A Procura do Desconhecido escrita por Sofia Forbes


Capítulo 31
Dias Difíceis


Notas iniciais do capítulo

Olá. Boa noite, desculpe pelo atraso... Mas vamos lá. Feliz Natal pra vocês (atrasado, mas ta valendo). Espero que tenham ganhado muitos presentes.
O Ano Novo está aí, né... Mas como eu acho que não vou conseguir postar outro amanhã já vou desejar um Feliz Ano Novo pra todos vocês, que ele seja muito bom e cheio de surpresas.
Então conheci leitores novos, como FilhoDeHades... Obrigado pelos comentários ;)
Esse capítulo é sobre Caroline e Toni, primeiro capítulo deles. Bom eu gostei, espero que gostem também. Junção para nomes? Alguém levantou a mão?
O.k.
OBS: Eu postei uma história nova. Tem um capítulo apenas, mas vão lá dar uma olhada. Chama Romance em Nova York.
Música da Birdy aqui no comecinho.
Até lá embaixo.



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“Hey, você pode dizer ao mundo

Que está indo embora

E você pode fazer suas malas

E abrir suas asas

E você pode dizer a todos eles

Que acabou

Mas enquanto você acena adeus

Eu estarei me aproximando.

(...)

E você pode dizer ao mundo

Que está cansado

Mas suas desculpas, elas não funcionarão

Porque eu saberei que está mentindo

Todas as vezes que eu vir seu rosto

Eu percebo todo o sofrimento

Apenas volte para meu abraço

Eu não deixarei você se destruir.”

Birdy - Without a Word

(Versão Caroline)

Aquele dia não era um dia normal. Não fomos à escola, não acordamos cedo, não tivemos nenhum pai ou mãe para nos dizer que não queria nos ver dormindo tarde, pois no dia seguinte tinha escola. A verdade foi que nem dormimos direito.

Era umas 08hs00min quando Belle finalmente conseguiu dizer tudo que precisava, tudo que queria desde quando recebeu a dura noticia da morte de sua mãe.

– Bom gostaria de dizer algumas palavras na presença de todos que aqui estão, todos que vieram... O pior dia de nossas vidas é quando perdemos alguém que amamos. Alguém que sempre esteve com você em todos os momentos de sua vida, desde quando você tinha meses de vidas. Alguém que cuidou; que apoiou nos momentos mais difíceis, que corrigiu; que defendeu; que te amou até o último suspiro. Mãe... Hoje eu estou aqui, para me despedir, mas também para dizer que sempre te admirei, sempre te amei. Quero que saiba que mesmo com as dificuldades da vida, mesmo com as quedas vou sempre ser forte, forte assim como você foi, enfrentarei sempre meus medos, nunca me esquecerei de você, nunca vou deixar de lembrar tudo que vivemos juntas, pois isso são coisas que me dão forças, forças para crescer, continuar e me levantar quando cair. Se tem uma coisa que aprendi com você foi que o amor pode superar nossos medos, nossas tristezas. Levarei tudo o que aprendi com você comigo pro resto da vida, pois tenho fé que assim sempre estarei perto de você, estarei vivendo minha vida assim como você gostaria, sendo feliz e lutando para nunca me deixar ficar no chão quando cair.

Quando Belle terminou de falar, jogou uma rosa branca em cima do caixão fechado de sua mãe. Allan veio até ela, e a abraçou. Todos choravam, Loreta Daddario faria falta entre nós.

(...)

(...)

Os outros dias chegaram. Eles vieram frios, nublados e eles choravam o tempo todo. Vazia uma tempestade grande, e por sorte poderíamos ver o chão da estrada daqui uns dias. Levantei de imediato logo que meu despertador tocou. Fui fazer minha higiene matinal. Não podia faltar da escola hoje, pelo menos de novo não. Estava louca para as férias, mas elas só aconteceriam daqui dois meses. Pode não parecer, mas os dias passaram rápidos.Coloquei uma calça jeans, uma blusa de frio branca e por cima coloquei um blazer. Nos pés coloquei uma botinha. (Link da roupa nas notas finais.)

Meu celular fez barulho de mensagem. Era de Isabelle. Dizia que não ia precisar de carona para a escola, pois Allan havia devolvido a chave do seu carro. Fazer o que, era o único jeito que Allan viu para não deixar Belle sair de casa e fazer certas burradas.

