Reparação escrita por Luhni


Capítulo 18
Hyuuga Hinata


Notas iniciais do capítulo

Então gente aqui está, como prometido, o capítulo. Uhuull!!
Ainda falta eu responder alguns reviews do capítulo anterior, mas quis postar logo porque já faltou luz aqui o dia todo e para completar o meu note querido está ameaçando deixar essa vida e ir para o cemitério dos notebooks, para vocês terem uma ideia eu tenho exatamente 25% de bateria e o carregador não está funcionando, então achei melhor postar, porque vai que ele apaga e ai vocês iriam ficar sem capítulo até eu consertar. Mas para quem falta eu responder, não se preocupe, assim que terminar estarei respondendo pelo celular ou o note (se ele estiver vivo ainda XD)
E,muito, muito obrigada a todas que comentaram, vocês são demais!
Boa leitura!
P.S: Por favor, leiam as notas finais!



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Durante o percurso até a mansão Hyuuga ambos se mantinham silenciosos, caminhando lado a lado. Até que Sakura resolve romper o silêncio para a surpresa de Sasuke.

– Sasuke, enquanto você esteve fora... – começou sem saber ao certo o que dizer, mas ela seria sincera se quisesse ao menos ter uma chance de se recuperar – ...bom, você sabe que eu frequentava o prédio da Hokage para fazer um tratamento médico, não é?

Sasuke aquiesceu, ele descobrira meses atrás quando a própria Tsunade foi até sua casa questionar o motivo da falta de Sakura nas consultas para tratar a sua fobia. Ele ficara um pouco surpreso ao saber o motivo das fugas de Sakura, mas a rosada apenas disse que não podia continuar indo e ele em nenhum momento se importou em questioná-la sobre isso. Para ele era um problema a menos.

– Então, eu gostaria de poder voltar com as consultas – disse o observando de soslaio e viu quando as sobrancelhas dele se franziram.

– Por quê? – estranhou, afinal a própria rosada desistira do tratamento. O que havia mudado enquanto esteve fora?

– Não quero passar por aquilo de novo – murmurou ao se encolher, fazendo referência ao genjutsu que Sasuke a prendera. Não queria sentir aquilo de novo e ela precisaria se fortalecer e superar a sua fobia.

– Hum... sabe que me falar isso não a ajuda em nada, não é? – afinal, se ele quisesse poderia deixá-la com a fobia apenas para poder atormentá-la mais.

Sakura cerrou os punhos e aquiesceu, olhando para frente. Não havia conseguido, já devia saber, mas teve que tentar. Segurou a vontade de chorar, tentaria encontrar outra forma de se livrar daquele medo, talvez por em prática o que aprendeu com Tsunade sozinha ou pesquisando mais. Ficou tão concentrada que não notou o olhar de Sasuke em si. Ele achou que ela fosse insistir e brigariam, mas ela apenas aceitou, o que o irritou profundamente até ele perceber algo. Não, ela não havia aceitado, e por um momento ele jurou ter visto o mesmo brilho determinado que ela tinha quando mais nova.

– Duas vezes por semana, acompanhada – disse, atraindo a atenção de Sakura que o fitou surpresa e confusa sem saber se havia entendido bem.

– O quê?

– Vou permitir que tenha esses encontros com a Hokage, não quero problemas com ela – disse e apressou o passo, deixando a rosada para trás que ainda digeria a informação.

Ele não havia mentido. Era verdade que desde que Sakura parou de frequentar as consultas, Tsunade havia se tornado intragável, sempre o rondando, irritadiça e o forçando a aceitar missões estúpidas. Ela provavelmente estava o punindo da sua própria forma, já que não podia fazer nada contra as tradições do seu clã, nas quais a esposa deveria obedecer ao marido. Entretanto, havia mais do que somente se livrar da Hokage, ele queria que Sakura parasse de temê-lo e, talvez, só talvez, poder ver de novo aquele brilho no olhar dela, só não entendia o porquê de querer isso.

Ao chegarem à mansão Hyuuga, logo foram recepcionados por Hiashi e sua esposa. Sakura percebeu os olhares indignados destes ao verem a sua vestimenta e teve que se segurar para não revirar os olhos, mesmo assim os cumprimentou devidamente e em seguida seguiu Sasuke pelo grande salão. Eles não tocaram mais no assunto sobre as consultas com Tsunade, afinal ele não tinha mais nada a dizer e Sakura não queria que ele de repente mudasse de ideia, apesar de ainda estar chocada com a anuência dele.

Havia diversas pessoas ali, a maioria Sakura nem conhecia, mas andou ao lado de Sasuke em silêncio, enquanto ele cumprimentava algumas pessoas. Ela avistou os pais de Sasuke ao lado dos seus e ficou tensa ao ver o olhar de sua mãe sobre si. Suspirou, não esperava vê-la ali, mas devia ter imaginado que chamariam seu pai, afinal era um jantar entre os clãs de Konoha e seu pai era o líder dos Harunos. Teve vontade de se bater ainda mais, enquanto caminhava com o moreno até eles, ao recordar que havia ido embora da casa da mãe correndo e deixando sua tarefa de arrumar suas coisas incompletas.

– Filho, Sakura, que bom ver que estão bem. – Mikoto foi a primeira a se pronunciar, abraçando o seu caçula e em seguida a nora.

Ficara preocupada desde a discussão entre os dois e, conforme os dias passavam, o fato de Sakura praticamente ficar isolada em casa e quase não dar notícias a deixara angustiada, pois da última vez em que a vira ela parecia tão frágil que temia que ficasse doente. Por isso, ficava aliviada ao vê-la com um rosto mais sereno e menos tristonho. Esperava que isso significasse que os problemas entre o casal estivessem se resolvendo.

