinal quem é você mesmo? Já é outro que você está carregando por aí Marie?

Meu espasmo foi tanto que não consegui responder, mas quando vi Max já estava a meio metro de mim, andando em direção a Chris e Henry.

– Como ousa?

– Ah vai ser assim loirinho?

– Henry, por favor, chega! – Chris falou já se preparando caso algo acontecesse.

Em um minuto, os dois já estavam cara a cara.

– Como assim? É isso mesmo Marie? Vai ficar aí parada enquanto essa loira oxigenada vem aqui se intrometer e dar uma de macho? – Henry perguntou com sarcasmo enquanto um sorrisinho brotava no canto da sua boca.

Depois disso, claro, foi um borrão. Até que alguma coisa enfim saiu da minha boca.

– Parem!

Chris estava tentando separá-los, mas não estava se saindo com muito sucesso.

Corri até eles e chamei Max enquanto tentava segurá-lo.

– O que é isso vocês dois?! – Exclamei, até que consegui conter Max e Chris puxar Henry para longe.

– Então só pode ser ele o tal cara que você disse... – Max disse passando a mão na boca para ver se estava tudo bem.

– Contou de mim pra ele?! – Henry perguntou nervoso.

Ignorei seu comentário e devolvi:

– Se quer mesmo conversar comigo, devia parar de agir como um idiota.

Henry não conseguiu dizer mais nada. Apenas concordou com a cabeça e se recompôs novamente.

– Max e Chris, poderiam nos deixar a sós, por favor? – Pedi olhando de um para o outro.

Com um pouco de receio, Max aceitou e os dois foram para dentro.

– Eu sinto muito por tudo o que aconteceu. – Henry foi o primeiro a falar. Depois de uma longa pausa, continuou – Eu tinha que explicar tudo o que você viu, porque... Porque te ver daquele jeito doeu em mim, foi um sentimento que nunca tinha sentido antes, como... Como se algo tivesse errado depois de muito tempo. – Lentamente, ele foi andando até mim.

– Talvez muitas coisas estejam erradas depois de muito tempo. Henry, eu sei o que eu vi... E além do mais, as coisas mudam, as pessoas mudam... Nada é o que é para sempre.

– Mas eu não quero que as pessoas mudem, muito menos você... – Ele disse dessa vez já a poucos centímetros de mim.

– Sempre fui a mesma, você que resolveu se afastar, me afastar de você... E eu sinto muito por isso, porque... – Eu não consegui terminar a frase, não queria dizer realmente o que estava sentindo. Apenas suspirei e abaixei o olhar. Quando voltei a olhar para ele, Henry sorria bem próximo do meu rosto, e eu pude sentir sua respiração desacelerar.

– Eu nunca me senti assim, não sei exatamente o que é isso, o que me moveu para vir até aqui apenas para te ver, e a propósito você está linda. Mas, Marie, eu não posso...

Por mais que estivesse magoada, eu sabia o que era aquilo, sabia o que o tinha movido para vir até aqui me ver, mas resolvi não falar, resolvi que o melhor seria apenas fazer de conta que um dia eu poderia ter sido feliz com ele. Resolvi não entregar meu maior tesouro na mão da pessoa que o tinha jogado fora.

– Seja como quiser Henry... – Disse me afastando e indo embora.

Ele não fez nada, apenas me deixou ir.

(Versão Allan)

Assim que acordei, não encontrei Isabelle do meu lado. Sim, nós tínhamos dormido juntos, mas apenas isso. Levantei-me e fui procurá-la.

Já fazia um tempo em que isso vinha acontecendo, e não demorou pra que eu a encontrasse.

– Está frio aqui fora. – Disse enquanto me sentava ao seu lado.

Ela estava no quintal, sentada no banco de balanço observando o carvalho que tinha mais a frente.

Estava linda, usando uma calça pijama e uma regata de alcinha fina. Os cabelos loiros presos em um coque frouxo deixavam aparentes suas olheiras. Parecia exausta, olhos pequenos e distantes.

– Tive outro pesadelo, então não consegui mais dormir. – Ela respondeu sem tirar seus olhos do carvalho branco.

– Por que não me acordou? – Perguntei enquanto passava a mão no seu braço. Estava frio.