Havia se passado uma semana desde tudo. Foi difícil no começo, Belle não ia à escola e quando ela ia todos a olhavam com cara de pena, até os professores. Até que ela superou bem, pelo menos eu não a via chorando todo o tempo e nem todos os dias. Tentamos ao máximo nos aproximar dela nesse momento, tipo não a deixar dormir em casa sozinha. Mas algo nos incomodava, ela estava estranha. Toda vez que tocávamos no assunto do seu pai, ela olhava para Allan e só concordava com o que falávamos e logo mudava de assunto.

Meu celular despertou de novo, segundo e último toque. Faltava apenas vinte minutos para dar o horário de entrada. O barulho me despertou dos meus devaneios. Peguei minha bolsa, desci as escadas correndo, fui à cozinha e peguei uma maça, a qual eu comeria no caminho. Parti e mais rápido possível.

(...)

Cheguei à escola, estacionei meu carro e sai correndo na chuva.

– Oi Chris. – Disse assim que o vi dentro da escola.

– Care... Olá! – Ele parecia nervoso, olhando em volta como se procurasse alguém.

– Está tudo bem? Parece tenso.

– Só estou procurando Toni, ele disse que já voltava. – Chris respondeu ainda procurando alguém na chuva.

– Mas aonde ele foi?

– Me desculpe, mas não posso dizer... Assunto de homens. – Ele continuou quando viu meu olhar de desconfiança.

– Tudo bem. – Disse desistindo enquanto dava de ombros.

– Mas você vai ficar sabendo, fica tranqüila. – Ele disse sorrindo.

– Que bom, mas agora tenho que ir, já que não vai querer me acompanhar até a sala. Aula de matemática.

– Nossa é mesmo – Chris disse bufando – Nós nos vemos lá.

Assenti e segui meu caminho. No caminho vi Rebheka estraçalhando uma menina do primeiro ano do colegial. Ela devia ter uns 15 ou 16 anos. O motivo, eu acho que foi por ter ficado com o ex da Rebheka, mas como a própria palavra diz, é ex e não a atual.

Matemática ficava no segundo andar. Ótimo. Subi o primeiro lance de escada, e encontro Clary e Luke juntos, mas quando digo juntos é juntos mesmo.

– Oi. – Disse meio sem graça. Estávamos só nós ali, por incrível que parece nunca escola de mais de quinhentos alunos.

– Oi... – Eles disseram em coro, e posso jurar que eles ficaram vermelhos. Mas é claro, não é pra menos. Se algum deles me pegasse “ficando” com um menino, também ficaria.

– Aí, me desculpe eu só queria subir as escadas e ir parar no segundo andar. – Expliquei falando uma coisa que foi óbvia, mas achei que serviria como uma boa explicação para eles.

– Sem problemas, acho que estamos errados aqui. – Clary falou primeiro e Luke só concordou com a cabeça.

– Mas qual o motivo? Aconteceu alguma coisa?

Os dois se olharam e riram. Boiei legal nessa hora.

– Sim, aconteceu – Luke disse tentando conter os risos – Minha irmã pequena, ela pegou a gente.

Na hora assustei. Como assim pegou a gente? Clary não é mais virgem?

– Como... Assim... Clary? – Tentei fazer sair alguma palavra da minha boca.

Eles pararam de rir, me olharam como se eu fosse uma pervertida e logo trataram de esclarecer o mal entendido. Depois sou eu quem sai como a maliciosa.

– Não! Caroline não é isso que você está pensando... – Ele disse meio preocupado. Suspirei em alivio e depois ele continuou – A gente estava lá em casa ontem, e isso era tarde, mas estávamos assistindo Querido John. Clary por incrível que pareça começou a chorar, e eu sendo como sou fui até ela tentar consolá-la, e dizer que era apenas um filme e tal, mas aconteceu uma coisa... – Acho que ele não sabia como continuar.

– A gente começou a se beijar, e assim... Foi intenso, mas não passou daí, eu posso garantir. Mas eu acho que a irmã dele de três anos não devia estar com sono e acordou... Digamos que ela pegou a gente, e começou a chorar por ver aquilo, já que a pequena é muito inocente e nunca tinha visto ninguém fazer isso. Sua mãe acordou desesperada, e meio que proibiu a gente de ficar juntos na casa dele por um tempo quando a irmã dele estiver lá, e isso é sempre. – Clary terminou de contar.

