The Fênix escrita por Dizis Jones, Izis Cullen Fanfics


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá, sou eu novamente
Boa leitura



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The Fênix

Capítulo 7

Cristina me encontrou indo a caminho de meu escritório.

— Tobias, o que você fez?

— Eu tomei uma decisão que cabia a mim e mais ninguém, o conselho foi bem claro.

— Não, você foi um babaca egoísta. Aquela garota não é só um clone — ela gritou as palavras.

— Ela é sim — rebati.

— Sim, pode ser um clone, mas ela tem sentimentos, é um ser humano. Ou você acha que ser clone de alguém a faz menos que nós, seres humanos que também foram jogados em um experimento ou tiveram mudados seus genes a ponto de se tornarem deficientes? Ela precisava de sua ajuda, não de seu egoísmo.

Ela deu meia volta e saiu.

Parte de mim sabia que eu estava sendo totalmente egoísta em minha decisão, mas eu realmente estava pensando na cidade, nos perigos. O que Cristina me disse era verdade também, ela não era somente um experimento; naquela garota existia um ser humano, que viveu horrores, e nunca viu o mundo.

Estava novamente no alto do Edifício Hancok, aqui era meu refugio, quando percebi que alguém chegava.

— Sabia que iria te encontrar aqui.

— Você sempre me acha — respondi à Cristina, quando ela chegou ao terraço do Edifício.

— Desculpa ter gritado com você, mas não estou pedindo desculpa do que eu falei.

— Eu sei que você tinha razão, na realidade você tem razão, porém é complicado colocar uma cidade em risco por uma única vida.

— Você sabe o que é o certo a se fazer, não sabe?

— Sei.

Cristina não disse mais nada, somente ficou ao meu lado, observando a cidade.

— Estamos fazendo um ótimo trabalho nesses últimos anos — ela pontuou e a deixei continuar seu raciocínio. — Eu entendo que você quer proteger tudo isso, mas também entendo que seu lado egoísta está falando mais alto nesse momento. Você veio da Abnegação e isso o torna altruísta, porém você viveu muito tempo na Audácia também, e a coragem nos faz tomar decisões difíceis. Porém, algumas decisões egoístas vêm do medo, e podem ser decisões tomadas por covardia.

— Não foi tanto tempo assim que eu vivi na Audácia.

— Mas foi o suficiente para te mostrar outras escolhas, Tobias. Lutamos por essa cidade, lutamos por essa liberdade que temos hoje. Ela morreu por isso.

— Não ouse usá-la, não ouse...

— Ouso. Eu tenho razão e você sabe disso. Sabe exatamente o motivo pelo qual ela morreu. Não foi somente por você nem pela morte de seus pais nem pelos amigos. Ela morreu pela verdade, para a cidade viver sem a influência desses cientistas que só nos trataram como ratos de laboratório sem respeitar nossas vidas, e agora o que você vai fazer com essa garota é exatamente enviá-la de volta a eles.

— Pensa que não sei, mas e...

— Não posso falar por todos, Tobias, mas posso falar por mim. Eu não ligaria de lutar mais uma vez se isso significasse defender o que é certo.

Ela disse isso e se retirou. Cristina tinha razão; por mais que eu temesse o que pudesse vir dessa decisão, eu não deveria fugir.

Assim que encostei o carro próximo à fronteira, Natali estava se despedindo de Cristina, ela ficou pouco tempo, mas era imprescindível que se afeiçoasse a alguém e Cristina fez o papel de amiga nesses poucos dias que ela esteve aqui.

Assim que me viu descer do carro, senti o desconforto que ela emanou, mas mesmo assim me aproximei dela.

— Natali...

— Veio se certificar que eu realmente estou indo embora? — ela falou rudemente, não podia culpá-la, eu tinha que aceitar isso, eu fui grosseiro em primeiro lugar.

— Não, eu... — as palavras custavam sair de minha boca e sempre que eu estava ao lado dela, algo me deixava tenso, meu lado racional dizia constantemente que ela não era Tris, mas meu emocional tendia a sempre fraquejar — Eu vim pedir desculpas.