– Oka-san, otou-san, – Sasuke cumprimentou os pais e Sakura imitou o gesto do marido – Kizashi-san, Mebuki-san, boa noite – disse de forma indiferente, apenas sendo educado, já que queria realmente era estar em casa.

– Boa noite – sorriu timidamente Sakura saudou a todos.

Kizashi sorriu em retribuição e, apesar de preocupado com a aparência abatida da filha e pela discussão que soube que ocorrera no distrito Uchiha, estava contente em vê-la de novo depois de meses. Sentia falta da presença dela, mais ainda da sua alegria contagiante, porém... olhou para a esposa e suspirou sem saber o que fazer.

– Sakura, que roupa é essa? – Mebuki indagou ao ver que os Uchiha’s estavam conversando entre si.

– Um vestido ocidental, oka-san. – respondeu o óbvio e a mais velha arqueou uma sobrancelha com o deboche.

– Mas o que faz usando ele aqui? Quer envergonhar seu marido? Ou seu clã? Não, quer envergonhar a mim, fazendo todos pensarem que eu não a ensinei as regras de etiqueta e comportamento! – exclamou irritada e Sakura abaixou os olhos, ouvindo em silêncio as broncas da mãe. Rebater só iria piorar tudo e ela não queria uma cena.

– Mebuki, chega! – Kizashi interviu e a loira respirou fundo se acalmando e Sakura agradeceu internamente ao pai.

Não queria ter que ficar ouvindo as reprimendas da mãe, mas também sabia que seria inevitável ao vê-la ali sem um quimono cerimonial, como a ocasião pedia. Respirou fundo e pegou uma bebida de um garçom que passava ao seu lado, aquela noite seria muito longa, pois duvidava que sua mãe não a atormentaria mais. Enquanto isso, Sasuke apenas observava um pouco distante a discussão entre os Haruno’s sem nada falar.

–*-

Em determinado momento, Sakura foi abandonada por Sasuke e os Uchiha’s, então aproveitou a oportunidade para sair de perto da mãe, sem dar nenhuma desculpa, não conseguia aguentar mais as reclamações sobre como não estava se portando bem, como estava a envergonhando, como Sasuke tinha uma péssima esposa. Ora, ela não queria se casar em primeiro lugar! Tudo bem que a parte dela cometer algumas gafes era culpa sua por não gostar das aulas de etiqueta e também havia o fato de estar com esse estúpido vestido ocidental, mas... suspirou indo em direção a varanda da grande mansão, precisava de ar puro para não voltar e brigar com a mãe. Quem sabe assim não se acalmava?

– Sakura-chan! – ouviu uma voz conhecida lhe chamar e sorriu ao ver Naruto ali, acompanhado de Kushina e outra garota desconhecida por ela.

– Naruto! – andou para abraçá-lo, mas parou receosa de que Sasuke aparecesse e se irritasse. Ficou com raiva de si por se privar de abraçar um amigo, mas nada podia fazer por enquanto.

– Como está querida? – Kushina veio ao seu encontro e a abraçou como uma mãe saudosa, Sakura apenas devolveu o gesto, queria que sua mãe fosse assim consigo.

– Estou indo. – disse ao se separar da ruiva que franziu o cenho, não gostando da resposta.

– Desculpa Saruka-chan, eu tentei te visitar, mas o teme sempre me impedia. – e bufou exasperado ao lembrar-se da vingancinha ridícula que o amigo havia feito por ter batido nele e se intrometido nos assuntos do “clã”.

– Tudo bem Naruto. – disse, preferia mesmo que o amigo não a visse naquelas circunstâncias deploráveis ou então as coisas poderiam ter ficado piores do que já estavam, pois conhecia o gênio explosivo do loiro.

– Ah que educação a nossa, Naruto, apresente Hinata à Sakura – Kushina ordenou ao filho e a garota chamada Hinata corou com a menção ao seu nome.

– Hai! – falou com um sorriso enorme – Sakura-chan, essa é a Hyuuga Hinata, ela é a filha e herdeira do chefe do clã Hyuuga. – disse orgulhoso da moça que ficava a cada instante mais vermelha.

Sakura a observou por um momento, recordando-se que já havia ouvido falar da garota quando Sasuke e Naruto estavam hospitalizados. Ela era linda, tão linda quanto Sayumi. Tinha cabelos negros compridos, presos em uma trança lateral bem elaborada, usava um kimono belíssimo, ornamentado por detalhes dignos de uma princesa e tinha o rosto igual à de uma boneca com dois orbes perolados suaves e puros. Sakura sorriu se sentindo humilhada perto da garota, mas também encantada com a beleza dela. Hinata fez uma leve reverência, cumprimentando-a.

– É um prazer Sakura-san. – disse em um sussurro que se não estivesse tão perto, Sakura não escutaria.

– Sakura-chan, sabia que a Hinata vai suceder o pai dela como líder do clã? – Naruto disse, atraindo a atenção da rosada que se surpreendeu com a notícia.

Uma mulher comandando um clã? Olhou para a delicada Hyuuga que apenas se encolheu envergonhada e por um momento pensou que seu amigo estivesse brincando consigo. Ficou a espera de um riso ou algo que desmentisse aquilo, mas não houve nada. Olhou de Kushina e Naruto que sorriam, provavelmente da cara de idiota que estava fazendo, para Hinata que parecia desconfortável e se forçou a sorrir, tentando não ser tão mal educada.

– Desculpe, é que eu... não esperava, quero dizer... – agora estava mais do que intrigada com Hyuuga Hinata e saber como ela havia conseguido tal feito e Kushina pareceu perceber isso, pois logo inventou uma desculpa para deixar as duas a sós. Tinha a impressão de que ambas tinham muito mais em comum do que supunham e precisavam conversar sozinhas.