– O.k. – Falei tentando digerir tudo aquilo. – Bom, até que dá pra entender... Mas vamos combinar de vocês fazerem isso em lugares mais óbvios e próprios. Seria muito estranho pegar vocês fazendo isso de novo... – Disse e eles concordaram com a cabeça. – Mas tenho que continuar, sabe aula, escola. Deviam fazer o mesmo também.

– Pode deixar. – Luke falou.

Continuei meu caminho, mas dessa vez sem surpresas.

(...)

– Bom dia turma. – O professor disse ao entrar na sala.

Não sei pra quem! – Alguém falou num tom mal humorado atrás de mim.

Tentei olhar para trás da forma mais discreta possível, mas não deu. Acabei fazendo como a garota de O Chamado, Samara. Assustei-me com o que vi; era James, e ele estava com olheiras terríveis, o cabelo todo despenteado, suas mãos tinham machucados como se ele tivesse brigado com alguém ultimamente. Sim, ele me viu e eu logo tratei de me virar para frente.

– Hoje vou corrigir aquela atividade que passei aula passada, e ainda se der tempo vou olhar o caderno de vocês. – Disse o professor.

– Meu Deus! Care você fez isso aí? Acho que faltei no dia, não lembro. – Era Henry parecia bem desesperado, e não era pra menos, eles precisava de cada ponto, de cada nota boa possível para conseguir fechar suas notas.

– Acho que fiz, mas não, você não faltou no dia que ele passou isso. Estava aqui, só que estava dormindo. – Respondi pegando a folha do meu fichário.

– Valeu. – Ele cochichou e foi correndo copiar a atividade.

– Você fez o número 7? Queria conferir, acho que está errado. – Lizy disse a minha esquerda.

– A minha lição está com o Henry.

– Ata tudo bem.

– Lizy... – A chamei assim que ela voltava sua atenção no professor. Ela me olhou. – Quero saber como vai sua questão com John. – Eu falei e ela deixou um suspiro sair.

– A gente não tocou mais no assunto... Na verdade a gente não se falou mais... Desde... Daquele dia no parque. – Ela respondeu tristemente. Horas olhando para o professor para ver se ele não estava vendo a gente – Mas...

– Lizy, não precisa ficar se fazendo de valentona, eu sei o que está passando pela sua cabeça. – Eu a interrompi. Via que ela estava bem afetada com essa história toda. – Você ainda pode conversar com ele, provar tudo o que disse é verdade... E quem sabe ainda acreditar nele... – Quando disse isso, ela veio me questionar.

– Caroline... Acho que vai ainda não entendeu, é meio difícil de fazer isso. John é um dos meninos mais populares da escola, e sem contar que muitas dariam tudo pra ter uma noite se quer com ele... É meio complicado acreditar que Rebheka fez isso, que ela foi lá e o beijou.

– Não, não é difícil... Não quando se tem amor... Lizy só o jeito que ele te olha entrega... Entrega que ele gosta realmente de você. – Disse naturalmente mostrando um sorriso. – Por que ele a beijaria? Rebheka sendo quem é? Eles odeiam esses tipos de meninas... Mas amam uma de vestido azul e cabelo curto... E quando digo isso, estou falando do John. – Por fim consegui dizer tudo o que queria naquela noite no parque.

Ela levantou a cabeça e me olhou. Parecia pensar no que acabara de lhe dizer, e parecia bem melhor, posso dizer até mais disposta a fazer alguma coisa. Dei-lhe um sorriso reconfortante e ela sibilou um Obrigada.

– Aqui... Me salvou hein! Obrigado. – Henry disse devolvendo a folha.

– Ou... – Disse o chamando para mais parto, não queria que certa pessoa ouvisse – O que aconteceu com James? – Perguntei cochichando.

– Acho... Que... Ele... Brigou... Com... Alguém! – Ele disse tentando falar mais baixo. Isso era meio impossível para ele.

– Isso é óbvio não acha?

– Ta bom... Não... Sou... Tão... Idiota... Tem... Haver... Com... Uma... Garota. – Por fim ele conseguiu concluir. Aquilo estava me irritando.