— Tudo bem, eu já te desculpei. Já disse entendo completamente suas razões.

— Não, você não está entendendo, eu vim para te dizer que não precisa ir embora se não quiser.

— Como?

Ela arqueou uma sobrancelha e me encarou.

— Eu estava errado. Isso não é o certo, não sabemos se eles realmente virão atrás de você e não posso... — Abaixei a cabeça e segurei firme em meu nariz, tentando não demonstrar meu nervosismo perto dela, mas foi impossível — Não posso te deixar ir embora assim, e voltar a ser prisioneira.

Neste Instante pude ver um leve sorriso em seus lábios, mas ela logo o desfez, ela era durona e também evitava deixar transparecer o que sentia.

— Obrigada, Tobias.

Eu não quis prolongar mais nada, então entrei em meu carro e voltei para o centro da cidade. Não poderia acreditar ela estava enraizada em minha mente assim como uma doença, e seria difícil de me desprender.

Ao final de meu dia maçante, decidi que iria ver a desconhecida, para saber se ela estava conseguindo se adaptar; afinal eu fui o responsável por retirá-la de sua rotina de transição.

Cheguei à sede da Audácia e o novo Fosso estava animado, eles ainda ficavam felizes de receber moradores novos, e como Natali preferiu estar entre os Bravos, ela foi manejada a eles.

Meu espanto maior ao chegar foi ver Natali sorrindo entre eles, como se ela fizesse parte de lá há muito tempo.

Desci as escadas e enquanto eu a observava, de longe, um rapaz — eu não me recordava bem, sei que estava vestido com o novo uniforme da segurança interna da cidade — segurou no ombro dela, e vi quando ela rapidamente retirou sua mão, vi seu olhar de desconforto.

Sorri involuntariamente com a cena. Mas o Rapaz não se abalou, ele continuou ali, sorrindo.

À medida que eu e aproximava, percebia o alvoroço típico deste local, as falas altas e exageradas. Quando Natali olhou em minha direção e percebeu a minha presença, deu um leve sorriso, mas talvez tenha se lembrado de algo, pois seu sorriso se desfez.

Pensei em não me aproximar, mas era mais forte que eu.

— Olá.

— Olá, Tobias.

— Vejo que está se divertindo e interagindo.

— Sim, acho que viver sozinha me fez ver a beleza de ter companhia, e é tão fácil conversar com as pessoas como eu nunca imaginei que fosse.

— Bem, para uns é mais fácil do que para outros.

— Deve ser.

O silêncio que se perpetuou entre nós dois foi frustrante. Acho que depois de eu ter sido totalmente grosso e tê-la tratado tão rudemente, Natali não se sentia confortável em minha presença, o que me deixou com a estranhamente de sentir meu peito esmagado.

— Devo ir. — falei antes que o clima piorasse.

— Tudo bem.

Assim que dei meia volta e voltei a subir as escadas para a superfície, eu dei uma olhada para trás, ela voltava a se descontrair com quem é que fosse o rapaz ao seu lado. Certamente eu jamais teria outra chance de me aproximar dela sem deixá-la nervosa.

Meu interesse era exatamente saber mais informações, porém isso me incomodou mais do que eu poderia imaginar.

À noite, antes de deitar minha cabeça no travesseiro, pensei em muitas coisas, dentre elas, pensei se eu deveria me redimir e tentar retirar esse medo que eu deixei em Natali. O motivo eu ao menos sabia, eu só sabia que eu deveria.

As manhãs, tardes e até as noites eram sempre iguais, e eu realmente não entendia o motivo pelo qual Natali ocupava minha mente.

Com o fim de semana se aproximando, resolvi que deveria retirar a má impressão que deixei.

No final do dia eu fui até o Fosso novamente. Respirei fundo. Assim como em toda sexta-feira, o lugar estava mais cheio que o normal, muitos integrantes de outras facções se reuniam também aqui, com amigos e familiares, para assistir algumas lutas programadas ou até mesmo para beber e descontrair apenas. O local ficava insuportavelmente cheio.