– Oe, Naruto! Ainda não fomos conversar com os Uchiha’s. Porque não vamos lá, enquanto Sakura e Hinata conversam? – pediu ao segurar o braço do filho que chiou.

– Ah oka-san, vamos ficar por aqui! Não estou afim de ouvir o papo chato do Fugaku-san e nem ver a cara do teme no momento! – reclamou e Kushina quis bater no filho.

– Ora, deixe de ser malcriado! Vamos lá agora mesmo! – puxou a orelha do filho que reclamava de dor, mas antes de entrar novamente no salão se virou para as duas meninas que a olhavam espantadas e sorriu – Continuem conversando, logo voltamos. – e mais uma vez saiu com Naruto resmungando sobre sua orelha estar dormente.

Sakura mordeu o lábio inferior, para segurar a risada, mas foi o tempo de os Uzumaki’s saírem de perto de si que ela explodiu uma gargalhada. A primeira desde muito tempo. Só mesmo Naruto e a mãe para lhe fazerem rir assim. Hinata ao ver a rosada se divertir acabou a acompanhando na risada pelo momento que presenciaram.

– Me desculpe, mas Naruto... – disse ao se controlar, mas ainda sorria amigavelmente para a morena.

– Eu sei. – disse com um sorriso e um leve rubor tomou conta de seu rosto ao pensar em Naruto.

– Você e Naruto se conhecem há muito tempo? – indagou Sakura, queria iniciar uma conversa com a Hyuuga.

– Sim, nos conhecemos quando eu era criança. Naruto-kun havia me salvado de dois garotos que me importunavam e desde então... desde então... – Sakura via a menina falar cada vez mais baixo enquanto o seu rosto adquiria tons cada vez mais fortes de vermelho.

– Desde então... – disse na intenção de fazer Hinata voltar a si.

– Desde então somos amigos. – terminou de contar, mas a rosada sentiu que não era exatamente isso que ela gostaria de dizer.

– Entendi. – sorriu com o jeito da Hyuuga, ela realmente lhe lembrava de Sayumi.

– Mas e você? Naruto-kun e você são próximos? – perguntou com certo receio da resposta da rosada.

– Sim, ele é muito especial para mim. – respondeu e Hinata não pode evitar pensar no quão próximo eles seriam, afinal Sakura era linda, uma beleza exótica do clã Haruno e que devia atrair muito olhares.

A rosada ao perceber o jeito da Hyuuga, logo compreendeu o que ela sentia pelo loiro e ficou feliz pelo amigo, apesar de algo dentro de si gritar, alertando-a que o Uzumaki não sabia dos sentimentos de Hinata. Suspirou, seu amigo era um idiota no final das contas.

– Hinata... posso lhe chamar assim? – questionou e a morena logo aquiesceu, espantando os pensamentos sobre certo loiro. – Então, Hinata, é verdade que você será a líder do clã Hyuuga?

– Oh, sim. Meu pai só teve a mim e minha irmã, então como primogênita eu ficarei com o comando do clã – falou, mexendo na trança.

– Seu clã aceita que mulheres assumam esse posto?

– Bom, tecnicamente, não é algo comum uma mulher assumir esse cargo, mas o clã Hyuuga tem duas ramificações, a da família principal e secundária, então para evitar que o poder fique com a família secundária, os conselheiros decidiram que era melhor eu assumir. – explicou Hinata calmamente à rosada que não segurou a língua:

– Então até esses velhos abutres podem mudar de ideia.

– S-Sakura-san! – gaguejou Hinata surpresa com o linguajar de Sakura.

– Me desculpe, sei que não devia falar assim dos conselheiros do clã, mas... eles já perturbaram muito a minha vida, mesmo que indiretamente – disse em um suspiro ao recordar as regras do seu antigo e novo clã.

Hinata pareceu compreender as palavras de Sakura. Ela também havia sofrido com as imposições do conselho dos Hyuuga’s, se sentia presa a normas e condutas e, por causa disso, estava proibida de seguir o seu coração.

– Entendo, eles não são fáceis mesmo. Todo dia me esforço para ser a melhor guerreira, mas....

– Espera, você é uma kunoichi também? – Sakura a interrompeu, espantada.

– Sim.. – Hinata disse em um lamento e a rosada teve vontade de bater na cabeça da Hyuuga.

– Eu gostaria de poder ter a sua sorte, não a maldiga dessa forma – Sakura disse um pouco amarga. Hinata tinha tudo o que queria e mesmo assim não estava satisfeita. Kami parecia gostar de brincar com a vida dos outros. – Durante toda minha vida quis ser uma kunoichi, mas não pude por causa das regras do meu clã e agora... bom, estou casada com alguém que não me ama e sem poder realizar o meu sonho.

– Sinto muito, - foi sincera com a rosada, pois se sentia da mesma forma – mas assim como você tem um sonho que não pode realizar, eu também tenho... – disse se sentindo frustrada, não era normal para Hinata se abrir com pessoas que acabara de conhecer, mas via que Sakura era diferente das outras garotas com quem convivia. Ela talvez pudesse lhe entender.

– O que quer dizer? – indagou para a perolada que começou a narrar a sua história.

–*-

Sasuke já estava entediado de estar ali. Ficar rodeado entre tantas pessoas lhe irritava, principalmente quando estava cansado e desejava apenas dormir um pouco. Por causa disso seu humor não estava dos melhores e ficar ouvindo sua sogra reclamar a cada mínimo passo da Sakura também não contribuía para melhorar seu humor. Ele havia visto as várias vezes que Mebuki destratara Sakura, mas não intervira. Em parte porque sabia que, pelas regras, Sakura estava errada e a mãe dela certa, e também porque queria saber como a rosada iria se comportar.