– Nossa... Quem diria que ele poderia fazer isso por causa de uma... G-A-R-O-T-A. – Na última parte disse mais devagar e se possível mais baixo ainda.

Ele só sibilou “Pois é” e voltou a fazer o que estava fazendo. Mas isso não parou de passar na minha cabeça, James nunca foi de sair muito com as meninas, nunca o vi com ninguém e ele sempre tratava as garotas muito mau não via razão para alguma gostar dele.

(...)

O sinal bateu. Último intervalo, o que me deixava mais feliz, pois daqui uma hora nós iríamos embora.

– Caroline... – Alice chegou correndo até mim. Parecia cansada, e mais ainda afobada. – Preciso que vá até a quadra.

– O que?

– É sério. Preciso que vá até a quadra de esportes, onde os meninos jogam futebol. – Ela repetiu ansiosa.

– Isso eu entendi, mas por quê? – Não estava entendendo.

– Não precisa saber agora, só vá... Toni está lá. – Alice disse por fim. Engraçado, eu não tinha o visto hoje ainda.

Ela queria falar comigo? Então por que não fez isso hoje mais cedo, ou até mesmo aqui em um lugar mais normal e habitual? Resolvi que iria lá ver o que ele queria.

Por sorte a chuva tinha cessado. O tempo continuava frio, e o sinal de neve estava longe. Passei pelos jardins da escola, depois andei pela trilha molhada que levava até a quadra. De começo via só as arquibancadas, mas conforme fui me aproximando comecei a ver o campo verde, os gols, os vestiários que as entradas só se davam pelo campo. E por fim lá adiante sozinho estava Toni sentado me esperando.

Quando ele me viu se colocou de pé. Uma de suas mãos estava escondida atrás do corpo, como se segurasse alguma coisa

– Queria me ver? – Foi apenas isso que disse.

– Era... É que o treino de hoje foi cancelado devido a chuva, mas mandaram me avisar que ele vai acontecer daqui meia hora, e bem... É esse o tempo que eu tenho...

– Tempo para o que? – Não estava entendendo.

– Care... – Toni disse se aproximando. Foi quando vi, seu nariz estava vermelho, sua pele mais branca do que de costumo, seus lábios vermelhos como sangue. Devia estar com frio, e isso apertou meu coração, não sei por que. – Não é por mim que estou aqui, e sim por um amigo meu... Ele queria que lhe entregasse essa carta. – Por fim ele concluiu tirando a carta de trás do seu corpo.

– Carta? Não entendo, por que alguém me mandaria essa carta, ainda mais sendo alguém que eu nem conheço?

– Porque ele gosta de você, e muito... – Ele disse isso com um aperto do coração. Paralisei.

Ele veio mais perto de mim, e estendeu a mão para que pegasse a carta. Não queria, mas quando vi, ela já estava em minhas mãos.

– Espero que saiba o que fazer com ela.

– Mas Toni eu não entendo, por que essa carta? Ele pode gostar de mim, mas eu... Eu não sinto nada por ele. – Disse certa de minhas palavras.

– Até você saber quem é a pessoa... Olhe, e espero que tenha consciência do que vai fazer. – Ele disse passando por mim e indo embora.

Olhei para o que estava escrito no envelope. Seu nome, apenas isso.

Thomas Wate

Não acreditei, não podia ser verdade. Toni estava brincando comigo.

Olhei para trás, para onde ele tinha ido. Toni estava longe, mas parecia estar perto, pois o que senti o trouxe para o meu lado. Ele estava com as mãos na cabeça, e ele chorava, chorava como uma criança que acaba de descobrir que a existência do papai Noel é falsa.

Queria correr e alcançá-lo, perguntar o que estava havendo, dizer que ele era importante para mim. Mas parte de mim queria abrir aquela carta e engolir cada letra. O que fazer?

Mas eu sabia o que fazer, só demorei um tempo para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Pois bem...
Opiniões
Comentários... E espero que estejam gostando desse casal. Vamos ver mais deles nos próximos capítulos. Se tiver algum fã deles aqui, diga um Olá...
Belle coitadinha... James... Vou falar dele também.
Beijos e até mais.
Roupa da Caroline:
http://www.polyvore.com/caroline_peterson/set?id=143917378



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