Desci as longas escadas observando ao redor, esticando os olhos e tentando localizá-la em meio a muitos que me paravam e cumprimentavam.

Era como procurar uma agulha em um palheiro ali, naquele tumulto de pessoas aglomeradas.

— Tobias! O que o traz até nosso humilde lar? — Zeke se aproximou, ele estava com seu uniforme da segurança aberto e com um copo de bebida em suas mãos.

— Vim descontrair e pelo visto muitos gostam disso.

— Sim, o lugar fica pequeno em dias como hoje.

Peguei uma bebida e tentei ser discreto, mas isso foi em vão, já que Zeke era muito observador.

— O que tanto você procura?

Olhei em volta e vi o rapaz que também estava aqui na última vez, o que estava próximo de Natali.

— Sabe quem é aquele?

— Ray. Ele é um dos transferidos; é filho de um Erudito e ano passado decidiu que queria ser da segurança, então veio até mim e eu meio que o apadrinhei. É um bom garoto e foi o melhor de sua turma, eu posso dizer que ele é um ótimo soldado. Aliás, ele é Divergente.

— Interessante.

— Mas qual é seu interesse nele?

— Nada, só curiosidade. Eu o vi esses dias com a Natali.

— Entendi agora, cara — Zeke me deu um tapa no ombro. — Olha, você vai ter de decidir se quer realmente que ela seja ou não a Tris ou não terá o direito de ter ciúmes.

— Ciúmes? — Que absurdo!

— Nem vem, eu conheço esse seu olhar.

— Pare de ser idiota.

— Bem, então não está com ciúmes. Eu vou fingir que acredito e vamos lá, a luta de agora vai ser maravilhosa, você precisa ver.

Chegamos até próximo ao ringue, uma garota subiu, ela tinha os cabelos curtos o bastante para poder ver a sua nuca.

Demorou um tempo, mas logo vi de quem se tratava, era ela.

— O quê? Ela vai lutar?

— sim, ela é maravilhosa. Estou pensando em dar uma turma a ela, para treinar, suas técnicas são espetaculares.

— Ela cortou mais os cabelos

— Sim. Acho que faz uns dias; disse que incomodava. Eu preferi assim, opa, com todo o respeito, Tobias.

Dei uma risada de deboche para Zeke, mas voltei a vê-la no ringue.

Ela estava vestindo uma regata que deixava seus ombros à mostra e uma calça larga, mas que era prática. Ela se posicionou, a outra garota subiu e começou a luta.

Natali chegava próximo da garota a passos leves, que assim que foi dar um passo, antes de fazer algum movimento, Natali já estava dando um soco.

Seus movimentos eram sincronizados: ela esticava o cotovelo e girava o ombro e quadril em uma harmonia que dava ao mesmo tempo leveza e potência ao movimento.

Seus socos precisos não demoram a derrubar a adversária.

As lutas de agora eram limpas, e assim ninguém saia machucado, mas mesmo duas mulheres lutando, não era algo bonito de se ver.

Natali terminou a luta vencendo e muitos comemoravam com ela. Eu dei a volta no ringue e me aproximei de onde o rapaz, Ray, estava cumprimentando-a.

— Olá, Natali.

— Tobias.

Eu percebi que ela mudou sua postura imediatamente. Ela estava novamente tensa e eu não poderia culpá-la de estar assim ao meu lado, mas isso me incomodava mais do que eu queria realmente.

— Boa luta. E, aliás, gostei do seu cabelo assim.

— Ah, isso. — ela colocou a mãos no cabelo e me olhou encabulada — Mais prático. O que faz aqui? Quer dizer, você é prefeito e tudo, mas...

— Eu vim ver você.

Resolvi ser direto e vi o brilho em seus olhos. Ela realmente gostou da resposta.

— Que bom.

— Podemos dar uma volta? — fiz a pergunta e vi que ela encarou Ray, o que realmente me incomodou. Ele deu de ombros.

— Podemos deixar para outro dia, Nati.

Fiquei curioso em saber o que ela iria fazer com ele, mas deixei a minha curiosidade bem guardada, ela então seguiu a meu lado.


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Notas finais do capítulo

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