Porém em nenhum momento ela retrucou ou se defendeu das palavras, por vezes ferinas, da mãe e ele não entendia isso. Ela devia saber que era necessário usar um quimono, mas não se importou com isso na hora de escolher o vestido, de fato nem ele havia se importado. O vestido ocidental estava de acordo com o evento e realçava a beleza dela. Quase se engasgou com a bebida ao notar o que havia pensado. Tossiu para disfarçar e bagunçou os cabelos, devia estar mais cansado do que supunha. Havia se afastado dos pais e dos Haruno’s com a pretensão de ir pegar uma bebida e agora estava ali, sozinho, observando a movimentação de todos.

Infelizmente não demorou muito e se viu preso em uma conversa maçante com Hiashi Hyuuga e seu sobrinho Neji. Ele até gostava de Neji, sempre sério e ótimo shinobi, mas Hiashi tinha a tendência de se enaltecer e controlar a conversa para os feitos do seu clã e como os Uchiha’s deveriam fortalecer seus laços com sua família. Quando chegava a esse ponto Hiashi sempre se mostrava ressentido por seu pai, Fugaku, não ter feito o contrato de casamento entre ele e sua primogênita Hinata. Observou de soslaio Kushina entrar no salão, puxando Naruto e indo em direção a sua família e suspirou aliviado, vendo ali a sua chance de fugir de Hiashi.

– Hiashi-sama, se me der licença, irei cumprimentar Kushina-san. – disse ao se despedir do mais velho e de Neji com um aceno.

Naruto e ele ainda não haviam se acertado direito desde que brigaram por causa do que aconteceu a Sakura. E ele não fazia questão de mudar isso, mas ainda era melhor enfrentar o olhar feroz do amigo do que continuar a ouvir Hiashi. Ao se aproximar pode ouvir Naruto comentar a respeito de Sakura e pela se atentou ao fato de que não sabia onde a rosada estava, mesmo que ele houvesse ficado de olho nela o tempo todo. Continuou quieto no seu canto, apenas ouvindo a conversa dos Uzumaki’s com seus pais.

– Alguma novidade sobre o Minato, Kushina? – sua mãe perguntou e a ruiva sorriu tristemente.

– Infelizmente não. Minato continua em coma. – e sentiu Naruto colocar uma mão sobre seu ombro, lhe passando força e sorriu ao continuar – Mas ainda tenho esperanças que ele acorde.

– Claro! É importante não desistir. – afirmou Mikoto, compadecida pela amiga.

– Nessa época ele já estaria todo atarefado com o exame chunnin, mas ele adorava poder ver o desenvolvimento dos jovens shinobis, pena que não verá Naruto lutar. – Kushina recordou.

– Ora, oka-san, deixe de sentimentalismo, o importante é o otou-san acordar. Além do mais ele vai ver que eu já me tornei um grande shinobi. – Naruto se manifestou a fim de afastar aqueles pensamentos negativos da progenitora.

– Resolveu finalmente sair do posto de gennin, dobe? – Sasuke se manifestou e Naruto o fuzilou com os olhos, mas sorriu de forma debochada.

– Sabe que já passei dessa fase. Sou chunnin e apenas não me tornei jounin porque tive que viajar para treinar, mas pode esperar, teme, vou te alcançar logo. – o loiro disse encarando o amigo que sorriu em desafio.

Fugaku, Mikoto e Kushina reviraram os olhos ao ver que seus filhos nunca deixariam essa atmosfera competitiva entre eles, não importava quantos anos tivessem e foi preciso o chefe dos Uchiha’s impedir que eles começassem a discutir de forma infantil.

– Vai ajudar com os exames dessa vez, Naruto? – Fugaku indagou, atraindo a atenção para si e o loiro sorriu.

– Sim, irei ajudar a fiscalizar as etapas do teste junto com Shikamaru. A própria Tsunade me designou essa missão.

– Então esse ano, o exame chunnin vai ter sérios problemas. – alfinetou Sasuke.

– Teme! – Naruto exclamou irritado.

– Não começa Naruto! – Kushina brigou com o filho que apenas bufou irritado, fazendo o moreno sorrir de canto.

–*-

Algum tempo depois Sasuke foi procurar Sakura, já havia feito a social no lugar do irmão e queria voltar para casa. Encontrou-a junto com Hinata, as duas pareciam ter ficado bem íntimas e após dizer que tinham que ir embora, viu as duas mulheres trocarem um olhar cúmplice, que ele não entendeu o que significava, e se despedirem. Também falaram com seus pais, Hiashi e a esposa e os Haruno’s, mesmo que Mebuki tenha ignorado as palavras de Sakura.

Andavam calmamente de volta para casa e mais uma vez estavam silenciosos, cada um perdido em pensamentos. Ele não conseguia tirar da cabeça a forma como a mãe de Sakura a tratava. Lembrava-se que as duas sempre tiveram um gênio forte e a matriarca da família Haruno era muito rígida em relação à Sakura, já que ela preferia lutar a ser uma dama prendada, mas nunca fora cruel, menosprezando a filha daquele jeito, pelo menos não que tivesse notado, mas também quando foi que ele realmente percebeu algo em Sakura?

– Sakura – chamou a rosada que o olhou de soslaio, mas continuavam a andar – Porque veio com esse vestido? Você sabia que devia ter vindo de quimono, não é mesmo? Como a sua mãe disse. – indagou e a rosada não conseguiu compreender se ele estava a censurando ou apenas curioso, mesmo assim respondeu sincera:

– Sim, mas se eu usasse um quimono talvez você se recordasse de algo sobre a minha irmã, então era preferível ouvir as reclamações da minha oka-san. Além do mais acho que esse combina mais comigo, não é? – disse dando de ombros sem realmente esperar uma resposta e Sasuke parou de andar tentando entender o que ela dissera.