– Não podia fazer isso com você, afinal já atrapalhei demais... – Ela respondeu, dessa vez me olhando nos olhos.

Me aproximei mais e antes que ela esperasse, lhe puxei para um demorado abraço.

– Você nunca atrapalhou e nunca vai... Já disse que pode me chamar quando precisar.

Belle assentiu e depois se soltou dos meus braços. Cheguei mais perto e ela deitou a cabeça no meu ombro.

– Minha mãe adorava carvalhos brancos, eram suas árvores preferidas e toda vez que vejo um, me lembro dela.

– Se quiser posso mandar cortar a árvore. – Disse com sarcasmo.

– Claro que não, afinal adoro ter boas lembranças dela.

Ficamos ali por mais alguns minutos, e então ouvimos o portão da garagem fechar. Meu pai tinha saído mais uma vez sem avisar.

– Eu não sei porque ainda me importo... – Disse para ninguém em especial.

– Porque você o ama, e eu te adoro por isso. – Isabelle disse me encarando e em seguida me dando um beijo demorado.

Depois de um tempo, entramos e fomos fazer alguma coisa para comer.

Isabelle queria ovos mexidos e bacon, então aproveitei e fiz um suco de laranja.

– Aonde será que ele vai todos os dias tão cedo? – Ela perguntou antes de beber um pouco do suco.

– Dia de semana ele sai para trabalhar, mas hoje é domingo. Não vejo razão pra sair assim, do nada.

Belle deu de ombros e voltou a comer, quando a campainha tocou.

Corri para abrir, quando me deparo com Caroline e Toni, e detalhe: de mãos dadas.

– O que fazem aqui? – Perguntei surpreso.

– É bom te ver também amigo! – Toni respondeu já entrando e jogando seu casaco em cima do sofá.

– Belle está aqui? – Carol perguntou.

– Na cozinha.

Ela assentiu e saiu correndo.

– O que foi aquilo? – Perguntei com um sorriso malicioso no rosto.

Toni revirou os olhos e deu um breve sorriso, como se entendesse o que eu estava perguntando. Em seguida, soltou um suspiro demorado, e respondeu:

– Digamos que estamos nos entendendo... Care é uma garota incrível... E...

– E você está apaixonado! – Completei sorrindo de canto a canto.

Ele riu e balançou a cabeça.

– Quem diria, não é mesmo.

– Essas garotas... Fazem mágica! – Soltei enquanto me jogava no sofá.

(Versão Isabelle)

– Oi loira! – Carol disse assim que entrou na cozinha.

– Sabia que são apenas oito horas da manhã? – Perguntei indignada.

– Sim...

– Então o que fazem na casa dos outros a essa hora?

Care pareceu pensar um pouco. Depois se sentou ao meu lado, roubou um bacon do meu prato e por fim respondeu ironicamente:

– Nada... O que, eu to com fome! – Ela continuou quando viu minha cara.

Cara, ela estava roubando minha comida!

Apenas deixei ela comer tudo, afinal sou uma boa amiga.

– E então, como você está? – Carol finalmente perguntou.

– Eu to bem... Ficar aqui com Allan está me fazendo bem, mas tem uma coisa que está me deixando intrigada.

– Pode dizer.

Fazia um tempo que eu vinha escondendo esse segredo de todo mundo, apenas Allan sabia, e eu imaginei que estava na hora de contar. Afinal não era qualquer coisa.

Contei toda a história da carta, do que minha mãe escondeu de mim por anos, e que meu pai estava vivo. Quando terminei de contar, Care apenas ficou em silêncio, absorvendo cada palavra que eu tinha dito.

– Eu imagino como dever ter sido pra você descobrir isso agora, e ainda mais desse jeito, mas apenas, por favor, me prometa que não vai fazer nenhuma coisa imprudente. – Ela disse por fim.

– E o que seria imprudente pra você? – Perguntei achando graça.

– Olha, digamos que sair andando de carro bêbada, andar na rua pelada, e coisas como esconder esse segredo das suas amigas por mais de um dia.

– Desculpa, mas é que era uma informação muito importante, e não é qualquer coisa... Caramba, meu pai está vivo! Isso não acontece todos os dias! – Exclamei enquanto imitava um pastor em um dia de pregação.

– Seu pai está vivo?! – Toni perguntou surpreso aparecendo na porta da cozinha.