Ela estava preocupada consigo? Com o que sentiria? Ou apenas estava tentando não irritá-lo? Nem entendia porque estava se perguntando isso, aquilo era irrelevante, não era? Sakura continuou a andar um pouco mais a frente sem nem ao menos perceber o olhar de Sasuke em si. Estava mais ocupada lembrando sobre a conversa que tivera com Hinata, a herdeira do clã Hyuuga.

Flashback on

– No início ninguém ligava para mim, seria somente a princesa do clã, mas com o tempo, viram que o meu pai não teria um filho varão para sucedê-lo, então só havia duas escolhas a serem feitas: ou eu assumiria o cargo de herdeira, ou meu primo Neji, filho da família secundária, seria o escolhido. – Hinata começou a contar.

– Se havia Neji, porque escolheram você? Ele não é um bom shinobi? – Sakura indagou curiosa.

– Ele é o melhor. O mais forte e íntegro entre todos os Hyuugas, mas Neji-nii-san nasceu na ramificação secundária da família, a parte fraca e considerada inferior. Para os conselheiros não existe nada pior do que deixar alguém da família secundária no poder. – disse triste ao falar do primo.

– Cada clã tem uma forma de ver o mundo e suas próprias tradições, não é mesmo? – Sakura disse compreendendo o sistema de castas nos Hyuugas, apesar de também não concordar, assim como não aceitava as regras do seu clã.

– Sim, então preferiram deixar que eu assumisse para que fossem preservadas as bases do clã. A família principal seria a detentora dos poderes do Hyuugas e a sua ramificação continuaria com a função de nos proteger. Eu passei a ter responsabilidades maiores do que qualquer um.

“Eu devia treinar todos os dias para me fortalecer, como herdeira eu deveria ser a mais forte, mas nem da minha irmã caçula eu conseguia ganhar de uma luta. Ensinaram-me estratégias, genjutsu, taijutsu, ninjutsu, tudo o que uma kunoichi deve saber e, além disso, tive que aprender a me portar como a mais refinada das damas, tive aulas de etiqueta, política, oratória, mas mesmo assim eu não conseguia evoluir, não tanto quanto pediam.

Exigiam de mim mais do que eu conseguia aguentar, eu devia ser perfeita, e dia após dia eu decepcionava a todos, críticas surgiam sobre o meu desempenho e meu pai começou a me tratar como um fardo. Cada vez mais eu devia não ser eu mesma, deixar meus sonhos de lado para continuar a honrar o meu clã, eu passei a lutar por um sonho, um destino que não era o meu.”

– Sei que ser pressionada é ruim e com certeza você deve ter sofrido muito... mas Hinata pense no quanto você pode melhorar o seu clã se estiver no poder, quando você obtiver esse cargo a sua voz será absoluta. – afirmou Sakura ao segurar as mãos da perolada que sorriu com as palavras.

– Naruto-kun me disse algo parecido certa vez e foi isso que fez eu me impulsionar e não desistir, mas... – hesitou, sem saber se continuava.

– Mas? – instigou a rosada e Hinata respirou fundo tomando coragem, ainda não entendia como podia estar sendo tão sincera e receptiva a uma quase estranha.

– Mas nunca ninguém me perguntou o que eu queria. Eles simplesmente jogaram essa responsabilidade nas minhas costas e, apesar de eu querer ajudar o meu clã, porque eu devo ser a única infeliz com isso?

Sakura não pode deixar de arregalar os olhos. A situação das duas era inversa e ao mesmo tempo igual. Hinata havia sido criada com altas expectativas, a herdeira perfeita do clã, enquanto que Sakura havia sido menosprezada, ninguém acreditava em si ou esperava que pudesse fazer algo de extraordinário. A Hyuuga teve todas as chances que Sakura queria e, Sakura, apesar de tudo, teve uma infância longe de qualquer imposição que não fosse parar de lutar e, mesmo assim ela pode ao menos tentar mudar essa regra. E mesmo com tudo diferente, Hinata e Sakura não tiveram escolhas. Não importava o quanto não queriam seguir determinado destino, elas não puderam ir de encontro com o que suas famílias determinaram. Sempre amarradas ao que o clã decidia, sempre sacrificando as felicidades delas, pensou.

– Se você pudesse, o que você gostaria de fazer? – perguntou de repente, tirando a Hyuuga de seus pensamentos.

– O quê?

– Eu perguntei se não houvesse ninguém para lhe dizer o que fazer, o que você gostaria de fazer? – e ao ver o olhar receoso da perolada resolveu se manifestar primeiro – Se fosse eu gostaria de me tornar uma grande kunoichi, poder ir em missões, conhecer novos lugares... – desatou a falar dos seus sonhos para Hinata que ficou impressionada com a franqueza da rosada e resolveu fazer o mesmo.

– Eu gostaria de lutar por alguém...

– Como assim? – e Hinata suspirou, as bochechas se avermelhando mais uma vez.

– Eu gosto de alguém e queria muito alcançá-lo, ter uma oportunidade de lutar por seu coração, dizer o que sinto e... quem sabe, ser correspondida.

– E porque não faz isso? – e ao ver a menina se encolher, soube a resposta – O clã.

– Sim – respondeu, mesmo que Sakura não tivesse feito uma pergunta – Como herdeira meu pai escolherá o meu marido, alguém que ele ache apropriado para ficar ao lado da sucessora dos Hyuuga’s.

– E você acha que Naruto não é merecedor de ser o seu marido? – Hinata se assustou ao ouvir o nome pronunciado pela ex-Haruno que apenas sorriu – Sinto dizer, mas não foi muito difícil de adivinhar depois de ouvir como você fala do Naruto.

– P-Por favor, não diga a ninguém! – pediu nervosa.

– Não se preocupe, eu só não entendo porque Naruto não pode ser o escolhido, afinal ele é filho do Yondaime.

– O meu pai diz que devemos preservar as nossas raízes ou fazer contratos que fortaleçam a família. O clã do Yondaime é considerado fraco entre as famílias mais tradicionais e Kushina-san é estrangeira, então é como se Naruto-kun não fosse ninguém.

– Mas você não acha isso, não é?

– Não! É claro que não! – exclamou com veemência – Naruto-kun é forte, corajoso, alegre, um grande amigo e sempre luta pelo o que quer independente das dificuldades, ele é... mais do que eu poderia querer. – disse pondo as mãos no rosto para esconder o rubor e Sakura sorriu.

– Ele é muito importante, não é?

– Sim e por isso eu decidi que não vou desistir também – e encarou Sakura com orbes perolados brilhando – Eu vou lutar para mostrar o meu valor para o meu clã, vou lutar para conseguir ser alguém que o Naruto-kun admire, vou lutar pelo o meu coração e a minha felicidade, não importa quanto tempo leve.

Flashback off

Sorriu ao lembrar-se das palavras da Hyuuga, ela era mesmo admirável e ouvi-la dizer que não desistiria do seu sonho, do seu amor, fez com ela também não quisesse desistir. Assim como Hinata, ela também daria um jeito de mostrar o seu valor, de encontrar o seu próprio caminho para a felicidade. Lembrou-se mais uma vez das palavras da irmã, iria voltar a ser mesma Sakura sorridente de antes. E iria começar agora, pois não aguentava mais andar com aquele salto alto que parecia esmagar seu pé. Como era possível ficar tanto tempo em cima dessa coisa?

Sem nem ao menos se lembrar de Sasuke atrás de si, parou na rua e retirou o salto, suspirando aliviada. E Sasuke apenas arqueou uma sobrancelha ao ouvi-la resmungar algo e passar a andar descalça. Fazia tempo desde a última vez que a vira agir de forma tão relaxada e quando deu por si já estava sorrindo de canto.

–*-

Olhava pela janela, ouvindo os fogos em homenagem ao exame chunnin. Hoje seria a etapa final do exame, os participantes iriam lutar entre si na frente de todos os civis e shinobis, na arena de Konoha. A Hokage estaria lá, assim como os outros kages das demais vilas e ela estaria na casa da sua sogra, tomando chá. Suspirou, não que não gostasse da companhia de Mikoto, mas Sasuke poderia tê-la deixado ir ver as lutas, mesmo que ela não tivesse pedido a ele. A relação entre os dois ainda estava estranha, ela pouco falava com ele e ainda se sentia acuada quando ele estava perto, mas pelo menos não houve mais nenhum desentendimento entre os dois e ele estava cumprindo a sua parte de deixá-la ir ver Tsunade.

– Sakura – ouviu Sasuke a chamar e foi em direção a sala. Ultimamente ele sempre chamava por ela ao invés de ignorá-la como sempre fazia.

– Sim? – disse ao chegar ao pé da escada e vê-lo com o traje da ANBU.

– Vou te deixar na casa da minha mãe antes de ir para o exame chunnin, está pronta? – disse sério e a rosada aquiesceu.

A caminhada foi curta e silenciosa e nem ao menos se despediram, cada um apenas foi para um lado como se tivessem cumprido uma árdua tarefa de ficarem juntos. Sakura suspirou, odiando aquilo, preferiria brigar com Sasuke, mas não sabia como ele podia reagir, então ficava calada e Sasuke apenas não sabia o que dizer, não havia nada a ser dito. Ele percebia que ela estava diferente, desde o jantar na casa dos Hyuuga’s para ser mais exato, mas não entendia o que mudara, pois ela parecia a mesma e aquilo o deixava intrigado e irritado ao mesmo tempo por passar a prestar tanta atenção nela. Por isso preferia se distanciar e fugir de qualquer pensamento que tivesse relação à Sakura.

– Sakura! Que bom que chegou, venha, sente-se aqui – Mikoto disse abraçando-a e em seguida a levou ao sofá onde já se encontrava Hana com seu enorme barrigão de grávida.

– Sakura, bom te ver. – disse a concunhada sorridente – Sinto não poder me levantar, mas essa criança pesa. – e suspirou passando a mão no ventre avantajado.

– Não se preocupe com isso, Hana. Nossa já está tão grande, falta pouco tempo para nascer? – indagou colocando a mão na barriga de Hana para sentir o bebê.

– Sim, ainda bem. Eu adoro ter ela comigo, mas não aguento mais ter dores na coluna e não conseguir ver meu pé. – disse risonha e Sakura sorriu.

Havia perdido toda a gravidez de Hana, trancafiada dentro de casa, mas estava contente ao ver que tudo estava correndo bem para ela e o bebê. Esperava poder vê-lo nascendo.

– Já sabe o sexo? – perguntou curiosa. Ela sabia que não precisava se segurar tanto na frente da sogra e de Hana e ficava aliviada por isso. Ali ela poderia ser apenas Sakura.

– Sim, uma menina. Itachi está todo babão. – Hana riu ao falar do marido.

– Todos nós estamos. Minha primeira netinha. – Mikoto falou com os olhos brilhando em êxtase e em seguida se virou para Sakura com um sorriso malicioso – Quando vou ter os netos do Sasuke, Sakura?

Sakura corou ao ouvir aquilo. Como assim netos? Mikoto devia estar brincando consigo, eles nem ao menos... teve vontade de se bater ao recordar que havia dito que a noite de núpcias se cumprira. Pigarreou para tentar fugir da pergunta, mas parecia que ambas as Uchiha’s estavam curiosas para saber a respeito da sua vida conjugal.