– Está vendo! Todos ficam com essa cara quando conto.

Allan levantou os ombros e concordou.

– Mas enfim, preciso fazer alguma coisa. – Completei pensativa.

– Que seria o que? – Toni perguntou se aproximando e tomando um pouco do meu suco.

Revirei os olhos.

– Continuo com fome, e agora vocês vão ter que fazer mais comida para mim. – Falei apontando para Carol e Toni.

Como se eu não tivesse dito nada, todos continuaram olhando para mim, ansiosos para saber minha resposta.

– Vou procurar pelo meu pai.

– O quê?! – Todos perguntaram em uníssono.

– É isso mesmo, e você vai comigo. – Disse apontando para Allan.

(...)

Depois de todos tentando me convencer a não fazer isso, Care finalmente concordou que eu tinha todo o direito de procurar por ele, mas insistiu que Allan fosse comigo.

Sem mais nenhuma discussão, Toni tentou fritar bacons e fazer ovos mexidos para todos, mas sem nenhum sucesso, queimou tudo e o alarme de incêndio da casa apitou, e água começou a cair pela cozinha.

– Que droga Toni! – Allan exclamou irritado.

Todos riram e mais tarde, Care e Toni foram embora com a desculpa que precisavam fazer alguma coisa importante.

– Você tem certeza de que quer fazer isso? – Allan perguntou enquanto subíamos as escadas para trocar de roupa.

– Não, mas eu preciso, porque ele é a pessoa mais próxima de uma família que eu tenho. Acho que não suporto mais acordar a noite com todos os meus pesadelos... E tenho medo de um dia acordar e ver que você não está mais aqui. – Respondi com os olhos cheios de lágrimas, e antes que percebesse, estava chorando.

Allan me deu um forte abraço e em seguida me beijou intensamente.

– Nunca vou te deixar. – Ele sussurrou no meu ouvido.

Em seguida, tomei um banho e coloquei uma calça preta de couro, uma blusa verde e um blazer preto por cima. Nos pés calcei uma bota de cano curto.

Enquanto esperava Allan terminar de tomar banho, peguei uma caixa que estava no chão do quarto e coloquei-a em cima da cama. Depois da morte da minha mãe, fomos até minha casa desfazer de algumas coisas, e achamos isso dentro do guarda-roupa. Naquele dia não consegui abrir, mas Allan trouxe para cá caso eu quisesse abri-la depois, e agora eu tinha esperança de ter alguma coisa relacionada a meu pai.

Quando abri, a primeira coisa que vi foi uma foto. Era minha mãe e eu. Estávamos no Central Park em um dia ensolarado, e parecíamos felizes. Tinha várias árvores ao fundo, e um céu azul estendia-se acima de nós. Coloquei-a de lado, e continuei a explorar. Mais fotos, papéis, e contas vencidas, até que achei uma carta escrita a mão. O papel estava amarelo, antigo.

Peguei a carta e o nome da minha mãe aparecia na parte da frente. Achei que seria intruso lê-la, mas minha curiosidade venceu e quando percebi, já estava lendo.

Querida Loreta,

Eu sei que não deveria escrever, mas não agüentei. Não está sendo nada fácil aqui em Washington. Estou tentando reconstituir minha vida sem vocês, mas Isabelle não sai da minha cabeça. Tenho vontade de ir vê-las novamente, mas sei que não posso.

Nossa filha deve ter crescido bastante desde a última vez que a vi. Mas o que mais me incomoda é o fato de hoje ser o aniversario dela de 3 anos e não poder estar junto de vocês. Juro que estou tentando, mas está difícil.

Ontem eu deixei um currículo em um restaurante chamado Bourbon Steak,eles disseram que pode me ligar, mas ainda não recebi nenhuma ligação. Assim que tiver mais alguma noticia entro em contato. Enquanto isso, dê um beijo em Isabelle por mi, e diga que eu amo muito.

Joseph Smith Daddario.

Quando terminei de ler, tive certeza que era do meu pai, e agora sabia por onde começar a procurá-lo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Gostaria muito da ajudinha de vocês para que eu continue postando, e para isso nada melhor de um comentário. Gente, vocês não tem noção do quanto isso é bom para mim.
Mas é isso aí, beijos e até o próximo.



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