– Está tudo bem entre vocês? – Hana indagou, deixando Sakura mais desconfortável.

Ela não sabia o que dizer. Se para você ter um marido que te prende em um genjutsu e adora te maltratar é estar bem, posso dizer que estou ótima! Definitivamente ela não poderia dizer isso, afinal Mikoto iria brigar com Sasuke e a fase calma e estranha que estavam passando iria se transformar em uma tempestade novamente e a última coisa que precisava era de mais problemas.

–*-

– Está tudo pronto? – uma voz ecoou de uma parte da floresta. Sem rosto se mantinha na escuridão.

– Hai. – respondeu ajoelhado.

– E os shinobis da areia?

– Não desconfiam de nada. Será uma surpresa para eles também.

– Quando todos estiverem posicionados, dê início ao plano. Vamos brincar um pouco. – sorriu de forma maldosa ao imaginar o caos que se instalaria nas vilas. Adorava manipular os outros.

– Como desejar. – e em seguida sumiu em uma nuvem de fumaça.

– Agora conseguiremos a parte que falta para enfim meu plano dar início. Konoha, Suna, todos os países shinobis, vocês mal perdem por esperar.

–*-

Shikamaru observava o monitor entediado. Ainda não entendia porque a Hokage havia colocado ele para ser um dos julgadores do exame chunnin e entendia menos ainda do porque ele tinha que trabalhar com aquela mulher problemática da areia. Admitia que ela era deveras inteligente e coordenou muito bem a primeira fase do exame junto com ele, mas agora que já estavam na etapa final, qual o sentido de deixá-los juntos em uma cabine, vendo aquelas câmeras que tanto o deixavam sonolento? Bocejou mais uma vez, se espreguiçando, querer dormir e não poder, isso era muito problemático.

– Bicho preguiça, preste atenção no seu dever. – ouviu ela reclamar, mas depois de passar horas ao seu lado ele já havia decidido ignorar, para a completa irritação dela – Estou falando com você! – e bateu na mesa.

– Temari, acho melhor se acalmar ou essas duas horas que ficaremos aqui será problemática. – disse sem se alterar e voltou a observar os monitores.

Temari sentiu seu sangue ferver, como ele podia ser tão calmo? Perguntava-se se todas as pessoas de Konoha eram assim, ou ela teria dado azar e feito dupla com o mais preguiçoso de todos. Bufou irritada, ele nem ao menos parecia concentrado, se bobear poderia jurar que estava dormindo sobre os braços e não fazendo a vigilância. Ela conhecia Nara Shikamaru desde o seu exame chunin quando teve que enfrentá-lo na fase de lutas individuais, por isso ela sabia do potencial do rapaz, mas aquela personalidade desinteressada e preguiçosa a fazia perder a cabeça, já que nunca fora uma pessoa muito calma. E quando soube que iriam trabalhar juntos teve que se controlar para que nada saísse fora dos planos. Sua vila dependia de si.

Voltou a encarar os monitores e viu quando seu irmão Gaara passou para a arena, ele nem precisaria lutar, ninguém seria palio para ele, mesmo assim ele quis participar e ela apenas rezou para que não se descontrolasse, não faltava muito agora. Olhou outro monitor a espera do sinal, tinha que se acalmar, precisava vingar seus companheiros, mas uma parte sua não desejava mais mortes e isso era frustrante, afinal era uma kunoichi. Balançou a cabeça, ela cumpriria o seu dever.

Shikamaru somente observava a garota de soslaio. Havia alguma coisa errada ali. Temari era uma garota bonita de cabelos loiros e olhos verde-escuros, tinha uma postura forte e decidida, diferente de muitas mulheres dos clãs de Konoha, talvez isso o atraísse de certa forma, intrigado com os mistérios dela, mas de uma coisa ele tinha certeza, Temari não era alguém que hesitava ou ficava tensa como agora. Seu comportamento ficou estranho de uma hora para a outra e o fato dela simplesmente ter se calado e não discutido mais consigo só comprovava isso.

Voltou os olhos para a tela e viu outro cara da areia, era a vez dele lutar. Será que ela estava preocupada com ele? Afastou certos pensamentos da cabeça e notou que ela observava outro monitor, um corredor vazio onde ninguém passava. Franziu o cenho, o que ela esperava ver ali? A câmera gravava imagens de um corredor que levava para uma das passagens da arena, mas com uma luta prestes a se iniciar ninguém iria para lá. Arregalou os olhos com o pensamento que lhe assaltou. Aquele corredor também era uma das vias para túneis subterrâneos de Konoha.

– Não pode ser... – murmurou, olhando para a kunoichi que sacou seu leque gigante, em clara posição de ataque.

– Sinto muito Shikamaru, mas isso é uma invasão. – disse antes de abrir o leque, formando uma rajada de vento e destruindo tudo ao seu redor.

–*-

O comunicador ligado transmitia alguns comandos, estava fiscalizando todas as áreas do exame chunin junto com Sasuke. Tsunade estava receosa de que ficassem desprotegidos durante as etapas do exame e havia reforçado a segurança, mas até agora nada havia acontecido. Bufou descontente de estar ali e não poder ver as lutas entre os genin’s.

– Se concentre Naruto. – Sasuke disse mais a frente. Estavam em um túnel subterrâneo que dava passagem para a arena e o prédio da Hokage.

– Teme, sei que a Tsunade-oba-chan tem razão em se preocupar, mas ela pelo menos poderia ter nos deixado assistir os combates, né? – resmungou e o moreno revirou os olhos.

– Não seja criança Naruto, são apenas genin’s. – e continuou andando por um dos corredores da arena, deixando o loiro para trás.

– Eu sei. Mas tem um cara que me chamou a atenção. – disse relembrando do gennin da areia de cabelo ruivo que deveria estar lutando agora.

– Não sabia que jogava no outro time, dobe. – Sasuke debochou, mas se arrependeu no momento seguinte ao ouvi-lo gritar no comunicador.

– Eu não sou gay! Seu teme dos infernos! – uma avalanche de xingamentos surgiu e Sasuke foi obrigado a tirar o comunicador do ouvido para não ficar surdo, apesar de ainda ouvir os impropérios de Naruto que vinha atrás de si. Porém, sua atenção foi desviada por um barulho.

– Naruto! – chamou o amigo, mas foi tarde demais e antes que pudesse fazer algo o túnel explodiu e as paredes caíram sobre si e Naruto.

–*-

Tsunade não acreditava no que via, aquele menino... virou-se para o Kazekage a fim de exigir que ele controlasse o seu shinobi, porém kunais explosivas foram lançadas na sua direção. Uma cortina de fumaça se espalhou pela sala onde estava. Ouviu o vidro quebrar, armas se chocarem e seus shinobis perguntando por si, mas no momento ela estava mais do que furiosa para responder algo. Haviam sido enganados por Suna.

– Shizune... – tentou chamar a pupila, mas sentiu alguém colocar uma kunai em seu pescoço e dizer:

– É melhor ficar caladinha, Hokage, ou Konoha terá que escolher outra pessoa para o cargo. – franziu o cenho com raiva, aquele era o Kazekage de Suna.

– O que estão tramando contra Konoha? Pensei que fossemos aliados. – disse tentando ver alguém no meio da nuvem de fumaça em que se encontravam.

Eles haviam explodido tarjas por todo o local, não conseguia ver se alguém estava ferido ou como estava a batalha entre os seus companheiros. Na sala consigo, antes do ataque, só estava o Sandaime, o Kazekage e outros dois kages de países menores, pois devido às divergências da Folha com a Nuvem, não foi possível que todos os grandes kages se reunissem. E, apesar de temer um ataque da Nuvem, nunca imaginou que Suna fosse capaz de trai-los dessa forma. Cerrou os punhos com força.

– Éramos aliados, mas agora temos novos objetivos e vocês não estão neles. – o Kazekage, Rasa, disse.

– Eu só quero saber, por quê?! – vociferou Tsunade e a kunai foi apertada com mais força, deixando um filete de sangue escorrer pelo pescoço. – Suna e Konoha sempre mantiveram relações amigáveis!

– Amigáveis? Seus shinobis tentaram roubar a nossa Vila! Vocês se acham superiores a nós, mas não baixaremos a nossa cabeça, vamos mostrar o nosso orgulho ninja. – retrucou irritado, aumentando um pouco mais o arranhão no pescoço da Hokage que continuava confusa.

“Do que diabos esse homem está falando?” pensou.

– Olhe Tsunade-sama do que a Vila Oculta da Areia é capaz de fazer! – e arrastou Tsunade para perto da grande janela, onde observavam o exame poucos minutos atrás – Vocês queriam tanto assim o Gaara, então vocês o têm!

A Senju arregalou os olhos ao ver a arena completamente devastada. Aquele menino, Gaara do Deserto, estava ficando descontrolado. Uma grande massa de areia tomava um lado do corpo do garoto, formando uma imensa garra e destruía tudo o que via no seu caminho. Ela via seus shinobis lutarem e tentarem parar o genin, mas não representava nada diante do poder do menino, foi então que ela entendeu. Gaara era um jinchuriki, assim como Naruto. Droga, se esse menino liberasse todo o seu poder a vila não aguentaria. Mais explosões foram ouvidas ao longe e Tsunade perdeu a pouca paciência que tinha. Todas as pessoas da sua vila corriam perigo, ela não iria mais ficar sem fazer nada.

– Eu ainda não compreendo o que levou a essa traição, mas não vou permitir que machuque mais ninguém da minha vila. Eu vou acabar com você, Rasa! – afirmou e o Kage riu.

– E como pretende fazer is... – foi interrompido ao sentir a Senju lhe dar uma cotovelada nas costelas – Miserável! – gritou, puxando a kunai e rasgando a garganta da Hokage que caiu no chão em um baque surdo. – Teve o que mereceu bruxa. – e se virou para sair dali, tinha que liderar seus homens, mas algo o deteve.

– Você me subestima mesmo, esqueceu que eu sou a Princesa Tsunade, a lendária Sanin dos Sapos e grande médica-nin? – Tsunade falou se levantando e passando a mão no pescoço para mostrar que nem uma cicatriz ficara em sua pele. – Não vai conseguir nem me arranhar dessa forma, Rasa. Mas pode acreditar que eu vou terminar com isso em um só golpe. – e partiu para cima do Kage com as mãos banhadas em chakra.


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Notas finais do capítulo

Então gente, o que acharam? Quando as coisas estão melhorando, se modificando entre o Sasuke e a Sakura, acontece uma invasão! kkkk Sim, eu já estava protelando esse ataque porque eu precisava que tudo se desenrolasse entre os dois primeiro, para depois mostrar essa parte. Mas e agora o que será que vai acontecer com Konoha? Com Sakura? Com Sasuke e Naruto? Quero teorias! ^^ E sobre a Hinata, eu estava querendo colocar ela na fic faz tempo, gostei de brincar com o fato de que ambas passam por coisas semelhantes e ao mesmo diferentes, mas me digam o que acharam também ;D

Também queria avisar que eu já criei a página no face para poder interagir mais com vocês e também para divulgar as fics, então quem quiser dar uma olhada, aqui está o link ;D:
https://www.facebook.com/LuHimeFanfiction?ref=hl

Beijos e até a próxima